Apesar de um aumento de 2.000 pipas face a 2020, a Avadouriense considera "insuficiente" benefício de 104.000 pipas de Vinho do Porto e afirma que os preços pagos à produção ficam aquém do necessário.
A Associação dos Viticultores e da Agricultura Familiar Douriense (Avadouriense) considerou estas segunda-feira “muito insuficiente” as 104.000 pipas de mosto destinadas à produção de vinho do Porto nesta vindima e reclamou um aumento dos preços pagos aos produtores.
“O muito pequeno aumento do benefício nesta campanha (de 102.000 para 104.000 pipas) revela-se mesmo assim muito insuficiente face às necessidades e possibilidades da região, que exigiriam um valor próximo das 120.000 pipas”, afirmou a Avadouriense, associação sediada em Vila Real.
Nesta vindima, a Região Demarcada do Douro vai transformar um total de 104.000 pipas (550 litros cada) de mosto em vinho do Porto nesta vindima, um aumento de 2.000 pipas face a 2020.
O valor do benefício foi fixado em julho pelo conselho interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP).
A organização filiada da Confederação Nacional da Agricultura (CNA) considerou ainda que “os preços pagos à produção mantêm-se muito aquém do necessário”.
Vítor Herdeiro, dirigente da associação, referiu que o valor da pipa de vinho pago aos viticultores “não é suficiente sequer para fazer face aos custos de produção” e exemplificou com a necessidade de se fazerem vários tratamentos na vinha por ano.
"Este foi mais um ano desses. Foi preciso fazer muitos tratamentos para se conseguir fazer vingar a vinha e isso é muito dispendioso”, afirmou à agência Lusa.
Somam-se ainda, apontou, “os grandes aumentos nos preços dos fatores de produção, para além dos constrangimentos provocados pela pandemia de Covid-19”.
O responsável especificou que os preços pagos aos produtores rondam entre os 800 e 1.000 euros para a pipa de vinho do Porto e ente os 200 a 350 euros para o vinho de consumo, reclamando um aumento para os “pelo menos” 1.500 euros para a pipa de vinho do Porto e 600 euros para o vinho de consumo.
"Aumentar a produção e os preços pagos aos produtores são condições essenciais para assegurar a dignidade dos vitivinicultores durienses“, afirmou.
Na sequência da queda de granizo, ocorrida nos meses de abril, maio e junho, no Norte e Centro do país, o Ministério da Agricultura anunciou sete medidas de apoio excecionais para minimizar os prejuízos causados por estes fenómenos meteorológicos adversos.
Para a Avadouriense, face às intempéries, os apoios anunciados pelo Governo “ficam muito aquém do que é necessário, para garantir que os produtores possam continuar a produzir e a viver condignamente do seu trabalho”.
A CNA e a associação entendem que só uma medida “de apoio a fundo perdido poderá salvar muitos dos pequenos e médios vitivinicultores afetados” e reclamam ainda que “seja permitida, a título temporário e excecional, a entrega de cartões sem uvas, nesta campanha produtiva, com a possibilidade de serem repostas as respetivas quantidades em falta nas próximas campanhas, se a situação o permitir”.
De outra forma, os produtores prejudicados pelas intempéries ficariam duplamente penalizados”, frisaram as organizações.
Vítor Herdeiro lembrou ainda a questão da Casa do Douro e a recente declaração de inconstitucionalidade de algumas normas do decreto-lei nº 73/2019 que a reinstitucionalizou como associação pública de inscrição obrigatória.
O acórdão do Tribunal Constitucional concluiu que os estatutos da Casa do Douro possuíam várias normas inconstitucionais, após a apreciação da lei aprovada na Assembleia da República e que entrou em vigor em janeiro de 2020.
"É a experiência e a prática que demonstram que os interesses dos milhares de pequenos e médios vitivinicultores durienses são incompatíveis com os interesses do agronegócio, aos quais foi entregue a Casa do Douro e que não mais têm feito do que esvaziá-la de condições para retomar o seu papel”, referiu a Avadouriense.
Vítor Herdeiro disse esperar que o problema levantado pelo Constitucional seja resolvido o “mais depressa possível”, sendo necessário que o processe regresse ao Parlamento.
Está a ser desenvolvido um novo projeto pelo MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do Politécnico de Leiria, que utiliza extratos de algas em óleos alimentares com o intuito de prolongar o seu tempo de vida útil.
