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O consumo de alimentos “plant-based” está a crescer a níveis recorde na Europa, segundo dados Nielsen divulgados pelo projeto Smarty Protein.

Realizado em parceria com a ProVeg International, o relatório analisou dados dos supermercados de 11 países europeus, ao longo dos últimos três anos, concluindo que, em todos os mercados, o consumo destes produtos está a crescer, atingindo os 49% a nível europeu. O sector atingiu vendas no valor de 3,6 mil milhões de euros.

Maior crescimento nas alternativas aos lacticínios

Na Alemanha, um dos mercados analisados, o sector cresceu 226%, para os 181 milhões de euros. Neste país, as compras de alternativas vegetais ao queijo cresceram 77%, mas percentagem bem superior foi registada na Holanda: 140%.

As alternativas ao leite são o sector mais importante na maioria dos países, seguida das alternativas à carne. O leite de aveia lidera o sector das alternativas ao leite, denotando a mais elevada taxa de crescimento na maioria dos mercados analisados. “Finalmente, vemos um tremendo crescimento nos alimentos ‘plant-based’ na Europa, ao longo dos últimos anos, refletido em números. O estudo claramente revela o enorme aumento nas vendas de alimentos e ‘plant-based’ e dá luz verde à indústria alimentar em termos de prosseguir com mais opções”, afirma Kai-Brit Bechtold, Senior Consumer Research Scientist na ProVeg International.

Fonte: Grande Consumo

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) e a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) garantem que os centros comerciais reúnem todas as condições para a reabertura no próximo dia 19 de abril, assegurando as condições de higiene para a salvaguarda da saúde pública e a segurança dos seus clientes, fornecedores e trabalhadores.

Os operadores dos centros comerciais reforçaram ainda mais as exigentes regras sanitárias com o objetivo de responder à expectável afluência de consumidores, depois de um longo período encerrados.

Reabertura com total confiança

A forma como os associados da APCC, da APED e da AHRESP prepararam os seus espaços e equipas para a reabertura “são a melhor garantia de que as lojas e os estabelecimentos de restauração e similares são locais seguros que merecem a confiança dos consumidores“. As associações garantem que houve um esforço acrescido na formação e testagem de colaboradores e um reforço, entre outros, no que aos equipamentos de proteção individual e barreiras de proteção, diz respeito.

A experiência adquirida com a reabertura anterior alicerçada nos “Guias de Boas Práticas” agora revistos e validados pela Direção Geral de Saúde, mostra bem a forma responsável, exigente e rigorosa como a segurança e higiene pública são encaradas pela AHRESP, pela APED e pela APCC.

O conhecimento técnico partilhado entre as três associações contribuirá para que as empresas que funcionam nos centros comerciais iniciem esta nova fase de desconfinamento da melhor forma, garantindo a segurança de todos.

Fonte: Grande Consumo

Portugal é o sexto país da União Europeia (UE) com maior consumo per capita associado à desflorestação tropical, e o nono com mais desflorestação importada proveniente dos trópicos, revela o novo relatório publicado hoje pela Associação Natureza Portugal (ANP/WWF) e a World Wildlife Fund (WWF).

O “Em crescimento? O impacto continuado do consumo da UE na natureza a nível global” indica que a UE é um dos maiores importadores de desflorestação tropical e emissões associadas, estando à frente de países como a Índia, Estados Unidos da América e do Japão. Em causa está também a destruição de ecossistemas não-florestais como prados e zonas húmidas.

Os dados sugerem que entre 2005 e 2017, a UE foi responsável por 16% da desflorestação ligada ao comércio internacional, o equivalente a 203 mil hectares e a 116 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) emitidas.

O problema deve-se em grande parte a produtos importados como a soja (89.047 hectares anuais), o óleo de palma (69.198 hectares anuais), a carne de bovino (27.692 hectares anuais), o cacau (17.586 hectares anuais) e o café (14.487 hectares anuais). Os três primeiros alimentos estão a provocar maior impacto, respetivamente, na América do Sul (soja e cacau) e no Sudeste Asiático (óleo de palma).

