Fundada em 1998, em Viena de Áustria, nesta orquestra os músicos são tão importantes como os designers, cuja função passa por desenhar e criar os instrumentos através de cenouras, cebolas, pimentos, couves, alho-francês, ou seja, todo o tipo de vegetais.
Segundo a BBC, na manhã de cada atuação o grupo visita os mercados locais para comprar os vegetais que vão transformar em instrumentos. Depois de descascados e cortados, duram no máximo seis horas. Tudo o que não usam é transformado em sopa e servido ao público no fim da apresentação.
Ao longo dos anos a “Orquestra Vegetal de Viena” já criou mais de 150 instrumentos e o reportório do grupo conta uma série de géneros musicais, desde música clássica até eletrónica. “Uma das coisas mais fascinante da digressão é aprender como os alimentos são diferentes por todo o mundo. (…) Muitas pessoas pensam que somos uma espécie de cabaré ou que fazemos apenas uma apresentação engraçada. Mas normalmente ficam surpreendidas quando descobrem que há muito potencial sonoro em legumes e verduras e que queremos fazer música realmente interessante com eles.”
O que não é aproveitado para fazer os instrumentos, transforma se numa saborosa sopa servida ao público depois do espetáculo.
Fonte: Geensavers
O óleo de coco é, desde há algum tempo, uma das principais escolhas no que diz respeito a cuidados pessoais, assim como é bastante utilizado em pratos saudáveis, agora um novo estudo veio revelar os impactos negativos deste produto.
Uma equipa de investigadores queria dar mais informações sobre a colheita do coco aos consumidores, mas mesmo estes investigadores ficaram surpreendidos com os resultados obtidos.
O autor principal do estudo, Erik Meijaard, trabalhou na conservação tropical durante quase três décadas, estando muito habituado a estudos sobre o óleo de palma, um produto amplamente reconhecido como nocivo para habitats e animais, assim como a falta de informação sobre outras plantas semelhantes.
“São ambas plantas tropicais que ocupam grandes áreas que antes seriam cobertas por floresta natural”, afirmou. “Por que um acaba por ser o mau e o outro maravilhoso?”
Outras espécies atualmente ameaçadas pela produção de coco são o társio de Sangihe, um pequeno primata nativo da ilha Sangihe na Indonésia, e o cervo-rato Balabac, que só pode ser encontrado em três ilhas nas Filipinas.
Segundo o estudo, a produção de óleo de coco representa um perigo para 20 espécies ameaçadas de extinção por milhão de litros de óleo produzido, medida-padrão utilizada para estabelecer o nível de destruição causado pela produção.
Comparativamente, o óleo de palma impacta 3,8 espécies por milhão de litros e o óleo de soja impacta 1,3 espécies por milhão de litros.
Outro dado interessante do estudo mostra que as plantações de coco cobrem significativamente menos espaço de terra do que outras culturas de óleo. Por exemplo, em comparação com os 30,4 milhões de acres estimados para os coqueiros, os dendezeiros cobrem 46,7 milhões de acres. O impacto geral é maior, no entanto, com base na Lista Vermelha da IUCN.
O estudo relata que as plantações de coco afetam 66 espécies da lista, incluindo 29 vertebrados, sete artrópodes, dois moluscos e 28 plantas.
Embora esta revelação sobre o óleo de coco possa ser chocante, tem principalmente a intenção de ser informativa para os consumidores. “Queremos ter muito cuidado para não dizer que o coco é, na verdade, um problema maior do que o óleo de palma”, disse Meijaard.
O estudo é mais abrangente do que a análise ao óleo de coco. Foi também analisado o impacto das máquinas que coletam azeite das oliveiras no ecossistema das aves, assim como os efeitos da produção de petróleo em produtos normalmente considerados saudáveis e de baixo impacto ambiental.
“O que estamos a tentar dizer, e tentar fazer o público entender, é que todas as commodities agrícolas têm os seus próprios problemas”, explicou Meijaard.
O co-autor Jesse F. Abrams acrescentou: “Ao tomar decisões sobre o que compramos, precisamos estar cientes dos nossos preconceitos culturais e examinar o problema de uma lente que não se baseia apenas nas perspectivas ocidentais para evitar padrões duplos perigosos.”
No geral, o objetivo do estudo não era direcionar a produção de óleo de coco, mas alertar para a necessidade de mais informações sobre todas as decisões de compra do consumidor. “No momento, simplesmente não chegamos lá ainda”, disse Meijaard. “Podemos escolher qualquer safra, e há enormes lacunas na nossa compreensão e conhecimento sobre o seu impacto, por isso é um apelo para que os cientistas, políticos e o público exijam melhores informações sobre as commodities.”
Douglas Sheil, coautor do estudo, acrescentou ainda “Os consumidores precisam perceber que todas as nossas commodities agrícolas, e não apenas as safras tropicais, têm impactos ambientais negativos. Precisamos fornecer aos consumidores informações confiáveis para orientar as suas escolhas.”
Fonte: Greensavers
Abater animais em matadouro sem a presença de um médico veterinário do Estado é crime contra a saúde pública. Em Portugal, o défice crónico de inspetores sanitários “condiciona a atividade” e gera problemas de “concorrência” entre operadores económicos da UE. O Governo diz que vai “reforçar”.
