Investigadores do Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) descobriram uma forma de fazer com que um bioplástico, o diacetato de celulose (DAC), se degrade 15 vezes mais depressa do que o papel em ambientes marinhos.
O DAC, um bioplástico utilizado há mais de um século, é derivado da celulose, um polímero natural presente em plantas como o algodão e a polpa de madeira. Tem sido utilizado em vários produtos como óculos de sol e filtros de cigarros. Agora, os investigadores do WHOI descobriram uma forma de acelerar a sua biodegradação através de um processo chamado “espuma”, que torna o material poroso.
De acordo com o estudo, publicado recentemente, a espuma DAC é o plástico que se degrada mais rapidamente na água do mar, quando comparado com outros tipos de bioplásticos. Mais impressionante ainda é o facto de se degradar mais rapidamente do que o papel.
“Concebemos um material que não só satisfaz as necessidades dos consumidores, como também se degrada no oceano mais rapidamente do que qualquer outro material plástico que conhecemos, ainda mais rapidamente do que o papel”, disse Collin Ward, autor principal do estudo.
Num teste de 36 semanas, a espuma DAC foi colocada em tanques de água do mar, e os resultados foram notáveis. Entre 65 e 70% da massa original do material foi perdida, indicando uma rápida degradação. Isto é um forte contraste com os plásticos tradicionais, como a esferovite, que não mostrou qualquer degradação durante o mesmo período.
Esta nova descoberta poderá ter aplicações de grande alcance na redução dos resíduos de plástico nos oceanos. Por exemplo, a espuma DAC poderia potencialmente substituir muitos produtos do quotidiano feitos de plásticos não biodegradáveis, como os tabuleiros de esferovite.
Estudos anteriores da WHOI também destacam a superioridade do DAC em comparação com outros materiais. Num estudo de 16 semanas, os investigadores testaram vários tipos de palhinhas, incluindo as feitas de DAC, polihidroxialcanoatos, ácido poliláctico, polipropileno e papel.
O estudo revelou que, embora a maioria das palhinhas apresentasse pouca ou nenhuma degradação, as palhinhas de espuma CDA degradaram-se 190% mais rapidamente do que as suas homólogas sólidas.
Fonte: ZAP
A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa | NOVA FCT integra o consórcio do projeto europeu IASIS, recentemente financiado pela União Europeia, durante 4 anos, que tem como objetivo recuperar terrenos contaminados e com elevados níveis de salinidade que contribuem para a degradação do solo e para a redução da produtividade agrícola.
O projeto tem a coordenação europeia do Center for Renewable Energy Sources and Saving (CRES), que envolve 18 parceiros de sete países europeus, com o objetivo principal de reestruturar terrenos danificados ou improdutivos para aumentar a área agrícola europeia, recorrendo a um processo chamado phytomanagement, que consiste na aplicação de plantas e microrganismos capazes de tolerar e remover contaminantes do solo, ao mesmo tempo que regeneram as suas propriedades.
A investigação vai incidir em terrenos que apresentam contaminação por metais pesados, pesticidas ou salinidade extrema, características que afetam diretamente a sua capacidade de sustentar a agricultura ou qualquer outra utilização produtiva. O projeto pretende testar estas soluções em diversos locais-piloto distribuídos pela Europa – Grécia, Polónia, França, Bélgica, Portugal e Itália, onde as condições de degradação são mais severas. Nestes locais, serão plantadas espécies selecionadas pela sua capacidade de resistir à salinidade ou a alguns poluentes, com o apoio de microrganismos que aumentam a capacidade de absorção de nutrientes pelas plantas e ajudam a estabilizar o solo.
A equipa de investigadores da NOVA FCT, liderada por Ana Luísa Fernando, professora do Departamento de Química e coordenadora do centro de investigação METRICS da NOVA FCT, vai trabalhar na identificação das melhores combinações de plantas e microrganismos que possam ser aplicadas para a recuperação de solos, e vai monitorizar os resultados obtidos nos locais-piloto, avaliando a eficiência das soluções implementadas em termos de melhoria da qualidade do solo, absorção de contaminantes e capacidade de produção de biomassa.
