O mais recente estudo do Marine Stewardship Council (MSC), feito pela GlobeScan Incorporated, analisou as tendências do consumo de peixe e as principais preocupações dos consumidores em 23 países. A análise revela que Portugal é dos país que mais gosta de consumir pescado e que os cidadãos se revelam preocupados com a preservação dos recursos marinhos.
A poluição, sobretudo pelos plásticos e microplásticos, é a grande preocupação dos portugueses (67%), que se destacam ainda por ter uma maior preocupação neste campo do que a média global dos países inquiridos. A segunda preocupação dos inquiridos portugueses é a sobrepesca e a extinção das espécies (48%).
Esta preocupação com a sustentabilidade dos oceanos já conduziu 54% dos consumidores nacionais a tomar alguma medida no último ano, como mudar de marca para outra que afirme o seu compromisso com um oceano mais saudável, e 90% revelaram estar dispostos a tomar medidas no futuro com o mesmo objetivo.
Está a decorrer desde segunda-feira, e até ao dia 21 de novembro, o evento #MARPARASEMPRE, organizado pelo MSC pela primeira vez em Portugal. A iniciativa tem como objetivo sensibilizar para a importância de um consumo sustentável de pescado, no qual toda a cadeia de valor, incluindo os consumidores, têm um papel crucial.
Fonte: Greensavers
A FIPA – Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares vê com enorme preocupação a atual crise no preço das matérias-primas alimentares, materiais de embalagem e energia e alerta que este cenário inflacionista irá inevitavelmente refletir-se ao longo da cadeia de abastecimento, continuando a pressionar a já débil competitividade da indústria agroalimentar nacional, com possíveis impactos no normal funcionamento das empresas e no emprego.
A juntar à pressão inflacionista, o setor depara-se também com um cenário de disrupção nas cadeias de abastecimento, com enormes constrangimentos ao nível do transporte e da logística internacional (escassez de contentores e aumento dos fretes marítimos em mais de 400%).
Tratando-se de uma conjuntura que não afeta apenas Portugal, a indústria vem alertar para urgência de se garantir, a nível europeu, uma atuação conjunta dos vários Estados-Membros com vista à criação de um enquadramento favorável à recuperação económica e, muito particularmente, à preservação dos fatores de competitividade da cadeia de abastecimento agroalimentar. No contexto nacional, a FIPA congratula-se com a resposta positiva do Governo às preocupações que têm vindo a ser transmitas pelo setor, com a criação de um grupo de acompanhamento da atual conjuntura.
“Numa altura em que a indústria portuguesa agroalimentar procura recuperar de um período atípico do mercado nacional e explorar novas oportunidades de exportação para alavancar resultados positivos, este cenário de aumentos galopantes das matérias-primas e dos diversos fatores de produção é da maior gravidade para a sustentabilidade de muitas empresas”, alerta Jorge Tomás Henriques, Presidente da FIPA.
“As empresas da indústria agroalimentar estão empenhadas em garantir a disponibilidade, diversidade e qualidade dos seus produtos. Como tal, é urgente que, à semelhança do foi feito no início da crise pandémica, os países europeus olhem para esta situação pela sua gravidade e elaborem, em conjunto, um plano de ação para mitigar esta disrupção nas cadeias de abastecimento.
Fonte: Agroportal
Os resultados de uma avaliação realizada pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no âmbito do Plano de Ação para a Literacia em Saúde 2019- 2021 e enquadrado no consórcio europeu Action Network on Measuring Population and Organizational Health Literacy (M-POHL), colocam Portugal na lista de países com melhor nível de Literacia em Saúde.
Portugal é o país onde foi registado a maior percentagem de nível “suficiente” de Literacia em Saúde: 65%. As conclusões sugerem ainda que 5% das pessoas tem um nível "excelente". Apenas 7,5% das pessoas foram classificadas com um nível inadequado e 22% pessoas foram classificadas com um nível problemático.
A avaliação faz parte do inquérito HLS19 organizado pelo consórcio M-POHL, que esta´ a decorrer em 19 Estados-Membros da Região Europeia da Organização Mundial de Saúde.
De acordo com o estudo, 7 em cada 10 pessoas apresentam altos níveis ("suficiente" e "excelente") de Literacia em Saúde. O aspeto da “compreensão da informação” apresentou os maiores níveis, excedendo os 75% categorizados como tendo “suficiente” e “excelentes” níveis de Literacia em Saúde. Para além disso, a Literacia em Saúde associada a` vacinação excedeu os 70% de pessoas categorizadas com níveis “suficiente” e “excelentes”.