No dia 12 de Outubro, o matadouro Ribasabores, em Tomar, que opera sobretudo com suínos e borregos, “não pôde abater” animais durante “todo o dia”. Motivo? Falta de inspetores sanitários, a quem compete inspecionar o abate, garantindo que são cumpridas, entre outras, as regras de bem-estar animal, de higiene ao longo da cadeia de abate, de rastreabilidade dos animais e das carcaças resultantes, de verificação dos planos de segurança e manutenção, de higiene das infra-estruturas, dos equipamentos, do pessoal, do controlo da água potável e da temperatura nas câmaras frigoríficas e nas salas de desmancha. Só se tudo isto estiver conforme é que o processo termina com a aposição, pelo inspetor sanitário, de um carimbo oficial — o número de controlo veterinário —, atribuído pela Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), que garante aos agentes económicos e, no final, ao consumidor que a carne foi devidamente inspecionada.
O episódio em Tomar foi relatado ao PÚBLICO pela diretora executiva da Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes (APIC), que teve “autorização” do administrador da empresa para revelar o caso. Naquele dia, conta Graça Mariano, “70 trabalhadores ficaram parados”, sem que as autoridades oficiais “resolvessem” o problema, pese embora a APIC tenha enviado “um email à diretora-geral [de Alimentação e Veterinária, Susana Pombo], e à ministra da Agricultura [Maria do Céu Antunes], mas sem nenhuma resposta”. A APIC “telefonou à diretora-geral [da DGAV], tendo esta referido que nada poderia fazer”.
Este não é caso único. Graça Mariano relata outra situação em que “não se concluiu o abate dos animais detidos na abegoaria quando faltavam 30 minutos de laboração, porque os inspetores se recusaram [a acompanhar o processo], alegando terem já ultrapassado o tempo regular”.
Questionado pelo PÚBLICO, o Ministério da Agricultura garante que os médicos investidos das atribuições de Autoridade Veterinária Nacional “trabalham aos sábados, domingos e feriados, caso haja necessidade”. Aqui, no entanto, não laboraram além da hora “regular”. A diretora-geral da APIC lamenta que, fruto da suspensão do abate, “o operador económico não tenha podido entregar a carne requerida pelas empresas de distribuição, as quais têm contratos que determinam avultadas indemnizações por não cumprirem a entrega das quantidades de alimentos acordada”.
“A carne é, de todos os alimentos, o mais controlado”, garante Graça Mariano, uma vez que “os animais só são abatidos na presença de um representante do Estado”. Explica, aliás, que os industriais do sector pagam ao Estado por esse serviço público de controlo veterinário, que é obrigatório (ao abrigo do Decreto-Lei n.º 178/2008), “um valor acima de 35.000 euros por mês, muito acima do real custo com os vencimentos dos inspetores sanitários colocados nos matadouros de ungulados (bovinos, ovinos, caprinos, porcos, cavalos)”. Nos matadouros de aves, “o valor da taxa é inferior e não cobre o custo da inspeção”.
A instabilidade climática é uma das causas da baixa produção de mel dos últimos anos, no Centro de Portugal, podendo os novos projetos evitar o futuro amargo traçado para esta atividade por alguns apicultores.
Ao clima irregular, que não atinge por igual todos os municípios da região, juntam-se a proliferação da vespa velutina, predadora de abelhas e outros insetos, os custos de produção e o impacto dos incêndios no coberto vegetal, entre outros fatores.
“Se o Estado não tomar medidas de apoio direto à produção, por colmeia, a apicultura entra em declínio”, alerta a diretora executiva da Lousãmel – Cooperativa Agrícola dos Apicultores da Lousã e Concelhos Limítrofes, Ana Paula Sançana.
Devido aos ataques da também designada vespa asiática, que vieram somar-se à infestação das colmeias pela varroa, um ácaro que dizima as colónias de abelhas, “são agora muitos os encargos”, afirma à agência Lusa.
“O maneio precisa cada vez de mais cuidados, para não perdermos os efetivos”, adianta Ana Paula Sançana, ao enfatizar que a velutina “traz muitos problemas”.
Idêntica opinião tem Tiago Valdeira João, que possui 300 colmeias na Sertã, distrito de Castelo Branco.
“A apicultura é dos negócios mais instáveis que existem. Muitos fatores podem influenciar a abelha e o próprio clima não é certo”, refere.
Tiago João, de 28 anos, iniciou em 2018 um projeto, financiado pelo Programa de Desenvolvimento Rural (PDR), que deveria terminar em 2023, mas que foi prolongado até 2024, na sequência da pandemia da covid-19.
O apicultor reconhece que “as dificuldades surgem sempre”, mas recusa uma visão pessimista do seu trabalho.
“Este ano, já tive alguma quantidade de mel”, após três anos a apostar no “desdobramento dos enxames” tendo em vista cumprir a meta das 300 colmeias, que estão distribuídas por nove apiários, entre Sertã e Proença-a-Nova.
Na região demarcada do mel com denominação de origem protegida (DOP) Serra da Lousã, gerida pela Lousãmel, no distrito de Coimbra, as manchas de urze, cuja flor determina as características deste produto natural, têm diminuído por causa dos fogos e da propagação das espécies invasoras.
“A qualidade do mel DOP não está em causa. O problema é a quantidade”, assegura Ana Paula Sançana, segundo a qual “há apicultores desmotivados com o aumento dos encargos fixos e que acabam por sair do processo de certificação”.
