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O fungo septoriose está a afetar a produção da castanha, podendo provocar perdas de cerca de 80% “nos produtores que não fizeram tratamento” nas árvores, disse o presidente da Associação Portuguesa da Castanha (REFCAST).

A septoriose, apontado pelos especialistas como uma dos responsáveis pelas quebras verificadas na produção, provoca a secagem e queda antecipada da folha do castanheiro que fica de cor acastanhada e rebordo amarelo.

Os valores de precipitação registados durante o mês de setembro, 66.8 mm, o quarto valor mais elevado desde 2000, segundo o Boletim Climático de setembro de 2021 do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), aliados à elevada humidade atmosférica, criaram as condições favoráveis à proliferação deste fungo, explica José Laranjo, presidente da REFCAST.

Para combatê-lo foi recomendado, por várias associações como a REFCAST e a Associação Regional dos Agricultores das Terras de Montenegro (ARATM), o tratamento dos castanheiros com um pesticida antifúngico à base de cobre, mas “alguns associados optaram por tratar e outros não”, disse Filipe Pereira, da ARATM.

Com as alterações climáticas que provocam o aumento da temperatura e redução das chuvas, espera-se mais calor e mais seca, sobretudo no verão, período de grande importância no desenvolvimento do ciclo vegetativo da produção da castanha.

O ano de 2021 demonstra ser atípico em relação à tendência para o aumento da temperatura “considerando que foi menos quente e mais húmido que 2020”, afirma José Laranjo.

No panorama nacional, prevê-se “um ano de excelente produção em termos de quantidade e qualidade, esperando-se uma produção na ordem das 45.000 a 50.000 toneladas de castanha”, acrescentou.

Estes números refletem um aumento na produção de castanhas comparativamente ao ano de 2020, que foi na ordem das 42.000 toneladas.

No entanto, nas regiões mais altas, a elevada humidade atmosférica que favoreceu o desenvolvimento do fungo originou quebras na produção.

“Há uma quebra de produção devido às amplitudes térmicas e ao gelo que foi registado nas estações meteorológicas mais próximas, no mês de setembro”, alertou Filipe Pereira.

Dinis Pereira, proprietário da empresa produtora de castanhas Agromontenegro, admitiu à Lusa que o Verão mais chuvoso do que o normal afetou a produção da castanha, provocando uma produção “muito mais diminuta”.

Apesar da qualidade da castanha se manter, a produção nas regiões mais altas foi afetada, devido a “um ataque de septoriose” que destruiu parte das culturas, descreveu.

Já Ricardo Reia, produtor de castanhas na região de Portalegre, apontou a instabilidade climática como a principal razão para 2021 ser um ano pouco rentável, resultando na quebra de 50% comparativamente a um ano normal.

“No início houve geadas e agora no fim do ciclo de crescimento do fruto temperaturas a rondar os 30ºC, excessivamente altas sem chuva, desfavoráveis para a castanha”, disse.

Em 06 de novembro, a RefCast admitiu que, a nível nacional, a produção de castanha, na atual campanha, deverá aumentar até 20% para cerca de 50.000 toneladas, esperando-se frutos com melhor qualidade do que no ano passado, destinados, sobretudo, à exportação.

A RefCast tem cerca de 110 associados, incluindo produtores individuais, associações e cooperativas, que abrangem os setores da produção, transformação e prestação de serviços, bem como municípios e entidades de I&D (Investigação e Desenvolvimento).

Fonte: Agroportal

Uma equipa de investigadores portugueses do Laboratório de Biotecnologia Médica e Industrial (LaBMI) do Politécnico do Porto está a desenvolver uma vacina contra a COVID-19 comestível.

É através do projeto “AGRO4COVID – Make Nature your Salvation” que a equipa está a desenvolver uma alternativa à vacina convencional, que se distingue pelo facto de ser comestível e pelas suas características imunológicas. A ideia é que após o seu desenvolvimento, esta vacina esteja acessível a toda a população de forma facilitada, em formato de um iogurte ou sumo natural.

“A vacina é apresentada sob a forma de um iogurte líquido, ativado por extrato de cenoura geneticamente modificado que, contrariamente à versão tradicional das vacinas – que estimula a imunidade humoral – estimula um braço complementar a esta, a imunidade celular”, explica o Politécnico do Porto em comunicado.

