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A Câmara Municipal de Cascais acaba de lançar um novo projeto, que a coloca uma vez mais como pioneira na vertente da sustentabilidade, e neste caso, também no desenvolvimento de hidrogénio.

Trata-se de um novo sistema capaz de transformar 50 toneladas de resíduos domésticos em 5 toneladas de hidrogénio, anualmente. O hidrogénio será utilizado como combustível, para o abastecimento de autocarros municipais e veículos da recolha de resíduos do Município.

O processo inicia no reator Stella, que recebe o lixo e trata do seu processo de gasificação, originando assim o hidrogénio. “Esta unidade de produção apenas necessita de utilizar resíduos domésticos, ar e uma pequena quantidade de água, sendo autossuficiente em termos energéticos. Todo o processo de produção é eco-friendly, eliminando problemas como os dos alcatrões e sem emitir para a atmosfera qualquer gás nocivo”, explica em comunicado a Câmara Municipal.

Como refere Vasco Amorim, Docente do Departamento de Engenharias da Escola de Ciências e Tecnologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, “globalmente este projeto contribui para, pelo menos, três dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 das Nações Unidas a saber: objetivo 11 – Cidades e comunidades sustentáveis; objetivo 7: Energias renováveis e acessíveis; objetivo 9: Indústria, inovação e infraestruturas.”

Através desta tecnologia, a Câmara Municipal de Cascais pretende solucionar dois problemas ambientais de uma vez só: a gestão dos resíduos domésticos recolhidos pela autarquia e a utilização de energias fósseis.

A assinatura do protocolo com as empresas portuguesas Floating Particle e IPIAC Nery irá realizar-se esta tarde, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Fonte: Greensavers

Uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra (UC) desenvolveu materiais para tornar a impressão 4D  sustentável e ecológica, baseada em celulose produzida por bactérias. O projeto abre portas a um sem número de aplicações, desde a medicina até aos transportes e setor têxtil.

A impressão 4D surge a partir da impressão 3D, acrescentando a dimensão tempo, permitindo imprimir objetos tridimensionais inteligentes, ou seja, objetos que, com o tempo e mediante estímulos externos, como a temperatura, luz ou pH, entre outros, mudam de forma.

Da impressão 3D à 4D: poderá a celulose bacteriana fazer a ponte? Esta foi a questão de partida para o desenvolvimento do projeto, liderado por Ana Paula Piedade, investigadora e docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). Financiado, no valor de 250 mil euros, pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e por fundos europeus (COMPETE 2020), o projeto conta com a colaboração do Instituto Politécnico da Leiria (IPL).

Para poder responder à questão, a equipa decidiu utilizar as bactérias como “ferramentas vivas” na produção de celulose, um polímero natural altamente versátil. À semelhança do que acontece em qualquer empresa, o processo de recrutamento e seleção é uma etapa fundamental. Assim, a equipa de Microbiologia Ambiental da UC que integra o projeto começou por identificar um conjunto de bactérias e selecionar as que demonstraram ter mais capacidade para a função. Para tal, recorreu à Coleção de Culturas de Bactérias da Universidade de Coimbra (UCCCB).

«Através da análise genómica, o grupo de microbiologia identificou as bactérias que possuem genes para a produção de celulose. Foi então escolhido um conjunto de bactérias, que foram posteriormente caracterizadas e testadas, tendo sido selecionadas duas estirpes», explica Ana Paula Piedade.

Concluído este processo, a “fábrica” de bactérias iniciou a laboração até se obter a celulose necessária para produzir um material que possibilitasse a impressão 4D. «As celuloses obtidas foram misturadas com polímeros dissimilares (com propriedades diferentes de cada uma das celuloses) e, a partir daí, produzimos os biocompósitos e desenvolvemos os filamentos adequados à impressão 4D», descreve a investigadora do CEMMPRE – Centre for Mechanical Engineering, Materials and Processes – da FCTUC.

Contado assim, parece que foi um processo simples, mas não. A equipa teve de efetuar diversos estudos e enfrentar muitos desafios complexos. O maior deles, relata Ana Paula Piedade, foi, e continua a ser, conseguir a «reversibilidade do material, ou seja, garantir que o mesmo material que assume diferentes formas mediante os estímulos externos é capaz de, por si mesmo, voltar ao formato original.  A tecnologia 4D permite que o material se transforme e regresse depois à forma inicial».