O presidente da Lousãmel, António Carvalho, confirma o atual panorama do mel DOP Serra da Lousã.
“Desde os incêndios de 2017, tem sido uma desgraça, com quantidades muito pequenas para a procura que temos. Este ano foi ainda pior do que 2020”, lamenta.
Para António Carvalho, tal tendência “tem a ver igualmente com as alterações climáticas e com a grande concentração de colmeias” na Serra da Lousã.
O dirigente, todavia, deposita “esperança nalguns jovens apicultores que têm aparecido e com mais entusiasmo”.
“Não temos tido anos favoráveis. Antes, o clima era muito mais regular”, sublinha à Lusa, por sua vez, Luís Estêvão, presidente da Pampimel – Cooperativa de Apicultores e Produtores de Medronho de Pampilhosa da Serra.
As áreas de urze “têm vindo a diminuir” neste concelho montanhoso do interior, onde predominam os apiários familiares.
“Os grandes produtores vão adaptar-se. Os pequenos pagam para produzir mel, não fazem contas, enquanto os médios terão muitas dificuldades em sobreviver”, prevê Luís Estêvão.
No concelho da Figueira da Foz, António Graça, de 70 anos, que trabalhava na construção civil, dedica-se à apicultura a tempo inteiro desde a última década.
“Mas estou a desistir um bocado disto e já abandonei cinco colmeais”, revela à Lusa.
De ano para ano, António Graça tem registado “um decréscimo substancial” da colheita de mel e associa as maiores perdas à ação nefasta da vespa asiática.
Em Pinhel, Pedro Fernandes, de 36 anos, prossegue uma atividade familiar que já vinha do avô. “Não adianta nada ser pessimista quanto ao futuro”, defende.
A empresa, que também se dedica ao turismo rural, possui mil colmeias nos concelhos de Pinhel e Trancoso, distrito da Guarda, e Penedono, distrito de Viseu.
A velutina interfere “muito pouco” nas quantidades de mel obtidas na zona, diz.
“Esta atividade não é linear”, aceita, para admitir que, na Beira Alta, o principal inimigo dos apiários “tem sido a instabilidade climática”.
Fonte: Agroportal
Com uma oferta cada vez mais vasta de alimentos embalados e prontos a comer e os estilos de vida cada vez mais acelerados, os processados enchem as prateleiras dos supermercados e das despensas das casas portuguesas, ganhando um espaço de destaque no regime alimentar diário. O preço destes produtos alimentares continua a ser um dos fatores que mais pesa no momento da compra, mas quando o objetivo é escolher o que é mais saudável é na leitura do rótulo que está a solução. Porém, no caso português, é aqui que pode estar o problema.
Uma vez que 40% dos portugueses têm dificuldade em interpretar a informação presente num rótulo alimentar, a adoção de um sistema de rotulagem simplificado tem sido a aposta de algumas marcas no mercado português e é vista pelos especialistas como caminho a seguir na hora de facilitar a perceção sobre o quão bom ou mau pode ser um alimento embalado. Embora a análise exclusiva do esquema colorido seja superficial, o Nutri-Score é o sistema simplificado de rotulagem que mais tem captado as atenções de algumas empresas alimentares e a DECO quer que seja implementado de forma uniformizada em Portugal, estando já a reunir com os partidos com assento parlamentar para dar seguimento ao assunto, seguindo os passos de alguns países europeus, que já implementaram este sistema.
Quanto a esta iniciativa da DECO, Maria João Gregório, presidente do Programa Nacional de Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS) da Direção-Geral da Saúde (DGS) diz à VISÃO “que quanto mais alargada for a discussão na sociedade civil sobre este tema tanto melhor”. Até porque, continua numa resposta enviada por escrito, “neste momento, mais importante do que a adoção do Nutri-Score em Portugal, é a adoção de um modelo único a nível europeu, consensualizado por todos os países europeus. Sabemos que a União Europeia tomará uma decisão sobre este assunto em breve. E Portugal, através dos Ministérios da Agricultura, Negócios Estrangeiros, Economia e Saúde tem naturalmente participado nesta discussão”.
O Nutri-Score é, para já, o único modelo simplificado a ser mencionado por cá, mas há prós e contras no Nutri-Score que têm de ser pesados e o certo é que a discussão sobre este e outros modelos de rotulagem simplificados parece estar a passar despercebida, mesmo após ter sido enviada uma carta aberta ao Parlamento por parte da organização de defesa do consumidor. “Haver diálogo e procura ativa pela melhoria do sistema de rotulagem é um debate que não está a ser tido e essa inércia é capaz de ser algo que irá causar algum arrependimento no futuro, certamente”, lamenta Helena Trigueiro, nutricionista e doutoranda.
O que é o Nutri-Score?
O Nutri-Score é um sistema simplificado de rotulagem nutricional que, com o recurso a um algoritmo, classifica os alimentos por cores (do verde ao vermelho) e letras (do A ao E) numa escala que ajuda o consumidor a avaliar um alimento – os mais saudáveis são rotulados a verde com a letra A e os menos saudáveis a vermelho com a letra E. Este modelo foi desenvolvido pela Santé Publique France, a agência nacional de saúde pública francesa, e encontra-se já em vigor em sete países europeus: Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Luxemburgo, Países Baixos e Suíça.