“O IASIS traz consigo uma série de benefícios a longo prazo, especialmente para a agricultura e a economia portuguesa. Ao reabilitar terrenos até agora considerados inutilizáveis ou improdutivos, abre-se a possibilidade de aumentar a área de cultivo disponível, o que é particularmente relevante num país como Portugal, onde a desertificação do solo está a aumentar devido às alterações climáticas”, defende a investigadora Ana Luísa Fernando, da NOVA FCT. “Adicionalmente, a produção de biomassa em solos degradados e a sua recuperação pode alimentar inúmeras indústrias emergentes, como a bioenergia e a produção de materiais sustentáveis, contribuindo para a diversificação da economia nacional e redução da dependência externa de matérias-primas convencionais e de base fóssil”.
A acumulação de sais no solo e a contaminação por substâncias químicas resultam, muitas vezes, de práticas agrícolas intensivas, da poluição industrial ou de fenómenos naturais como a erosão e a desertificação. Estes fatores causam danos extensivos aos ecossistemas locais, reduzem a qualidade da água e tornam o solo impróprio para produção agrícola. Para a economia e agricultura portuguesas, em particular, este tipo de degradação tem impacto direto na produtividade, afetando tanto a qualidade dos alimentos como a viabilidade de áreas agrícolas.
A investigação levada a cabo no âmbito do IASIS visa, por um lado, regenerar esses terrenos para que possam voltar a ser utilizados e, por outro, transformar esses locais em áreas produtivas para outros fins, como a produção de biomassa. A biomassa gerada a partir destas plantas não comestíveis (industriais), poderá ser utilizada como matéria-prima para a criação de produtos de base biológica, incluindo bioenergia e bioplásticos, fomentando assim a bioeconomia e a economia circular, onde resíduos e terrenos abandonados se tornam recursos úteis para a indústria.
O projeto alinha-se com as estratégias europeias e nacionais de transição para uma economia mais verde e circular, onde a inovação científica desempenha um papel crucial. A utilização de tecnologias de phytomanagement, combinadas com bioengenharia, posiciona o projeto IASIS como uma referência no campo da recuperação e do desenvolvimento sustentável.
Fonte: NOVA FCT
A FDA, o Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar (FSIS) do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) e os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), em colaboração com parceiros estatais e locais, estão a investigar doenças num surto multiestatal de infeções por E. coli O157:H7.
Ainda não foi confirmada a origem do surto num ingrediente específico, mas a maior parte das pessoas doentes referem ter comido hambúrgueres de uma conhecida cadeia de fast food. Os investigadores estão a trabalhar para determinar se as cebolas cortadas em pedaços ou os hambúrgueres de carne de vaca são a fonte provável deste surto.
As informações preliminares de rastreio e distribuição analisadas pela FDA mostram que as cebolas cortadas servidas nestes hambúrgueres são uma fonte provável de contaminação.
A FDA está a trabalhar rapidamente para confirmar que estas cebolas são a fonte deste surto e para determinar se estas cebolas foram servidas ou vendidas noutros estabelecimentos. A referida cadeia de restauração deixou temporariamente de utilizar este tipo de cebola e de vender este tipo de hambúrgueres nos estados afetados, enquanto decorre a investigação para determinar a origem do surto.
O FSIS está a efetuar o rastreio de hambúrgueres servidos nos estados afetados para determinar se a carne moída é uma fonte de doença.
Até ao momento foram registados 49 casos de E. coli O157:H7 notificados em 10 estados. Dez pessoas foram hospitalizadas e 1 pessoa desenvolveu Síndrome Hemolítica-Urémica (SHU), uma doença grave que pode causar insuficiência renal. Foi ainda registada uma morte de um idoso no Colorado.
Fonte: FDA & Qualfood
O primeiro vinho elétrico-solar de Portugal chega em 2025. Este vinho vai nascer do projeto piloto de tecnologia agrivoltaica que está a ser desenvolvido na Tapada da Ajuda na vinha do Instituto Superior de Agronomia (ISA) em parceria com a Galp.
