Entre os milhares de animais abatidos estão galinhas, perus, patos, gansos, gaivotas e faisões. Portugal já soma mais de 15 focos de infeção pela gripe das aves.
Perto de 230.000 animais já foram abatidos devido à gripe das aves, mas os produtores ainda não reclamaram indemnizações ao abrigo do novo despacho, adiantou o Ministério da Agricultura à Lusa.
Segundo os últimos dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), disponibilizados pelo executivo, pelo menos, 228.470 animais foram abatidos após terem sido infetados pelo vírus da gripe das aves. Entre estes, encontram-se galinhas, perus, patos, gansos, gaivotas e faisões.
Portugal já soma mais de 15 focos de infeção pela gripe das aves, detetados nos distritos de Leiria, Lisboa, Santarém, Setúbal, Beja e Faro. O primeiro caso foi confirmado em 30 de novembro de 2021, numa capoeira doméstica no concelho de Palmela, Setúbal.
Em 15 de fevereiro, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, assinou um despacho que atualiza o sistema de cálculo das indemnizações pelo abate de animais do setor avícola, devido ao surto de gripe aviária, segundo um comunicado.
De acordo com a tutela, “em virtude do recente surto de gripe aviária de alta patogenicidade no nosso país, verificou-se a necessidade de dar uma resposta adequada às perdas identificadas no setor avícola, nomeadamente através da atualização do montante compensatório no cálculo das indemnizações em caso de deteção de um foco da doença”, tendo como referência “a evolução do índice de preços no consumidor”.
Na mesma nota, o Governo detalhou que “o despacho assinado estabelece que todos os produtores avícolas que obtiveram prejuízos com as medidas de erradicação adotadas serão devidamente indemnizados”, acrescentando que “os custos incorridos pelos Estados-membros na execução das medidas de emergência veterinária, como é o caso da gripe aviária, terão um cofinanciamento de 75% da União Europeia”.
O Ministério da Agricultura garantiu, em resposta à Lusa, ainda não ter recebido qualquer “pedido de indemnização ao abrigo deste novo despacho”.
A DGAV já alertou para o “elevado risco” de disseminação da gripe das aves, após ter sido confirmado um novo caso numa cegonha branca, subindo para 16 o número de focos em Portugal. Em comunicado, a DGAV anunciou que, na sexta-feira, foi confirmado um caso de infeção pelo vírus da gripe aviária de alta patogenicidade (GAAP) numa cegonha branca, recolhida no Bairro do Progresso, em Silves, distrito de Faro.
“Este foco de GAAP evidencia o elevado risco de disseminação da gripe aviária de alta patogenicidade no país”, avisou a DGAV, explicando que, tendo em conta que se trata de um animal selvagem, não foram definidas zonas de restrição. A cegonha foi encaminhada para o Centro de Recuperação e Investigação de Animais Selvagens (RIAS), em Olhão.
Deste total, foram detetados 11 focos em aves domésticas, “incluindo explorações comerciais de perus, galinhas e patos, bem como uma coleção privada de aves e capoeiras cosméticas e cinco focos em aves selvagens”.
Perante estes casos, as medidas de controlo estão a ser implementadas e incluem a inspeção dos locais onde foi detetada a doença, abate dos animais infetados, bem como a notificação das explorações com aves nas zonas de proteção num raio de três quilómetros em redor do foco e de vigilância num raio de 10 quilómetros em redor do foco.
A DGAV voltou a apelar a todos os detentores de aves para que cumpram as medidas de biossegurança e boas práticas de produção avícola, reforçando também os procedimentos de higiene das instalações, equipamentos e materiais.
No mesmo documento, a diretora-geral da DGAV, Susana Guedes Pombo, determinou ainda que as aves de capoeira e em cativeiro detidas em estabelecimentos, incluindo detenções caseiras, em Portugal Continental, devem ficar confinadas nos seus alojamentos, impedindo o contacto com aves selvagens.
Por sua vez, nas zonas de proteção e vigilância é proibida a circulação de aves detidas a partir ou para os estabelecimentos aí localizados, o repovoamento de aves cinegéticas e feiras, mercadas, exposições “e outros ajuntamentos de aves detidas”.
Está ainda proibida a circulação de carne fresca e produtos à base de carne, a partir de matadouros ou estabelecimentos de manipulação de caça, assim como a circulação de ovos para incubação ou consumo humano e de subprodutos de animas obtidos de aves.