Segundo a DECO, que se juntou à Auchan, à Danone e à Nestlé na criação da página de Facebook Mais Nutri-Score, o algoritmo do Nutri-Score tem por base um sistema que atribui pontos com base na composição nutricional do produto (por 100g ou 100ml), sendo que se subtraem os pontos positivos aos negativos, cálculo esse que, no final, irá resultar na cor e na letra a apresentar em destaque. Nos pontos positivos incluem-se fatores como “proporção de fruta, legumes, leguminosas, frutos secos, azeite e óleo de colza e noz, tal como o teor em fibras e proteínas” na composição do alimento, lê-se no site da DECO, que dá conta também dos elementos considerados como pontos negativos, como é o caso da “energia (calorias), teor em gordura saturada, açúcares e sal”.
Por cá, marcas como a Pescanova e a Iglo também já usam voluntariamente o Nutri-Score, modelo também adotado nos produtos de marca própria por supermercados como Aldi, E.Leclerc e Pingo Doce, por exemplo. O Continente, por seu turno, usa o modelo de semáforo ao estilo britânico nos alimentos embalados de marca própria, um modelo que foi implementado há 13 anos e que avalia quatro nutrientes: “lípidos (gorduras), ácidos gordos saturados (gorduras saturadas), açúcares e sal”, sendo que cada um deles é classificado com uma cor (verde, amarelo ou vermelho) de acordo com a quantidade presente no alimento, explica por escrito Mayumi Delgado, responsável da equipa de nutrição do Continente. “Existe ainda a cor cinza, atribuída ao valor energético (calorias), que não tem qualquer significado nutricional”, explica. Além das cores, que acabam por destacar os nutrientes de forma direta os nutrientes com impacto negativo na saúde, o semáforo apresenta ainda “a percentagem de dose de referência, tendo em conta a dose de alimento consumida (porção)”, informação visual que acaba por ser de perceção mais direta – uma pessoa hipertensa, por exemplo, percebe logo que determinado alimento com um vermelho no sal é de evitar.
Os prós do Nutri-Score (que podem trazer água no bico)
A complexidade do atual sistema de rotulagem é um dos fatores para a incompreensão quase generalizada a nível alimentar por parte dos portugueses, uma vez que este modelo é bastante descritivos no que diz respeito à quantidades de nutrientes e “essa informação obriga a alguns cálculos” e as pessoas têm de adaptar “as percentagens ao que é recomendado ao longo do dia”, explica Pedro Graça, diretor da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, salientando que “este duplo cálculo nesta rotulagem, que é obrigatória em todos os alimentos embalados, torna-a difícil de compreender e é difícil de transformar em ações no dia-a-dia no momento da compra” e, por isso, “termos um sistema mais simplificado é melhor do que o atual sistema”, até porque, de acordo com Alexandra Bento, bastonária da Ordem dos Nutricionistas, a não compreensão nutricional “aumenta para 60% quando estamos a falar de uma população com um nível de escolaridade inferior”. No entanto, Maria João Gregório não deixa de notar que todos os modelos simplificados “apresentam limitações, inerentes a qualquer processo de ‘simplificação’”.
O estudo Nutri-Score: Uma Ferramenta de Saúde Pública para Melhorar os Hábitos Alimentares da População Portuguesa mostrou que se trata de uma ferramenta que é facilmente reconhecida e interpretada “independentemente do estrato socioeconómico e demográfico, especialmente em comparação com o sistema de semáforo”, o que poderá ajudar a combater a falta de literacia alimentar que é apontada pelos especialistas como uma das causas para as más escolhas alimentares (não só em qualidade, como também em quantidade), que, por seu turno, podem desencadear o aparecimento de determinadas patologias, como a obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão. Ainda no que diz respeito ao potencial efeito protetor contra doenças relacionadas com hábitos alimentares, a Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou, no início de setembro, o mais recente relatório da Agência Internacional para a Investigação do Cancro (IARC), que sugere que a adoção do Nutri-Score na Europa pode ajudar os consumidores a reduzir o risco de doenças não transmissíveis, como o cancro.
A uniformização deste modelo por vários países europeus poderá ser uma forma de compreender a classificação de um produto embalado mesmo quando não se entende a língua local, o que poderá promover melhores hábitos além fronteiras, sendo este um outro aspeto positivo apontado pelos especialistas. “O Nutri-Score distingue-se dos demais sistemas disponíveis no mercado por avaliar facilmente os alimentos de uma forma global, permitindo uma fácil compreensão da sua qualidade nutricional”, explica Joana Sousa, nutricionista e professora na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa.
Entre as vantagens do Nutri-Score está ainda a facilidade de comparação entre dois produtos da mesma categoria, porém, não deve ser visto como “um substituto da informação nutricional, que deve manter-se”, destaca Joana Sousa. O facto de o alimento rotulado com o Nutri-Score não deixar de ser um alimento processado e embora a demonização deste tipo de produtos não seja benéfica, o certo é que o seu consumo regular e até exagerado pode trazer consequências para a saúde, sobretudo se for feito em detrimento de outros alimentos mais saudáveis ou de um regime alimentar variado. Um estudo levado a cabo por investigadores da Eslovénia aponta as interpretações erradas como um dos principais desafios do Nutri-Score, que apesar de ser eficaz na rotulagem generalizada, carece de discussão para que seja feita uma correta campanha de informação junto da população – preocupação que ganha outra escala quando tudo aponta para que seja um modelo adotado de forma generalizada pelos estados-membros da União Europeia, com níveis de literacia e hábitos de consumo distintos.