“Os óleos alimentares estão sujeitos a reações de degradação promovidas pelo contacto com o oxigénio (oxidação), por temperaturas elevadas e pela água libertada pelos alimentos, o que resulta na formação de compostos responsáveis pela diminuição das qualidades nutricionais e por defeitos sensoriais, nomeadamente, o ranço. O uso de antioxidantes sintéticos em óleos, isto é, de compostos capazes de prevenir a oxidação, apresenta efeitos limitados devido à sua volatilidade e instabilidade a altas temperaturas, além da evidência de que o seu uso pode ter efeitos cancerígenos”, começa por explicar a investigadora Carla Tecelão.
Foi neste contexto que surgiu o projeto Ocean2Oils, financiado pelo Fundo Azul – Direção-Geral de Política do Mar, que visa explorar as potencialidades que o oceano pode oferecer para ultrapassar alguns constrangimentos no processamento de óleos alimentares, considerando que as algas são uma fonte de compostos de alto valor, em particular, de antioxidantes e pigmentos, que podem ser usados em alimentos e suplementos alimentares.
O projeto tem como objetivo implementar um processo sustentável e integrado de exploração de algas comestíveis, algumas invasoras da costa portuguesa, promovendo o conceito de economia circular, em três linhas de investigação: utilizar as algas como fonte de antioxidantes naturais para a suplementação de óleos alimentares, aumentando o seu valor nutricional e a sua estabilidade, com consequente redução do impacto ambiental dos resíduos; aplicar os extratos das algas no desenvolvimento de revestimentos comestíveis para aplicação em alimentos antes da fritura, com o intuito de minimizar a perda de água e a absorção de óleo dos produtos fritos; aproveitar a biomassa residual, que ainda é rica em nutrientes, em rações para aquacultura.
A sua aplicação prática reside na formulação de óleos alimentares com maior estabilidade a reações de degradação e, consequentemente, com maior tempo de vida útil. Em termos económicos e ambientais os benefícios são notórios, com a diminuição de resíduos a processar. O aumento do valor nutricional do óleo alimentar tem também vantagens evidentes para o consumidor, que beneficia de um alimento enriquecido em compostos bioativos, em particular de carotenoides e compostos fenólicos, que têm demonstrado efeitos na prevenção de doenças cardiovasculares, na redução da incidência de alguns tipos de cancro bem como no controlo do índice glicémico. Os revestimentos comestíveis formulados com compostos extraídos da alga possuem também benefícios para a saúde do consumidor, diminuindo a absorção de gordura pela matriz alimentar (filetes de peixe, por exemplo) em processos de fritura.
Com início a 2 de setembro de 2019, prevê-se que o Ocean2Oils esteja concluído a 28 de fevereiro de 2022. O seu consórcio envolve duas instituições de ensino superior, o Politécnico de Leiria, na qualidade de promotor, e o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa. Conta ainda com a participação da empresa Sovena Consumers Goods, líder do mercado português de azeite, óleos vegetais e sabões, e da Francisco Baratizo, sediada em Peniche, que se dedica à comercialização de peixe e produtos da pesca.
Fonte: Greensavers
O setor do mel não sofreu um impacto significativo face à pandemia de covid-19 e espera até recuperar dos maus anos apícolas, marcados por quebras de produção até aos 80%, apesar da vespa asiática continuar a ser um problema.
“Os impactos da pandemia no setor do mel não se fizeram sentir, uma vez que o trabalho nunca foi interrompido (à semelhança das outras atividade agropecuárias) e as vendas do produto não sofreram um impacto significativo”, adiantou à Lusa a Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP).
Conforme apontou, a venda de mel tem uma “sazonalidade marcada”, verificando-se um pico entre o outono e o inverno, sendo que as quebras notaram-se apenas nos apicultores que fazem muitas vendas em mercados e feiras, situação que foi também confirmada pela Sociedade dos Apicultores de Portugal (SAP).
Segundo a SAP, as perspetivas são agora “promissoras”, apesar de a importação de mel de países terceiros e a “deficiente rotulagem dos mesmos” configurar um “sério obstáculo” à comercialização.
A isto acresce a concorrência com mão de obra mais barata e sem os “requisitos higiossanitários europeus”.