O projeto consta de uma central solar instalada por cima das vinhas a 4-5 metros do solo, num total de 288 painéis solares, que se deslocam conforme a posição do sol, para maior rendimento dos painéis, em 1.700 metros quadrados de vinha. Com uma potência instalada de 130 kWp, por ano serão produzidos 240 MWh/ano, permitindo reduzir em 25% a fatura energética do ISA.
Os painéis foram instalados em maio, e permitiram uma vindima mais tardia na respetiva zona. Mas os efeitos completos só serão sentidos na vindima de 2025, quando for concluído um ciclo biológico completo. O piloto prevê estudar os resultados nos próximos dois anos, ao longo de dois ciclos biológicos.
As vinhas produzidas na Tapada da Ajuda servem de apoio para os estudos de viticultura e enologia do ISA que também conta com uma Adega Experimental para apoiar precisamente o estudo, prática e investigação da enologia, e onde é vinificada grande parte das uvas destas vinhas.
Estes vinhos vão ser vendidos “como vinhos de ensaios aos funcionários do ISA”, explicou o professor Carlos Lopes desta faculdade.
Quais as vantagens destes painéis sobre as vinhas? “Protegem a cultura do calor excessivo, da chuva intensa, do granizo”, disse Carla Tavares da Galp, diretora para as energias renováveis. “Reduz também a evapotranspiração do solo, reduz substancialmente o consumo de água, e o bago tem uma maturidade mais lenta”.
Ao mesmo tempo, o projeto solar permite “produzir energia limpa renovável e trazer uma fonte de rendimento adicional ao agricultor”.
“Nos próximos dois anos vamos testar de forma rigorosa todos estes parâmetros. Ainda é cedo para tirar conclusões, mas só com algumas semanas de painéis, a vindima atrasou cerca de duas semanas, um efeito bastante promissor”, acrescentou na apresentação do evento que teve lugar na segunda-feira no ISA.
Já Thayná Camões, gestora deste projeto pela Galp, disse que a ideia foi respeitar as “condições existentes na vinha, procurando ter o menor impacto possível quer na cultura, quer na qualidade”.
Por sua vez, o professor Carlos Lopes do ISA sublinhou que a Tapada da Ajuda tem uma “influência mediterrânica” com “dias muito quentes no verão, radiação a mais. Num dia normal de verão temos o dobro, esta radiação a mais não contribui para nada”, apontando para efeitos negativos: “escaldão das folhas, escaldão dos cachos. Tudo contribui para efeitos negativos nas nossas plantas, com perda de produção” e com impacto negativo no “bolso” do produtor.
“As consequências parecem positivas”, mas apontou que é preciso mais “dois ou três anos para ter dados mais robustos”, apontando que os painéis foram instalados numa fase já tardia do ciclo biológico.
O especialista em viticultura com quarenta anos de experiência, apontou que antes as vindimas tinham lugar no “final de setembro, princípio de outubro”, mas agora “temos castas que vindimamos na última semana de julho. É extremamente precoce. Isto implica maturações desequilibradas: excessiva acumulação de açúcar e excessiva acumulação de acidez. Estes primeiros dados dão-nos pistas interessantes”.
O administrador da Galp Georgios Papadimitriou, por seu turno, prometeu regressar ao ISA em 2025 para vindimar a primeira colheita deste vinho “fotovoltaico” e “elétrico” e para dar o nome ao mesmo.
Questionado sobre se a ideia será replicar o conceito agrivoltaico noutros projetos da Galp, o gestor disse que depende do desenvolvimento deste projeto e que ainda é muito cedo para avaliar. “Demora três anos, e precisamos de ver o desempenho da tecnologia e das estruturas. No final, vamos ver os benefícios e como a tecnologia agrivoltaica desenvolveu e vamos tomar decisões”.