“Estes sistemas de rotulagem nutricional como o Nutri-Score, podem-nos ajudar a escolher a melhor opção dentro dos alimentos processados, já que a rotulagem nutricional se aplica aos alimentos pré-embalados. No entanto, a regra geral para a alimentação saudável, seguindo os princípios da Dieta Mediterrânica, continua a ser escolher preferencialmente produtos fresco, da época, minimamente processados e dar preferências aos produtos de origem vegetal”, afirma Maria João Gregório.
A comparação entre dois alimentos semelhantes que o esquema do Nutri-Score proporciona de forma direta pode também ser um gatilho para a indústria alimentar alterar as receitas dos seus produtos de modo a fornecer alimentos com melhores classificações. À VISÃO, os especialistas entrevistados dizem este é um dos principais pontos positivos do Nutri-Score e aquele que, a longo prazo, poderá aumentar o leque de alimentos ‘bons’ à disposição. “Há um duplo benefício: se por um lado estamos a auxiliar o consumidor no momento da compra, por outro lado não temos dúvidas nenhumas que vai encorajar a indústria alimentar a melhorar a qualidade nutricional dos seus produtos”, esclarece a bastonária da Ordem dos Nutricionistas, que destaca a importância da adoção em Portugal de “um sistema de rotulagem que seja simples e único” e de fácil compreensão por parte dos consumidores, podendo ser o Nutri-Score, outro existente ou até um criado de raíz. Contudo, esta otimização das receitas dos alimentos embalados poderá não ser tão inocente quanto isso, como alerta Pedro Graça mais à frente neste texto – há o risco de hiperprocessamento e a facilidade de contornar ingredientes que nada acrescentam à alimentação saudável.
De acordo com Dulce Ricardo, coordenadora da área alimentar da DECO, o Nutri-Score destaca-se dos demais pela “robustez científica” e por não ser um modelo fixo, o que permite uma adaptação das classificações dadas. “Está previsto para o final do ano, início do próximo uma hipotética reformulação da fórmula, em que está de facto a estudar o comité científico independente a hipótese de começar também a contemplar aditivos, nomeadamente os edulcorantes. A própria fórmula poderá vir a ser alterada com base em critérios científicos, não é uma coisa estanque”, revela. Esta eventual mudança poderá, por exemplo, fazer com que alimentos e bebidas ‘light’ ou rotuladas como ‘sem açúcar’ que são bem classificadas por terem um baixo teor de açúcar passem a ser menos bem classificadas por conterem edulcorantes na sua formulação, o que é um ponto positivo. Um exemplo concreto de reformulação e de como o Nutri-Score não deve ser a única forma de avaliação por parte do consumidor é o azeite virgem-extra, primeiramente classificado como um D e depois como um C.
“No futuro, acredito que estes algoritmos que permitem classificar globalmente um produto alimentar poderão vir a ter em conta o grau de processamento dos alimentos. A evidência científica sobre o consumo de alimentos processados e piores outcomes de saúde é cada vez mais consistente”, diz Maria João Gregório.
Os contras do Nutri-Score
O Nutri-Score é o modelo simplificado que gera mais consenso quando comparado a outros front-of-pack nutrition labels – FOP-NL (rótulos nutricionais na frente da embalagem – FOP-NL), como o caso do semáforo nutricional (usado no Reino Unido) ou o sistema de alerta (usado no Chile), embora sejam ainda poucos os estudos concretos sobre o efeito do Nutri-Score nas escolhas e, por consequência, na saúde, uma vez que se trata de um modelo ainda recente. “Tenho a certeza que o Nutri-Score é melhor do que nada, agora, se me perguntar se é o modelo ideal, não é o modelo ideal. Ainda está longe de ser o modelo ideal e de ser o modelo perfeito à interpretação do valor nutricional”, afirma à VISÃO a nutricionista Helena Trigueiro.
Uma das primeiras falhas apontadas a este sistema simplificado de rotulagem nutricional é o facto de o algoritmo do Nutri-Score não englobar tudo o que pode estar na ‘receita’ do alimento industrializado. “O risco, a meu ver, é que se está a classificar um alimento com dezenas de nutrientes apenas baseado em três ou quatro, que são os mais importantes para a saúde da pessoa”, mas não os únicos a compor o alimento, alerta Pedro Graça.
Atualmente, o algoritmo do Nutri-Score não contabiliza aditivos, grau de processamento, pesticidas, antibióticos, alergénios, aromas, tamanho da porção e o método de preparação/confeção. E o que é que isso quer dizer? As bebidas light, por exemplo, podem ser melhor classificadas do que aquilo que seria esperado. Tal como a própria DECO escreve no seu site, “o Nutri-Score considera apenas a quantidade de açúcares e não a presença de edulcorantes”, usados comummente para fazer as vezes do açúcar em alimentos e bebidas, e, por isso, “essas bebidas podem, portanto, obter um B ou um C”, algo que poderá gerar alguma confusão por parte dos consumidores, sobretudo quando a evidência científica alerta para os riscos do consumo regular e exagerado de açúcar e quando estão em vigor medidas que limitam a sua quantidade, como é o caso do imposto sobre as bebidas açucaradas (o chamado ‘imposto Coca-Cola’), que entrou em vigor em 2017, e da redução da gramagem do açúcar presente nos pacotes de uso único, que, desde 2020, não pode ser superior a quatro gramas por unidade. Algumas bolachas, cereais de pequeno-almoço e barras de cereais estão classificados como com um B, mesmo contendo edulcorantes na sua formulação.