Já a FNAP perspetiva que 2021 seja um ano de retoma, após os maus anos apícolas de 2018 a 2020, que, nalguns casos, levaram a quebras de produção de 80% devido, nomeadamente, a perturbações climáticas na época da floração.
“A campanha está a terminar no Norte do país e a perspetiva é que 2021 possa ser um ano de retoma para muitos apicultores”, notou, acrescentando que, no Algarve e Alentejo, registaram-se colheitas normais e que os preços do mercado mundial estão estabilizados.
Porém, no Centro e no Norte, onde as crestas (recolha do mel das colmeias) são mais tardias, “ainda não se consegue perspetivar se o ano será de retoma”.
No que se refere à vespa asiática, tanto a FNAP como a SAP confirmam que continua a ser um problema, sendo que a sociedade de apicultores sublinhou a falta de prevenção e supervisão.
“A vespa, cada vez mais, continua a ser um grave problema. A extensão para Sul atinge já o Alentejo e não me parece que as entidades competentes lhe estejam a dar a importância necessária. Muitas vezes, as empresas contratadas para a sua eliminação fazem-no de forma incorreta, levando à multiplicação dos ninhos”, apontou o presidente da SAP, António Hermenegildo, em resposta à Lusa, assegurando que existe também falta de “supervisão e de prevenção”.
De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2020, a produção de mel em Portugal fixou-se em 9.817 toneladas, sendo 9.643 toneladas das quais provenientes do continente.
Os Açores e a Madeira, por sua vez, produziram, respetivamente, 128 e 46 toneladas.
Portugal tem 747.145 colónias e 43.564 apiários registados, segundo dados da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), referentes a setembro de 2020.
A FNAP representa perto de 50 associados, entre cooperativas, agrupamentos de produtores e associações, onde se inclui a SAP.
Fonte: Agroportal
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) realizou, na noite de ontem, uma Operação de Fiscalização direcionada a estabelecimentos de restauração e bebidas, tendo como principal objetivo fiscalizar o cumprimento das regras aplicáveis no atual contexto da pandemia da doença do COVID-19, pretendendo ser um impulsionador para que as regras estabelecidas no plano de desconfinamento sejam cumpridas.
As ações que decorreram na cidade de Lisboa, na zona do Bairro Alto com a colaboração da Polícia Municipal de Lisboa.
Como principais resultados da ação destaca-se a fiscalização de 49 operadores económicos, tendo sido instaurados 8 processos de contraordenação, relacionados com incumprimento das regras estabelecidas em contexto de pandemia, por falta de observância das regras de ocupação, de lotação, de permanência e distanciamento físico. Foi ainda verificado o cumprimento de certificado digital COVID ou teste negativo a 133 clientes, não tendo sido detetadas irregularidades.
A ASAE continuará a desenvolver ações de fiscalização, no âmbito das suas competências, em todo o território nacional, em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos, na salvaguarda da segurança alimentar bem como para garantia do cumprimento das regras de saúde pública determinadas pela situação pandémica.
Fonte: ASAE
Nova atualização da lista de produtos afetados distribuídos em Portugal
Na sequência da publicação do ALERTA: Goma de Alfarroba E 410 contaminada com Óxido de etileno utilizada no fabrico de produtos alimentares, a DGAV apresenta nova atualização da lista de produtos afetados distribuídos em Portugal.
Fonte: DGAV
O Governo aprovou o plano de ação da Estratégia Nacional para o Mar (ENM) 2021-2030, que contém indicações para a implementação da estratégia, bem como dos seus objetivos e metas, foi anunciado.
“Foi aprovado o plano de ação da Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030, composto por um conjunto de medidas que têm como propósito alcançar as metas e objetivos estratégicos definidos para esta década”, lê-se no comunicado do Conselho de Ministros.
Este plano esteve em discussão pública entre 28 de setembro e 16 de novembro de 2020 e constitui “um roteiro” para a implementação da estratégia e dos seus objetivos e metas.
No dia 06 de maio, O Conselho de Ministros tinha aprovado a Estratégia Nacional para o Mar 2021-2030, cujo objetivo é “potenciar o contributo do mar para a economia”, estipulando metas de desenvolvimento para o oceano.
O documento revelou, na altura, que este é um instrumento que apresenta “a visão, objetivos, áreas de intervenção e metas no que respeita ao modelo de desenvolvimento do oceano”.