Teoricamente, o agrivoltaico tem várias vantagens. Primeiro, promove o uso dual da terra, para a produção agrícola e de energia; depois, gera mais rendimento para o agricultor; em terceiro, pode gerar energia a partir de fontes renováveis para autoconsumo; em quarto, é uma medida polivalente de adaptação às alterações climáticas: proteção da videira contra as ondas de calor, granizo e chuvas intensas, redução da evapotranspiração e consequente poupança de água, maturações mais lentas e equilibradas, entre outras.
Fonte: Jornal Económico
A região Norte quer criar um Observatório de Carbono com vista a atingir a neutralidade carbónica em 2050, segundo o Programa Regional de Ordenamento do Território (PROT), hoje colocado em consulta pública.
“Criar um Observatório de Carbono do Norte” é uma das medidas na proposta de PROT hoje colocada em consulta pública, consistindo num “sistema de medição e monitorização do carbono, completo e transparente, associado à implementação de projetos de aumento e/ou manutenção adicional e permanente dos stocks, principalmente os associados ao carbono orgânico do solo”.
A proposta consta da Agenda Transformadora do PROT Norte e especifica que o observatório, “além do desenvolvimento de técnicas de quantificação (identificação e quantificação do cenário histórico, modelação de projeto de impacto e quantificação do efetivo impacto na sua implementação), deve incluir a capacidade tecnológica e metodológica para quantificar também a monitorização da permanência do carbono sequestrado ou protegido”.
O observatório deve também estender-se “ao nível da proteção dos recursos hídricos, da melhoria da disponibilidade destes recursos e da melhoria dos indicadores de biodiversidade dos ecossistemas onde é implementado”.
Entre as medidas elencadas para o “cumprimento dos objetivos de neutralidade carbónica na região Norte em 2050” estão a mitigação das emissões líquidas de carbono em territórios de emissões elevadas e ‘stocks’ baixos de carbono, como os aglomerados urbanos da Área Metropolitana do Porto, Braga e Guimarães, ou nos aglomerados urbanos das zonas com emissões baixas e ‘stocks’ elevados e das zonas com emissões baixas e ‘stocks’ baixos.
Preveem-se também medidas de proteção de ‘stocks’ de carbono no solo, “evitando a sua libertação através de fenómenos de degradação ou da ocorrência de incêndios rurais”, e medidas “que aumentem a concentração e fixação de carbono no solo, garantindo com elas a proteção dos recursos hídricos da região e os produtos agroflorestais das bacias de produção e de elevado valor agregado”.
Também se sugerem medidas de remoção de carbono “através do fomento de indústrias que promovam a captura e armazenamento permanente do carbono”.
“Um mecanismo de aquisição preferencial e valorização das unidades de compensação dentro da região Norte será a base para a implementação de um mercado regional de carbono, promovendo a transferência de valor, pelo pagamento deste serviço ecossistémico, contribuindo para a coesão territorial e a transferência de rendimento dentro da Região”, refere o programa.
Segundo o documento, para se atingir a neutralidade carbónica “terão que ocorrer duas fases”, uma primeira de diminuição de Gases de Efeito de Estufa (GEE), “onde a prioridade é diminuir o impacto das atividades humanas” nas zonas mais afetadas até 2040.
A segunda fase, “de compensação”, será “onde as emissões remanescentes das atividades humanas serão compensadas por unidades de carbono sequestradas, dando origem a entidades neutras do ponto de vista das suas emissões de GEE”, uma prioridade após 2040 e crítica após 2050.
Os setores identificados como objeto de mitigação de emissões são a energia, os transportes, a indústria e processos industriais, a agricultura, os edifícios residenciais e de serviços, os resíduos e águas residuais e os remanescentes florestais e proteção das bacias dos principais rios.
Fonte: Agro Portal
Foi publicado o Relatório anual do TRACES, relativo ao ano de 2023.
O TRACES é a plataforma multilingue da Comissão Europeia para a certificação sanitária e fitossanitária, para fins comerciais. O seu principal objetivo é simplificar o processo de certificação e proporcionar um fluxo de trabalho totalmente digitalizado e sem papel.
