Os produtores de leite reclamaram esta quarta-feira que os governantes imponham à indústria e à distribuição um “aumento imediato” do preço pago ao produtor, a acompanhar os custos de produção, e a criação de um ‘observatório do leite’.
“Os produtores de leite, representados pela Aprolep [Associação dos Produtores de Leite de Portugal], consideram urgente que os governantes tenham uma palavra forte junto da indústria e distribuição para um aumento imediato do preço base a pagar ao produtor para acompanhar os custos de produção”, refere a associação em comunicado.
No comunicado, a Aprolep recorda que “os produtores de leite portugueses sofreram desde o início de 2021 sucessivos aumentos dos custos com a alimentação das vacas leiteiras, sem que ocorresse o correspondente aumento do preço do leite pago ao produtor”.
“Após sucessivos alertas da Aprolep, o Ministério da Agricultura anunciou a 6 de julho de 2021 que iria apresentar uma ‘proposta de criação’ de uma subcomissão na PARCA – Plataforma de Acompanhamento das Relações na Cadeia Agroalimentar, para ‘monitorização e análise do setor do leite e produtos lácteos’”, lembra.
Meses depois, “a 3 de setembro, foi anunciada a ‘criação de uma subcomissão específica do setor do leite e produtos lácteos, com o objetivo elaborar propostas de intervenção que resolvam a crise e os problemas que afetam atualmente os produtores’”.
“Um ano após termos lançado os primeiros alertas, o prometido relatório foi finalmente divulgado […] e veio confirmar o que tínhamos denunciado: que o preço do leite em Portugal esteve cinco cêntimos/litro abaixo da média da UE [União Europeia] em 2021, que houve uma redução de 90% no número de vacarias ao longo de uma década (entre 2009 e 2019) e podemos acrescentar que, depois, a redução do número de produtores ainda se agravou e os que resistem estão endividados, revoltados e desanimados”, sustenta a associação.
Embora esteja preocupada com a “ausência de dados atualizados sobre os aumentos dos custos de produção registados no último ano”, a Aprolep considera, ainda assim, que este relatório é “um importante diagnóstico e um ponto de partida para mudar a realidade atual da crise” que o setor atravessa.
Neste sentido, afirma-se “disponível para dar o seu contributo para que este documento seja alvo de estudo, debate, reflexão e base para a tomada de medidas urgentes, que deverão ser rapidamente postas em prática”.
Após ter lançado, no início da campanha para as eleições legislativas, uma manada de vacas de cartão em Lisboa a denunciar que “os políticos abandonaram os produtores de leite”, a Aprolep diz que esperava “uma declaração mais concreta do primeiro-ministro em Vila do Conde, zona da ‘bacia leiteira’, no dia seguinte à divulgação do relatório”.
Confrontada com as declarações então feitas por António Costa – “Não estamos cá só quando as vacas estão gordas. Estamos cá porque sabemos que para as vacas estarem gordas é preciso alimentar o gado, é preciso acarinhar o gado, é preciso tratar bem o gado para que o gado engorde” – a associação lamenta: “Não era isso que esperávamos ouvir”.
Segundo salienta, “o que produtores de leite esperam dos vários candidatos é que, para além das referências ao ‘gado’ e ao gato ‘Zé Albino’, venham ao terreno visitar vacarias e reunir com os agricultores, que digam que já leram ou vão ler o relatório da PARCA, que se informem sobre o custo de ‘alimentar o gado’ e que apresentem medidas concretas” que lhes permitam “receber um preço justo pelo leite para viver com dignidade”.
Fonte: ECO
Segundo o mesmo comunicado, a empresa exportadora do pescado "foi identificada" e foi "elaborado um auto de contraordenação", tendo os facto sido "remetidos à Inspeção Regional das Pescas".
A Guarda Nacional Republicana (GNR) apreendeu hoje 30 quilos de pescado subdimensionado, no terminal de cargas da Aerogare Civil das Lajes, na ilha da Terceira, nos Açores, revelou em comunicado de imprensa.
“No âmbito de uma ação de fiscalização destinada ao controlo das regras de captura, desembarque e comercialização de pescado fresco, os militares da Guarda detetaram caixas de pescado que continham 30 quilos de goraz (Pagellus bogaraveo) sem que tivesse a medida mínima estipulada por lei para ser comercializado, resultando na sua apreensão”, adiantou o comando territorial dos Açores.