Catarina Grilo, Diretora de Conservação da ANPlWWF, afirma: “este relatório fornece informação essencial para uma ação concertada e urgente em defesa das florestas e da biodiversidade existente. Sabíamos que o consumo dos países da União Europeia tem um impacto significativo na desflorestação das regiões tropicais e na conversão de habitats, mas não sabíamos com o rigor científico que nos é apresentado agora que a UE apenas é ultrapassada pela China, consumindo mais florestas tropicais e destruindo outros ecossistemas que a Índia, Estados Unidos e Japão. A forma como comemos em Portugal e na Europa está literalmente a devorar as florestas mundiais e outros ecossistemas também.“

Numa altura em que a Comissão Europeia planeia apresentar uma nova legislação relativamente ao combate à desflorestação, a organização apela a um enquadramento justo e eficaz. “A Comissão Europeia, e Portugal, deverão considerar os resultados deste estudo como um alerta e criar uma proposta de legislação forte e capaz de combater a pegada da UE – é importante impedir que os produtos que contribuem para a destruição da natureza (legalmente ou ilegalmente) e que violam direitos humanos, entrem nos mercados europeus, e garantir que as empresas cumprem as regras definidas, indo por isso muito além das atuais medidas voluntárias existentes”, sublinha Catarina Grilo.

A garantia de que “os produtos e bens de base colocados no mercado da UE são sustentáveis, em vez de apenas serem considerados “legais” de acordo com o país de origem” e a introdução de “requisitos obrigatórios para empresas e para o setor financeiro para garantir a devida diligência, rastreabilidade dos produtos de base e transparência da cadeia de abastecimento”, são algumas das medidas que a WWF pede que se encontrem na nova legislação.

Consulte o relatório completo aqui.

Fonte: Greensavers

Conferência de Alto Nível sobre Suplementos Alimentares reunirá, por videoconferência, EFSA, Comissão Europeia, autoridades portuguesas e da Bélgica e representantes do sector. Contará com a abertura de S. Exa. o Ministro da Economia e da Transição Digital e será encerrado por S. Exa. a Ministra da Agricultura.
 
Com esta Conferência debater-se-á a situação actual dos Suplementos Alimentares no contexto do Mercado Único, visando soluções que garantam maior segurança para os consumidores e leal concorrência entre operadores. Visa-se influenciar o processo decisório europeu, alertando para a necessidade de harmonização da regulamentação europeia na entrada do mercado e no controlo oficial, mitigando ainda os produtos-fronteira no mercado.
 
Para proceder ao registo consulte o link.
 
Fonte: ASAE

O Dia Mundial da Segurança Alimentar (WFSD) celebrado em 7 de junho de 2021 visa chamar a atenção e inspirar ações para ajudar a prevenir, detetar e gerir os riscos de origem alimentar, contribuindo para a segurança alimentar, saúde humana, prosperidade económica, agricultura, acesso ao mercado, turismo e desenvolvimento sustentável.

O tema deste ano, ‘Alimentos seguros hoje para um amanhã saudável’, enfatiza que a produção e o consumo de alimentos seguros trazem benefícios imediatos e a longo prazo para as pessoas, o planeta e a economia. Reconhecer as conexões sistémicas entre a saúde das pessoas, animais, plantas, o meio ambiente e a economia ajudar-nos-á a atender às necessidades do futuro.

Reconhecendo a carga global de doenças transmitidas por alimentos, que afetam indivíduos de todas as idades, em particular crianças com menos de 5 anos e pessoas que vivem em países de baixo desenvolvimento, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou em 2018 que a 7 de junho seria o Dia Mundial da Segurança Alimentar.

Em 2020, a Assembleia Mundial da Saúde adotou ainda uma decisão sobre o fortalecimento dos esforços em segurança alimentar para reduzir a carga de doenças transmitidas por alimentos. A OMS e a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) facilitam em conjunto a observância do Dia Mundial da Segurança Alimentar, em colaboração com os Estados-Membros e outras organizações relevantes.

A segurança alimentar é uma responsabilidade compartilhada entre governos, produtores e consumidores. Todos têm um papel a cumprir, do prado ao prato, para garantir que os alimentos que consumimos sejam seguros e saudáveis. Por meio do Dia Mundial da Segurança Alimentar, a OMS trabalha para incorporar a segurança alimentar na agenda pública e reduzir a carga de doenças transmitidas por alimentos em todo o mundo.

A segurança alimentar é assunto de todos.

Fonte: WHO

A redução do uso de produtos fitofarmacêuticos, prevista no âmbito da estratégia ‘Farm to Fork’ da União Europeia, pode levar a uma quebra mínima anual de 330 milhões de euros no rendimento agrícola em Portugal, segundo um estudo da ANIPLA.

No âmbito do ‘Green Deal’ e da estratégia ‘Farm to Fork’, a União Europeia quer reduzir a utilização de produtos fitofarmacêuticos em 50% até 2030.