O ano de 2023 foi marcado por várias realizações que cimentaram o papel fundamental que o TRACES desempenha no comércio de animais e mercadorias em toda a UE. Em 2023, mais de 4,7 milhões de documentos oficiais emitidos no TRACES por mais de 90 mil utilizadores de empresas e autoridades da UE e de países terceiros foram enviados a partir de sistemas ligados ao TRACES.
Atualmente, segundo a Diretora-Geral da Saúde e Segurança dos Alimentos da Comissão Europeia, Sandra Gallina, o papel do TRACES vai além da certificação para continuar a melhorar a segurança alimentar e a proteção dos consumidores.
Fonte: DGAV
O projeto Cheers visa revalorizar os fluxos secundários subutilizados ou os resíduos da indústria cervejeira para posterior conversão em cinco bioprodutos industriais de elevado valor acrescentado através de uma abordagem de biorrefinaria.
A iniciativa propõe-se a reduzir a utilização de recursos e o impacto ambiental da cadeia de produção de cerveja e visa abranger impactos mais vastos na biodiversidade e na utilização dos solos agrícolas.
O Cheers desenvolverá processos de transformação sustentáveis utilizando plataformas biológicas inovadoras inspiradas na natureza, que serão validadas numa escala de demonstração na fábrica de cerveja Mahou San Miguel.
De acordo com a FIPA, que está a divulgar a iniciativa, o Cheers é um novo conceito de biorrefinaria, inspirado na biodiversidade da natureza (plataformas de insetos e microbianas), para transformar de forma sustentável e eficiente fluxos secundários subutilizados ou resíduos, como bagaço, águas residuais, CO2 e CH4 de indústrias de base biológica em produtos inovadores de base biológica.
Este projeto ajudará as indústrias de base biológica a melhorar a eficiência da utilização das suas matérias-primas e a sustentabilidade e competitividade globais através da reciclagem e da utilização em cascata da biomassa produzida a partir dos seus fluxos secundários.
O Cheers é desenvolvido como uma solução modular em que as indústrias de base biológica podem configurar a sua combinação ótima, selecionando entre cinco novas rotas biotecnológicas que geram cinco produtos de base biológica para aplicações industriais, com oportunidades de mercado atrativas: proteína de inseto, desinfetante, proteína microbiana, ectoína e ácido caproico.
Todas as cadeias de valor são baseadas em novos bioprocessos e/ou biofermentadores inovadores combinados com processos sustentáveis a jusante, que serão validados à escala de demonstração numa fábrica de cerveja industrial.
Fonte: iALIMENTAR
A Unidade de Ação Fiscal (UAF), através do Destacamento de Ação Fiscal (DAF) do Porto, no dia de 18 de outubro, apreendeu 985 litros de aguardente irregularmente introduzidos no consumo, no concelho de Baião.
No âmbito de uma ação de fiscalização direcionada para o controlo de produtos sujeitos a imposto especial de consumo, os militares da UAF fiscalizaram uma destilaria ilegal, não habilitada pela Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) para a produção de bebidas alcoólicas. No decorrer da ação foi possível constatar que nesta destilaria estavam 985 litros de aguardente armazenados em locais não autorizados e sem controlo aduaneiro, escapando deste modo às obrigações tributárias de declaração e pagamento dos impostos incidentes.
Da ação resultou a apreensão de 985 litros de aguardente e de um alambique, composto por uma caldeira e uma coluna em cobre, que se encontrava em plena laboração.
Foi ainda identificado um homem de 60 anos por introdução irregular no consumo.
O valor dos bens apreendidos ascende a 10.350,00 euros e a prestação tributária que resultaria da introdução irregular no consumo da aguardente (imposto sobre o álcool, as bebidas alcoólicas e as bebidas adicionadas de açúcar ou outros edulcorantes – IABA) ascende a 6.500,00 euros.