Segundo o mesmo comunicado, a empresa exportadora do pescado “foi identificada” e foi “elaborado um auto de contraordenação”, tendo os facto sido “remetidos à Inspeção Regional das Pescas”.
O pescado apreendido foi “entregue a uma instituição de solidariedade social”, após “verificação do seu estado pelo médico veterinário”.
A GNR salientou ainda, em comunicado, que o respeito das medidas mínimas de captura é “uma medida de gestão sustentável do pescado”, acrescentando que o objetivo é “melhorar a rentabilidade potencial do recurso”.
Fonte: Observador
A Malásia, Israel e a Grécia produzem o maior desperdício alimentar, numa base per capita, segundo um novo estudo da Bosch, utilizando dados do Relatório do Índice de Resíduos Alimentares.
De acordo com o estudo, a Malásia produz anualmente cerca de 259,8 quilogramas de resíduos alimentares per capita. Israel produz 178,4 quilogramas e a Grécia 174,6 quilogramas per capita por ano.
No extremo oposto, a Eslovénia, a Rússia e a Áustria são mais engenhosas no que diz respeito ao desperdício alimentar, com, respetivamente, 61, 74 e 76 quilogramas de resíduos alimentares per capita, numa base anual.
Níveis de desperdício alimentar em toda a Europa
Em termos do nível de resíduos alimentares registados noutros grandes mercados europeus, destaca-se a França, com 134,88 quilogramas per capita, contra os 115,7 quilogramas em Espanha e os 96,25 quilogramas em Itália. O Reino Unido produz 97,7 quilogramas per capita, enquanto a Alemanha produz 101,54 quilogramas.
Em termos dos países que produzem mais desperdício alimentar em termos absolutos, a China lidera, produzindo 179 milhões de toneladas de desperdício alimentar por ano, seguida da Índia (128 milhões de toneladas) e dos Estados Unidos da América (45 milhões de toneladas).
“Todos os anos, são produzidas cerca de 1,3 mil milhões de toneladas de resíduos alimentares em todo o mundo. Este não é apenas um enorme problema ambiental, mas também levanta problemas éticos e financeiros“, lê-se no estudo.
Bruxelas quer incentivar os Estados-membros a reduzir para metade o desperdício alimentar até 2030. Cerca de 88 milhões de toneladas de produtos alimentares são desperdiçados anualmente na União Europeia, ao que corresponde cerca de 20% da totalidade dos alimentos produzidos, com custos correspondentes estimados em 143 mil milhões de euros.
Fonte: Grande Consumo
A produção de vinho verde cresceu mais de três milhões de litros em 2021 e bateu o “recorde de exportações”, disse, em entrevista à Lusa, o presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro.
“Na última vindima ficámos um tudo nada acima da anterior, cerca de 3%, 4% da vindima anterior”, disse à Lusa Manuel Pinheiro, detalhando que a produção na campanha 2021/2022 atingiu os 84,9 milhões de litros, acima dos 81,8 milhões registados no ano anterior (aumento de 3,7%).
O presidente da CVRVV, que abandonará o cargo em abril, adiantou ainda que, apesar dos números de 2021 ainda não estarem fechados, já é possível dizer que no ano passado a região atingiu um “recorde de exportações”.
De acordo com Manuel Pinheiro, até novembro de 2021 foram registados 73 milhões de euros de exportações, “um aumento de 6,9%” face ao mesmo período de 2020, que deverá levar à ultrapassagem dos 74,3 milhões de euros da totalidade de 2020.
“O vinho verde exporta-se para cerca de 104 mercados. Os primeiros são os Estados Unidos e a Alemanha. Os Estados Unidos é um mercado muito interessante, mais de 10 milhões de litros, porque é um mercado muito diverso, no qual nós estamos a crescer imenso”, detalhou à Lusa o responsável.
Na Alemanha, o comércio faz-se mais em “supermercados”, diz Manuel Pinheiro, pelo que o preço é “um bocadinho mais baixo”, algo que contrasta com o Japão: “um mercado de valor onde vendemos alguns dos nossos melhores vinhos”.
“Entre os mercados que se têm movimentado, eu diria, pela positiva, a Polónia, que tem crescido muito, a Rússia que tem crescido muito”, acrescentou ainda, detalhando que o mercado polaco cresceu 34%, de 3,8 milhões de euros para 5,2 milhões.