 Além de ser pioneiro a nível mundial, o projeto prima por estar alinhado com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ODS) número 3 “Vida Saudável”, número 8 “trabalho digno e crescimento económico” e número 9 “inovação e infraestruturas”.

Fonte: Greensavers

Foi publicado o Regulamento (UE) n.º 2021/1864, da Comissão, de 22 de outubro, que altera os anexos II, III e V do Regulamento (CE) n.º 396/2005 do Parlamento Europeu e do Conselho no que se refere aos limites máximos de resíduos de um conjunto de substâncias ativas no interior e à superfície de determinados produtos.

Para metaflumizona, verificou-se ser necessário alterar algumas das atuais práticas agrícolas, na sequência da revisão dos LMR estabelecidos para esta substância ativa, designadamente, conforme expresso infra:

1- Práticas agrícolas nacionais a cancelar:

▪ alface em estufa

▪ couve-brócolo

As práticas agrícolas em vigor podem conduzir a um resíduo que, de acordo com a estimativa de risco para o consumidor, pode conduzir a risco para a sua saúde, sendo, por isso, necessário cancelar estes usos.

2- Práticas agrícolas nacionais a alterar:

▪ alface de ar livre

Será necessário alterar o Intervalo de Segurança de 3 para 7 dias. 

3- Alterações dos rótulos As restrições de usos constantes do presente ofício Circular serão introduzidas, com a brevidade possível, nos rótulos dos produtos fitofarmacêuticos, sendo oportunamente publicadas no sítio de Internet da DGAV. Dado que os limites máximos de resíduos entram em vigor a partir de 14 de maio de 2022, recomenda-se que, na utilização de produtos fitofarmacêuticos contendo metaflumizona, sejam desde já consideradas as práticas agrícolas a cancelar/alterar, de acordo com a informação veiculada neste Ofício Circular.

Fonte: DGAV

As cidades europeias poderiam evitar 114.000 mortes prematuras adicionais a cada ano se atendessem às novas recomendações de qualidade do ar divulgadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em setembro passado, em comparação com as diretrizes anteriores.

Estes dados foram indicados num estudo sobre o impacto da poluição do ar urbano na saúde conduzido pelo Instituto de Saúde Global de Barcelona (ISGlobal), que coloca Madrid como a capital europeia com o maior ónus de mortalidade associado à poluição por dióxido de carbono.

Estas estimativas são uma atualização de um estudo publicado originalmente em janeiro de 2021 no ‘The Lancet Planetary Health’, que mostrou que as cidades europeias poderiam evitar até 51.000 mortes prematuras a cada ano atendendo às recomendações atuais da OMS sobre qualidade do ar, publicadas em 2005.

Até agora, a OMS recomendava menos de 25 microgramas de partículas de PM2,5 por metro cúbico de ar em um dia, enquanto as suas recomendações atuais reduzem o nível ideal para 15 microgramas e a recomendação de NO2 caiu de 40 para 10 microgramas por dia.
As actuais directivas europeias estabelecem um limite máximo de 25 µg / m3 para a média anual de PM2,5 e de 40 µg / m3 para a média anual de NO2.

Reavaliação da carga de mortalidade

Após a publicação das novas recomendações, os investigadores fizeram uma nova avaliação da carga de mortalidade atribuível a partículas finas (PM2,5) e dióxido de nitrogénio (NO2) nas mesmas 1.000 cidades europeias incluídas no estudo original.

Os resultados globais foram publicados hoje numa carta no ‘The Lancet Planetary Health’, enquanto os resultados específicos para cada cidade foram publicados no site do ISGlobal Ranking of Cities.

Os resultados atualizados mostram que atender às novas recomendações de qualidade do ar para PM2.5 se traduziria em um aumento de 113% no número de mortes evitáveis ​​nas cidades europeias em comparação com os níveis de referência anteriores.

Embora o cumprimento da recomendação anterior sobre PM2.5 em todas as cidades estudadas possa salvar até 51.213 vidas por ano, o cumprimento da nova recomendação tem o potencial de prevenir 109.188 mortes prematuras anualmente.

