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Gripe Aviária – atualização DGAV 14/01

  • Monday, 17 January 2022 12:47

No dia 14 de janeiro, foi confirmado um foco de infeção por vírus da Gripe Aviária (GA) numa instalação que detém aves de coleção, em Santa Margarida da Coutada, Constância, na zona de vigilância do foco ocorrido numa exploração de perus de engorda em Vila Nova da Barquinha.

As medidas de controlo do foco estão já a ser implementadas pela DGAV, de acordo com a legislação em vigor. Estas medidas incluem a inspeção aos locais onde foi detetada a doença e a eliminação dos animais afetados, assim como a inspeção e notificação das explorações que detêm aves nas zonas de proteção, num raio de 3 km em redor do foco, e na zona de vigilância num raio de 10 km em redor do foco.

A DGAV apela a todos os detentores de aves que cumpram com rigor as medidas de biossegurança e das boas práticas de produção avícola, que permitam evitar contactos diretos ou indiretos entre as aves domésticas e as aves selvagens. Devem ser reforçados os procedimentos de higiene de instalações, equipamentos e materiais, bem como o controlo dos acessos aos estabelecimentos onde são mantidas as aves.

A notificação de qualquer suspeita deve ser realizada de forma imediata, de forma a permitir uma rápida e eficaz implementação das medidas de controlo da doença no terreno pela DGAV, pelo que se apela à notificação de mortalidade de aves selvagens através da aplicação ANIMAS (https://animas.icnf.pt ).

Na sequência deste evento a DGAV publicou o Edital nº 5/2021 da Gripe Aviária que pode ser consultado aqui.

Fonte: DGAV

A Comissão Europeia recomendou na sexta-feira que as escolas de todos os Estados-membros tenham aulas sobre alterações climáticas, sustentabilidade e ambiente, com o objetivo de que os alunos adquiram os conhecimentos necessários, segundo Bruxelas, para enfrentar a transição ecológica.

Com isso, o Executivo Comunitário pretende que os alunos dos 27 sejam formados com base no respeito à natureza e que compreendam o impacto climático das suas ações cotidianas, da mesma forma que também aspiram a promover o pensamento crítico como um valor positivo.

“O compromisso dos jovens está a revolucionar a forma como vemos o clima e o meio ambiente (…) Esta proposta é mais um passo nos nossos esforços para integrar melhor a sustentabilidade na educação”, disse a vice-presidente comunitária Margaritis Schinas.

O objetivo é “colocar a sustentabilidade no centro dos sistemas de educação e formação”, acrescentou a comissária para a Inovação, Investigação, Cultura, Educação e Juventude, Mariya Gabriel.

Esta é uma recomendação que a Comissão envia aos países membros, que terão a última palavra na hora de decidir qual a abordagem da questão climática nos seus planos nacionais de educação.

Fonte: Greensavers

Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) informa que decorre uma “exaustiva ação de controlo aos vinhos” investigados na Holanda e que “não há indícios” de qualquer comportamento fraudulento por parte das empresas.

Um estudo feito pela universidade holandesa de Groningen, revelado pelo jornal Expresso, indica que há vinho do Porto Tawny a ser comercializado com menos idade do que é indicado no rótulo.

O IVDP, entidade que certifica os vinhos do Porto, afirmou em comunicado que decorre “uma exaustiva ação de controlo aos vinhos referidos na notícia em causa, como reforço das ações diárias que são normalmente executadas”.

“O IVDP reserva-se o direito de recorrer a todas as instâncias competentes, inclusive judiciais, na defesa do prestígio da denominação de origem protegida Porto, cuja elevada qualidade, controlo rigoroso e imagem internacionais são incontestáveis”, salientou ainda.

O instituto público, sediado no Peso da Régua, explicou que o “vinho do Porto Tawny 10 anos e 20 anos, não sendo vinhos de um único ano, cujas amostras foram alvo de investigação, está perfeitamente enquadrado na legislação e nos regulamentos aplicáveis, os quais são escrupulosamente seguidos pelo IVDP e por todos os operadores económicos do setor”.

