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O preço do trigo no mercado mundial ficou em setembro 41% acima do valor de há um ano antes, "devido à redução das disponibilidades exportáveis" num contexto de "forte procura", de acordo com o último boletim mensal da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).

Apesar da grandeza do número, "é preciso ver qual o peso que a farinha de trigo tem na fórmula do preço do pão. É uma fração diminuta se comparada com o peso da energia (para os fornos), do transporte ou da mão-de-obra", comenta Luís Mira, secretário-geral da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP).

No entanto, o dirigente reconhece que, "face ao aumento dos preços dos combustíveis, da eletricidade, do gás e de outros bens, poderá ser inevitável uma atualização dos preços", reportando-se ao pão, mas também à carne, por exemplo, por via do encarecimento de outros cereais, como o milho (subiu 38% num ano), o arroz e a soja.

O aumento da cotação do trigo acabou por contribuir para a subida, pelo segundo mês consecutivo, do Índice de Preços de Alimentos da FAO, que reflete os preços dos bens alimentares mais comercializados a nível mundial. Elevou-se aos 130,0 pontos em setembro, mais 1,2% face a agosto, e mais 32,8% em relação a setembro de há um ano, uma trajetória que a organização atribui a uma "oferta restrita" e a uma "forte procura por alimentos básicos, como trigo e óleo de palma".

Produção recorde
Por outro lado, o boletim refere que o aumento dos preços dos cereais ocorre apesar de se prever uma produção recorde neste ano que, mesmo assim, está a revelar-se abaixo das necessidades dos consumidores.

"A produção global de cereais em 2021 deve atingir um recorde histórico de 2,8 mil milhões de toneladas, embora esteja abaixo das necessidades de consumo projetadas para a campanha de comercialização de 2021/22", indica a FAO.

"Entre os principais grãos, o trigo será o foco das atenções nas próximas semanas, já que a procura precisará de ser avaliada em relação ao rápido aumento dos preços", observou o economista sénior da FAO, Abdolreza Abbassian, citado no mesmo boletim.

Sob o efeito do óleo de palma
Já no caso do Índice de Preços do Óleo Vegetal, este ficou 1,7% mais elevado num mês, mas cerca de 60% acima dos valores de setembro de 2020, "já que os preços internacionais do óleo de palma atingiram o nível mais alto do mundo". A FAO explica que, "nos últimos 10 anos, devido à forte procura global de importação e preocupações com a escassez de trabalho migrante afetou a produção na Malásia".

No caso dos laticínios, o índice subiu 1,5% face a agosto, devido a uma "forte procura global de importação" e a fatores sazonais na Europa e na Oceânia.

Quanto preço do açúcar, deu-se um acréscimo de mensal de 0,5%, mas um aumento anual de 53,5%, uma evolução que a FAO atribui às "condições climáticas adversas e ao aumento dos preços do etanol no Brasil, que é o maior exportador mundial de açúcar".

Já o índice de preços de carnes permaneceu "praticamente inalterado em setembro em comparação com o mês anterior, embora o aumento anual tenha sido de 26,3%".

Receios nos mercados
Nos mercados de capitais, os analistas e gestores de fundos estão apreensivos e receiam uma possível crise alimentar. A gestora de ativos Sixty Degrees já alertou em fevereiro deste ano para a existência de riscos que possam levar a concretizar-se este cenário.

"A Sixty Degrees mantém as suas convicções, já divulgadas em fevereiro último, quanto à elevada probabilidade de estarmos perante uma crise alimentar no quadro de um cenário de estagflação a nível global", disse Nuno Sousa Pereira, responsável de investimentos da gestora de ativos.

"O mercado tem convergido paulatinamente para este cenário", alertou. Citou o facto de o preço das matérias-primas alimentares estar a manter "a toada de subida ao longo do ano" a que se soma o aviso do Fundo Monetário Internacional (FMI), que, no seu mais recente outlook, " alerta para a diminuição das perspetivas de crescimento de curto prazo da economia mundial e para o aumento do risco de estagflação".