Superados os vários obstáculos e desafios, foram impressos com sucesso diferentes tipos de objetos, abrindo portas a uma vasta gama de aplicações. Por exemplo, produzir «dispositivos que possam atuar em locais onde não há eletricidade, dispositivos capazes de mudar de forma consoante a solicitação mecânica que têm, roupas inteligentes para atletas de alta competição, que regulam a transpiração em função da temperatura ambiente, dispositivos biomédicos, enfim, há um “mundo de possibilidades”», aponta a líder do projeto.

A tecnologia agora desenvolvida é sustentável e de baixo custo, porque as bactérias apenas necessitam de “comida” (que pode ser, por exemplo, resíduos alimentares) para produzirem celulose, e amiga do ambiente: «97% do material usado fica na própria peça que é impressa, ou seja, o resíduo produzido é mínimo e, mesmo assim, esse resíduo pode ser usado para a produção de mais filamentos», sublinha ainda Ana Paula Piedade.

Além disso, quer o material compósito quer a celulose são completamente biodegradáveis e biocompostáveis. Outra grande vantagem de usar as bactérias é o facto de elas produzirem celulose pura, ao contrário, por exemplo, da celulose obtida das árvores, que exige vários tratamentos de purificação.

A cientista da FCTUC esclarece ainda que estas bactérias usadas para o fabrico de celulose não são patogénicas. «Pelo contrário, são fortes aliadas para tornar possível a impressão 4D. Não podemos esquecer que as bactérias resultam de milhões de anos de evolução, elas aprendem e adaptam-se».

A fase seguinte da investigação vai centrar-se no desenho de estruturas para aplicações específicas, designadamente na conceção de dispositivos que possam tirar vantagem deste efeito 4D. «Vamos explorar diferentes abordagens para a fabricação de dispositivos 4D, pois é necessário pensar muito bem como é que vamos imprimir, definir a geometria do que se vai imprimir e otimizar processos que garantam o efeito de 4D», conclui.

Fonte: Greensavers

Portugal produz resíduos de plástico acima da média europeia, com uma fração a ir parar ainda a aterro, mas país tem potencial para várias alternativas sustentáveis, refere investigadora da Universidade de Aveiro.

“As embalagens de plástico em Portugal representam 8% dos resíduos. Cada habitante está a produzir cerca de 40,3 quilos por ano, acima da média da União Europeia. Precisamos de medidas para reduzir o consumo de plástico, porque, se os outros países conseguem, nós também vamos conseguir”, declara Joana Correia Prata, investigadora da Universidade de Aveiro, à agência Lusa.

O país continua a mandar diretamente “33% dos resíduos para aterro”, que é ainda “a forma dominante de tratamento dos resíduos em Portugal”, já que há também algum refugo de outras formas de tratamento de resíduos, como a reciclagem, que acabam por ir para aterro.

“Se considerarmos esse refugo, chegamos a 58% que estamos a enviar para aterro. Ainda é uma parte considerável”, considera.

Isso acontece, no caso dos plásticos, com “material muito degradado”, que não pode ser reaproveitado, ou com “materiais que misturam vários tipos de plástico”.

“Aí, também pode não ser economicamente possível. Até pode ser reciclado, mas pode haver tão pouco daquele plástico que não é viável”.

Joana Prata admite que “é preciso muita regulação em termos de plástico, de aditivos”, reconhecendo que “a União Europeia está a fazer um esforço”, mas que “é muito difícil”.

“Há muitos plásticos diferentes, apesar das categorias de polímeros grandes, cada tipo de plástico tem uma mistura de aditivos que ninguém sabe muito bem o que é, é um segredo industrial de cada empresa. É muito difícil chegar a conclusões, porque o mercado é muito grande e há muita coisa. Mas sim, o ideal era conseguirmos regular e que fosse tudo reciclável”, concretiza.

No estudo “The road to sustainable use and waste management of plastics in Portugal”, (“O caminho para um uso e gestão sustentáveis dos plásticos em Portugal”, em tradução livre) publicado recentemente no jornal Frontiers of Environmental Science & Engineering, a equipa da Universidade de Aveiro fez uma revisão de literatura em que agrega “muita informação que estava dispersa e era facilmente acessível”.

A partir daí são tiradas “algumas conclusões sobre o que se estava a passar em Portugal”, explica a investigadora e sugeridas algumas soluções.