Quanto ao NO2, atingir os níveis recomendados pelas novas diretrizes poderia prevenir até 57.030 mortes prematuras, 56.130 a mais do que as 900 mortes evitáveis ​​estimadas para os antigos níveis recomendados de NO2.

Alcançar os níveis mais baixos de PM2,5 e NO2 observados em qualquer cidade poderia prevenir 125.000 e 79.000 mortes prematuras anualmente, respetivamente.

“Embora não haja um limite de exposição seguro abaixo do qual a poluição do ar se torna segura, estes novos resultados mostram como as novas recomendações globais da OMS sobre a qualidade do ar oferecem uma estrutura muito melhor para proteger a saúde humana e prevenir um grande número de mortes”, disse o investigador do ISGlobal Sasha Khomenko, primeiro autor do estudo.

Se os novos dados mostram que o número de mortes evitáveis ​​é muito maior se os novos níveis de referência da OMS forem adotados como metas, esse efeito é muito mais percetível no caso do NO2.

De acordo com o estudo, essas são as 10 cidades com a maior carga de mortalidade atribuível à poluição por PM2.5:

1.-Brescia (Itália)

2.-Bergamo (Itália)

3.-Karviná (República Tcheca)

4.-Vicenza (Itália)

5.-União Metropolitana da Alta Silésia (Polónia)

6.-Ostrava (República Checa)

7.-Jastrzebie-Zdrój (Polónia)

8.-Saronno (Itália)

9.-Rybnik (Polónia)

10.-Havírov (República Checa)

Em relação à carga de mortalidade associada ao NO2, as dez cidades que estão no topo da lista são:

1.-Madrid (área metropolitana) (Espanha)

2.-Antuérpia (Bélgica)

3.-Turim (Itália)

4.-Paris (área metropolitana) (França)

5.-Milão (área metropolitana) (Itália)

6.-Barcelona (área metropolitana) (Espanha)

7.-Mollet del Vallès (Espanha)

8.-Bruxelas (Bélgica)

9.-Herne (Alemanha)

10-Argenteuil – Bezons (França)

Fonte: Greensavers

Mais de 70 alunos do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP) estão a participar na apanha da azeitona, no olival da instituição, que será depois transformada em azeite para doar a entidades de solidariedade social.

A iniciativa, promovida pela Associação Académica do Instituto Politécnico de Portalegre (AAIPP) e intitulada “Olival Solidário”, já tinha sido desenvolvida em 2019, mas sofreu um interregno em 2020, devido à pandemia da covid-19 e à falta de qualidade da azeitona no ano passado.

O presidente da AAIPP, Tiago Camarão, explicou hoje à agência Lusa que a iniciativa voltou este ano a ser desenvolvida depois de contacto com os grupos académicos, tunas e comissões de praxe do IPP.

“Eles mesmos [grupos académicos, tunas e comissões de praxe] foram os responsáveis por angariar os alunos para a apanha da azeitona”, disse.

De acordo com o Tiago Camarão, quando esta ação foi divulgada na comunidade académica os estudantes ficaram “um bocado surpreendidos” e “um bocado reticentes”, porque se trata de uma atividade que “sai muito fora daquilo que é o espírito académico” e do “contexto habitual”.

Mas, depois desse “choque inicial”, os alunos “meteram mãos à obra” e, até esta sexta-feira, estão programadas ações de apanha da azeitona no olival do Campus Politécnico, composto por “cerca de 80 oliveiras”.

O presidente da AAIPP explicou ainda que não estão definidas as instituições de solidariedade social daquela região a contemplar com o azeite que vai ser produzido.

“Depende muito, sobretudo, daquilo que resultar de azeite. Nós, em 2020, não fizemos a apanha, não só devido à pandemia, mas também porque a azeitona não estava nas melhores condições”, disse.

Em 2019, na sequência desta iniciativa, a AAIPP foi galardoada com uma menção honrosa no Prémio Voluntariado Universitário do Banco Santander, sendo um dos 10 finalistas de 100 projetos candidatos.

Fonte: Greensavers

A vacinação obrigatória dos ovinos passa a abranger os distritos de Setúbal e Castelo Branco identificados como regiões afetadas pelo serótipo 4 da febre catarral ovina.