“A diversidade de vinhos do Porto, dos datados aos não datados, dos tawnies aos rubies, dos brancos aos rosés, decorre de um modo de elaboração diversificado, fruto de uma história de mais de 300 anos. Os vinhos de lote, como os Tawny 10 anos e 20 anos, correspondem a uma arte de lotação secular, permitindo que os vinhos apresentem as características de uma idade, sem estar em causa a idade do vinho”, acrescentou.

Assim, no seu entender, “não há indícios de que possa estar em causa qualquer comportamento fraudulento por parte de qualquer das empresas visadas na notícia, sendo os vinhos submetidos a um processo de certificação da responsabilidade do IVDP, de inexcedível exigência técnica, suportado pela acreditação internacional pelas normas ISO 17065 e ISO 17065 que detém desde há mais de 20 anos”.

De acordo com o Expresso, o estudo holandês analisou 20 garrafas de vinho do Porto Tawny de 10 e 20 anos e concluiu que metade tinha menos tempo de envelhecimento do que o anunciado no rótulo.

“A incidência das ações de controlo e fiscalização que o IVDP desenvolve junto dos operadores do setor é dissuasora de qualquer tentativa de fraude, pela sua frequência e abrangência, ocorrendo a colheita de amostras diárias nos armazéns e em todas as linhas de engarrafamento do setor do vinho do Porto, minimizando-se qualquer possibilidade de desrespeito das regras instituídas por parte de qualquer dos agentes económicos”, sublinhou.

Disse ainda que participa “regular e ativamente nas reuniões da Subcomissão de Métodos de Análise da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV), instância onde são avaliados quaisquer métodos de análise que possam ser utilizados mundialmente e, muito em especial, constituindo suporte da regulamentação europeia na matéria, nunca tendo sido apresentada à comunidade científica internacional qualquer proposta semelhante à utilizada para fazer o estudo em que se baseia a notícia”.

O instituto garantiu ainda que “prosseguirá na tentativa de esclarecer junto de especialistas nacionais e internacionais em matéria de autenticidade e datação de vinhos a valia científica do alerta que decorre desta notícia”.

Para além disso, referiu que mantém contactos com a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) e com outras entidades e organismos com vista ao devido tratamento da situação” e que, no sentido de melhorar a informação e esclarecimentos do consumidor, intensificará a colaboração e empreenderá “ações de cooperação técnica e científica no sentido de melhorar procedimentos, tornando-os concordantes, se necessário, com o estado da arte e com o rigor que os consumidores merecem em toda a informação”.

Fonte: Agroportal

Portugal apresenta um elevado grau de implementação de políticas públicas para a promoção da alimentação saudável. Esta é uma das principais conclusões de um estudo promovido pelo Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde, a propósito do seu  10.º aniversário, que se assinalou ontem. 

De acordo com os resultados deste estudo sobre o grau de implementação de políticas públicas para a promoção da alimentação saudável, Portugal obteve em 77% dos indicadores incluídos nesta análise um grau de implementação moderado ou elevado (56% grau de implementação moderado e 21% grau de implementação elevado). 

O estudo foi realizado em vários países europeus, nomeadamente na Eslovénia, Estónia, Espanha, Finlândia e Itália e comparativamente com estes países Portugal destaca-se pela positiva na aplicação de políticas que contribuem para hábitos de alimentação mais saudáveis. 

Em Portugal, foram identificadas diversas medidas que são internacionalmente consideradas boas práticas, entre as quais medidas que promovem a reformulação dos produtos alimentares, medidas para regular a publicidade alimentar dirigida a crianças, medidas relacionadas com as políticas de preços, medidas que visam regular a oferta alimentar em diferentes espaços públicos. De salientar, ainda,  a existência de programas nacionais específicos para a área da alimentação e da nutrição e de sistemas de monitorização dos ambientes alimentares, bem como a existência de mecanismos que promovem uma abordagem de intervenção intersectorial. 