O trabalho agora publicado analisa também a balança comercial portuguesa no que se refere aos plásticos.

“Portugal importa muitos plásticos, e também exporta, maioritariamente da União Europeia. Esta reciclagem e valorização dos plásticos, a nível energético ou do material, traz muitos benefícios ecológicos e económicos”.

A investigadora destaca que, “se Portugal conseguisse valorizar esses resíduos, seria uma referência a nível europeu”.

“Se já importa, e a maior parte dos resíduos que recebemos vai para reciclagem – 30,8% –, e uma fração grande para produção de energia, podemos aumentar mais e ser uma referência a nível europeu”.

Portugal tem ainda “outra área em que pode ser uma referência”, a “produção de bioplásticos”.

“Temos a parte agroflorestal e marinha, podemos produzir bioplásticos a partir desta matéria orgânica, e por isso também ser uma fonte de bioplásticos para a União Europeia. Se fizéssemos biorrefinarias e aproveitássemos estas substâncias, podíamos ter também valor acrescentado para a economia”, aponta.

Joana Prata refere também o problema da taxa de gestão de resíduos, “que foi aumentada de 11 para 22 euros”, mas que, por ser taxada diretamente ao consumidor, “via conta da água”, “não está a diferenciar quem recicla de quem não recicla, ou quem produz muitos resíduos ou não”.

“Os municípios já estão a ameaçar que não vão premiar a reciclagem, vão apenas aumentar a taxa nos consumidores”, mas sem que essa distinção seja feita, indo “contra a teoria do poluidor pagador”.

“Esta taxa de resíduos pode aumentar, talvez até deva, está abaixo da média europeia, mas simplesmente aumentar sem qualquer medida para proteger os consumidores não faz sentido, os municípios apenas vão aumentar a taxa para os consumidores e não reciclar mais, que era o pretendido”, conclui.

Outro dos diagnósticos referidos no estudo é que, em Portugal, em 2015 e 2016, foi registada “uma mediana de 300 itens de lixo por 100 metros de praia”, valor que “está acima da mediana da União Europeia, de 149 itens [por 100 metros), e muito acima do objetivo de 20 itens por 100 metros”.

A reciclagem mecânica “não vai conseguir tratar do assunto”, refere a especialista, elencando outras formas de aproveitamento, “que pode ser energético”, através da incineração, ou, pela pirólise, que permite a produção de hidrogénio.

Joana Prata especifica que “os estudos em Portugal que compararam a incineração com recuperação energética à alternativa, que é o aterro destes resíduos, com impacto grande no ambiente”, mostram que “a incineração tem um benefício ecológico”:

Por outro lado, a pirólise permite transformar os plásticos “em moléculas mais simples”.

“O benefício destas técnicas é que têm infraestruturas mais baratas do que uma incineradora para recuperação de energia, e permitem, com outras técnicas, fazer a produção de hidrogénio a partir dos resíduos. E podemos juntar-nos ao Plano Nacional de Hidrogénio”, detalha.

Ainda assim, a reciclagem é “preferencial, porque, quando fazemos incineração, estamos a recuperar energia mas a perder o material, temos de o produzir de novo”.

Todas estas “são opções que devem ser tomadas antes de ir ao aterro”, assevera a especialista.

Fonte: Greensavers

Portugal e Timor-Leste assinaram hoje acordos de cooperação bilateral e técnico-científica no setor agrícola e para desenvolvimento do café, o produto não-petrolífero mais exportado pelo país.

Os dois textos, assinados hoje em Díli pelo embaixador de Portugal, José Pedro Machado Vieira, e pelo ministro da Agricultura e Pescas timorense, Pedro dos Reis, permitem continuar o projeto da Quinta Portugal, em Aileu, e aprofundar a investigação no setor do café.

O Projeto Quinta Portugal, que nasceu em 2000, é o maior projeto de cooperação bilateral portuguesa no setor da agricultura em Timor-Leste, sendo atualmente financiado pelo Camões, IP e implementado em parceria com o MAP.

Além de um memorando de entendimento geral, foi assinado um protocolo, a implementar ao longo de três anos, direcionado especialmente para o setor do café.