Apesar de se tratar de um instrumento novo, estes resultados sugerem um aumento dos níveis altos de Literacia em Saúde da população, quando comparados com estudos anteriores.
A Literacia em Saúde pode ser entendida como um determinante, mediador e moderador da saúde, constituindo uma das portas de entrada da população no acesso a` melhoria da saúde.
Em Portugal, este estudo envolveu uma amostra representativa da população portuguesa a partir dos 16 anos.
Apesar da melhoria dos resultados encontrados neste estudo, a DGS vai continuar a sua aposta na promoção dos níveis em Literacia em Saúde da população portuguesa.
Fonte: DGS
A GNR fiscalizou uma embarcação de pesca em Matosinhos, onde apreendeu mais de duas toneladas de peixe, por ultrapassagem do limite diário de capturas permitido por lei.
A Unidade de Controlo Costeiro da GNR apreendeu 1.687,5 quilos de biqueirão e 675 quilos de sardinha no porto de pesca de Matosinhos, no distrito do Porto, por captura em excesso, anunciou esta terça-feira aquela força policial.
Em comunicado, a GNR refere que os militares fiscalizaram uma embarcação de pesca no porto de Matosinhos que ultrapassou o limite diário de capturas permitido por lei de biqueirão e sardinha, tendo sido identificado um homem de 41 anos e elaborado o respetivo auto de contraordenação.
O pescado foi apreendido e, depois de submetido à verificação higiossanitária, foi entregue a várias instituições de solidariedade social.
A apreensão decorreu no âmbito de uma ação de fiscalização destinada ao controlo das regras de captura, desembarque e comercialização de pescado fresco, no porto de pesca de Matosinhos.
A GNR recorda que “os recursos marítimos devem ser explorados de modo a garantir, a longo prazo, a sustentabilidade ambiental, económica e social da pescaria, dentro de uma abordagem de precaução, definida com base nos dados científicos disponíveis, procurando-se simultaneamente assegurar os rendimentos da pesca aos seus profissionais”.
Fonte: Observador
A DGAV, em colaboração com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve, vai realizar no próximo dia 6 de dezembro no Auditório da DRAP Algarve, Rua do Moinho, 8005-511 Patacão, Faro, o Seminário Trioza erytreae.
Consulte o programa e, para assistir, faça a inscrição até ao dia 2 de dezembro, aqui.
Fonte: DGAV
Vários surtos de gripe das aves, com severidade, foram detetados nos continentes europeu e asiático, ao longo dos últimos dias, de acordo com a Organização Mundial da Saúde Animal, que encara este ressurgimento como um sinal de que o vírus se está a propagar, mais uma vez, com rapidez.
A transmissão da gripe aviária, altamente patogénica, colocou a indústria de produção de carne de aves em alerta, já que, no passado, outros surtos conduziram ao abate de dezenas de milhões de animais, noticia o jornal The Guardian. Trata-se de uma situação que já está a chamar a atenção dos epidemiologistas, já que este vírus pode ser transmitido aos seres humanos.
Neste ano de 2021, a China já detetou 21 casos de infeção com H5N6 - um subtipo da gripe das aves -, um número mais elevado do que o reportado em todo o ano anterior.
Na Coreia do Sul, um surto numa quinta de Chungcheong do Norte atingiu 770 mil aves, revelou a Organização Mundial da Saúde Animal na segunda-feira, baseando-se num relatório das autoridades sul-coreanas. Todos os animais foram abatidos. Já no Japão, o subtipo H5N8 foi descoberto numa quinta no nordeste do país, divulgou o ministro japonês da Agricultura.
Mas também na Europa a gripe aviária está a inspirar preocupação. A Noruega reportou um surto, de H5N1, que atingiu sete mil aves, na região de Rogaland.
A gripe das aves é transmitida entre diferentes espécies de aves selvagens, e, quando migram do centro europeu para o Reino Unido, no inverno, a doença pode disseminar-se para as aves domésticas e em cativeiro.
O Governo belga colocou o país em risco agravado de gripe aviária, e determinou que as aves fossem mantidas dentro de casa a partir da última segunda-feira, depois de uma variante altamente patogénica ter sido identificada num ganso selvagem perto de Antuérpia. Este alerta surge depois de um movimento semelhante ter atingido a vizinha França no início deste mês e os Países Baixos em outubro.
No início deste mês, toda a Grã-Bretanha foi declarada zona de prevenção da gripe das aves, e foi exigido, através de contornos legais, que todos os criadores de aves seguissem medidas rigorosas de biossegurança, depois que um bando de aves ter sido abatido perto de Dundee, na Escócia, onde ocorreu um surto.