Para dar continuidade à estratégia, os resultados deste estudo propõem a implementação de um conjunto de ações prioritárias:

  • o alargamento do plano para a reformulação dos produtos alimentares em vigor em Portugal a outras categorias alimentares, considerando também o setor da restauração; 
  • avaliação do sistema fiscal tendo em consideração os critérios nutricionais; 
  • a definição de mecanismos que permitam a efetiva implementação das orientações existentes para a oferta alimentar em meio escolar, nomeadamente através da definição de um modelo de supervisão do cumprimento das normas; 
  • a manutenção da aposta na acessibilidade aos serviços de nutrição nos cuidados de saúde primários; 
  • a inclusão do programa de alimentação saudável na carteira básica de serviços dos Cuidados de Saúde Primários.

A metodologia de avaliação foi desenvolvida pela International Network for Food and Obesity/NCDs Research, Monitoring and Action Support (INFORMAS) em colaboração com o Imperial College London. Utiliza um índice com 50 indicadores agrupados em 13 domínios diferentes que representam as principais áreas de intervenção e de estruturas de apoio para a criação de ambientes alimentares saudáveis.

Pode consultar o documento aqui.

Fonte: DGS/PNPAS

Consumir menos carne e produtos lácteos nos países ricos ajudaria a reduzir em mais de 60% as emissões poluentes da produção agrícola, e melhoraria a saúde da população, indica um estudo publicado na revista científica “Nature Foods”.

“Se reduzirmos o consumo de carne também se ´libertam’ terras para outras culturas, o que aliviaria muito os ecossistemas e melhoraria a segurança alimentar em todo o mundo”, disse Martin Bruckner, professor associado da Universidade de Economia de Viena e um dos autores do estudo.

Citado pela agência de notícias Efe, Martin Bruckner salientou que essas “terras libertadas” poderiam capturar cerca de 100 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2), o que ajudaria a limitar o aquecimento do planeta a 1,5 graus celsius em relação à época pré-industrial, uma das metas do Acordo de Paris (2015) sobre o clima e reafirmada na última cimeira da ONU sobre aquecimento global, em Glasgow, no final do ano passado.

O estudo, intitulado “Dietary change in high-income nations can lead to a double climate benefit” (A mudança da dieta nas nações ricas pode levar a um duplo benefício climático), analisa o impacto ambiental da chamada dieta para a saúde planetária, elaborada por cientistas, em 54 países de elevado rendimento.

A dieta baseia-se especialmente em vegetais e num menor consumo de produtos animais, açucares e gorduras saturadas.

Embora a produção de verduras e hortícolas também desempenhe um papel no aumento do aquecimento global, os investigadores propõem várias estratégias para a tornar menos prejudicial para o ambiente.

“A forma mais óbvia e simples de reduzir as emissões de gases com efeito de estufa é reduzir as principais fontes, nomeadamente a criação de animais (particularmente gado bovino), a produção de arroz e a alteração do uso do solo”, disse Martin Bruckner.

De acordo com o estudo, se os países mais ricos reduzissem o consumo de carne, a terra de cultivo poderia voltar ao seu estado natural, sequestrando 100 mil milhões de toneladas de CO2, o equivalente a cerca de 14 anos de emissões totais da agricultura.

No entanto de acordo com Martin Bruckner, a eficácia das medidas, bem como os resultados da investigação, são limitados pelas atuais políticas agrícolas da União Europeia (UE).

“O pré-requisito para tal é que as áreas libertadas não sejam utilizadas para outros fins, como a produção de bens de exportação ou outras matérias-primas agrícolas, o que é bastante improvável”, lamentou.

A UE é o maior exportador mundial de carne de porco e de produtos de carne de porco. Só a Alemanha, a Espanha e a França são responsáveis por metade desta produção, observa o estudo.