O Edital nº 59, publicado pela DGAV no dia 10 de Novembro, atualiza as regiões afetadas pelo vírus da Língua Azul com base nos resultados dos programas de vigilância medidas de controlo implementadas.

Medidas de controlo implementadas detetaram resultados positivos para o serotipo 4 nos distritos de Setúbal e Castelo Branco que são agora considerados área afetada com serotipo 4, juntando-se ao distrito de Santarém e a toda a região do Alentejo, onde já era obrigatória a vacinação de todo o efetivo ovino reprodutor adulto e dos jovens destinados à reprodução desde Agosto.

A região do Algarve continua a ser a única região afetada com serotipo 1 e 4.

As áreas das regiões autónomas dos Açores e da Madeira constituem zonas livres de língua azul.

Fonte: DGAV

 

 

As exportações de produtos alimentares e bebidas cresceram 13,5% entre janeiro e setembro deste ano face ao mesmo período de 2019, pré-pandemia, segundo a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) aos dados estatísticos oficiais.

De acordo com um comunicado da FIPA, com base numa análise da federação a dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), na comparação com o período anterior à pandemia de covid-19, “o maior contributo foi dado pelas transações para os mercados extra União Europeia [UE], que cresceram mais de 26%, registando-se também um aumento próximo dos 7% nas exportações para a UE”.

“No que diz respeito às importações, foi registado um decréscimo de 0,8%, impulsionado por uma diminuição de 9% nas importações oriundas dos mercados extra União Europeia, tendo sido verificado um ligeiro aumento de 0,63% nas trocas originárias de mercados da UE”, refere também o comunicado da FIPA enviado às redações.

Numa análise global, o setor agroalimentar registou “uma diminuição próxima dos 533 milhões de euros no défice da balança comercial”.

Face ao mesmo período de 2020, de acordo com dados enviados à Lusa pela FIPA, as exportações do setor aumentaram 7,48%, sendo que o número foi de 9,42% de bens provenientes da UE, algo que compensou a descida de 3,58% de produtos oriundos de países de fora do bloco europeu.

Quanto às exportações, face ao acumulado até setembro de 2020, este ano aumentaram 12,30%, com uma subida de 14,63% para a UE e de 8,67% para fora da UE.

De acordo com o presidente da FIPA, Jorge Tomás Henriques, citado no comunicado, o “desempenho positivo das exportações é um bom sinal para a indústria portuguesa agroalimentar e, acima de tudo, deve ser interpretado e acolhido no contexto de uma estratégia de projeção económica do país”.

O responsável da federação do setor agroalimentar refere ainda que há “a expectativa” de continuar “o caminho até final do ano”.

“No entanto, importa estarmos muito atentos à atual conjuntura de disrupções na cadeia de abastecimento, cenário que impacta não só a disponibilidade e custo das diversas matérias-primas, mas que pode ter impacto também nesta trajetória de exportação”, alertou Jorge Tomás Henriques.

Fonte: Agroalimentar

A subida dos preços dos produtos alimentares importados, que devem atingir um “nível recorde” em 2021, inquieta a Organização das Nações Unidas (ONU) quanto à capacidade de os países e consumidores mais pobres se alimentarem.

“O comércio internacional de produtos alimentares acelerou e está em vias de alcançar o seu nível mais elevado, tanto em volume, como em valor”, indica um relatório da agência da ONU para a agricultura e alimentação (FAO, na sigla em Inglês).

“A subida rápida dos preços dos produtos alimentares e da energia coloca importantes dificuldades aos países e aos consumidores mais pobres, que gastam parte importante dos seus rendimentos nestes produtos de primeira necessidade”, acrescentou a FAO no seu relatório semestral sobre as perspetivas da alimentação mundial.

Segundo esta agência, as despesas mundiais com importações alimentares devem superar em 2021 os 1,75 biliões (milhão de milhões) de dólares, mais 14% em relação a 2020 e 12% acima do previsto em junho último.

Sobre os cinco grandes alimentos de base (cereais, açúcar, óleos, laticínios, carne e peixe), a ONU não está inquieta com o risco de penúria, dada as perspetivas de produção dos principais cereais, que permanecem sólidas, e as colheitas “recorde” de milho e arroz esperadas para este ano.