Questionado sobre quais os efeitos das atuais pressões sobre os preços de produção, Manuel Pinheiro reconheceu que o custo da energia “afeta a fileira toda”, e que nos exportadores, em particular, “há dificuldades de obter contentores e de obter barcos”, pelo que “há produtores que têm produto para enviar e têm dificuldade em o colocar no mercado”.
Sobre o preço do vinho para os consumidores portugueses, Manuel Pinheiro afirmou que “Portugal é um dos países da Europa onde o vinho é mais barato e onde a relação qualidade-preço do vinho é mais interessante para o consumidor”.
“Nós não achamos que ele vá ficar mais caro, embora o objetivo de todos nós, de facto, é trazer mais valor para o negócio do vinho”, disse à Lusa.
Fazendo um balanço das dificuldades sentidas nos últimos anos, incluindo com a pandemia de covid-19, o responsável da CVRVV afirmou que “estes anos foram muito diferentes para grandes e pequenos”.
“Os grandes produtores e as grandes marcas estão presentes em força na distribuição moderna e na exportação, onde tiveram melhores resultados, e os produtores mais pequenos estão sobretudo em vinhos de maior valor e na restauração nacional”, caracterizou.
Assim, com o fecho da restauração e hotelaria em Portugal durante a pandemia de covid-19, “houve produtores muito pequenos que viram o chão desaparecer debaixo dos seus pés”, mesmo que os números gerais se tenham mantido “bons”.
“É preciso perceber que números gerais bons não nos podem impedir de perceber que ali no meio há pessoas que passaram com muita dificuldade”, alertou.
Manuel Pinheiro, presidente da CVRVV há 22 anos, fez ainda notar a diferença de preços pagos aos agricultores nacionais face ao que sucede, por exemplo, na região do Champagne, em França.
“Quando sabemos que na região do Champanhe as uvas são pagas ao agricultor aos cinco euros o quilo e em Portugal são pagas a menos de 50 cêntimos, em média, aqui está um objetivo, que é o de valorizar as nossas uvas”, ilustrou.
O responsável considera que uma valorização do seu produto “é fundamental para que os agricultores tenham uma vida digna e para que as novas gerações se possam dedicar à agricultura”.
Para isso acontecer, Manuel Pinheiro defende a segmentação de mercado, já que “durante os últimos anos, o grande objetivo do vinho verde foi ganhar mercado e ganhar notoriedade, e houve sucesso nisso”, mas agora é necessário “gerar mais valor”.
“Temos de dizer ao cliente que há um vinho verde base jovem, verde e fresco, com um preço mais competitivo, e depois há Loureiros, há Alvarinhos, de pequenas regiões e pequenos produtores que merecem bem ser pagos a um preço mais elevado porque são vinhos, também, de elevada qualidade”, argumentou.
A Região dos Vinhos Verdes abrange 48 concelhos do noroeste do país, conta com cerca de 16 mil hectares de vinha, aproximadamente 15 mil produtores de uva e cerca de 370 engarrafadores com marca própria.
Cerca de metade dos 150 a 170 milhões de euros do volume de negócio do vinho verde, à saída dos produtores, destina-se à exportação.
Fonte: Agroportal
Está a ser desenvolvido um projeto europeu em oito países, um deles Portugal, que tem como objetivo apoiar o processo de transição dos municípios rumo à neutralidade climática. Financiado pelo Horizonte 2020, o EUCityCalc é coordenado pela Energy Cities e integra várias entidades, sendo o único parceiro português a ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida.
Através de uma ferramenta de modelação prospetiva, a European City Calculator, o projeto garante aos municípios uma visão setorial sobre o tipo e ambição das medidas a implementar, com roteiros e cenários de transição climática cientificamente robustos, detalhados e integrados. O modelo será testado em dez municípios de pequena e média dimensão: Palmela, Sesimbra e Setúbal (Portugal), Riga (Letónia), Dijon Métropole (França), Mantova (Itália), Zdar (República Checa), Koprivnica, Varazdin e Virovitica (Croácia).
No seguimento do EUCityCalc, a ENA irá mapear os parceiros locais potencialmente interessantes nos municípios-piloto, criar grupos de trabalho com especialistas em distintas áreas, implementar o processo de cocriação de cenários políticos e percursos de transição para a neutralidade climática nos municípios envolvidos e construir um guia para integrar estes percursos e cenários políticos nos SECAPs – Planos de Ação para a Sustentabilidade Energética e Climática.