“Em todas as circunstâncias, os operadores de matadouros de aves de capoeira devem receber as informações relativas à cadeia alimentar (IRCA), pelo menos, 24 horas antes da chegada de animais no matadouro”, ressalvou, notando que as infrações às medidas implementadas resultam em punições.
As medidas anunciadas já estão em vigor e o seu prazo de extensão varia consoante o foco em causa. A DGAV é um serviço central da administração direta do Estado, com autonomia administrativa.
Fonte: Observador
A escolaridade e o conhecimento foram decisivos na mudança de hábitos dos portugueses em tempo de confinamento. A covid-19 mudou o que se põe à mesa de todos. Uns ficaram mais saudáveis, outros nem tanto. Veja o que diz investigação nacional e veja a que grupo pertence.
Um estudo liderado por uma investigadora da Universidade de Évora mostrou um aumento do consumo de hortícolas, frutas frescas e laticínios em pessoas com mais escolaridade e motivadas pela saúde, no primeiro confinamento da pandemia de covid-19.
Em comunicado, a Universidade de Évora (UE) revelou esta segunda-feira, 28 de fevereiro, que o estudo teve cariz internacional e foi coordenado por Elsa Lamy, investigadora do Instituto Mediterrâneo para Agricultura, Ambiente e Desenvolvimento (MED).
Os resultados deste trabalho, agora publicado na página de Internet de artigos científicos Science Direct, mostram “diferenças no comportamento” em termos de consumo alimentar no primeiro período de confinamento provocado pela pandemia de covid-19.
“Houve um aumento do consumo de hortícolas, frutas frescas e laticínios no grupo de pessoas com maior escolaridade e mais motivadas pela saúde”, indicou a academia alentejana, citando Elsa Lamy.
Por outro lado, foi registado “um aumento no consumo de alimentos doces, como bolos e bolachas, principalmente em países desenvolvidos e sobretudo no grupo de pessoas em que as motivações ligadas à busca de prazer e conforto nos alimentos é maior“.
A investigação baseou-se em 3.332 respostas recolhidos em 16 países, a maior parte, 72,8%, na Europa, seguindo-se 12,8% na África, 2,2% na América do Norte (EUA) e 12,2% na América do Sul.
O estudo envolveu outros investigadores da universidade alentejana, mais precisamente Maria Raquel Lucas, da Escola de Ciências Sociais, e Fernando Capela e Silva e Sofia Tavares, da Escola de Ciências da Saúde e Desenvolvimento Humano.
De acordo com a UE os resultados “sugerem que as principais motivações percebidas para impulsionar a ingestão alimentar”, naquele período inicial pandemia, “foram a familiaridade e o gosto, identificando-se dois ‘clusters’ diferentes, com base na frequência de consumo alimentar, classificados como ‘mais saudável’ e ‘não saudável'”.
Um dos aspetos que suscitou “maior interesse” por parte da investigadora foi a verificação da existência daqueles dois grupos de participantes.
“Um em que as mudanças foram no sentido de uma alimentação mais saudável e outro cuja mudança induzida pela situação de confinamento resultou numa pioria dos hábitos alimentares”, resumiu Elsa Lamy.
A investigadora considerou “interessante” verificar “que são os indivíduos com taxa de escolaridade mais elevada e cujo comportamento alimentar é motivado por fatores relacionados com a saúde e ambiente que conseguiram esta mudança positiva”.
Pelo contrário, uma menor taxa de escolaridade ficou associada a “alterações no sentido de uma alimentação menos saudável em indivíduos cujas escolhas são principalmente motivadas pelo prazer e regulação afetiva“, acrescentou.
A formação, destacou Elsa Lamy, “é essencial na promoção de uma alimentação saudável”.
“A escolaridade, além de contribuir para esta formação, contribui também para maior segurança económica e menos ansiedade” e isso reflete-se numa “menor necessidade de alimentos ‘de conforto’, como são os alimentos altamente palatáveis”, segundo a investigadora.
Contudo, segundo a UE, as alterações alimentares verificadas nas circunstâncias em análise “não devem ser generalizadas a toda a população, observando-se variações em sentido diferente, consoante os fatores que motivam o consumo”.
“Pensa-se que este conhecimento possa ajudar a definir estratégias mais eficazes, na medida em que as mesmas possam ser ajustadas em função das características de cada indivíduo”, disse.