A gripe aviária pode ser transmitida a seres humanos, mas não é comum que aconteça. As pessoas teriam de tocar em pássaros infetados, nos seus excrementos ou ninhos, ou prepararem carne de aves infetadas para cozinhar.
Fonte: TSF
Investigadores de uma universidade do Japão aplicaram a tecnologia de edição de genes CRISPR/Cas9 para desenvolver cevada geneticamente modificada que pode dar origem a cervejas melhores.
Determinadas condições atmosféricas podem fazer com que a cevada desponte antes do previsto, fazendo baixar o seu valor de mercado e gerando menos valor para os agricultores. Assim, a cevada que tenha brotado antes de ser colhida é um pesadelo para esta classe e coloca-a nas ‘mãos’ da Natureza. A genética pode ajudar, ao executar-se um processo de manipulação que coloca os grãos num estado adormecido, impedindo que brotem. Esta solução, no entanto, pode interferir na produção de malte e originar uma germinação pouco uniforme.
Agora, a tecnologia de edição de genes CRIPSR pode dar uma ajuda importante. Uma equipa liderada por Hiroshi Hisano, na Universidade de Okayama, Japão, usou esta tecnologia para criar a cevada perfeita. “Reconhecemos a necessidade de manipular estrategicamente colheitas para sustentarem os efeitos das mudanças do clima. Uma vez que o nosso grupo de investigação colaborativa já tinha experiência em edição precisa do genoma da cevada, decidimos seguir a mesma abordagem. Além disso, estudos anteriores tinham apontado para os genes específicos de dormência dos grãos e das sementes”, explica o cientista.
Os investigadores manipularam geneticamente amostras da cevada Golden Promise e alteraram os mutantes qsd1 ou qsd2 em separado ou em conjunto, explica o EurekAlert. “Conseguimos produzir com sucesso cevada mutante capaz de resistir ao brotar antes da colheita, usando a CRISPR/Cas9. O nosso estudo não só clarifica os papéis do qsd1 e do qsd2 na germinação e dormência dos grãos, mas também determinou que o qsd2 tem um papel mais significante”, exulta o cientista.
A investigação deve abrir a outras iniciativas semelhantes que ajudem a resolver problemas causados por condições atmosféricas adversas ou de outra natureza e que afetam a capacidade de produção de alimentos.
Fonte: Exame Informática
Podia ser um ketchup produzido em Marte - não o é, mas quase. A Heinz cultivou tomates "marcianos", em solo com condições idênticas às encontradas no planeta vermelho, e a colheita permitiu produzir ketchup "extraterrestre".
A Heinz, marca conhecida pelos seus molhos e condimentos, conseguiu criar um ketchup feito exclusivamente a partir de tomates cultivados em condições muito semelhantes às do solo encontrado em Marte. A iniciativa foi levada a cabo em conjunto com o Aldrin Space Institute, e com uma equipa de 14 astrobiólogos num laboratório chamado “The Red House“.
A experiência, idealizada por especialistas em tomates para a produção de ketchup Heinz há dois anos, consistiu no cultivo dos tomates em estufas que recriam as condições do planeta vermelho, desde a temperatura à qualidade da água e do solo. Foram usadas mais de três toneladas de solo do Deserto de Mojave, na Califórnia, que tem muitas características semelhantes às do solo de Marte.
“Iniciámos a experiência analisando o solo de Marte, e a partir daí pudemos fazer uma lista restrita do nosso vasto catálogo de sementes da Heinz a quatro potenciais opções que podiam ser bem sucedidas. Duas delas conseguiram, pelo que fomos capazes de criar uma cultura em que os nossos tomates prosperaram”, disse Gary King, chefe de agricultura da Kraft Heinz à Florida Tech News.
Num comunicado à imprensa, a Heinz afirma que “a equipa produziu com sucesso uma colheita de tomates Heinz, a partir das sementes de tomate da marca, com as qualidades exactas que passam os rigorosos padrões de qualidade e sabor para se tornarem no seu icónico ketchup.”
A equipa contou com “especialistas na análise das condições difíceis do solo, na colheita das sementes perfeitas e na implementação de técnicas agrícolas líderes a nível mundial”, que “desempenharam um papel crucial” naquele que a Heinz classifica como “um dos maiores projectos do seu género relacionados com Marte alguma vez realizados”.
Um passo mais perto da agricultura em Marte?