No âmbito da sua missão específica, a Unidade de Ação Fiscal da Guarda Nacional Republicana continuará a desenvolver ações de fiscalização e investigação criminal em matéria fiscal por forma a contribuir na afirmação de um regime fiscal equitativo, símbolo de igualdade entre os cidadãos portugueses, e, em último ratio impulsionador de uma economia revitalizada.
Fonte: GNR
Os alimentos e bebidas embalados devem ter informação nutricional de fácil leitura na parte da frente dos produtos para ajudar os consumidores a fazerem escolhas mais saudáveis, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
O aumento do consumo de alimentos processados com elevado teor de sal, açúcar e gordura é um dos principais fatores da crise global da obesidade, com mais de 1.000 milhões de pessoas a viverem com esta doença e um número estimado de 8 milhões de mortes prematuras todos os anos devido a problemas de saúde associados, como a diabetes e as doenças cardíacas, segundo dados da OMS.
No entanto, os governos têm tido dificuldades em introduzir políticas para conter a epidemia. Atualmente, apenas 43 estados membros da OMS têm qualquer tipo de rotulagem na frente da embalagem, seja obrigatória ou voluntária, apesar das evidências que mostram que os rótulos podem afetar o comportamento de compra. Estes visam “apoiar os consumidores na tomada de decisões mais saudáveis relacionadas aos alimentos”, disse Katrin Engelhardt, cientista do departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS.
Rótulos “interpretativos”
As diretrizes da OMS recomendam que os governos implementem rótulos “interpretativos” que incluam informação nutricional e alguma explicação do que isso significa quanto ao carácter saudável de um produto.
Um exemplo seria o NutriScore, desenvolvido em França e utilizado em vários países europeus, que classifica os alimentos de A (verde, contendo nutrientes essenciais) a E (vermelho, contendo níveis elevados de sais, açúcares, gorduras ou calorias adicionadas).
O Chile e vários outros países da América Latina utilizam um sistema mais rigoroso, com avisos de que um alimento é “rico em açúcar”, sal ou gordura na parte da frente da embalagem, num octógono preto que se assemelha a um sinal de stop.
A especialista em rotulagem alimentar Lindsey Smith Taillie, codiretora do Global Food Research Program da Universidade de Chapel Hill, na Carolina do Norte, afirmou que a indústria alimentar tem resistido aos avisos e prefere rótulos “não-interpretativos”, que incluem a informação sobre os nutrientes, mas não um guia sobre como compreender o que significam, como os utilizados nos Estados Unidos. Embora a recomendação da OMS vá um pouco mais longe do que a preferência da indústria, esta “é bastante fraca”, disse Taillie.
“O mais importante para a maioria dos países a nível mundial será limitar o consumo excessivo de açúcares adicionados, sódio, gorduras saturadas e alimentos ultra-processados em geral – que é o que os rótulos de advertência fazem melhor”.
Uma investigação realizada por Taillie mostrou que os rótulos de advertência do Chile, juntamente com outras políticas como as restrições de comercialização para crianças, significaram que os chilenos compraram menos 37% de açúcar, menos 22% de sódio, menos 16% de gorduras saturadas e menos 23% de calorias totais, em comparação com o que comprariam se a lei não tivesse sido implementada.
International Food and Beverage Alliance
A OMS afirmou não existirem provas suficientes para determinar o melhor sistema de rotulagem.
A International Food and Beverage Alliance (IFBA), cujos membros incluem a The Coca Cola Company e a Mondelez International Inc, afirmou que os seus membros já dispõem de normas mínimas a nível mundial. Estas incluem uma lista de nutrientes na parte de trás das embalagens e, sempre que possível, um pormenor na frente da embalagem sobre, pelo menos, o teor energético, em conformidade com o sistema internacional Codex Alimentarius.
“Isto é algo que as empresas globais podem fazer, mas claramente não é suficiente porque se pegarmos na Nigéria ou no Paquistão … o mercado é dominado por produtores locais”, disse Rocco Renaldi, secretário-geral da IFBA. Segundo Renaldi, os membros da aliança apoiam amplamente as diretrizes da OMS e os rótulos baseados em nutrientes.