"O aumento do preço das matérias-primas alimentares é agora generalizado, tendo algumas delas (açúcar, café, arroz e gado) recuperado recentemente o "terreno perdido", desde o início do ano, para as suas "congéneres" soja, trigo e milho", adiantou Nuno Sousa Pereira.

Causas

O gestor de ativos alertou que "a tendência de escalada dos preços é suportada por vários fatores, com especial incidência" na disrupção da cadeia de logística, a nível mundial, que eleva o custo de armazenagem, de transporte e de toda a cadeia de produção. Também o aumento dos custos da energia pesam na fatura, dado ser uma componente importante na produção de fertilizantes e onde o preço do gás natural representa 60% a 90% dos custos de produção. "Esta matéria-prima já subiu cerca de 125% desde final de 2020", apontou.

Somam-se fenómenos climatéricos que têm prejudicado algumas colheitas, como é o caso da maior vaga de frio da história recente do Brasil que acabou por congelar os campos de café resultando na perda desta colheita. E junta-se ainda a falta de mão-de-obra, especialmente nos países ocidentais.

O mesmo gestor de ativos sinalizou que a "procura por bens alimentares mantém-se robusta uma vez que a subida de preços, já antecipada pelos mercados financeiros, só agora se começa a repercutir no consumidor".

Olhos na China

Outro alerta de risco para uma eventual crise alimentar tem vindo da China, que está a braços com a gestão da falência sua maior imobiliária, a Evergrande, com ramificações para o mercado de crédito doméstico e com possível contágio a toda a atividade económica chinesa ou mesmo à economia mundial. Trata-se de uma empresa que tem mais dívida emitida que o Governo português, lembrou o responsável de investimentos das Sixty Degrees.

A par desta situação, tem havido uma escalada da pressão militar chinesa sobre Taiwan. Caso esta situação leve ao confronto/invasão de Taiwan, há riscos para os preços dos alimentos e matérias-primas. Trata-se também do local onde se produz a maior fatia dos mais avançados semicondutores a nível global.

"Uma disrupção do comércio na zona geográfica do Sul da China teria implicações não só sobre os bens alimentares, mas também sobre a maioria das cadeias de produção de outros bens, podendo originar um agudizar deste cenário de estagflação, isto é, baixo crescimento económico com inflação ao nível dos bens de consumo", disse Nuno Sousa Pereira.

Fonte: Dinheiro Vivo

Sabia que população mundial atingirá os 10 biliões de pessoas em 2050?

É importante pensarmos no que comemos por razões de saúde, mas também para a sustentabilidade do planeta.

Por isso, é celebrado no dia 16 de outubro, o Dia Mundial da Alimentação, que tem como intuito alertar para a importância da existência de sistemas alimentares sustentáveis a nível mundial.

A DGAV associa-se a esta iniciativa global, procurando dar a conhecer como pode contribuir para ajudar o planeta, através da brochura “Alimentação Sustentável – Salvaguardar o Futuro!

Saiba mais:

OMS : https://unric.org/pt/dia-mundial-da-alimentacao/

FAO: Video com legendas em Português : https://www.youtube.com/watch?v=pAcaU6pF6_I

Fonte. DGAV

Todos os anos, no mês de setembro, as Nações Unidas e a União Europeia promovem uma campanha de limpeza de praias, que pode ser realizada por equipes de pessoas em qualquer país. 

Os primeiros resultados de 2021 já saíram, com Portugal liderando o total de ações realizadas. Segundo os organizadores da campanha, das 260 iniciativas deste ano, 175 aconteceram em praias portuguesas, ou mais de 67%. 

A ONU News em Lisboa acompanhou uma dessas ações envolvendo um grupo de crianças de apenas quatro anos de idade. Munida de luvas e de sacos de lixo, a equipe de uma escola particular da capital portuguesa foi até a Praia da Poça, no Concelho de Cascais, com uma missão: ajudar os animais marinhos. 

"Por que é que achas que as pessoas não devem deixar lixo na praia? Porque os peixinhos comem e depois não conseguem nadar. Porque os animais morrem e ficam doentes.” 