O modelo em causa, aponta o oceano como um dos pilares de sustentabilidade do planeta e está assente em princípios como a preservação e utilização sustentável de recursos e serviços dos ecossistemas marinhos.
Em novembro de 2020, a Associação dos Armadores das Pescas Industriais (ADAPI) considerou que a Estratégia Nacional para o Mar (ENM) 2021-2030 diz pouco sobre a pesca e dá a impressão de que a atividade “é um problema” para o país.
Fonte: Greensavers
As exportações de vinhos portugueses aumentaram 14,5% em volume e 19,3% em valor, nos primeiros seis meses do ano, e atingiram quase 436 milhões de euros anunciou o Ministério da Agricultura.
“As exportações dos vinhos portugueses tiveram, no primeiro semestre de 2021, um comportamento muito positivo, registando um assinalável acréscimo, tanto em valor como em quantidade, quando comparado com o período homólogo de 2020: 14,5% em volume, 19,3% em valor e 4,2% no preço médio”, indicou, em comunicado, o Governo.
Entre janeiro e junho, as exportações de vinho português fixaram-se assim em 435,6 milhões de euros, mais 70,5 milhões de euros do que o ano passado.
Com destino ao mercado comunitário, as exportações avançaram, na primeira metade do ano, 14,6% em volume e 19% em valor, enquanto o preço médio cresceu 3,8%.
Por sua vez, para os países terceiros as exportações progrediram 14,4% em volume e 19,6% em valor até junho, em comparação com o mesmo período de 2020.
França, Estados Unidos, Reino Unido, Brasil e Alemanha foram os mercados mais importantes neste período.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pelo Ministério da Agricultura, o complexo agroalimentar cresceu 8,4% no primeiro semestre, face ao período homólogo de 2020.
Por tipo de produto, até junho, as exportações de plantas vivas e produtos de floricultura avançaram 51,5%, de animais vivos 51,3% e de carnes, miudezas e comestíveis 27,4%.
“Este é mais um sinal da resiliência e capacidade de adaptação do setor à situação de grave crise sanitária que ainda atravessamos. O Ministério da Agricultura esteve sempre ao lado dos produtores e das empresas, com as medidas necessárias para garantir previsibilidade e estabilidade neste período de maior incerteza”, afirmou, citada no mesmo documento, a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes.
Fonte: Agroportal
Foi publicado o artigo “Towards an in-Depth Understanding of Physical Activity and Eating Behaviours during COVID-19 Social Confinement: A Combined Approach from a Portuguese National Survey” na Nutrients, onde se descrevem os resultados principais do estudo "REACT-COVID – Inquérito sobre alimentação e atividade física em contexto de contenção social” desenvolvido pela Direção-Geral da Saúde, em particular pelo Programa Nacional para a Alimentação Saudável e pelo Programa Nacional para a Atividade Física.
A COVID-19 parece ter contribuído para uma alteração nos hábitos alimentares de uma parte significativa da população nacional inquirida. Quase metade da população inquirida (45,1%) reportou ter mudado os seus hábitos alimentares durante este período e 41,8% tem a perceção de que mudou para pior.
Entretanto, já foi realizada a segunda recolha de dados sobre os comportamentos alimentares e de atividade física dos portugueses em contexto da pandemia COVID-19. Com esta segunda avaliação, cujos resultados serão divulgados brevemente, pretende-se conhecer os comportamentos alimentares e de atividade física dos portugueses um ano após o início da pandemia COVID-19 (maio-junho 2021) e comparar os resultados com os obtidos no início da pandemia, em contexto de contenção social (abril-maio 2020).
Pode consultar o artigo aqui.
Fonte: DGS
Foi publicado o Regulamento de Execução (UE) 2021/1326 da Comissão de 10 de agosto de 2021, que autoriza a colocação no mercado de óleo de Schizochytrium sp. (FCC-3204) como novo alimento, ao abrigo do Regulamento (UE) 2015/2283 e que altera o Regulamento de Execução (UE) 2017/2470 da Comissão – Lista da União de novos alimentos autorizados.
Mantenha-se informado. Consulte o novo diploma aqui.
Fonte: DGAV/Qualfood
O Serviço de Avisos Agrícolas é um serviço nacional do Ministério da Agricultura que tem por finalidade emitir avisos agrícolas.
Fonte: Agroportal
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