O protocolo de cooperação, que envolve ainda o Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro (CIFC) do Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa, pretende “reatar e aprofundar o trabalho, iniciado entre 2009 e 2012, de caracterização e estudo das raças de ferrugem do cafeeiro existentes em Timor-Leste e a identificação de plantas promissoras para a criação de novas variedades de cafeeiro Arábica resistentes à doença”.

A ferrugem alaranjada é a doença mais importante do cafeeiro Arábica podendo causar perdas de produção superiores a 30%.

A doença, causada pelo fungo Hemileia vastatrix, infeta as folhas do cafeeiro, formando, na página inferior, pústulas de soros uredospóricos de cor alaranjada, o que pode provocar a queda prematura das folhas e enfraquecer a planta.

Especialistas notam que as raças fisiológicas da doença identificadas em Timor-Leste estão caracterizadas pelo CIFC como “das mais virulentas de todo o mundo”.

A investigação permitirá, segundo os textos que acompanham os documentos assinados, conhecer melhor a doença e as principais raças existentes no território de Timor-Leste e, além disso, ajudar a identificar plantas produtivas e resistentes à doença.

Estas melhorias, a par da adoção de melhores técnicas de gestão das plantações (podas, adubações, etc.) são consideradas “estratégias fundamentais para o desenvolvimento da cafeicultura em Timor-Leste”, explicam os responsáveis do projeto.

José Pedro Machado Vieira recordou que o protocolo marca 21 anos de cooperação portuguesa contínua no setor agroflorestal em Timor-Leste, com a criação da Quinta de Portugal.

Projeto que, recordou, estabeleceu e manteve campos de demonstração, aumentou e diversificou o património vegetal, tendo “produzido mais de um milhão de plantas que apoiaram atividades de reflorestação em Timor-Leste”.

Em paralelo, recordou, foram capacitados milhares de agricultores, estudantes e técnicos, com apoio a produtores de café, incluindo na melhoria da gestão e produção.

Pedro Reis saudou o apoio de longa data que Portugal tem dado a Timor-Leste no setor agrícola, “ajudando a melhorar um setor de que depende a maioria da população timorense”, frisando em particular a importância do setor do café.

O governante mostrou-se otimista que as investigações ajudem a melhorar a qualidade e produção do café em Timor-Leste, crucial para as receitas de uma fatia significativa das famílias do país, corrigindo problemas que hoje afetam o setor.

“O café é o principal produto agroflorestal e a maior exportação não petrolífera, e contribui para os rendimentos de cerca de 37% de famílias da timorense”, disse.

“No entanto, nas plantações de café, olhando para os resultados, as produções são muito baixas porque os agricultores não dão muita importância à necessidade de reabilitação e gestão das plantações”, disse o ministro, notando que por isso, e pelo impacto da ferrugem, “cerca de metade dos produtores de café vivem com rendimentos abaixo da linha da pobreza”.

Os estudos anteriores foram levados a cabo no âmbito da cooperação bilateral e envolvendo o entretanto extinto Instituto de Investigação Científica Tropical, através do Centro de Investigação das Ferrugens do Cafeeiro, que atualmente integra o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa.

Em concreto, os estudos permitiram identificar três novas raças de ferrugem alaranjada, com elevados níveis de virulência, nunca antes encontrados em rastreios realizados noutros países produtores de café.

“Sabendo-se que a ferrugem alaranjada é a doença mais importante do cafeeiro Arábica, podendo causar perdas de produção superiores a 30%, acreditamos que o seu estudo tem uma importância estratégica não apenas no contexto de Timor-Leste, mas também em todos os países produtores mundiais de café”, sublinhou José Pedro Machado Vieira.

Fonte: Agroportal

No Algarve, a seca está a levar à escassez de alimento e água para as abelhas. Por isso, o pólen está a ser substituído por açúcar. A Melgarbe alerta os consumidores portugueses para o facto de que "é indispensável preservar as abelhas, em Portugal, e a melhor forma de o fazer é consumindo mel de produtores portugueses".

A seca prolongada que se faz sentir no nordeste algarvio está a pôr em risco as colónias de abelhas da região. O incêndio do ano passado, em Castro Marim, deixou um rasto de destruição de cerca de seis mil hectares de área ardida. Como consequência, as abelhas afastaram-se para a faixa litoral em busca de alimento, porém, tudo o que encontraram ao tocar nas flores foram herbicidas. De modo a preservar a espécie, a alternativa ao pólen teve, assim, de ser o açúcar.