Neste ano, a campanha de limpeza de praias na União Europeia foi mesmo dedicada à proteção da vida marinha. A professora Teresa Salema, da escola Park International, que acompanhou as crianças na Praia da Poça, falou sobre a importância de começar este tipo de ação desde muito cedo.  

50 toneladas de lixo recolhido

“Eles estavam mesmo empenhados em encontrar lixo e principalmente, em proteger os animais. Sempre com a preocupação de que eles não engulam, que não fiquem a tossir, que não haja objetos que trespassem a barriga deles e que os façam morrer. Desde pequeninos, ganham este hábito que é tão importante, de não deitar o lixo para o chão e de ter esta preocupação, se vem o vento ou se vem as ondas, levam o lixo para o mar e depois o oceano fica poluído com o nosso lixo. E porque, inevitavelmente, essa mensagem também passa aos pais.” 

Neste ano, 52 países participaram da campanha da ONU e da União Europeia, com mais de 50 toneladas de lixo recolhidas das praias. Em junho de 2022, Lisboa será a sede da Conferência dos Oceanos da ONU.  

Proteger a vida marinha e preservar mares e oceanos é a meta número 14 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que prevê reduzir de forma significativa todo o tipo de poluição marinha até o final desta década.  

Fonte: ONU News

 

Os sete tipos de consumidor

  • Friday, 15 October 2021 10:01

Todos fazem compras, mas nem todos compram o mesmo. Há aqueles que vão à procura das melhores ofertas e aqueles que não se preocupam tanto com as suas despesas. Há aqueles que só compram produtos de marca e fãs de marcas da distribuição, aqueles que só querem produtos ecológicos e aqueles que só olham para o preço, entre outros.

De acordo com a Tiendeo.com, existem sete tipos de consumidores, que se destacam pela sua forma de compra, pelo tipo de produtos que consomem, pelas suas preferências de marca e pelos canais utilizados.

7 perfis

O primeiro dos compradores seria o prático. Para os consumidores práticos, as compras são um ato simples destinado a satisfazer uma necessidade. Vão às lojas o menos possível e consomem apenas para satisfazer as suas necessidades básicas. Reconhecem a dinâmica das ofertas e não são facilmente enganados pelas técnicas de venda. São pessoas práticas, não gostam de complicações e muito menos das compras supérfluas.

O comprador omnicanal move-se habilmente entre o papel e o digital em busca do melhor negócio. É um consumidor ativo, sempre à procura de pechinchas. Para ele, é um desafio obter um produto ao melhor preço e coloca todos os seus recursos, tempo e dedicação nesta busca.

O terceiro tipo de consumidor é o comprador virtual, que tem tudo controlado a partir do seu smartphone. Eliminou tudo o que não é digital. São pessoas curiosas, sempre atualizadas e constantemente a olhar para o futuro.

Há também quem seja vítima da moda, independentemente de o que está a comprar ser ou não útil. O mais importante é que seja um produto/local/serviço o mais elegante possível. São geralmente pessoas com uma personalidade facilmente influenciável, materialista e com necessidade de impressionar.

Em linha com o consumidor que valoriza cada vez mais a sustentabilidade, a Tiendeo.com estabelece a categoria do comprador de zero quilómetros. São aqueles que se comprometem a comprar apenas produtos com baixo impacto ambiental, com uma cadeia de fornecimento certificada e embalagens sustentáveis. Ou seja, produtos que respeitam o ambiente. Trata-se de consumidores com uma forte consciência ecológica, preocupados com as consequências dos produtos para a sua saúde. São geralmente informados, vegetarianos ou vegan e preocupam-se com o futuro do planeta.

O penúltimo tipo de consumidor é o compulsivo. Não resiste à vontade de comprar e não consegue estabelecer limites. São consumidores que sofrem de compras compulsivas e que compram para se sentirem bem, pela emoção do momento e, depois, se arrependem do que compraram.