Fonte: Lusa
O volume de negócios dos grossistas de produtos alimentares para hotelaria (canal Horeca) em Portugal registou um crescimento de 15,8% em 2021, para os 1.100 milhões de euros, de acordo com o estudo da Informa D&B sobre este sector.
Para 2022, esta tendência deverá manter-se, com um crescimento estimado de 14%, fruto da recuperação do consumo, da atividade turística e da hotelaria.
Os valores de 2021 surgem após um ano de 2020 muito desfavorável. O valor deste mercado tinha caído 29% e, entre as 37 das principais empresas do sector, 26 registaram quedas nas suas receitas.
Em 2020 operavam no sector português de grossistas de alimentação um total de 9.109 empresas, tendo o seu número registado um aumento de 1,3% em relação ao ano anterior. Cerca de 25% das empresas grossistas centram a sua atividade na distribuição de frutas e produtos hortícolas, à frente das distribuidoras de bebidas, que ocupam o segundo lugar, representando quase 17% do total.
O sector caracteriza-se pelo seu elevado grau de atomização (cerca de 90% dos operadores contam com menos de dez empregados). Grande parte são empresas familiares com um âmbito de atuação regional. A zona Norte concentra o maior número de empresas, representando pouco mais de 30% do total. A zona Centro e a de Lisboa agregavam perto de 26% e de 24% dos operadores, respetivamente.
Fonte: Agricultura e Mar
O Serviço de Avisos Agrícolas é um serviço nacional do Ministério da Agricultura que tem por finalidade emitir avisos agrícolas.
O conteúdo da presente Circular é o seguinte:
Vinha – tumores bacterianos
Kiwi – PSA, podridão agárica
Pomóideas – pedrado da macieira, aranhiço vermelho.
Pequenos frutos – podridão do colo, drosófila-de-asa-manchada.
Prunoídeas – lepra do pessegueiro
Castanheiro – doença da tinta, cancro do castanheiro
Batateira – alfinete, áltica.
Ornamentais – traça-do-buxo.
Fonte: Agroportal
Os Estados-membros aprovaram a 23 de Fevereiro, a comercialização na União Europeia (UE) de um aditivo alimentar inovador, conforme proposto pela Comissão. O aditivo, composto por 3-nitrooxipropanol, ajudará a reduzir a emissão de metano, um potente gás de efeito estufa, das vacas. Estima-se que a redução possa atingir entre 20% e 35%, sem afetar a produção.
O produto passou por uma rigorosa avaliação científica pela Autoridade Europeia de Segurança Alimentar que concluiu que é eficaz na redução das emissões de metano pelas vacas para produção de leite, refere uma nota de imprensa da Comissão Europeia.
Garante ainda a Comissão que o uso deste aditivo “é seguro para vacas e consumidores e não afeta a qualidade dos produtos lácteos”.
Assim que a decisão for adoptada pela Comissão, prevista para os próximos meses, o aditivo para rações será o primeiro desse tipo disponível no mercado da UE.
“Este produto inovador contribuirá para a sustentabilidade da agricultura da UE e para os objetivos da Estratégia Do Prado ao Prato”, realça a mesma nota.
Para a Comissária responsável pela Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides, “a inovação é fundamental para uma transição bem sucedida para um sistema alimentar mais sustentável. Cortar as emissões de metano relacionadas com a agricultura é fundamental na nossa luta contra as mudanças climáticas e a aprovação de hoje é um exemplo muito revelador do que podemos alcançar através de inovações agrícolas”.
O aditivo alimentar para bovinos, composto por 3-nitrooxipropanol e com o nome comercial Bovaer, foi criado pela empresa holandesa DSM.
Segundo a empresa, o Bovaer é o resultado de uma década de pesquisa científica, incluindo mais de 50 estudos revisados por pares publicados em revistas científicas independentes e 45 ensaios em explorações agrícolas em 13 países em 4 continentes.
Desde que recebeu aprovações regulatórias completas no Brasil e no Chile para o Bovaer, no início de Setembro de 2021, a DSM assinou um acordo de desenvolvimento com a JBS, uma das maiores produtoras de alimentos do Mundo. A aprovação da Comissão Europeia já permitia que a DSM iniciasse o desenvolvimento do produto no mercado na Europa no primeiro semestre de 2022.
Fonte: Agricultura e Mar
Um novo estudo revela que as crianças não comem os alimentos que não gostam, e que esse fator é mais forte do que o pensamento de que comem apenas o que gostam, o que acaba por se refletir na sua alimentação. As escolhas alimentares de cada criança são influenciadas pelos pais e colegas, pelo que, é importante ter em conta a perceção transmitida sobre cada alimento durante o seu crescimento.