Fonte: Greensavers
A Malásia autorizou a importação de frango congelado de 32 empresas do Brasil, Tailândia e China durante três meses para colmatar a escassez, que tem levado a uma subida do preço do frango fresco.
A autorização entrou em vigor já em dezembro e irá terminar em fevereiro, segundo a agência noticiosa estatal malaia Bernama, que cita um comunicado do Ministério da Agricultura e das Indústrias Alimentares.
O ministro da Agricultura e das Indústrias Alimentares, Seri Ronald Kiandee, garantiu que a medida é temporária e que irá terminar “assim que o (…) fornecimento estabilizar de novo”.
O ministro sublinhou que as 32 empresas se comprometeram a apenas fornecer frango ‘halal’, abatido segundo regras estipuladas pela religião islâmica.
O Governo da Malásia culpou o aumento do preço do frango fresco pela diminuição da produção causada pelas restrições ao movimento de pessoas impostas no país devido à pandemia da covid-19.
No entanto, um relatório da Comissão de Competição da Malásia apontou a manipulação do mercado por parte de intermediários na importação de alimentos como a responsável pela subida dos preços.
Fonte: Agroportal
A DGAV publica nova versão do documento orientador de Procedimentos para as extensões de autorização de produtos fitofarmacêuticos para os usos menores, atualizando critérios e procedimentos para aprovar a inclusão de novas utilizações menores, nomeadamente, o uso menor em cultura maior, sendo aplicáveis os mesmos critérios no caso do Modo de Produção Biológico.
O novo documento pode ser encontrado aqui.
Fonte: DGAV
Na sequência do sucesso obtido na sensibilização dos consumidores para a promoção da economia circular e da consciência ambiental, as iniciativas “Quando do Velho se Faz Novo” e “Bebidas+Circulares”, promovidas pelo consórcio APED/APIAM/PROBEB, iniciam em janeiro e até ao final de junho de 2022 uma nova fase com a implementação de um sistema de pontos.
A partir de agora cada embalagem devolvida vale um ponto e os utilizadores são incentivados a acumular pontos que poderão ser trocados por prémios que apelam a comportamentos sustentáveis.
Com este novo passo, os utilizadores são motivados a colocar as suas embalagens de bebidas nas máquinas disponíveis nos espaços comerciais aderentes, prosseguindo com a fase de preparação para a implementação do futuro sistema de depósito de embalagens de bebidas, a ser instalado em todo o país.
Para além da troca de pontos por prémios, cujos catálogos serão divulgados nos sites destes projetos no final de janeiro, os utilizadores das plataformas de pontos ficam imediatamente habilitados a participar em passatempos semanais e mensais.
Nota ainda para o facto de a vertente solidária do projeto “Bebidas+Circulares” continuar nesta nova fase, dando a possibilidade de os utilizadores converterem os seus pontos em donativos que serão entregues às instituições de solidariedade apoiadas neste projeto: Associação Mais Proximidade Melhor Vida e Ajuda de Berço.
Todos os pormenores desta nova fase de desenvolvimento estão indicados no regulamento, que está disponível no site de cada projeto.
“Quando do Velho se Faz Novo” já recolheu mais de 16 milhões de embalagens
O projeto-piloto “Quando do Velho se Faz Novo. Todos Ganham. Ganha o Planeta” conta com 23 máquinas de recolha automática instaladas em grandes superfícies comerciais, em diversos pontos de Portugal Continental, para a devolução de embalagens de bebidas de plástico PET.
Este projeto é financiado a 100% pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente e da Ação Climática e gerido por um consórcio composto pela Associação Águas Minerais e de Nascente de Portugal (APIAM), Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (PROBEB) e Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED). Esta nova fase conta com um orçamento de 475 mil euros.
Na primeira fase deste projeto-piloto mais de 16,6 milhões de embalagens de bebidas de plástico foram entregues nas 23 máquinas de recolha automática, permitindo a reciclagem de 472 toneladas de plástico PET para dar origem a material reciclado de elevada qualidade destinado à produção de novas garrafas de bebidas, com o objetivo de promover a sustentabilidade ambiental através de uma economia mais circular.