Esta não foi a primeira tentativa de produzir agricultura viável em Marte. Embora todos os estudos feitos ainda não tenham ido além das simulações – como foi feito neste caso – já foram cultivadas com sucesso colheitas de quinoa, ervilhas, rúcula, cebolas, couve, trigo, agrião, entre outros.
No entanto, este projeto foi o primeiro que almejou recriar colheitas de longa duração em condições semelhantes às de Marte. “Até agora, a maioria dos esforços em torno da descoberta de formas de agricultura em condições idênticas às de Marte são estudos de crescimento de plantas a curto prazo. O que este projecto tem feito é olhar para a colheita de alimentos a longo prazo”, explica Andrew Palmer, líder da equipa do Aldrin Space Institute, acrescentando que a iniciativa “nos permitiu ver quais são as possibilidades de produção de alimentos a longo prazo para além da Terra”.
A experiência torna cada vez mais real a possibilidade de produção alimentar a longo prazo em Marte. Mas apesar do seu sucesso, ainda há um longo caminho a percorrer, cheio de obstáculos, até a agricultura em verdadeiro solo marciano ser possível.
As condições agrícolas em Marte não são perfeitas: a temperatura do planeta vermelho é cerca de 50ºC mais baixa do que a da Terra, e o ar é composto na sua maioria por dióxido de carbono. Marte também não tem uma magnetosfera – um campo magnético que protege o planeta da radiação solar. Além disso, o solo é árido e não contém os nutrientes necessários à produção de alimentos – seria necessário incorporar no solo componentes como bactérias e micróbios produtores de oxigénio, e remover outros, como compostos químicos presentes no solo marciano, de acordo com Paul Sokoloff, botânico no Museu da Natureza Canadiano e participante na Mars Desert Research Station, em Utah, nos EUA – o maior projeto simulador das condições de Marte existente.
No entanto, os cientistas que conduziram a experiência esperam que produzir colheitas agrícolas em Marte possa representar uma nova fonte de alimento para os astronautas que integram as missões espaciais – uma missão para Marte pode durar entre dois a três anos, deixando os astronautas dependentes apenas de alimentos liofilizados (processo através do qual os alimentos são congelados sob vácuo e desidratados, podendo durar até 30 anos). E, se queremos estabelecer presença no planeta vermelho, é fundamental encontrar uma maneira de produzir alimentos em condições difíceis.
“Este processo está praticamente na sua infância. E penso que quando vemos coisas como Perdido em Marte, isso tem influenciado a opinião de muitas pessoas sobre o que poderíamos fazer em Marte. Mas isso não é um documentário”, diz Palmer, referindo-se ao filme de 2015 em que o astronauta e botânico Mark Watney é deixado para trás em Marte pela missão espacial de que fazia parte e encontra uma maneira engenhosa de plantar batatas no planeta inóspito, sobrevivendo à base do alimento por mais de um ano.
“A realidade é que eu acredito firmemente que podemos fazer isto. Penso que podemos cultivar alimentos em Marte. Será que este estudo me diz que o processo é mais difícil? Sim. Vai ser ainda mais difícil do que eu já pensava, mas isso não é razão para pensar que não o podemos realizar”, continua.
No entanto, para quem estiver muito curioso por provar o ‘HEINZ Tomato Ketchup Marz Edition‘, há más notícias. A edição especial, que foi apresentada pela marca na semana passada, não irá estar disponível para venda, pelo menos nos próximos tempos. A edição limitada de ketchup embarcou numa viagem espacial, atingindo 23 milhas acima da superfície da Terra e temperaturas abaixo dos 70ºC negativos, regressando depois à Terra. Apenas alguns sortudos na Heinz, a nível interno, poderão provar o molho extraterrestre.
Fonte: Visão
Folhas da videira com protetor solar é uma das soluções encontradas por investigadores para ultrapassar o efeito do aumento da temperatura nas vinhas, disse hoje o professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) João Santos.
“A curto prazo, a aplicação de protetores solares nas folhas da videira, o uso recorrente à irrigação, o controlo de pestes, a poda e a aplicação de redes de proteção solar são soluções que podem ajudar a combater os efeitos das alterações climáticas na viticultura”, avançou à agência Lusa o investigador.
O aumento da temperatura e o aquecimento do planeta têm provocado mutações no processo de recolha das uvas e na sua transformação para o produto final, “sobretudo nos últimos 20 anos”, referiu Carlos Lopes, professor no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa (ISA) e um dos investigadores responsáveis pelo estudo do impacto das alterações climáticas na viticultura.
As vindimas começam cada vez mais cedo devido ao calor e, em consequência, “as uvas ganham açúcar mais rápido e ficam aptas a vindimar”, mas a maturação fenólica, ponto em que a planta atingiu a maturidade reprodutiva, não fica completa, disse Carlos Lopes à Lusa.