Se estes países não reduzirem a produção e reconhecerem com “honestidade” a gravidade da situação, “o mundo será incapaz de limitar o aquecimento global a 1,5 graus”, advertiu o responsável.

E acrescentou: “Ou os países ocidentais reduzem o consumo de carne de forma controlada ou as alterações climáticas irão, mais cedo ou mais tarde, reduzir a produção global de alimentos e forçar o mundo inteiro a reduzir o seu consumo”.

A mudança nas dietas, inevitavelmente associada à mudança política, requer uma abordagem conjunta às políticas de reforma agrária e medidas climáticas, explica o estudo.

Segundo o documento, as políticas também devem considerar novas fontes de rendimento para os países exportadores de carne, como o Brasil ou a Argentina, que de acordo com Martin Bruckner “terão de encontrar outras fontes de rendimento para os seus produtores agrícolas, que nas últimas décadas cresceram rapidamente e destruíram grande parte dos ecossistemas, como a Amazónia ou o Cerrado”.

“Evitar uma catástrofe climática exigirá mudanças nos nossos estilos de vida e economias, mais mudanças do que comprar produtos locais e colocar painéis solares nos telhados dos edifícios”, disse.

Fonte: Greensavers

Portugal acolherá o 73º Congresso da Federação Europeia de Ciência Animal (EAAP2022), uma das maiores conferências de Ciência Animal a nível mundial. O evento decorrerá no Centro de Congressos da Alfândega do Porto, entre 5 e 9 de Setembro de 2022.

Esperamos que esta organização traga à cidade do Porto mais de 1500 participantes sendo este um marco no desenvolvimento da Ciência Animal em Portugal e uma excelente oportunidade de promover a cidade do Porto, a produção animal e o País.

O 73º Congresso Anual da EAAP é organizado pela Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica (APEZ) com o apoio do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) e do Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Portugal.

A organização deste evento conta com o apoio de outras instituições Portuguesas, tais como: UTAD, ISA, FMV, UE, UP-ICBAS, UM, ESA-IPB, ESA-IPV, ESA-IPVC, ESA-IPC e ESA-IPS.

As inscrições já estão abertas, consulte aqui toda informação em: https://eaap2022.org.

As submissões de trabalhos para o 73rd Annual Meeting of EAAP estão agora abertas de 1 de Janeiro a 1 de Março

Para mais informações consulte o site do evento em https://eaap2022.org/

Fonte: DGAV

Inflação média de 2021 foi apenas 1,3%, mas esconde grande dispersão de casos. Alimentos e energia dispararam, mas telemóveis e computadores estão mais baratos.

Produtos alimentares básicos, como frutas, bens hortícolas e óleos alimentares, mas também os combustíveis líquidos e o gás, a par de serviços bancários e seguros de saúde são alguns dos itens do cabaz de consumo que maior rombo provocaram no poder de compra dos consumidores em Portugal desde o final de 2019, estava o País à beira da pandemia covid-19.

Os cálculos são do Dinheiro Vivo com base em dados novos, ontem publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O aumento exponencial do custo das matérias-primas (petróleo, gás, componentes industriais e de alta tecnologia, fertilizantes agrícolas, papel, etc.) que se começou a sentir, sobretudo, no segundo semestre do ano passado aliado à sobrelotação no transporte de mercadorias (que interrompeu cadeias de fornecimento regulares entre a Ásia e a Europa, por exemplo), acabou por ser a machadada final.

Muitos preços não aumentaram logo quando a pandemia começou, no início de 2020, mas com o tempo e as restrições à mobilidade e à produção, viriam a disparar. É nesse ponto que estamos hoje.

Em Portugal, os jornais aumentaram 12% entre dezembro de 2019 e igual mês deste ano, sendo inclusive o item do cabaz, que serve para apurar o Índice de Preços no Consumidor (IPC), que mais aumentou neste período.

A inflação geral, total, foi de apenas 2,5%, indicou o INE.