Foram realizadas duas sessões no Laboratório de Comportamento Alimentar Infantil da Universidade Estadual da Pensilvânia, nos Estados Unidos, onde se serviram vários alimentos a crianças entre os 4 e os 6 anos – uvas, brócolos, tomate cereja, nuggets de frango, batatas fritas, ketchup, bolachas, sumo de fruta e leite.
Antes de comerem, cada uma mencionou o seu gosto por cada um dos alimentos, numa escala de satisfação – Muito mau, Mau, Mais ou Menos Mau, Mais ou Menos Bom, Bom e Muito Bom. De seguida, as crianças comeram livremente a refeição e os investigadores analisaram todos os fatores.
“Elas captam o que é dito à mesa sobre quais são os alimentos bons e, embora isso possa não fazer com que as crianças os comam, elas estão a absorver tudo, e isso está a afetar as suas perceções sobre os alimentos”, afirma Kathleen Keller, investigadora que coordenou o estudo. “O leite é um bom exemplo disso – para algumas famílias, pode haver um efeito de prestígio à volta do leite para a saúde. As crianças aprendem desde cedo que beber leite lhes dará um corpo forte, por isso podem beber leite mesmo que não seja a sua bebida favorita.”
Fonte: Greensavers
A Comissão Europeia acaba de atribuir 27,7 milhões de euros a 100 entidades portuguesas candidatas ao concurso Horizonte Europa, sendo que 24 milhões são dirigidos a projetos nas áreas do Ambiente e da Bioeconomia.
Os projetos financiados correspondem ao Cluster 6, que trata temas da Alimentação, Bioeconomia, Recursos Naturais, Agricultura e Ambiente, e ao Cluster 2, de Cultura, Criatividade e Sociedade Inclusiva. O país coordena 3 dos 66 aprovados para avançar: o BioValue, o REALM e o In Situ. Em Portugal, são ambos acompanhados pela Agência Nacional de Inovação (ANI), no âmbito da rede PERIN.
Relativamente ao Cluster 6, foram submetidas 199 propostas, das quais 57 foram aprovadas. Nesta categoria, distinguem-se os projetos financiados liderados por instituições portuguesas: o BioValue, coordenado pela Liderado pela Associação do Instituto Superior Técnico para a Investigação e Desenvolvimento (IST-ID), que pretende proteger e aumentar a biodiversidade através de ferramentas de ordenamento do território, de avaliação de impacto ambiental e ainda instrumentos financeiros e económicos; e o REALM, liderado pela NECTON – Companhia Portuguesa de Culturas Marinhas, que tem como finalidade aproveitar as águas de drenagem ricas em nutrientes de explorações sem solo para a produção de microalgas, tratamento da água e captação de dióxido de carbono.
Como refere Joana Mendonça, presidente da ANI, “Estes são resultados que vêm consolidar o bom desempenho nacional nos programas quadro europeus. As empresas portuguesas captaram cerca de 40% do financiamento nacional em Ambiente e Biotecnologia, o que é um resultado expressivo da dinâmica empresarial crescente neste tipo de instrumentos. No caso da Cultura, Educação e Democracia verificamos que a taxa de financiamento neste primeiro ano do Horizonte Europa é, para já, o triplo da alcançada no primeiro ano do Horizonte 2020. Saudamos ainda as 19 entidades portuguesas que pela primeira vez captam financiamento europeu, evidenciando a excelência científica nacional”.
Fonte: Greensavers
Três associações ambientalistas apelaram esta quarta-feira ao Governo para que inicie rapidamente o processo de consulta pública sobre o sistema de depósito de embalagens descartáveis, alertando para as consequências de um atraso que consideram incompreensível.
Em comunicado, as associações ZERO, Sciaena e ANP/WWF alertam que uma das implicações desse atraso é o desperdício diário de quatro milhões de embalagens de plástico, metal e vidro que são queimadas ou colocadas em aterro.
A cada ano de atraso, acrescentam, há uma perda de quase 1.500 milhões de embalagens de bebidas, que irão parar a aterro, serão incineradas ou ficarão espalhadas no ambiente, dificultando, por outro lado, o cumprimento das metas de reciclagem a que o país está obrigado.
As associações consideram que o adiamento da tomada de posse do novo executivo, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional de repetir as eleições legislativas no círculo da Europa, é uma oportunidade para lançar a consulta pública.