Para além da exclusão de alguns fatores do algoritmo, a própria fórmula usada para obter a classificação pode ‘mascarar’ alguns aspetos, algo que o consumidor apenas poderá decifrar se fizer a leitura do rótulo tradicional. E Pedro Graça dá um exemplo: “um alimento que tem um verde [na classificação] é geralmente um melhor alimento do que o que tem um vermelho, no entanto, como este score é um cálculo de várias coisas, pode haver um alimento que até tem um bocadinho de sal a mais, mas como tem todos os outros fatores todos a favor o que vai acontecer é que essa quantidade de sal é diluída em todos os outros fatores positivos e o alimento até pode ter uma classificação razoável, mas se a pessoa for hipertensa, não percebe que aquele B ou C tem a sal a mais”.
“Uma das principais falhas [do Nutri-Score], a meu ver, é a dificuldade de integrar a própria ideia de moderação. Se, por um lado, o Nutri-Score acaba por disfarçar e mascarar de alimentos saudáveis alimentos que não têm assim tanto interesse, e podemos falar dos refrigerantes, mas também podemos falar de outros alimentos que, por terem um valor calórico mais baixo acabam por passar com um A ou com um B e que não são, de todo, a opção mais interessante, por outro lado, os alimentos mais tradicionais e da própria dieta mediterrânica acabam por ser mais postos de lado e menos considerados pelo próprio Nutri-Score e isso parece-me um bocadinho incongruente”, atira Helena Trigueiro.
Pedro Graça, também membro do Conselho Científico da ASAE, reconhece o impacto positivo que o Nutri-Score pode ter na confeção de alimentos processados com melhores classificações por parte da indústria alimentar, mas alerta para o facto de este aprimoramento de classificação poder ser “um incentivo ao hiperprocessamento” dos alimentos, pois, “um produto altamente processado pode ser um A ou B e ter lá uma série de aditivos que à partida não são necessários para a nossa saúde”. Na prática, explica, “se o produtor quiser que o produto passe de vermelho para verde, tem de ir à composição desse alimento, retirar açúcar, sal e gordura para ter um B. Se for um alimento hiperprocessado, com mistura de muitas coisas consegue-se, tirando uma coisa e metendo outra, fazer algum jogo de ingredientes e passar de um D para C, por exemplo. Se meter um pouco mais de fibra e de proteína, se calhar, consegue manter a mesma quantidade de açúcar e de sal, mas o alimento em vez de ser um D é um C porque foram melhoradas algumas propriedades”.
O impacto do Nutri-Score (ou de qualquer outro sistema de cores) no consumo prevê-se positivo com as pessoas a serem capazes de fazer escolhas mais acertadas e saudáveis, como mostra este estudo realizado em março deste ano, publicado na International Journal of Behavioral Nutrition and Physical Activity, e que revela uma tendência de ‘fuga’ por parte dos consumidores perante alimentos classificados com D ou E. Porém, isso pode não ser fácil quando alimentos até agora desaconselhados passam a ser bem classificados, como é o caso de alguns cereais de pequeno-almoço. Durante décadas, os nutricionistas desaconselharam o consumo regular deste tipo de alimentos, sobretudo por parte dos mais novos, mas agora é possível encontrar no mercado cereais de pequeno-almoço classificados com um B. Para Pedro Graça, “antigamente, era mais fácil desincentivar os pais a comprar e [o rótulo] coincidia com o discurso dos nutricionistas. Mas nos cereais de pequeno almoço é possível mexer na receita. Do ponto de vista nutricional, o produto melhorou, o que é ótimo, mas compromete a comunicação” e também a compreensão, podendo levar a um consumo mais regular do que o desejado. Apesar de frisar que não é “um anti Nutri-Score, de todo”, Pedro Graça alerta para a importância das pessoas manterem o espírito crítico e procurarem sempre ler o rótulo do alimento: “se [o Nutri-Score] for mal utilizado e se for pouco controlado, pode vender gato por lebre e os consumidores têm de estar sempre atentos”. Neste artigo, é já levantado um pouco do véu dos temas que merecem ser discutidos antes de uma implementação generalizada do Nutri-Score, ou de outro modelo de rotulagem simplificado.
Maria João Graça defende que “quando estes sistemas de rotulagem atribuem uma classificação global aos alimentos, o risco é maior porque de facto podem passar a mensagem ao consumidor de que o produto é ‘saudável’, independentemente da quantidade consumida. Nós ‘especialistas’ sabemos que assim não é, mas a população em geral terá dificuldade em fazer outra interpretação que não esta”.
A propósito da aplicação do Nutri-Score nas embalagens de cereais de pequeno-almoço, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge levou a cabo um estudo em que concluiu que apesar de o Nutri-Score ter classificado como saudáveis apenas 18% dos 50 cereais de pequeno-almoço avaliados, defende que “os sistemas de rotulagem nutricional simplificada não substituem a declaração nutricional obrigatória, introduzida pelo Regulamento (EU) nº 1169/2011 de 25 de outubro do Parlamento Europeu e do Conselho”, reforçando a ideia de que o Nutri-Score é uma ferramenta de análise direta, mas não deve ser a única.
