Portuguese English French German Italian Spanish

  Acesso à base de dados   |   email: qualfood@idq.pt

Os riscos do leite cru

  • Wednesday, 06 March 2019 10:49

O leite cru é um leite de origem animal que não foi sujeito a um tratamento de pasteurização para matar bactérias prejudiciais. Este tipo de leite pode facilitar o transporte de germes como BrucellaCampylobacterCryptosporidiumE. coliListeria e Salmonella, representando risco para a saúde.

Recentemente, as pessoas tem optado por leite cru por pensarem que este traz maior benefício para a saúde sob o leite pasteurizado. No entanto, a probabilidade de doença aumenta com o seu consumo, o que significa sintomas leves como diarreia, dores abdominais e vómitos e a aquisição de doenças graves como a síndrome Guillain-Barré e o síndrome urémico hemolítico.

Existem grupos particularmente em risco, nomeadamente crianças, idosos, grávidas e indivíduos cujo sistema imunitário esteja enfraquecido por alguma razão.

Não só o leite cru, mas também os derivados deste como queijo, gelado e iogurte podem causar doença, sendo que a contaminação pode ocorrer desde o momento de produção.

Assim, o contato direto de fezes animais com o leite, doenças animais, bactérias que habitam a pele dos animais, o ambiente, insetos, roeadores, animais vetores e contaminação cruzada dos trabalhadores, equipamentos e animais são vias de contaminação do leite.

Mesmo que o consumo de leite cru já seja de longa data, sem qualquer efeito prejudicial para o consumidor, a presença de germes é imprevisível e deve ser evitada através do consumo preferencial de leite que foi pasteurizado.

Este não é inferior, pelo contrário, certificando-se de uma maior segurança de consumo e preservando os efeitos nutritivos do mesmo.

Aceda aqui ao flyer promocional da Centers for Disease Control and Prevention (CDC) acerca do leite cru e os riscos associados ao seu consumo.

Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (CDC)

A problemática do frango tratado com cloro

  • Wednesday, 06 March 2019 10:18

Os frangos americanos são tratados com uma solução à base de cloro cujo objetivo é a remoção de bactérias e outros contaminantes. Os defensores deste tipo de tratamento alegam que é possível produzir carne sem matéria fecal e outros potenciais germes como Campylobacter e Salmonella.

No entanto, os protetores da dignidade animal dizem que a cloração apenas encobre o problema real, que é a vivência e o abate dos animais em condições não sanitárias uma vez que a lavagem de carcaças com cloro permite poupar dinheiro em sanitização sistémica durante a vida e morte da galinha.

Enquanto que a União Europeia baseia a sua abordagem à legislação alimentar no princípio da precaução, isto é apenas produtos e processos que se provem seguros são aprovados, os Estados Unidos baseiam a sua abordagem na permissão de tudo aquilo que não foi ainda provado como perigoso.

O processo de tratamento com cloro é autorizado nas quintas americanas e designa-se tratamento de redução de patogéneros (PRT), enquanto que na UE os produtores não podem utilizar nenhuma outra substância que não água ou outra aprovada pela Comissão Europeia para a lavagem de carne.

Investigações desenvolvidas pela agência Reuters descobriram que as empresas de produção de frango nos Estados Unidos usam uma variedade de antibióticos como suplementos rotineiros na ração para prevenir doença e promover o crescimento animal. Esta administração, em doses baixas, cria condições de excelência para o desenvolvimento de novas estirpes resistentes.

Mais ainda, os frangos recebem anti-histaminas para tornar a sua carne mais tenra. Algumas das carcaças testadas, acusaram a presença de esteróides e quetamina.

Assim, o Reino Unido, prestes a abandonar a regulamentação europeia pode estar sujeito à importação de frangos tratados com cloro em consequência das suas negociações pós-Brexit com os Estados Unidos.

Entre outros problemas, abre-se a porta para novas políticas potencialmente perigosas em troco de carne de frango por um preço inferior, afetando a harmonização da legislação alimentar.

A permissão do uso de soluções antimicrobianas contendo cloro para a lavagem de carcaças, pode levar a formação de compostos orgânicos de cloro, muitos dos quais persistentes, bioacumuláveis e potencialmente carcinogénicos.

Fonte: Independent

Detetou-se em pelo menos 11 mil garrafas de vinho tinto, um vinho de qualidade inferior. Oficiais da Europol alegam que os criminosos terão contrafeito bebidas de forma inconsequente para a saúde humana em seu benefício.

A Europol e a polícia italiana desmantelaram a rede criminosa envolvida na contrafação de marcas e rótulos de vinho de uma destilaria em Florença chamada Marchesi Antinori S.p.a.