O segundo lugar vai para um item do segmento alimentar. O custo final dos óleos alimentares, alguns importados, está agora mais de 11% acima do nível anterior à pandemia.

A fruta ocupa o terceiro lugar. Custa hoje mais 11% do que antes da pandemia (em dezembro de 2019).

Os combustíveis líquidos (como gasóleo e gasolina) estão 10% mais caros; fazer obras em casa ("serviços de reparação de habitações") custa mais 10%, também; o gás acompanha, com mais 6% face ao final de 2019.

Mas há outros que também estão acima da média nacional. O INE mostra que os serviços bancários e financeiros estão mais caros em 6,6%, entrando assim no top 10 dos itens que mais viram o preço agravado.

Aqui não é tanto a crise das matérias-primas que explica, mas antes o ambiente regulatório que incentiva e permite que os bancos aumentem comissões de forma persistente, por exemplo.

O aumento da procura também pode ajudar a explicar outros fenómenos. No top 10 dos aumentos, aparecem as bicicletas, que foram muito procuradas quando foram levantadas restrições que reduziram o tempo de trabalho, a faturação de muitos negócios de proximidade social e a mobilidade por via dos transportes tradicionais, por causa do advento do teletrabalho.

Neste contexto de maior receio por causa da pandemia e de maior sensibilidade em relação às doenças e dúvidas sobre a resposta do sistema público (que entrou claramente em rutura no início de 2021), o preço médio dos seguros de saúde avançou 5,6%.

Há ainda outros itens que, pela sua importância, são dignos de nota. O preço do pão subiu 3,4%, o peixe e a carne quase 5%. O trio "leite, queijo e ovos" destoa, com um aumento de apenas 1%, mostra o instituto.

As rendas de casa agravaram-se quase 4%.

INFOGRAFIA

O ranking das maiores quedas

A inflação não é ou ainda não é um problema grave e abrangente para o poder de compra em Portugal porque os salários médios líquidos têm vindo a subir neste período em análise, ajudados pela atualização anual do salário mínimo, claro.

As pensões têm subido menos, em todo o caso, pelo que pensionistas mais pobres, mesmo com a atualização extra, podem estar já a sentir o agravamento de preços dos alimentos e das contas da luz e do gás. A maioria das pensões atribuídas em Portugal é, efetivamente, muito baixa.

A atenuar esta pressão, também se assistiu a uma forte desvalorização no preço de muitos itens do cabaz de consumo.

A liderar estão os computadores, que atualmente custam, em média, menos 10% do que há dois anos. Em segundo lugar, estão os telemóveis: o desconto já vai nos 9%. O preço de equipamentos de desporto, campismo e lazer ao ar livre, e o custo dos pequenos eletrodomésticos, a mesma coisa.

Os serviços de transportes custam agora menos 7%, o ensino superior está 5,6% mais barato, o preço do calçado está 5% mais baixo.

O vinho e a cerveja também estão mais em conta. Segundo os nossos cálculos, estão cerca de 1% mais baratos.

O despertar da inflação?

A inflação registou uma forte aceleração no segundo semestre do ano passado, mas antes disso a tendência até foi de grande enfraquecimento, com os preços a serem fortemente manietados pela pandemia e o confinamento das pessoas e da procura em geral.

A evolução homóloga dos preços do consumidor (variação do IPC entre períodos iguais de dois anos consecutivos) chegou a ser negativa entre junho e setembro de 2019, recuperou um pouco, mas nunca passando de 1%. Com a pandemia e a forte quebra na procura interna e externa, os preços viriam a quebrar fortemente durante 2020.

Em 2021, com a reanimação da economia e o surgimento dos referidos estrangulamentos rotas comerciais e na disponibilidade de matérias-primas (num quadro de abertura desfasada das economias e de desequilíbrio na vacinação, com o ocidente a abrir primeiro e os países menos ricos a ficarem para trás), a inflação surgiu, finalmente.