A presidente do PNAPS reforça a ideia de que o Nutri-Score é “complexo” e que “não é um assunto linear”, porém, e embora reconheça que o algoritmo do Nutri-Score “foi desenvolvido de modo a ser um sistema suficiente permissivo para promover e incentivar a reformulação dos produtos alimentares (por exemplo redução do teor de sal e de açúcar)”, o que, defende, “trará ganhos para a saúde”, esclarece que “esta permissividade do Nutri-Score para algumas categorias permite que alguns produtos alimentares fiquem excessivamente bem classificados”. E dá um exemplo: “Não me parece adequado que cereais de pequeno-almoço com cerca de 25g de açúcar por 100g possam ser classificados com uma cor verde, independentemente da quantidade de fibra que possam conter”, algo que “pode ser mesmo uma mensagem conflitante com as recomendações para uma alimentação saudável. Isto pode ser ainda mais preocupante, na medida em que a evidência científica nos mostra que uma classificação ‘verde’ num alimento tem uma maior capacidade de incentivar o seu consumo, comparativamente ao poder que um ‘vermelho’ tem em desincentivar o seu consumo. São precisamente estes riscos e benefícios que necessitam de ser ponderados para uma tomada de decisão”.
Mais do que um modelo, apostar no conhecimento
Os especialistas consultados pela VISÃO não hesitaram em afirmar que a rotulagem nutricional simplificada é mais vantajosa do que os rótulos atuais, mas frisaram que o sucesso deste tipo de sistema, incluindo o Nutri-Score que a DECO quer ver implementado em Portugal, depende sempre da literacia alimentar de cada pessoa, algo que se consegue com campanhas, sobretudo junto dos mais novos.
Para a docente Joana Sousa, não há modelos perfeitos e o Nutri-Score deve ser visto, acima de tudo, “como uma ferramenta de educação alimentar importante, mas não podemos considerar que resolveremos o problema em Portugal com a sua implementação”, ou seja, mais do que a solução para melhores escolhas alimentares, “o modelo serve de complemento e facilitador da literacia alimentar”. Diz a especialista que “antes de tudo, o consumidor terá de estar consciente e informado dos princípios de alimentação saudável e equilibrada”, uma vez que “este ou qualquer outro modelo não são ‘a’ ferramenta, por si só, capaz de garantir uma alimentação saudável e equilibrada”, devendo haver uma aposta séria não só no aumento de conhecimento por parte dos consumidores, mas também no acompanhamento deste tipo de medidas e na discussão das mesmas, algo que Pedro Graça defende que deve ser feito de forma independente, por mediadores “sem interesses” e “sem influência dos lobby da alimentação”.
“Comparado com outros modelos de rotulagem, nomeadamente o que é usado no México [rotulagem de advertência, semelhante à do Chile e também adotada no Uruguai e Peru], não sei se [o Nutri-Score] será melhor e penso que havendo a sua adoção deve haver um debate muito sério sobre como é que se poderia a nível europeu adotar este sistema de rotulagem”, diz Helena Trigueiro, que volta a lamentar a falta de discussão sobre o assunto. “Deve haver algum debate face a isso e arranjar estratégias para colmatar estas falhas e estas zonas cinzentas do Nutri-Score”. Para a também investigadora no NNEdPro Global Centre for Nutrition and Health, o Nutri-Score não deve ser uma “discussão fechada”, todos os seus aspetos devem ser avaliados, uma vez que, defende, “não podemos uma visão unicamente focada no consumidor, temos de ter a voz da academia, da ciência, das organizações que defendem o padrão alimentar mediterrânico, os representantes dos profissionais da nutrição e a visão dos produtos, dos vários intervenientes. Isso sim é urgente”.
Fonte: Visão
No período de janeiro a agosto de 2021 foram exportados 215 milhões de litros de vinho no valor de 581 milhões de euros
O mês de agosto de 2021 registou, no âmbito das exportações nacionais de vinho, um comportamento positivo em volume e valor, refletindo–se, uma ligeira quebra no preço médio, concluindo–se o mês com +10,9%, +6,5% e –3,9% respetivamente.
Este crescimento foi sustentado essencialmente pelos países terceiros que registam um crescimento em volume (+15%) e em valor (+10,9%) embora com quebra do preço médio (–3,6%).
De salientar o desempenho nos mercados do Canadá e Alemanha, que registam crescimento nas vendas em volume, valor e preço médio.
Pode consultar mais informação aqui.
Fonte: IVV
Face ao período homólogo de 2020, as vendas de bens de grande consumo em Portugal cresceram, em valor, 3%, segundo o Barómetro Covid-19 da NielsenIQ, relativo à semana 40, que compreende o período entre 4 e 10 de outubro.
Relativamente à semana anterior, a 39 de 2021, o crescimento foi de 6%. A alimentação cresceu 3%, as bebidas 13%, o DPH 5% e os produtos para animais 36%. Do total de vendas em valor na semana 40, 32% correspondeu às marcas próprias e primeiros preços.
46,4% das vendas em valor, neste período, foi feito em promoção. Esta percentagem denota uma subida face aos 44,8% do homólogo de 2020 (semana 41), mas está ainda aquém dos valores de 2019, quando, na semana 36, as vendas em promoção atingiram os 51,3%.
Ainda de acordo com os dados NielsenIQ, de 4 a 10 de outubro, os supers grandes foram responsáveis por 41,4% das vendas em valor.