As garrafas alegavam pertencer a um grupo de alta qualidade de indicação geográfica Toscana, segundo a marca Tignanello, protegida pelo governo italiano. Na verdade, correspondiam a vinhos de qualidade inferior adquiridos de outras origens.

9 pessoas foram investigadas e 3 presas. Dois destes presos são relacionados, nomeadamente mãe e filho e possuíam a sua própria empresa que também vendia produtos de desporto.

A investigação desta fraude internacional iniciou em fevereiro de 2017, após um pedido de impressão suspeito de 4500 rótulos de vinho.

A circulação e venda deste produto atingiu maioritariamente o mercado italiano, belga e alemão.

Fonte: Food Safety News

A produção do sal marinho principia com a evaporação lenta de águas salinas subterrâneas, pela ação do calor do sol e da energia do vento. Após esta etapa, o sal é recolhido por via manual ou mecânica e embalado.

Apesar de ser considerado quimicamente puro e um ingrediente alimentar estéril, é necessário reconhecer que os sais marinhos podem transportar muitos contaminantes microbianos derivados da água do mar.

Deste modo, o estudo elaborado por Biango-Daniels et al. (2018), explora a viabilidade dos fungos com potencial de deterioração aquando do uso do sal marinho como tempero de outros alimentos.

Para isso os fungos foram isolados num meio que simulava comida salgada, com baixa atividade de água e posteriormente identificados através da extração do material genético e análise de PCR.

Este ensaio permitiu detetar uma ou mais espécies pertencentes aos géneros AspergillusPenicillium e Cladosporium na totalidade das amostras de sais analisados.

Conclui-se assim que os sais marinhos contêm fungos capazes de deteorar géneros alimentícios, mas que em termos comerciais, os níveis de fungos vivos são bastante reduzidos.

Isto pode dever-se a limitações do meio de crescimento utilizado neste estudo, bem como ao tempo de incubação aplicado pois podem existir outros fungos de crescimento mais lento que não tenham sido detetados.

Particular atenção deve ser dada a produtos que não recebam tratamento térmico, como é o caso de carnes fumadas onde os sais marinhos podem ser a fonte de crescimento de bolores (Sonjak et al., 2011).

Considerando as conclusões deste pequeno estudo, parece preponderante que as caraterísticas físico-químicas, organoléticas e microbiológicas do sal alimentar destinado ao consumo humano direto sejam estritamente reguladas.

A atual legislação nacional prevê que o sal deve respeitar uma contagem de germes mesófilos e germes halófitos menor que 100/g, assim como devem estar ausentes colónias de coliformes, Streptococcus fecais e E.coli. No entanto, não se verifica a existência de qualquer análise ao nível da potencial contaminação por fungos.

Fonte: Food Microbiology (Elsevier)

O Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) divulga anualmente na sua revista o 'top 10' das inovações tecnológicas.

Bill Gates, o co-fundador da multinacional informática Microsoft, foi convidado a partilhar a sua visão e escolhas para esta lista.

Deste modo, hambúrgueres vegetais com sabor a carne foram eleitos como uma das dez tecnologias revolucionárias de 2019. Nesta categoria incluem-se criações de carne em laboratório, assim como alternativas à base de plantas que se aproximem ao sabor e valor nutricional da carne sem impacto ambiental associado.

É expectável que a população mundial até 2050 atinja 9.8 biliões de pessoas pelo que é incomportável para o setor da carne aumentar a sua produção sem causar danos ambientais e mal-estar animal.

A solução passa então por extrair tecido muscular de animais e cresce-lo em bioreatores ou na aposta em proteína de origem vegetal.

No que se refere à primeira opção, investigadores da Universidade de Maastrichtna Holanda, continuam a trabalhar no sentido de melhorar o sabor e diminuir as emissões da produção de carne em laboratório.

Por outro lado, as empresas de produção de carne à base de plantas como a Beyond Meat e Impossible Foods, das quais Bill Gates é investidor, utilizam como base do seu produto a proteína da ervilha, da soja, do trigo, de batatas e de óleos de plantas que mimetizam a textura e sabor de carne animal.

Fonte: Sustainable Opportunity Initiative

A Food and Drug Administration (FDA) publicou um comunicado acerca do seu Ato de Modernização da Segurança Alimentar (FSMA).

O comunicado salienta como os Estados-Unidos importam cerca de 15% do seu abastecimento alimentar total de mais de 200 países e territórios representantes de aproximadamente 125 mil indústrias e quintas internacionais.

Nos últimos 15 anos, aumentou a importação de alimentos, com outros países a fornecer cerca de 32% dos vegetais frescos, 55% das frutas frescas e 94% do marisco aos Estados-Unidos.