Finalmente, a Tiendeo identifica o consumidor da velha guarda. É um consumidor leal aos seus costumes, que gosta especialmente de lojas locais e de tudo o que representam: contacto direto entre cliente e comerciante, rotina, aconselhamento sobre produtos, possibilidade de tocar nos produtos. É o perfil do cliente que tem sempre o seu pão reservado na padaria. Nunca fez uma compra online e, a menos que seja essencial, prefere continuar a fazer compras nas lojas locais. Para ele, o momento de compra é uma oportunidade de diálogo, de intercâmbio e de conhecimento.

Fonte: Grande Consumo

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) está fortemente preocupada com o crescimento dos preços das matérias-primas, a falta de chips e a crise dos contentores marítimos, que está a provocar um “cocktail explosivo que pode vir a ter impacto” com impacto nas compras dos portugueses, avisa Gonçalo Lobo Xavier, diretor-geral da APED, em declarações ao ECO.

Lobo Xavier adianta que estes fatores conjugados “estão a provocar muitos constrangimentos para a importação de produtos de fora da Europa e que têm um peso significativo no retalho especializado”, num período a dois meses do natal.

O responsável, sublinhando este panorama de incerteza, deixa garantias que “os retalhistas estão todos a lutar para que não se venham a sentir” atrasos na chegada das mercadorias, assim como falhas na produção. “Há um risco latente de poder haver eventualmente falhas em algumas categorias de produtos”, avisa o responsável.

As falhas poderão vir a sentir-se em várias áreas do retalho especializado, como nos equipamentos eletrónicos e nos brinquedos. “São produtos que tendencialmente vêm de fora da Europa e que podem estar em risco. Não queremos, de maneira nenhuma, alarmar os consumidores, mas nalgumas categorias de produto, se houver uma grande procura, poderemos ter dificuldade em repor os stocks”, alerta Lobo Xavier.

Neste âmbito, a APED pretende “sensibilizar, em primeiro lugar, os consumidores porque se, eventualmente, verificarem algumas falhas nos espaços, estas não devem ser imputadas aos retalhistas, mas antes ao facto de o canal de distribuição não estar a funcionar”, realça o diretor-geral.

Fonte: Hipersuper

Um inquérito europeu divulgado esta quinta-feira revela que 87% dos portugueses inquiridos acreditam que se deve consumir alimentos mais amigos do planeta, mas 79% consideram que as opções sustentáveis são demasiado caras.

Além disto, 78% indicam que estas opções nem sempre são fáceis de identificar e encontrar nos supermercados, o que justifica que apenas 66% acreditem que sabem como comprar sustentável.

O inquérito foi realizado no âmbito do projeto Eat4Change, em antecipação do Dia Mundial da Alimentação celebrado a 16 de outubro, pela ANP|WWF.

Estas conclusões são também sentidas nos restantes países europeus onde o inquérito foi realizado: os cidadãos têm interesse em comer de forma mais sustentável, mas carecem de conhecimentos sobre como comprar e consumir alimentos sustentáveis.

Os portugueses inquiridos mostram-se preocupados com os impactos ambientais causados pelos alimentos produzidos e consumidos em grande escala como a poluição (94%), a perda de biodiversidade (94%), a destruição de habitats (93%), o aquecimento global (94%) e as alterações na qualidade de lagos, rios e oceanos (94%).

Estas preocupações foram partilhadas a nível europeu, embora as médias de percentagens rondem entre os 77% e os 80%.

O estudo partilha que estes possuem pouco conhecimento sobre o impacto da produção alimentar em grande escala e hábitos de consumo na saúde do planeta, para além das dietas individuais.

Enquanto a nível europeu, 52% dos inquiridos considerarem que os alimentos que produzimos e consumimos têm um impacto negativo sobre o ambiente, esse número sobe para 65% em Portugal.

“Estamos num sistema claramente em desequilíbrio que reflete o sistema económico desigual. O equilíbrio alimentar tem impactos na saúde pública, ambiental e até económica. O ser local, sazonal e mediterrânico não é oco e faz falta”, destacou a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos Costa na apresentação da iniciativa internacional

O Eat4Change tem como principal público-alvo jovens entre os 15 e 35 anos, pretende promover hábitos alimentares sustentáveis que contribuam de forma positiva não apenas para a saúde dos cidadãos, mas também para o planeta.