Quanto ao açúcar, a produção mundial deve também recuperar ao fim de três aos de contração. A FO espera também uma subida da produção mundial de carne, leite e peixe.

Mas aponta para o efeito da subida dos preços dos fatores de produção agrícolas (energia, alfaias, adubos, rações para animais, sementes), “que se traduz imediatamente por uma subida dos preços dos produtos alimentares”.

Ora, o seu índice dos preços mundiais destes fatores “atingiu o seu ponto mais alto desde há 10 anos em agosto de 2021”.

De janeiro a agosto, o índice FAO dos preços alimentares subiu 34% e o índice dos preços mundiais dos fatores 25%.

“A análise permite antecipar dificuldades que se podem colocar: na África subsariana, por exemplo, cerca de 70% da oferta depende da importação de adubos azotados, cujo preço varia em função dos combustíveis fósseis”, salientou a FAO.

Pelo recenseamento da agência da ONU, em 53 países, um número crescente, as famílias gastam “mais de 60% dos seus rendimentos” em produtos de primeira necessidade, como alimentos, água e habitação.

Fonte: Agroportal

A Kantar, Worldpanel Division divulgou novos dados sobre quem são os grandes vencedores da pandemia, dando algumas pistas de como o comportamento dos consumidores de produtos de grande consumo (FMCG) pode ter alterado de forma permanente. As novas conclusões mostram que, apesar de um aumento nos gastos fora de casa, durante a primeira metade de 2021, os serviços de entrega de refeições e o comércio eletrónico continuam a mostrar um crescimento sustentado em todos os mercados.

Estes “insights” estão no estudo “Como a entrega de refeições transformou o sector de restauração” da Kantar, baseado nos painéis de OOH em 10 mercados e num inquérito adicional a mais de 15 mil consumidores, e no relatório “Omnichannel”, que acompanha os hábitos de consumo em sete mercados-chave.

O gasto fora de casa em três mercados-chave (Reino Unido, França e Espanha) no segundo trimestre foi mais do dobro, comparando com o mesmo período em 2020, mas está apenas a 75% dos níveis registados em 2019. Enquanto este sector ainda não recuperou totalmente, os serviços de entrega de refeições e o comércio online cresceram 150% e 24%, respetivamente, a nível mundial.

Ajustamento

Apesar de se assistir a um crescimento recorde de 7,5%, em 2020, os produtos de grande consumo começam agora a entrar numa fase de ajustamento, registando níveis ditos “normais”, em que as vendas deverão crescer 2,2%, em 2021.

A mudança parece ser resultado do aumento dos gastos fora de casa, já que muitos países abrandaram as restrições, sendo que alguns, já com boas taxas de vacinação, impulsionaram esta tendência.

Em contraste com 2019, o valor das ocasiões de consumo take-away, on-the-go e entrega de refeições aumentou acentuadamente, apontando para um mercado fora de casa mais variado e fragmentado, à medida que os consumidores desenvolvem novos hábitos. Representando a maioria das vendas no auge da pandemia, a entrega de refeições e take away atraíram mais compradores em todos os mercados, com o maior aumento em Portugal, onde houve um crescimento de 16 pontos percentuais na penetração, em comparação com 2020.

O maior crescimento no sector de entrega de refeições vem de pessoas com 50 anos ou mais, com a penetração a aumentar 43%, relativamente ao ano anterior.

As entregas de refeições, impulsionadas pelos agregadores, principalmente na Europa, estão a manter os ganhos do mercado. As motivações dos consumidores para comprar refeições que são entregues também estão a mudar. 35% dos consumidores assume agora a entrega de refeições como um prazer partilhado, em comparação com 50% em 2019, com mais pessoas a citar ocasiões de consumo novas e diferentes, como almoços e refeições para uma pessoa, que se tornaram parte do seu estilo de vida diário.

O relatório “Omnichannel” da Kantar também mostra que os gastos com saúde e beleza recuperaram, passando de uma contribuição de apenas 3% para todo o crescimento de FMCG, em 2020, para 36%, em 2021, conforme a vida social começou novamente a florescer. Em contraste, a grande vencedora do ano passado, a limpeza caseira, caiu significativamente, contribuindo com menos 7% para o crescimento dos produtos de grande consumo.