O BCE considera que o fenómeno não deve preocupar, tem defendido que deve ser algo passageiro.

Olhando para a evolução média dos últimos 12 meses, parece que, em Portugal, a inflação ainda está contida, de facto.

O INE refere que "em 2021, o Índice de Preços no Consumidor (IPC) registou uma variação média anual de 1,3%, sucedendo a uma variação nula registada no conjunto do ano de 2020" e que "excluindo do IPC a energia e os bens alimentares não transformados [onde estão muitas matérias primas], a taxa de variação média situou-se em 0,8%", tendo sido "nula no ano anterior".

Mas mais recentemente, os preços estão a subir, de facto. "A taxa de variação homóloga do IPC total evidenciou um forte movimento ascendente ao longo de 2021, em particular na segunda metade do ano em que as variações observadas foram sempre superiores ao valor da média anual", observa o INE.

Fonte: Dinheiro Vivo

A Câmara de Gondomar inaugurou a sexta horta comunitária do concelho e tem mais de 200 pessoas em lista de espera para integrar o projeto que prevê abrir mais duas em breve, anunciou o presidente da autarquia.

A Horta Biológica da Cavada Nova, em Rio Tinto, com 20 talhões de 25 metros quadrados, foi ontem inaugurada, sendo visíveis já legumes e flores a brotar do terreno que a autarquia autorizou em novembro poder começar a ser cultivado.

“Temos mais de 200 pessoas em lista de espera para ocupar talhões comunitários e a horta inaugurada é a sexta no concelho de Gondomar, estando duas em projeto para avançar nas freguesias de Baguim do Monte e de Fânzeres”, disse à Lusa Marco Martins.

Questionado sobre se o projeto tinha prazo de validade, o autarca explicou que durará o tempo que as pessoas quiseram: “o talhão mantém-se na pessoa enquanto lhe der uso, poderá continuar a usufruir dele gratuitamente”.

Para Marco Martins, para além do “cultivo sustentável dos alimentos e da ocupação dos tempos livres aos moradores” da urbanização anexa, o projeto quer também “permitir às gerações mais jovens, que crescem em apartamentos e no meio digital, perceber como nascem os frutos e os vegetais”.

Na inauguração, cada proprietário recebeu um balde compostor “para fazer adubo com os restos orgânicos e reutilizar nas plantações”, explicou o autarca.

Marco Martins garantiu à Lusa que o terreno em causa “pertence ao domínio público” e que “não está sujeito à especulação imobiliária”.

Em nome dos agricultores, Bento Marinho relatou à Lusa que o terreno “começou por ter projetado um parque de treino canino” e que foi a “contestação” apresentada à câmara que alterou os planos.

“A horta está ativa desde novembro e já semeei ervilhas, alfaces, alho, favas, repolhos e alguma couve-galega”, disse o residente na urbanização sita na Rua Manuel de Sousa Casal.

“Proibidos pelo regulamento da venda do que cultivam na horta”, os residentes com talhões possuem as suas “próprias alfaias” colocadas e identificadas por talhão numa casa à entrada do terreno, sendo que a água para as regas “é, para já, assegurada gratuitamente pela câmara”, contou Bento Marinho.

“Este local é bom para produzir porque está protegido das nortadas”, assinalou, ainda, como mais-valia o agricultor.

Fonte: Agroportal

A abordagem “Uma Só Saúde” deverá ser multissectorial, integrativa, reconhecendo a íntima relação entre pessoas, animais, plantas e o seu ambiente compartilhado.

As alterações climáticas e a exploração de recursos pelo homem têm criado muitos obstáculos à resiliência natural de muitas espécies enquanto criam oportunidades de expansão para outras.