Estes hábitos passam por combater o desperdício alimentar e sobretudo por comer mais produtos de origem vegetal, alimentos certificados, diversificados e de origem local e sazonal, em detrimento de carne e alimentos processados.

“O nosso objetivo é que, daqui a cinco anos, os portugueses comam de forma diferente” para ter “uma melhor saúde mental e física”, bem como “uma melhor natureza”, afirmou a diretora executiva da ANP|WWF, Ângela Morgado.

O projeto procura também trabalhar em conjunto com empresas e autoridades para que sejam adotadas práticas de produção e consumo mais sustentáveis.

Financiada pelo programa da Comissão Europeia Development Education and Awareness Raising (DEAR), a iniciativa arrancou em maio 2020 e terminará em abril de 2024, sendo coordenada pela WWF Finlândia.

O Eat4Change está a ser implementado em conjunto com doze parceiros: ANP|WWF, AIESEC, WWF European Policy Office, Estonian Fund for Nature, Fundación Vida Silvestre Argentina e vários escritórios da WWF (Áustria, Bélgica, Brasil, França, Grécia, Reino Unido e Suécia).

O inquérito foi realizado entre fevereiro e março de 2021 na Áustria, Bélgica, Suécia, França, Grécia, Portugal, Finlândia, Estónia e Reino Unido. Responderam 11.439 pessoas e todos os países foram ponderados para serem igualmente representados no total europeu combinado.

Fonte: ECO

Um grupo de investigadores descobriu um gene que poderá aumentar o tempo de vida do tomate, sem sacrificar o seu sabor. A investigação envolveu o Boyce Thompson Institute (BTI), a Universidade de Cornell, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) e a Universidade de Zhejiang.

A investigação, liderada pelo investigador do BTI, Jim Giovannoni, investigou o genoma do tomate (Solanum lycopersicum) para procurar genes envolvidos no amolecimento da fruta, mas não na maturação de frutas. O BTI explica, em comunicado, que o resultado foi a identificação do S. lycopersicum lateral organ boundaries (SlLOB1), que regulavam uma ampla gama de genes relacionados com a parede celular e processos de amolecimento de fruta.

“Até agora, quase todos os fatores de transcrição que o meu laboratório identificou no tomate estão envolvidos no controlo global do amadurecimento”, disse Jim Giovannoni. “O SlLOB1 é interessante porque regula principalmente os genes envolvidos no amolecimento da parede celular e outras mudanças texturais do fruto”, considerou.

Presença de SILOB1 no lóculo e pericarpo

“As primeiras indicações de amadurecimento ocorrem no lóculo, mesmo antes de o fruto começar a mudar de cor ou produzir etileno que o ajuda a amadurecer”, explicou ainda. Por esta razão, a equipa procurou uma base de dados de expressão de genes de tomate para fatores de transcrição que eram altamente expressos no lóculo. Também procuraram genes com expressão elevada no pericarpo – a parede exterior do fruto – na premissa de que era suscetível de expressar fatores de transcrição específicos de amolecimento. Em ambos os tecidos, altos níveis de SLOB1 coincidiram com o amadurecimento.

Nas plantas vivas de tomate, a equipa descobriu que a expressão inibidora do SlLOB1 resultou num abrandamento do amadurecimento e em frutos mais firmes, enquanto a sobreexpressão do gene acelerou o processo de amadurecimento.

Efeitos da inibição do SILOB1

A investigação descobriu ainda que a inibição da expressão SlLOB1 não teve qualquer efeito no processo de maturação: os tomates amadureceram nos seus tempos normais. Os níveis de fruta dos açúcares e ácidos não foram inalterados, sugerindo que “do ponto de vista do sabor, os frutos provavelmente se mantiveram inalterados”, disse o líder da investigação, embora reconheça que o estudo não incluiu testes de sabor. “O que mudou foi a textura dos frutos; permaneceram mais firmes mais tempo e amoleceu mais tarde”, explicou.