E-commerce

A pandemia acelerou o crescimento do comércio eletrónico em quase todos os mercados, com o gasto a crescer 24% no ano a terminado em junho de 2021 e o canal mantendo, em grande parte, os ganhos que obteve na grande transição online de 2020.

Em 2019, o comércio eletrónico tinha uma quota 9,2% do total das compras de supermercado, em 2020, aumentou para um pico de 14,5%, caindo ligeiramente para 14,2%, em 2021.

O crescimento mais forte aconteceu na China, com uma taxa de crescimento de 28%, apesar das altas taxas de vacinação e levantamento de restrições. A Europa tem uma taxa de crescimento muito mais lenta, com as vendas online a crescerem cerca de 13% no Reino Unido e apenas 3% em Espanha.

“2021 foi um ano interessante para o FMCG. Adaptámo-nos aos confinamentos e às fortes restrições, até voltarmos a padrões de comportamento mais normais, por isso, esperávamos ver um aumento nos gastos fora de casa a refletir isso mesmo”, explica Javier Sanchez, Global Business Development Director OOH & Usage Food at Kantar. “No entanto, o crescimento contínuo nas entregas de refeições e do comércio eletrónico destacou a importância da adaptação ao desconhecido, para encontrar novas oportunidades de crescimento. O facto de ainda estarmos a recorrer a refeições entregues, tanto quanto fazíamos no auge da pandemia, aponta para uma mudança de comportamento no longo prazo, que apresenta oportunidades para as marcas que forem mais capazes de atender às novas necessidades dos consumidores”.

Fonte: Grande Consumo

O número de consumidores flexitarianos está a crescer em Portugal. Mas esta subida não é ainda espelhada pelos dados de consumo, uma vez que ainda não houve uma queda significativa da compra de carnes vermelhas, segundo um estudo da consultora Lantern, denominado The Green Revolution.

Em números absolutos, Portugal tem hoje 1.018.000 consumidores veggies com mais de 18 anos, representando 11,9% da população, dando-se uma subida de 2,9 pontos percentuais em relação a 2019. Traduzindo para números absolutos, isto significa que existem mais 250 mil consumidores veggies.

Os vegetarianos correspondem a 2,1% da população portuguesa, quando em 2019 o valor fixava-se em 0,9%. Já a proporção de vegans recuou de 0,7% para 0,5%.
Embora os hábitos alimentares dos portugueses estejam a mudar, não significa que exista ainda uma mudança clara na dieta dos portugueses. “A tendência continua a ser clara e vemos, ano após ano, como cada vez mais pessoas estão a começar a adotar novos hábitos alimentares. Mas esta tendência, apesar de clara, ainda não está a ser sustentada pelos dados de consumo. Ainda não se verificou uma queda significativa nas vendas da carne vermelha”, segundo pode ser lido no documento.
Citando dados do INE, o documento indica que o consumo de carne vermelha tem crescido, em volume total de toneladas, 7%  desde 2013. No entanto, de 2019 para 2020, o consumo de carne vermelha caiu 5%, “dados muito relacionados com o impacto da pandemia no consumo fora de casa”.

Em termos de perfil do consumidor, fazendo a análise por género, as mulheres são predominantes no consumo deste tipo de dieta, sendo 13,7% das mulheres veggies, representando 60% da população veggie do país.
Apesar de os consumidores veggie estarem distribuídos por todas as faixas etárias, a maior penetração é encontrada no grupo etário entre os 18 e os 34 anos. “O segmento com 25-34 anos lidera a penetração por alvo com 16,8%, acima dos 11,3% de há dois anos. No caso dos mais jovens, dos 18 aos 24 anos, 12,8% deles são veggies”, indica o estudo.

Quanto às motivações para os consumidores mudarem o perfil da sua dieta, estas estão relacionadas com a saúde, o bem-estar animal e a sustentabilidade.

Analisando as várias categorias de produtos plant-based no nosso país, o estudo classifica já as bebidas à base de vegetais como mainstream. Os substitutos de carne e os iogurtes surgem como as categorias que estão num estado de grande emergência, seguidas por gelados, queijos, refeições prontas e salsichas, classificados como produtos emergentes. Peixes, ovos e molhos são categorias em crescimento.

Fonte: Hipersuper