O agrónomo Paulo Ventura justifica que "como aquela região é muito árida, e pouca precipitação houve desde o incêndio, a reposição da flora para que as abelhas se alimentem tarda e, por isso, tivemos de recorrer a esta situação de emergência". Nesse sentido, o Governo já distribuiu oito toneladas deste produto aos apicultores e, para compensar a falta de pastagens, a Direção Regional de Agricultura e Pescas (DRAP) anunciou que vai também distribuir 13,5 toneladas de palha e 8100 kg de milho e cevada pelos produtores pecuários.

De acordo com a Melgarbe, o Algarve é, atualmente, a principal região produtora de mel no país, com uma média de 900 toneladas por ano. Assim, Paulo Ventura alerta os consumidores portugueses para o facto de que "é indispensável preservar as abelhas, em Portugal, e a melhor forma de o fazer é consumindo mel de produtores portugueses". Atualmente, mais de 80% da produção de mel destina-se à exportação, principalmente para a França e a Alemanha, porque o consumo nacional é muito reduzido.

Fonte: TSF

O fundador da Impossible Foods, Patrick Brown, marcou hoje presença no Web Summit, onde debateu com Andy Serwer, editor-chefe da Yahoo Finance, como é que uma dieta de base vegetal pode combater as alterações climáticas.

A empresa surgiu da necessidade de transformar o sistema alimentar global, que o próprio considerou que era “fazível e incrivelmente urgente”.

A agricultura tem um impacto ambiental que corresponde a cerca de 17% das emissões de gases com efeito de estufa de todos os setores, impacto esse que, Segundo o criador da Impossible Foods, é reversível se mudarmos o nosso estilo de vida.

O principal concorrente da empresa é a indústria tradicional de carne, e é por essa mesma razão que a equipa procura sistematicamente novas soluções para melhorar os seus produtos e os tornar apelativos para os consumidores. A parte mais difícil do processo, segundo Patrick Brown, é fazer com que os alimentos sejam mais saborosos que as alternativas animais, mas até ao momento, os consumidores indicam que essa tarefa tem sido bem sucedida.

”Para sucedermos, não podemos apenas fazer algo que é uma réplica decente de um produto animal, temos de fazer um produto que é preferível para os consumidores em todas as maneiras que interessam, o que significa, ser mais barato, mais saudável, mais sustentável e mais delicioso”, refere.

De momento, a Impossible Foods já lançou no mercado alternativas vegetais de salsichas, bife de porco e de nuggets de frango, mas planeia lançar novos produtos num futuro próximo.

A missão da empresa é chegar a todos os mercados. Atualmente, a única barreira que existe para entrar no espaço da União Europeia (UE) é a presença de um ingrediente indispensável para garantir o sabor, a molécula heme. Embora exista em vários alimentos, nunca tinha sido usada para fazer comida. O fundador prevê que, em um ou ano e meio, já esteja tudo aprovado para entrar no mercado da UE.

Fonte: Greensavers

A produção de laranja no Algarve registou um aumento de 15 a 20% na campanha 2020/2021, mas a Associação de Operadores de Citrinos do Algarve (AlgarOrange) teme que as pragas existentes provoquem quebras de 70% num futuro próximo.

O presidente da AlgarOrange, José Oliveira, disse à agência Lusa que a última campanha de citrinos também registou quebras de preço “entre 15 a 20%”, em comparação com o ano de pandemia de covid-19, que tinha beneficiado o setor com um aumento da procura e do valor pago ao produtor, chegando a ser pagos 70 cêntimos por quilograma, quase o dobro do preço praticado um ano antes.

Quanto às exportações da citricultura algarvia, José Oliveira quantificou-as numa “média de 20% da produção”, que no Algarve equivale, “em termos médios, a 70 a 80% da produção nacional” de “cerca de 350.000 toneladas por ano”.

“Os países principais foram França, Espanha e Canadá, mas exportámos também para outros países, como Itália, Alemanha, Holanda, Noruega e Costa Rica”, enumerou o dirigente da associação algarvia.

José Oliveira advertiu, no entanto, que os citricultores algarvios podem vir a atravessar uma situação “bastante difícil” e estão “muito preocupados com o futuro próximo”, por causa de “pragas que estão a ameaçar” os pomares, como a da mosca da fruta ou a “trioza”.