Fonte: Grande Consumo
Há mais de dois mil anos que o vinho de talha conta a história da região do Alentejo e, a cada ano, a Herdade do Rocim abre a adega e as ânforas para desvendar as novas colheitas.
A 13 de novembro, entre as 14 e as 20 horas, cerca de 30 produtores portugueses e de várias regiões do mundo juntam-se para mostrar a sua autenticidade e celebrar a tradição de São Martinho.
Com características muito específicas, reflexo do terroir e da cultura que lhe dá origem, o vinho de talha português é candidato a Património Cultural e Imaterial da Humanidade e conquista cada vez mais apreciadores. Estados Unidos da América, Canadá, Reino Unido, Japão e Suécia ocupam os lugares cimeiros da curva da procura.
Amphora Wine Day
Portugal (Alentejo), Geórgia e Itália são os países que se destacam na produção de vinhos de talha, tendo, por isso, presença confirmada no Amphora Wine Day. A iniciativa que se realiza desde 2018 tem reunido perto de mil pessoas na Herdade do Rocim, produtor de vinho de talha desde a sua origem.
O vinho de talha representa um total de cerca de 200 mil euros na produção global da Herdade do Rocim, com 10 mil garrafas de branco e outras 10 mil de tinto a serem disponibilizadas no mercado nacional e internacional, em 2019, número que tem vindo a aumentar nos últimos anos. “Estando na região com maior tradição do vinho de talha em Portugal, na Vidigueira, onde se produz este vinho há mais de dois mil anos, acreditámos que fazia todo o sentido organizar um evento que celebrasse o uso de ânforas. Começou por ser um evento que ajuda a preservar esta prática milenar, mas acreditamos que há aqui um extraordinário potencial para dar ao mundo do vinho e os números têm-nos mostrado isso mesmo”, adianta Pedro Ribeiro, enólogo e diretor geral da Herdade do Rocim.
Nesta edição, o bilhete à venda na Ticketline custa 10 euros e inclui oferta de copo Riedel. Caso se opte por comprar o bilhete no dia, à porta da adega, o bilhete custará 12,50 euros e também com oferta de copo.
Fonte: Grande Consumo
A Direção-Geral da Saúde associa-se à campanha “#EUChooseSafeFood” da Comissão Europeia, resultado de uma parceria entre a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA) e a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
Escolher e preparar uma refeição para si, para um grupo de amigos ou para a família é uma responsabilidade. Além de fazer uma refeição saborosa, precisa de garantir que a comida é fresca, que não contém alergénios indesejados e que foi armazenada e confecionada corretamente.
A campanha da EFSA tem como objetivo consciencializar a população para a ciência que está por detrás da segurança alimentar na União Europeia e ajudar os consumidores a tomarem decisões informadas acerca das escolhas alimentares do dia-a-dia.
O objetivo da campanha, a nível europeu, é encorajar a sociedade a tomar decisões alimentares com confiança, explicando o papel essencial da ciência e dos cientistas na segurança alimentar.
Desde ajudar a decifrar as etiquetas e a compreender os aditivos, até aconselhar sobre o porquê de as batatas cruas não deverem ser conservadas no frigorífico, a campanha oferece informação de grande utilidade prática para os consumidores.
Fonte: DGS
A consultora portuguesa NBI – Natural Business Intelligence e a multinacional GlobeScan apresentaram esta terça-feira em Lisboa o relatório do “Healthy & Sustainable Living”, que reúne a opinião de consumidores em 30 países, inclusive Portugal, pela primeira vez. Foram inquiridos mil cidadãos portugueses, de diferentes gerações – Geração Z, Millennials, Geração X e Baby Boomers, acerca do seu consumo, estilo de vida, comportamentos e pensamentos.
Os resultados demonstram que entre os principais problemas globais que preocupam os portugueses, estão os ambientais, como a exploração dos recursos naturais, as alterações climáticas e a poluição da água. Relativamente à solução dos mesmos, os inquiridos demonstram um sentimento de impotência, embora confirmem estar envolvidos na preservação ambiental. A maior parte acredita que o consumismo é um problema no que refere à conservação ambiental, e afirma querer reduzir o impacto negativo que tem na natureza.
Os portugueses querem produtos saudáveis e sustentáveis, no entanto, existem impedimentos. A falta de apoio por parte do governo, o preço final dos produtos, a falta de disponibilidade/acessibilidade dos produtos e o desconhecimento das marcas, são as principais barreiras identificadas pelos inquiridos relativamente á aquisição destes produtos. A maioria considera que produtos com impacto negativo em termos ambientais devem ser mais caros, embora a mesma maioria não esteja disposta a pagar mais por esses mesmos produtos ou marcas, e apele a uma maior durabilidade dos mesmos.
Ainda assim, grande parte dos consumidores pretende mudar de forma significativa o seu estilo de vida e quase um quarto dos respondentes considera tê-lo feito já no ano anterior (2020). A Geração Z é a que demonstra quer mudar mais para um estilo de vida amigo do ambiente (51%), seguindo-se os Millennials (42%) e a Baby Boomer + (41%). Quanto às alterações realizadas no ano passado, as grandes alterações foram identificadas na Geração Z e nos Millennials, porém, quando questionados relativamente a algumas alterações, todas as gerações demonstraram dedicação.
Fonte: Greensavers
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