“Se encontrarmos variantes genéticas SlLOB1 que retardam o amadurecimento, os agricultores podem introduzi-las em variedades comerciais para produzir tomate de alta qualidade e com bom sabor que não se tornam muito macios antes que o consumidor os leve para casa”, concluiu.

O abrandamento retardado induzido pela inibição da expressão SlLOB1 foi associado a uma outra mudança: os frutos eram de cor vermelha mais escura, devido aos níveis mais elevados dos pigmentos betacaroteno e licopeno no lóculo, e licopeno no pericarpo.

“Estes tomates também têm uma qualidade nutricional aumentada porque estes pigmentos são antioxidantes e o seu corpo converte beta-caroteno em vitamina A”, disse Jim Giovannoni.

Os investigadores estão agora a trabalhar para introduzir o SlLOB1 e outros genes em variedades de tomate heirloom e para entender melhor o amadurecimento do tomate.

Fonte: Agroportal

A exportação de Vinho Madeira para a China registou um crescimento de 8% em 2020, face ao ano anterior, indicou hoje o Governo Regional, referindo que foram comercializados 59 mil litros, no valor de 750 mil euros, mais 54%.

“Este significativo aumento em valor foi determinado pela apetência do mercado [chinês] pelas gamas mais elevadas do vinho Madeira”, refere a Secretaria da Agricultura e Desenvolvimento Rural, em comunicado, sublinhando que as restrições inerentes à pandemia de covid-19 não afetaram as exportações para aquele país.

Os dados foram divulgados na sequência de uma prova de vinhos que decorreu na cidade chinesa de Wuhan, na segunda-feira, numa parceria entre o Instituto do Vinho, do Bordado e do Artesanato da Madeira (IVBAM) e a Viniportugal, entidade responsável pela organização de provas internacionais de vinhos portugueses.

“A participação do Vinho Madeira neste certame fez-se através das empresas Justino’s Madeira Wines, Henriques & Henriques e Pereira D’Oliveira, as quais se fizeram representar pelos seus importadores daquele país”, indica a secretaria regional.

No comunicado é referido que a China é um “mercado com grande potencial de crescimento para o Vinho Madeira”, pelo que a ação promocional foi de “grande interesse estratégico” para este produto regional.

“Sendo a mesma destinada a profissionais e agentes do setor vínico, contribuiu, deste modo, para uma maior promoção e consequente potencialização de um crescimento sustentado do setor dos vinhos portugueses, no qual se inclui o vinho Madeira, no mercado asiático”, sublinha a secretaria tutelada pelo social-democrata Humberto Vasconcelos, no governo de coligação PSD/CDS-PP.

A ação de promoção do IVBAM na China enquadra-se no Plano Promocional do Vinho Madeira, cofinanciado a 85% através do Programa Operacional Regional da Madeira 2014-2020, sendo o restante suportado pelo Orçamento Regional.

Fonte: Agroportal

Foi publicado o Regulamento de Execução (UE) 2021/1809 da Comissão, de 13 de outubro de 2021, que altera o Regulamento de Execução (UE) 2020/1191 que estabelece medidas para impedir a introdução e a propagação na União do vírus do fruto rugoso castanho do tomateiro (ToBRFV).

As novas normas agora publicadas incluem as medidas que devem ser aplicadas quando confirmada a presença do vírus, e o incremento do nível de amostragem no controlo à importação de semente de tomate e de pimento, passando a serem submetidos a amostragem a totalidade dos lotes de semente que tenham sido produzidos na China e no mínimo 50% dos lotes importados e produzidos em Israel.

O regulamento entra em vigor no próximo dia 3 de novembro.

Fonte: DGAV

Florestas e árvores desempenham um papel importante na resposta à crescente procura mundial de água. Partindo desta evidência, a FAO – Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura – editou um guia sobre a relação entre floresta e água que vem ajudar decisores e gestores a monitorizar a água em zonas florestais e, a partir daí, a aplicar práticas que favorecem a preservação da quantidade, qualidade e disponibilidade deste recurso natural.