“Considerando que, à luz do entendimento de diferentes especialistas, o Governo ainda em funções tem o poder de publicar decretos, portarias, despachos, fazer nomeações e contratações, não existem razões que justifiquem adiar mais o lançamento da consulta pública”, afirmam.
Em 2018, o parlamento aprovou uma lei que previa a criação de “um sistema de depósito com retorno para embalagens de bebidas descartáveis” a partir do dia 01 de janeiro deste ano.
“No espaço de três anos, o Governo mostrou-se incapaz de regulamentar a lei e parece estar a preparar-se para fugir às suas responsabilidades e ao compromisso assumido publicamente de avançar com o processo de consulta pública”, acusam os ambientalistas.
Assumindo que, a partir da publicação da portaria, demore pelo menos mais cerca de um ano até o sistema ser implementado no terreno, as associações justificam a urgência da abertura do processo de consulta pública afirmando que está em causa um atraso superior a um ano e meio em relação à data.
As associações consideram ainda incompreensível que esse processo ainda não tenha sido iniciado, afirmando que foi conseguido um avanço em termos de diálogo com os diferentes interessados sobre o desenho do sistema e já foi até partilhado uma base da futura portaria.
Fonte: Observador
A rega de espaços verdes, a lavagem das ruas e de equipamentos são algumas das atividades que poderão ser condicionadas para poupar água, conforme decisões que começam na quarta-feira a ser tomadas, anunciou o ministro do Ambiente.
Em declarações aos jornalistas no final de uma cerimónia de assinatura do Protocolo de Colaboração Técnica e Financeira entre o Fundo Ambiental e o Conselho Autárquico da Cidade de Quelimane, em Moçambique, João Matos Fernandes indicou que na quarta-feira decorre a primeira de cinco reuniões, lideradas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), para avaliar as medidas técnicas a tomar contra a seca.
A primeira reunião vai acontecer no Algarve, seguindo-se as restantes sub-regiões hidrográficas.
No final do encontro, em que participarão os municípios portugueses, “muito provavelmente” deverão ser decretadas “medidas concretas para a redução e para a poupança de água”, segundo o ministro do Ambiente e da Ação Climática.
Segundo Matos Fernandes, outro objetivo destas reuniões é existir um alinhamento para “uma grande campanha de poupança de água”.
“No imediato, aquilo que pode ser feito é muito provavelmente decretar novas medidas de restrição do uso de água, que passam sobretudo pela atividade agrícola, e por outras atividades urbanas”, acrescentou.
E adiantou que “a rega de espaços verdes, as lavagens de ruas, a lavagem de alguns equipamentos poderá vir a ser condicionada”.
“Vamos ver o que está a acontecer em cada região, porque cada região é diferente e cada situação de seca também é diferente”, afirmou o ministro.
Fonte: Agroportal
Inflação registada no primeiro mês de 2022 é quase quatro vezes superior à verificada em 2017/18 e cerca do dobro da que se registou em 2005/06.
Em janeiro, os preços dos produtos agrícolas subiram mais de 4%, em comparação com o período homologo do ano anterior. A razão? O aumento de custos da produção agrícola e pecuária provocado quer pela inflação, quer pelos efeitos da seca.
Estes valores ganham particular interesse quando olhamos para os anteriores anos de, seca como 2018 e 2006. A comparação feita pelo Jornal de Notícias, baseada nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), mostra que a inflação é quase quatro vezes superior à verificada em 2017/18 e cerca do dobro da que se registou em 2005/06.
Os agricultores alertam que este cenário vai ser cada vez mais comum e que “atirar dinheiro para cima do problema não o resolve”. Rui Sousa da Leicar (Associação de Produtores de Leite e Carne) diz que a seca veio “somar a crise à crise”. “Já vínhamos a perder rentabilidade. Depois, veio a pandemia, os problemas na exportação, o fecho de cantinas, restaurantes e hotéis”, diz Rui Sousa.
Os produtores garantem em uníssono que, se não chover, os portugueses vão sentir ainda mais os efeitos económicos deste problema.
Para já, o Governo pretende avançar uma linha de crédito à tesouraria e apoios aos custos com eletricidade, conhecida como eletricidade verde, que se destina a mitigar o impacto da seca. Contudo, estas medidas extraordinárias só poderão ser implementadas quando o novo Executivo entrar em funções, algo que só deverá acontecer para o final de março ou início de abril.
Fonte: CNN Portugal
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