O “projeto no âmbito da ação climática”, ainda sem nome oficial, está a ser desenvolvido em conjunto com outros investigadores com o objetivo de traçar o futuro da viticultura.
“Cada vez mais precisamos de adicionar água à viticultura, o que é um problema porque a água também é um recurso natural”, salientou Carlos Lopes.
João Santos é coordenador do projeto europeu Clim4Vitis, um projeto que procura reforçar a capacidade de atuação da UTAD no estudo da viticultura.
O investigador partilha as mesmas preocupações de Carlos Lopes e alertou que, se houver “uvas com menor qualidade no futuro, isso vai ser muito mau para os viticultores”.
Os especialistas apontam como consequências do aumento da temperatura decorrente das alterações climáticas o aumento de pestes como a cigarrinha verde, uvas com menor qualidade (uma vez que a composição química dos bagos é alterada), tipicidade do vinho diferente, quebras na produção e menor retorno financeiro para as empresas e produtores.
Fonte Agroportal
O fungo septoriose está a afetar a produção da castanha, podendo provocar perdas de cerca de 80% “nos produtores que não fizeram tratamento” nas árvores, disse o presidente da Associação Portuguesa da Castanha (REFCAST).
A septoriose, apontado pelos especialistas como uma dos responsáveis pelas quebras verificadas na produção, provoca a secagem e queda antecipada da folha do castanheiro que fica de cor acastanhada e rebordo amarelo.
Os valores de precipitação registados durante o mês de setembro, 66.8 mm, o quarto valor mais elevado desde 2000, segundo o Boletim Climático de setembro de 2021 do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), aliados à elevada humidade atmosférica, criaram as condições favoráveis à proliferação deste fungo, explica José Laranjo, presidente da REFCAST.
Para combatê-lo foi recomendado, por várias associações como a REFCAST e a Associação Regional dos Agricultores das Terras de Montenegro (ARATM), o tratamento dos castanheiros com um pesticida antifúngico à base de cobre, mas “alguns associados optaram por tratar e outros não”, disse Filipe Pereira, da ARATM.
Com as alterações climáticas que provocam o aumento da temperatura e redução das chuvas, espera-se mais calor e mais seca, sobretudo no verão, período de grande importância no desenvolvimento do ciclo vegetativo da produção da castanha.
O ano de 2021 demonstra ser atípico em relação à tendência para o aumento da temperatura “considerando que foi menos quente e mais húmido que 2020”, afirma José Laranjo.
No panorama nacional, prevê-se “um ano de excelente produção em termos de quantidade e qualidade, esperando-se uma produção na ordem das 45.000 a 50.000 toneladas de castanha”, acrescentou.
Estes números refletem um aumento na produção de castanhas comparativamente ao ano de 2020, que foi na ordem das 42.000 toneladas.
No entanto, nas regiões mais altas, a elevada humidade atmosférica que favoreceu o desenvolvimento do fungo originou quebras na produção.
“Há uma quebra de produção devido às amplitudes térmicas e ao gelo que foi registado nas estações meteorológicas mais próximas, no mês de setembro”, alertou Filipe Pereira.
Dinis Pereira, proprietário da empresa produtora de castanhas Agromontenegro, admitiu à Lusa que o Verão mais chuvoso do que o normal afetou a produção da castanha, provocando uma produção “muito mais diminuta”.
Apesar da qualidade da castanha se manter, a produção nas regiões mais altas foi afetada, devido a “um ataque de septoriose” que destruiu parte das culturas, descreveu.
Já Ricardo Reia, produtor de castanhas na região de Portalegre, apontou a instabilidade climática como a principal razão para 2021 ser um ano pouco rentável, resultando na quebra de 50% comparativamente a um ano normal.
“No início houve geadas e agora no fim do ciclo de crescimento do fruto temperaturas a rondar os 30ºC, excessivamente altas sem chuva, desfavoráveis para a castanha”, disse.
Em 06 de novembro, a RefCast admitiu que, a nível nacional, a produção de castanha, na atual campanha, deverá aumentar até 20% para cerca de 50.000 toneladas, esperando-se frutos com melhor qualidade do que no ano passado, destinados, sobretudo, à exportação.
A RefCast tem cerca de 110 associados, incluindo produtores individuais, associações e cooperativas, que abrangem os setores da produção, transformação e prestação de serviços, bem como municípios e entidades de I&D (Investigação e Desenvolvimento).
Fonte: Agroportal
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