Apesar deste aumento, a segurança alimentar permaneceu intacta graças ao papel da FDA, da indústria alimentar e de parceiros envolvidos na regulação alimentar de importação de alimentos para humanos e animais.

Tendo em conta a globalização da cadeia alimentar, a nova estratégia da FDA sustenta-se em quatro pilares de ação, nomeadamente a prevenção a nível internacional, a deteção precoce e respetiva recusa de produtos não seguros nas fronteiras dos Estados-Unidos, a rápida resposta e alteração de permissões de importação de alimentos não seguros partilhada pela FDA e, por último, a medição do progresso deste projeto avaliando a sua eficiência.

Consulte o esclarecimento efetuado pelo Comissionário da FDA acerca da nova estratégia de abordagem, aqui.

Fonte: New Food Magazine

Após uma petição pública com 15 mil assinaturas válidas, a proibição do uso de glifosato vai ser discutida numa audiência marcada para 7 de março na Comissão Parlamentar do Mar e da Agricultura.

A Assembleia da República recebeu as assinaturas desta petição a 20 de novembro de 2018. A confirmação foi dada pelo criador da petição online, Mateus Carvalho.

Em Portugal, o uso de glifosato, e outros produtos fitofarmacêuticos, é proibido em espaços públicos desde março de 2017. No entanto, a sua venda é livre, tendo caído 22,7% entre 2014 e 2017.

Fonte: Público

Dados recentes publicados pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doença (ECDC) e a Autoridade de Segurança Alimentar Europeia (EFSA) revelam que os anti-microbianos usados no tratamento de doenças que podem ser transmitidas entre animais e humanos, tais como campilobacteriose e salmonelose, estão a tornar-se menos eficazes.

De acordo com o relatório, que refere dados de 2017, a resistência a fluoroquinonolonas, como a ciprofloxacina, é tão alta em bactérias Campylobacterque em alguns países este já não funciona como tratamento de casos severos de campilobacteriose. Altas proporções de bactérias também se tornaram resistentes a tetraciclinas.

Do mesmo modo, a maioria dos países reportou o aumento da resistência a fluoroquinolonas no tratamento de Salmonella em humanos. A multiresistência desta bactéria, isto é, a resistência a três ou mais anti-microbianos, é também um fenómeno emergente encontrado em humanos (28,3%) e animais, particularmente S. Typhimurium.

O relatório reúne informação colecionada de 28 estados-membros da UE relativamente a humanos, porcos e bezerros com menos de um ano, confirmando a ascensão da resistência antibiótica já identificada em anos anteriores.

A Comissão Europeia adotou o plano de ação One Health em 2017, reconhecendo que ações efetivas contra esta ameaça devem ser tomadas nas diversas áreas da saúde humana, animal e ambiente. A sensibilização para o uso prudente de anti-microbianos é fundamental para que se possa limitar a disseminação de resistência bacteriana.

Fonte: EFSA

A presença de E. coli produtora de toxina Shiga (STEC) em comidas prontas-a-comer é um potencial risco para a saúde, independentemente da estirpe ou genótipo, de acordo com a Food Standards Scotland (FSS).

A agência salienta que tais comidas não devem conter STEC pois dez a cem células desta são suficientes para causar infeção. Deste modo, a sua presença em pequenas doses em comida não cozinhada pré-consumo tem o potencial para causar intoxicação alimentar.

Na Escócia, o tipo mais frequente de infeção por STEC é a estirpe potencialmente fatal, E. coli O157, no entanto, mais de 30% dos isolados de STEC são estirpes não-O157, sendo que cerca de um terço não possuí o gene responsável por causar infeção.

 

Os sintomas tipicamente incluem dor abdominal e diarreia, frequentemente sanguínea. A intensidade da infeção pode variar, mas é particularmente perigosa para grupos vulneráveis como é o caso dos idosos e crianças com menos de cinco anos. Algumas pessoas podem desenvolver sérias complicações, nomeadamente síndrome hemolítico urémico causado por estirpes produtoras do gene Stx2a.

Saiba mais sobre estirpes STEC, aqui.

Fonte: Food Safety News

 

A saída do Reino Unido da União Europeia – BREXIT – a 29 de março de 2019, implica que as regras da UE deixarão de se aplicar ao Reino Unido, por conseguinte, a preparação para o BREXIT não é apenas da responsabilidade da UE e das autoridades nacionais, mas também da indústria de medicamentos veterinários.

Assim junto se anexa um documento com uma versão em português e outra em língua inglesa, com informações relevantes sobre o Brexit destinada aos titulares e partes interessadas.

Fonte: DGAV