“Os fatores ambientais e de sustentabilidade são para nós importantes, no entanto temos pragas como a mosca da fruta, que não tem nenhum plano integrado, apesar de andarmos a batalhar e a lutar para que haja um plano integrado de combate a esta praga, que causa enormes problemas económicos aos produtores”, afirmou.

Este plano devia contar, segundo o dirigente da associação, com “armadilhas” e “luta biológica, com a largada de machos de mosca da fruta esterilizados”, mas também com “um sistema de monitorização da praga”, para fazer “o combate com fitossanitários na altura devida”, ou com a criação de “um cadastro da citricultura do Algarve”.

A “instalação de uma fábrica de produção de machos estéreis” é outra das medidas proposta pela AlgarOrange, mas “a resposta das entidades oficiais é a de que não há dinheiro e possibilidades de financiamento”, ao contrário do que acontece em países como Espanha, onde os produtores estão “apetrechados com bons planos e boas medidas para combate a esta praga” e “há investimento público ou investimento regional forte” nesta área.

“Outra praga que está a preocupar o setor é a ‘trioza’”, alertou, advertindo que, “se ela entrar e se espalhar no Algarve, ameaça toda a citricultura”, gerando “perdas de produção na ordem dos 70%”, como “aconteceu na Florida”, nos Estados Unidos, onde a “produção de citrinos está de rastos”.

A mesma fonte lembrou que esta praga foi detetada pela primeira vez no Minho e que foi “anunciado um plano nacional de erradicação para evitar que chegasse ao Algarve, que é a grande região de produção de citrinos, mas o facto é que, em setembro de 2021, a praga chegou” e “já está em Aljezur e Vila do Bispo”.

“E, agora, independentemente de serem anunciadas e terem sido feitas algumas largadas de predadores em Aljezur para conter a propagação desta praga, nós constatamos que dificilmente ela ficará contextualizada à região de Aljezur e Vila do Bispo”, lamentou, apelando à tomada de “medidas” e à criação de uma “estratégia” para tentar atrasar ao máximo esta expansão, que está a deixar os produtores “alarmados” e pode ser “catastrófica para a citricultura do Algarve”.

José Oliveira sublinhou ainda que a este problema soma-se também o aumento de custos de produção com combustíveis ou energia, “transversal a toda a economia”, e os preços cada vez mais baratos pagos pelas cadeias de distribuição, que podem deixar os produtores “com a água pelo pescoço”.

Fonte: Agroportal

A Autoridade da Concorrência (AdC) aplicou uma coima de 92,8 milhões de euros à SuperBock, Modelo Continente, Pingo Doce, Auchan e Intermarché, além de duas pessoas singulares, por um esquema de fixação de preços.

Em comunicado, a Concorrência adianta que “a  investigação permitiu concluir que, mediante contactos estabelecidos através do fornecedor comum, sem necessidade de comunicar diretamente entre si, as empresas participantes asseguravam o alinhamento dos PVP [Preço de Venda ao Público] nos seus supermercados, numa conspiração equivalente a um cartel, designada na terminologia do direito da concorrência por ‘hub-and-spoke'”.

Esta prática elimina a concorrência e priva os consumidores da opção por melhores preços, “garantindo melhores níveis de rentabilidade para toda a cadeia de distribuição”, acrescenta a AdC.

A Super Bock já veio a terreiro repudiar a multa superior a 33 milhões de euros aplicada pela AdC pela participação num esquema de fixação de preços, garantindo que cumpre a lei e que vai recorrer para o Tribunal da Concorrência.

A empresa “repudia a decisão de condenação divulgada pela AdC [Autoridade da Concorrência], que advém de uma acusação que a empresa considera infundada”,  disse, em comunicado.

Fonte: Hipersuper

Numa altura em que nos aproximamos da época festiva, 98% dos gestores do sector do retalho inquiridos pela First Insight e pelo Baker Retailing Centre da Wharton School disse estar a ter problemas na cadeia de abastecimento.

Um total de 100% disse que a disrupção afetará a próxima época de vendas de Natal e perspetiva que as interrupções se mantenham, pelo menos, até 2022.

Para mitigar o aumento dos custos, 59% indicou estar a subir os preços dos produtos ou os custos de envio para os consumidores. Apenas 2% não antecipava aumentos de custos, de acordo com o estudo.