“Considerando apenas a receita perdida nestas cinco fileiras [vinha para vinho, olival para azeite, pera rocha, milho grão e tomate para indústria], as estimativas apontam para uma perda anual de cerca de 332 milhões de euros”, lê-se no “Estudo o Impacto da Redução da Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos na Produção Vegetal”, desenvolvido pela Associação Nacional da Indústria para a Proteção das Plantas (ANIPLA) com a AGRO.GES.

No entanto, conforme explicou o diretor executivo da ANIPLA, em declarações à Lusa, este valor pode ser muito mais elevado, tendo em conta que a análise abrangeu apenas um terço da produção vegetal nacional e o rendimento ligado à produtividade.

“Este é um valor base de produção […]. Não tem em conta todas as consequenciais a jusante. Por exemplo, o vinho é um produto transformado, o azeite, o tomate de indústria também. Há várias fábricas, vários postos de trabalho, toda uma componente que não está contabilizada”, precisou António Lopes Dias.

Segundo o estudo, a produção de milho e tomate para indústria vão ser as mais afetadas por esta redução, podendo ficar completamente comprometidas.

No caso das culturas de milho grão no Ribatejo, os produtos utilizados são retirados do mercado, “deixando alternativas incompletas”.

Por exemplo, deixa-se de poder utilizar o herbicida de pré-emergência, passando apenas a estar disponível os de pós-emergência, uma alternativa “mais arriscada”, uma vez que não é certo que tenha a mesma eficácia.

A confirmar-se o objetivo da União Europeia, segundo a mesma análise, o mercado vai deixar de oferecer alternativas de inseticidas para tratamento da rosca, estimando-se assim que a produtividade seja reduzida em cerca de metade.

Também no Minho, a impossibilidade de combater a rosca pode levar a perdas superiores a 40%.

Por sua vez, no caso da produção do tomate de indústria no Ribatejo “existem alterações significativas no protocolo fitossanitário da cultura, com a retirada de algumas substâncias ativas, nomeadamente, o metame de sódio e a metribuzina”.

A retirada do metame de sódio terá um “impacto muito elevado” nas explorações que precisem de fazer desinfeção do solo, uma vez que não existem alternativas, levando a quebras de produtividade entre os 20% e 25%.

“Esta alteração pode levar mesmo a que os produtores optem por não produzir a cultura. Quanto aos herbicidas (metribuzina), haverá um problema grave nesta cultura, pois as principais infestantes são as solanáceas, não existindo alternativas para o seu combate”, acrescentou.

A solução poderá ser a monda manual, o que, no entanto, acarreta “elevados custos”.

Neste caso, as perdas de produtividade estimadas situam-se entre os 20% e os 30%.

Perante este impacto, António Lopes Dias alertou para um “conjunto de cenários a nível social, organização do território, económico e ambiental bastante preocupantes”.

O vinho para vinha, nomeadamente, vinhos verdes, do Douro, das Beiras, de Lisboa e Vale do Tejo e vinho do Alentejo, de uma forma geral, não vão registar grandes problemas com a retirada destas substâncias no mercado.

Contudo, vão sofrer, de Norte a Sul do país, um aumento dos custos face à necessidade de realizar tratamentos com “maior diversidade de produtos de forma a compensar aqueles que desaparecerão, nomeadamente os folpetes, fungicida de contacto, que não têm substitutos diretos”.

Já no que concerne ao olival tradicional no Alentejo, a substituição da deltametrina como forma de controlar a praga determinante (mosca) é feita com recurso à s.a. spinosade, o que vai levar à redução do período de ação de produto e ao aumento do risco de se produzir azeitona picada pela mosca.

Assim, a redução da produtividade será na ordem dos 5%, a que se junta uma perda do valor comercial da azeitona, “por via da menor produção de azeite virgem extra em cerca de 40%”.

No olival tradicional em Trás-os-Montes, tendo em conta que não são considerados tratamentos de inseticida no cenário base, não é perspetivada uma mudança na tecnologia de produção.

A análise concluiu ainda que, no caso do olival em copa e em sebe no Alentejo, “há uma alteração importante no protocolo fitossanitário”, passando a ser necessário recorrer a “alternativas menos testadas e mais caras” no combate a fungos, o que, consequentemente, levará a uma redução de 5% de produtividade e de perda de qualidade do azeite produzido em cerca de 40%.

Por último, no caso da pera-rocha do Oeste existem alternativas aos produtos que vão sair do mercado, nomeadamente para inseticidas e herbicidas.