“Mas o diabo está nos detalhes – de um modo geral, não apoiamos abordagens que demonizam produtos específicos”, disse Renaldi. “Não achamos que os rótulos de advertência à saúde devam ser colocados em produtos alimentares considerados seguros, aprovados, comercializados e apreciados pelos consumidores”.
Fonte: Grande Consumo
Investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) lideram um projeto que pretende contribuir para o cultivo de uma variedade de arroz em Portugal mais resistente ao calor e às alterações climáticas, foi hoje revelado.
O projeto, intitulado “PrOryza”, pretende contribuir para a “melhoria genética” das variedades de arroz de interesse cultivadas em Portugal, aumentando a sua tolerância ao ‘stress’ térmico e melhorando a sua produtividade, afirma hoje, em comunicado, a FCUP.
Portugal é o país onde mais se consome arroz na Europa, “com mais de 18 kg/ano ‘per capita’, um valor que é quatro vezes superior à média da União Europeia”, mas que pouco consegue produzir para fazer face ao consumo interno.
“A ideia do PrOryza é ajudar a inverter esta tendência”, salienta a FCUP, acrescentando que, para tal, os investigadores vão realizar ensaios de campo no Alentejo Central, fruto de uma colaboração com um produtor da zona de Montemor-o-Novo.
Citada no comunicado, a investigadora responsável pelo projeto, Ana Marta Pereira, salienta que a produtividade do arroz cultivado em Portugal “tem diminuído drasticamente, sobretudo devido às alterações climáticas”.
“Esta redução de produtividade está relacionada com o aumento das temperaturas e com a diminuição da precipitação, especialmente nas regiões do sul, como no Alentejo. Há uma diminuição de 10% da produtividade na produção do arroz para cada aumento de 1ºC de temperatura”, refere.
Ao longo do projeto, os investigadores vão estudar as variedades de arroz comercialmente importantes em Portugal, nomeadamente, as portuguesas Caravela e Ceres (correspondentes ao arroz carolino) e as de origem italiana Aríete e Lusitano.
A variedade Sprint, de origem italiana e pertencente à subespécie índica, será também estudada.
Segundo Ana Marta Pereira, o objetivo é “avaliar a performance reprodutiva” de cada uma das variedades, assim como o comportamento face às alterações climáticas.
“Faremos esse trabalho em laboratório, mas também em campo, para medir e avaliar as condições a que vão estar sujeitas”, explica, destacando que a quebra de produção do arroz acontece sobretudo na fase de reprodução da planta, altura em que é mais sensível aos efeitos do calor.
Ao longo do projeto, os investigadores vão também analisar um sistema de rega que está a ser testado para mitigar as alterações climáticas.
“O arroz é tradicionalmente cultivado por alagamento, o que provoca uma espécie de efeito tampão à volta da planta, ajuda na termorregulação e impede que haja variações de temperatura durante o seu desenvolvimento. Com a rega gota-a-gota perde-se este efeito”, salienta Ana Marta Pereira.
Os ensaios de campo vão também servir para comparar os efeitos da rega gota-a-gota e o tradicional cultivo por alagamento.
A equipa de investigação vai também tentar encontrar marcadores genéticos que permitam tornar a planta mais tolerante ao calor durante a fase reprodutiva.
A confirmar-se a existência desses marcadores genéticos, os investigadores vão realizar “cruzamentos artificias” entre as diferentes variedades de arroz com o intuito de obter “exemplares mais tolerantes e resistentes ao calor”.
Este trabalho será feito no âmbito de uma colaboração com o Centro Operativo e Tecnológico do Arroz (COTArroz) e do seu programa nacional de melhoria genética.
Com um financiamento de 150 mil euros do programa Promove – O Futuro do Interior, da Fundação La Caixa, o projeto terá a duração de três anos e integra ainda investigadores do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier, da Universidade Nova de Lisboa, do COTArroz e produtores da Sociedade Agrícola do Bem Calado Sul, S.A, de Montemor-o-Novo.
Fonte: Agro Portal
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