A interface entre populações diferenciadas e o papel de espécies selvagens, enquanto intermediários e reservatórios de agentes zoonóticos, bem como a transmissão reversa, através da disseminação acidental de vírus do homem para animais domésticos e em cativeiro e em populações fragilizadas, determina a necessidade de se manter o equilíbrio e a sustentabilidade das populações salvaguardando a produtividade e fomentando a exploração sustentável dos recursos animais, dos agrossistemas e dos espaços naturais, o que se torna crucial para proteger a Saúde Pública, a saúde dos animais e o equilíbrio do meio ambiente.

Veja o contributo (vídeo) da Professora Mónica Cunha da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e investigadora do Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Climáticas (cE3c).

Fonte: DGAV

Cinco investigadores do Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra (UC) participaram na criação da primeira base de dados global, aberta e dinâmica, sobre polinização de culturas agrícolas, um projeto internacional que reúne mais de uma centena de cientistas.

Designada CropPol, esta base de dados, que é coordenada por dois investigadores da Estação Biológica de Doñana – CSIC, Espanha, inclui informação sobre 48 culturas agrícolas distribuídas por 3.000 localidades de cinco continentes e 32 países ao longo de três décadas, e permitirá compreender de que forma muda a importância dos polinizadores, dependendo da cultura e da região de estudo. Também possibilitará identificar culturas e regiões para as quais existem poucos dados, estimulando a recolha de informações para suprir essas lacunas de conhecimento.

Sabe-se que 75% das culturas agrícolas mundiais dependem, total ou parcialmente, de polinizadores para a produção de alimento. No entanto, apesar dos grandes progressos no conhecimento sobre os efeitos dos polinizadores na produtividade agrícola, a capacidade de prever as taxas de visita e a produtividade ainda é limitada, devido à grande variação observada entre colheitas, anos e regiões. Assim, a CropPol foi criada para compilar os dados de polinização de culturas disponíveis em estudos científicos publicados em todo o mundo e, dessa forma, aglomerar o conhecimento e ajudar a prever os serviços de polinização.

De acordo com Sílvia Castro, investigadora do Centro de Ecologia Funcional da UC, «esta base de dados oferece aos investigadores uma oportunidade única para explorar padrões e tendências globais e trabalhar em soluções de gestão sustentável e valorização da biodiversidade».

A investigadora sublinha que a polinização das culturas «é um dos muitos benefícios que o ser humano obtém diretamente da natureza, além da regulação do clima ou purificação da água, entre outros. No entanto, as alterações no uso do solo, juntamente com outras pressões induzidas pelo ser humano, como as alterações climáticas, estão a acelerar a extinção de muitas espécies animais, o que compromete dramaticamente a interação entre plantas e polinizadores». Por isso, acrescenta, «compreender como funciona a polinização das culturas agrícolas é crucial para encontrar soluções mais sustentáveis».

Os dados são de acesso aberto e estão acessíveis a todos os cidadãos e instituições – científicas ou não. «Qualquer pessoa ou entidade, desde ONGs até entidades da administração pública, pode aceder à informação e utilizá-la para perceber padrões globais, entender a polinização de uma cultura de importância local ou responder a novas questões. Para além de ser de acesso aberto, a base de dados terá uma natureza viva, ou seja, estará em contínuo crescimento e atualização. Cientistas e instituições que desejem contribuir com novos conjuntos de dados sobre polinização podem adicioná-los facilmente à base de dados», referem os coordenadores da CropPol.

Para divulgar a base de dados, construída no âmbito do projeto OBServ, financiado pelo Fórum Belmont 2017-2018 e BiodivERsA, a equipa internacional trabalhou num artigo científico, publicado na conceituada revista Ecology. Os dados recolhidos na CropPol serão usados para prever o nível de polinização esperado em diferentes culturas em todo o mundo. «Quantificar polinizadores e os seus serviços consome muito tempo e só pode ser feito para um pequeno número de campos de cultivo. Se pudermos usar um conjunto de variáveis fáceis de medir, como a quantidade de habitat natural ou precipitação para prever os níveis de polinização, será um grande avanço», explica Alfonso Allen-Perkins, autor principal do artigo científico.

Fonte: Greensavers