Apresentado pela FAO como a “primeira publicação global abrangente com orientações sobre a contribuição das florestas para uma abordagem holística da gestão dos recursos hídricos”, este guia reforça a importância da relação entre floresta e água num contexto de elevada procura. Por um lado, o crescimento da população mundial leva ao aumento da procura por água. Por outro lado, aumentam os eventos climáticos extremos, com maior risco de ocorrência de secas e falta de água em algumas regiões do planeta.

O documento, intitulado “A Guide to Forest-Water Management”, sublinha que a gestão das florestas em benefício dos recursos hídricos é central para o cumprimento da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e apela à melhoria da gestão florestal, com enfoque na prestação dos serviços do ecossistema relacionados com a água.

O relatório é o resultado da colaboração de várias entidades que se juntaram à FAO, incluindo a União Internacional de Organizações de Investigação Florestal (IUFRO), o Centro de Pesquisa Conjunta (JRC) da Comissão Europeia e o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Para os interessados em compreender melhor a relação entre floresta e água, a FAO e o Stockholm International Water Institute produziram também um curso de e-learning.

O manual da FAO faz uma revisão do conhecimento e dos indicadores que comprovam a importância da relação entre floresta e água, assim como das práticas de gestão que podem contribuir para a sustentabilidade dos recursos hídricos em diferentes contextos florestais. Neste percurso para adotar práticas que melhorem a gestão do binómio floresta e água, o guia destaca que tanto as florestas naturais como as florestas plantadas sob gestão sustentável podem trazer um importante contributo para os recursos hídricos, proporcionando, ao mesmo tempo, outras vantagens como a proteção do solo ou a biodiversidade.

Também em foco está a relevância de valorizar a água proveniente das bacias hidrográficas florestadas e o manual destaca os quatro ecossistemas florestais centrais para a quantidade, qualidade e disponibilidade da água: os mangais ou florestas de mangue, as florestas de zonas de turfeira, as florestas tropicais húmidas de montanha e as chamadas florestas de terra firme, ou seja, de zonas não inundadas.

10 factos sobre a relação entre florestas e água destacados pela FAO

1. Estima-se que existam quatro mil milhões de pessoas no mundo com acesso insuficiente a água potável. A maioria vive em áreas com pouca floresta;

2. A procura por água vai aumentar no futuro e prevê-se que, sem alterações no rumo atual, em 2030 haverá um défice global de 40% de água;

3. As bacias hidrográficas florestadas contribuem com 75% da água doce acessível no mundo e fornecem água a mais de metade da população mundial;

4. As florestas têm um importante papel na regulação dos fluxos de humidade atmosférica e dos padrões de chuva, através da evapotranspiração, sendo responsáveis por pelo menos 40% da chuva que cai sobre o solo;

5. Estima-se que a cobertura florestal das principais bacias hidrográficas tenha diminuído de uma média histórica de 67,8% para apenas 30,7%;

6. Das 230 grandes bacias hidrográficas globais que perderam mais de 50% da sua cobertura florestal original, 88% apresentam um risco mais elevado (médio-alto) de erosão, 68% apresentam risco mais elevado de incêndio e 48% têm risco mais elevado de stress hídrico;

7. A perda de floresta a nível global (embora se tenha atenuado nos últimos anos) levou a que o valor estimado dos vários serviços de ecossistema relacionadas com a água (regulação e fornecimento de água, controlo de erosão, habitat, entre outros) tenha diminuído de 50853 mil milhões de dólares em 1997 para 40971 mil milhões de dólares em 2011;

8. A água fornecida a mais de 85% das maiores cidades do mundo depende das florestas;

9. Em média, nas bacias hidrográficas que fornecem água às 100 maiores cidades do mundo a cobertura do solo é maioritariamente composta por floresta (42%), terras agrícolas (33%) e por áreas de matos e pastagens (21%);

10. Estima-se que as medidas de conservação e recuperação do solo – que incluem a proteção da floresta, reflorestação e estabelecimento de sistemas agroflorestais, e/ou a redução das cargas combustíveis – poderão ajudar a reduzir em pelo menos 10% os sedimentos e nutrientes presentes nas bacias hidrográficas, com um potencial para melhorar a qualidade da água utilizada por mais de 1,7 mil milhões de habitantes de grandes cidades.