Redução das margens

Entre os inquiridos, uma maioria considerável (68%) disse que prevê uma margem inferior a 10%. Outros 27% esperam uma redução da margem de 10% a 20% e 5% que as margens baixem mais de 30%.

Para recuperar alguma margem, 22% dos gestores indica estar a reduzir ou a eliminar as promoções que tinha planeado.

Os retalhistas estão também a trabalhar para melhorar a sua capacidade de previsão, a encontrar novos fornecedores, a racionalizar os sortidos, entre outras medidas.

Fonte: Grande Consumo

Angola quer reforçar a cooperação com Portugal no setor das pescas, nomeadamente nas áreas da aquacultura, investigação científica e formação de recursos, disse em Lisboa a secretária de Estado da tutela angolana.

Numa conferência de imprensa conjunta com a sua homóloga portuguesa, Teresa Coelho, a governante angolana, Esperança da Costa, considerou que a cooperação entre Portugal e Angola no setor das pescas “tem laços históricos e é bastante forte nos vários domínios, mas sobretudo no da investigação científica e da formação de quadros especializados”.

Segundo a secretária de Estado angolana, no âmbito do protocolo assinado em 2019 entre os dois países, deverá haver agora “um reforço da [cooperação] em algumas áreas, tendo em conta a estratégia do desenvolvimento sustentável, aquilo que são as prioridades nacionais em termos de diversificação da economia e aquilo que são as necessidades também de maior desenvolvimento, em Angola, da aquicultura, na vertente continental, mas também da aquicultura marinha.”

“Portugal tem uma boa experiência neste domínio, Angola tem um ecossistema marinho que oferece boas oportunidades para o desenvolvimento da aquicultura. Então é concentrar aqui sinergias para a identificação de projetos com reciprocidade de vantagens”, afirmou, após uma reunião de dois dias, em Lisboa, com Teresa Coelho.

A secretária de Estado das Pescas portuguesa fez questão de sublinhar, por seu lado, que estes dois dias de trabalho foram “uma sessão muito produtiva”, que teve como principais temas os assuntos do mar, a estratégia nacional para o mar, a conferência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) sobre os oceanos e a investigação científica no setor.

Sobre a investigação científica disse: É uma área que já estava numa fase muito mais madura de cooperação”.

Teresa Coelho fez também questão de relembrar que a sua homóloga já tinha estado em Lisboa em agosto deste ano e que as reuniões agora tidas entre ambas as governantes foram a continuação de um trabalho que tem estado a ser desenvolvido presencialmente ou virtualmente, tendo por base um memorando de entendimento firmado entre os dois governos em 2019.

Neste contexto, salientou: “Em Portugal nós estamos focados, nas pescas, em melhorar o rendimento dos pescadores, em valorizar o produto das pescas, em melhorar a formação profissional e em valorizar a profissão. Portanto, queremos ser um setor mais moderno, mais competitivo, mais rentável”.

“Angola acompanha-nos e o que estamos aqui a estabelecer é a continuar as bases de uma cooperação que já se iniciou há muito tempo, mas que o objetivo é o mesmo, é termos cada vez um setor das pescas e uma fileira do pescado com bons resultados para os nossos pescadores, desenvolver uma pesca sustentável e saber que os nossos pescadores têm um produto valorizado”, acrescentou.

Para isto, sublinhou: “Precisamos de ter uma indústria com boas bases, ter melhores condições do ponto de vista da higiene e segurança alimentar e da segurança de pessoas e bens (…). E estes são objetivos para Portugal e Angola”.

Quanto à aquacultura “também é uma matéria muito importante”, admitiu a secretária de Estado de Portugal.

“Portugal está a fazer o caminho de melhorar os estabelecimentos e produção aquícola. Angola também. E nós aprovámos este ano a Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030 e o plano de ação”, sublinhou.

Além disso, há “um excelente entendimento entre os dois paises”, sublinhou.

A secretária de Estado das Pescas, Teresa Coelho, recebeu a sua homóloga de Angola, Esperança da Costa, a 02 e 03 de novembro, para fazer o ponto da situação da cooperação bilateral e identificar novas áreas de trabalho conjunto.

As duas responsáveis reuniram-se com os organismos do ministério e analisaram as diferentes áreas do setor das pescas e aquacultura.

Nestas reuniões esteve também presente a diretora do Instituto de Investigação Marinha de Angola, Filomena Vaz Velho.

Fonte: Agroportal