“Bebidas+Circulares” promove reciclagem e economia circular em Lisboa
“Bebidas+Circulares” é um projeto definido especificamente no concelho de Lisboa, que conta com 10 máquinas de recolha automática instaladas em grandes superfícies comerciais e num mercado municipal, com o objetivo incentivar os cidadãos do concelho a devolverem garrafas de plástico PET e latas não reutilizáveis de bebidas. Este projeto permite também a entrega de embalagens de vidro em três locais específicos.
É também promovido pelas associações Águas Minerais e de Nascente de Portugal (APIAM), Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e Associação Portuguesa das Bebidas Refrescantes Não Alcoólicas (PROBEB), em parceria com a Câmara Municipal de Lisboa. Os materiais recolhidos são encaminhados para as instalações da Valorsul com vista à sua reciclagem.
O projeto conta com um orçamento de perto de um milhão de euros, com um financiamento a 90% pelo Programa “Ambiente, Alterações Climáticas e Economia de Baixo Carbono”, do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu em Portugal para o período 2014-2021, criado na sequência da assinatura de um acordo entre Portugal, a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein, o EEA Grants.
Este projeto já contribuiu para a recolha de mais de 2 milhões de embalagens de bebidas em plástico PET, latas de metal e garrafas de vidro, a que correspondem a perto de 150 toneladas de materiais encaminhados para reciclagem.
Toda a informação sobre estes projetos pode ser consultada nos sites:
Fonte: Greensavers
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou, através de Brigada de Indústrias da Unidade Regional do Norte – Unidade Operacional de Mirandela, duas operações de fiscalização a entrepostos frigoríficos, localizados no distrito de Braga e em Mondim de Basto.
Como resultado das ações procedeu-se à apreensão de 1.780 kg de géneros alimentícios de origem animal, no entreposto frigorífico situado no distrito de Braga, por se encontrarem anormais avariados, por falta de requisitos e rastreabilidade, tendo sido submetidos a perícia considerando 880 Kg como “anormais avariados”, pelo facto de apresentarem notória formação de cristais de gelo na sua superfície, desidratação e descoloração, provocados pela exposição ao frio, sendo que a generalidade tinha ultrapassado a data-limite de consumo.
Verificou-se ainda que o operador económico procedia ao recondicionamento dos produtos sem licenciamento, com alteração das condições de conservação (passagem do estado “fresco/refrigerado” para estado “congelado”) com reetiquetagem de diversos produtos alterando as datas de limite de consumo, situação que colocava em causa a rastreabilidade e condição dos produtos. No que se refere ao entreposto situado em Mondim de Basto foram apreendidas cerca de 8 toneladas de produtos de origem animal com suspensão da atividade por falta do número de controlo veterinário e falta de licenciamento.
Fonte: ASAE
O Parlamento Europeu (PE) aprovou ontem as recomendações finais da comissão de inquérito sobre a proteção dos animais durante o transporte, das quais Isabel Carvalhais foi correlatora.
A assembleia europeia defende que a UE e os Estados-Membros devem intensificar os seus esforços para garantir o bem-estar dos animais durante o transporte e que as regras europeias nesta matéria devem ser atualizadas. Propõe também que seja dada preferência ao transporte de carcaças ou de carne em vez de animais vivos, entre outras recomendações, aprovadas com 557 votos a favor, 55 contra e 78 abstenções.
A eurodeputada portuguesa Isabel Carvalhais (S&D), correlatora do documento com o eurodeputado romeno Daniel Buda (PPE), afirmou: “O bem-estar dos animais é uma das bandeiras desta instituição. O transporte de animais vivos é uma parte inseparável do bem-estar dos animais na UE, que avaliámos em profundidade e com grande empenho nesta comissão de inquérito. Precisamos de investir em mais e melhores soluções para reduzir a necessidade de transporte de animais vivos. Devemos ter em mente, contudo, a dimensão social do que estamos a propor e como isto afetará as pessoas".
Todos os anos, milhões de animais são transportados em distâncias longas e curtas no interior dos Estados‑Membros e entre estes, bem como para países terceiros. “Tal prática pode ser facilmente substituída pelo transporte de carne, produtos animais e material genético”, afirma o PE.