Desafios na relação entre floresta e água

O novo guia começa por identificar lacunas na informação disponível sobre a relação entre floresta e água, propondo soluções para ajudar a ultrapassá-las. Uma das principais questões prende-se com a dificuldade em conhecer e quantificar as situações em que a gestão da floresta está a beneficiar a água. Isto sucede, em grande medida, devido à falta de métodos de monitorização aplicados e aceites globalmente. Mesmo nos 12% de floresta reportada como sendo gerida com o objetivo de beneficiar a água e o solo (um dado patente no relatório Forest Resources Assessment – FRA 2020) poucos são os detalhes que se conhecem, refere o documento.

A padronização de definições, indicadores e procedimentos para monitorizar as interações entre florestas e recursos hídricos é essencial para compreender e comparar o que está a ser feito no terreno. Esta harmonização facilita também a definição das melhores medidas e práticas a aplicar na relação entre floresta e água.

Além de abordar metodologias, ferramentas e modelos específicos para monitorizar a relação entre floresta e água por deteção remota, como o SEPAL – System for earth observation, data access, processing & analysis for land monitoring, por exemplo, o relatório indica também que a monitorização no terreno continua a ser necessária em duas grandes áreas: para fornecer dados que a deteção remota não consegue ainda recolher e para validar dados recolhidos por via remota ou por estudos documentais.

Referidas são ainda as ferramentas de apoio à tomada de decisão. Ao incluírem e analisarem diferentes indicadores contemplados na relação entre florestas e água, estas soluções podem ajudar os gestores a definir estratégias mais adequadas e sustentáveis. A ferramenta online FL-WES – Forest and Landscape Water Ecosystem Services e o Guia Field Guide for Rapid Assessment of Forest Protective Function for Soil and Water, ambas desenvolvidas pelo FAO, são dois exemplos ilustrativos.

Valorizar os serviços das bacias hidrográficas

A valorização dos serviços do ecossistema é, como referido, outros dos temas focados. Este é, segundo o documento, um ponto de partida para melhorar a gestão das florestas e todos os benefícios que delas advêm, incluindo os relacionados com a água. A atribuição de um valor a estes serviços não é, contudo, tarefa fácil, pelo que importa conhecer estudos, soluções de software e bases de dados que ajudem a determiná-lo: EVRI – Environmental Valuation Reference Inventory, InVEST – Integrated Valuation of Ecosystem Services and Tradeoffs e Method Navigator são alguns exemplos referidos.

“Os esquemas de pagamento pelos serviços das bacias hidrográficas (na sigla inglesa PWS – Payment Watershed Schemes) são um mecanismo promissor para a obtenção de benefícios e cooperação entre os sectores florestal e hídrico, especialmente na ausência de estruturas legislativas ou governativas” adianta o relatório, salientando que estes esquemas devem, no entanto, ser vistos como parte de um processo mais abrangente de “governança participativa a nível local”.

Os esquemas de pagamento mais comuns identificados no domínio da relação entre floresta e água passam pelo pagamento de taxas pela água utilizada ou pela definição de parcerias locais que gerem mútuos benefícios. Seja qual for o modelo a adotar, cada PWS deve combinar diretrizes institucionais e regulações locais, práticas de gestão florestal e mecanismos financeiros que permitam transferir fundos dos beneficiários para os fornecedores dos serviços dos ecossistemas. Redes e colaborações público-privadas – com participação de empresas, autoridades locais, organizações técnicas e sociedade civil – são defendidas pela FAO como caminhos a seguir para o sucesso destas abordagens.

Pode consultar o guia aqui.

Fonte: Agroportal