Os eurodeputados salientam que o regulamento relativo ao transporte de animais, adotado há mais de 15 anos, “não estabelece condições consentâneas com a investigação científica e os conhecimentos científicos mais recentes sobre a fisiologia e as necessidades dos animais”.
As regras em vigor nem sempre são respeitadas nos Estados‑Membros e não têm plenamente em conta as diferentes necessidades dos animais, de acordo com a espécie, a idade, o tamanho e as condições físicas, nem os aspetos fisiológicos e etológicos específicos, os requisitos em matéria de alimentação e abeberamento, de temperatura, humidade ou manuseamento, diz o relatório da comissão de inquérito.
As violações mais frequentemente sinalizadas durante o transporte estão relacionadas com a falta de altura livre, o facto de os animais transportados não se encontrarem em condições para o transporte, a sobrelotação, a desidratação dos animais devido a sistemas de abeberamento inadequados ou à falta de água, o transporte durante temperaturas extremas, uma ventilação inadequada, a duração longa da viagem e a falta de observação dos períodos de repouso.
O PE solicita que as regras europeias nesta matéria sejam revistas e atualizadas e que “a responsabilidade pelo bem-estar dos animais seja explicitada no título do comissário competente da UE”, de modo a refletir a importância desta questão para os cidadãos europeus e garantir que lhe seja dada a devida atenção política.
A assembleia recomenda que, na futura legislação, o tempo de viagem dos animais domésticos destinados ao abate não exceda, em princípio, oito horas, tendo simultaneamente em consideração as características geográficas específicas de algumas regiões, como as ilhas e regiões ultraperiféricas. O transporte de animais no último terço da gestação deve ser circunscrito a uma duração máxima de quatro horas, acrescenta.
Os eurodeputados consideram ainda que o transporte de animais não desmamados deve ser evitado e não deve ser autorizado para vitelos com menos de quatro semanas, exceto no caso de o transporte ser efetuado pelos criadores numa distância inferior a 50 km.
A obrigatoriedade do equipamento dos meios de transporte com um sistema de televisão em circuito fechado (CCTV) para viagens de longo curso, com especial destaque para as operações de carregamento e descarregamento, é outra das recomendações feitas pelo PE.
Os parlamentares defendem que os Estados-Membros só devem conceder a aprovação de planos de viagem quando as temperaturas e as previsões meteorológicas estejam dentro da faixa dos 5º C aos 30 º C e que a temperatura, a humidade e o amoníaco devem ser registados através de dispositivos de controlo colocados nos diferentes compartimentos do meio de transporte.
Exportações de animais vivos só devem ser autorizadas em certas condições
Não existe atualmente um sistema de controlo para o transporte de animais para países terceiros, nota o PE. A assembleia insta os Estados-Membros a inspecionarem todas as remessas no ponto de carregamento e no ponto de chegada ao destino final para viagens de longo curso para países terceiros e a procederem a avaliações cuidadosas, a fim de instaurarem procedimentos para as inspeções, que cubram domínios como a quantidade de alimentos e água durante a viagem, o espaço e a altura livre dos animais, a qualidade, a colocação e o bom funcionamento dos dispositivos de abeberamento, e a velarem por que não sejam carregados animais não aptos para a viagem.
O transporte de animais entre a UE e países terceiros só deve ser autorizado quando as normas europeias puderem ser asseguradas, insistem os eurodeputados.
Preferência pelo transporte de carcaças e de carne em vez de animais vivos
O PE afirma que a UE deve favorecer, sempre que possível, o transporte de sémen ou embriões em detrimento de animais reprodutores, bem como de carcaças e carne em vez de animais em trânsito para abate.
Os eurodeputados querem que a Comissão apresente urgentemente, e o mais tardar até 2023, um plano de ação que permita esta transição e que tenha em conta a necessidade de minimizar os impactos socioeconómicos de tal mudança, dirigindo diferentes fundos, inclusive da política agrícola comum (PAC), para este objetivo.
Contexto
A comissão de inquérito sobre a proteção dos animais durante o transporte foi criada pelo PE em junho de 2020 para analisar a “alegada falta de reação da Comissão perante as provas de infrações graves e sistemáticas” da legislação europeia sobre o transporte de animais vivos na UE e para países terceiros.
Após 18 meses de trabalho, esta comissão aprovou, em 2 de dezembro, as suas conclusões e recomendações, que foram ontem debatidas e votadas em plenário.
Fonte: Parlamento Europeu
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