“Quanto aos fungicidas, para o tratamento especialmente da estenfiliose e pedrado, apesar das alternativas, estas apresentam limitações no que diz respeito ao número de aplicações por ano, o que reduz o número de tratamentos fitossanitários que o produtor poderá realizar, em três unidades, e consequentemente redução de custos bem como de produtividade, no caso desta última em aproximadamente 20%”, adiantou.

A nível das exportações, de acordo com o estudo, a perda será de cerca de 200 milhões de euros só no caso do tomate para indústria, a que se juntam mais de 900 postos de trabalho agrícola, a tempo inteiro, em risco e o agravamento da dependência externa do país e de uma maior insegurança alimentar.

“Vamos ter menos produtividade a nível da Europa e ter menor disponibilidade de alimentos em quantidade e diversidade, perante isto vamos ter que importar mais fora do espaço europeu. Todas as análises que são feitas aos produtos produzidos no espaço europeu indicam que eles são de elevada segurança alimentar. Se vamos começar a importar mais, estamos a pôr em risco também essa parte”, vincou o diretor executivo da ANIPLA.

Para a associação, antes de cada Estado-membro aplicar esta redução, seria necessário fazer um estudo e incluir objetivos e metas locais mais adaptadas, garantindo que a agricultura continua a ser “um pilar” da economia e da produção territorial.

“Esta questão da redução de produtos fitofarmacêuticos tem sido sempre uma preocupação da indústria, sobretudo, no desenvolvimento de novas tecnologias mais eficientes […]. A questão é dotar toda a gente de formação suficiente para utilizar este tipo de produtos e aumentar este leque de soluções químicas ou não químicas e biológicas. O nosso papel é contribuir para que as que produções sejam protegidas, sobretudo quando estamos perante alterações climáticas, onde vão surgir novas pragas e doenças que nem se sabe como vão contornar”, concluiu António Lopes Dias.

Para a realização desta análise foram identificados um conjunto de produtos fitofarmacêuticos em risco de saída e elaborados casos de estudo representativos de cada fileira.

Adicionalmente, foram considerados dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), do Instituto de Financiamento da Agricultura e Pecas (IFAP) e do Instituto do Vinho e da Vinha (IVV).

Fonte: Agroportal

O Município de Paredes trás à vida já em setembro a terceira edição do Concurso e Feira de Hortícolas Gigantes de Paredes, “O Maior da Minha Aldeia”. “Abóboras, melancias, melões e tomates… Todos são bem-vindos, quanto mais pesados, melhor”, garante o Município.

Os hortícolas mais pesados têm direito a prémio, consoante a cultura e o lugar no pódio. Com as abóboras, por exemplo, os vencedores dos três primeiros lugares recebem 1000, 500 e 200 euros respetivamente. Já com as melancias, os prémios vão dos 500, aos 200 e aos 100 euros. Relativamente ao tomate a ao melão, os valores são os mesmos para os três classificados: 200, 100 e 50 euros.

O concurso realiza-se no âmbito do projeto “Cá Paredes” que promove a dinamização do concelho e o conceito de agricultura sustentável. Em 2020, “O Maior da Minha Aldeia” contou com 56 participantes e contou com uma ábobora vencedora de 696 quilogramas e uma melancia de 53,5 quilogramas.

De acordo com Beatriz Meireles, vereadora da cultura de Paredes, “Cá Paredes é um projeto turístico e de valorização patrimonial cultural, de fomento da agricultura e de desenvolvimento do sul do concelho de Paredes, multidisciplinar e de uma enorme exigência técnica, até pela necessidade de capacitação dos intervenientes com conhecimentos na área da agricultura”,

As inscrições são gratuitas e estão abertas até ao dia 5 de setembro pelo que, se tem interesse em participar, só lhe falta mesmo começar a semear. Consulte o regulamento, preencha o formulário e envie o mesmo para o email This email address is being protected from spambots. You need JavaScript enabled to view it..

Fonte: Greensavers

As secas e ondas de calor triplicaram nos últimos 60 anos na Europa, com uma correspondente redução nas colheitas, especialmente cereais, indica um estudo desenvolvido por três investigadores da Universidade Nova.

O estudo, publicado na revista científica “Environmental Research Letters”, alerta que os efeitos das alterações climáticas nas colheitas podem levar a uma escassez de alimentos e a um aumento de preços.

Teresa Armada Brás, a investigadora que liderou o estudo, explicou à Lusa que, embora existam muitas investigações que demonstram o aumento da frequência de eventos climático extremos, não têm sido tão estudadas as perdas na agricultura associadas a esses eventos.

Os responsáveis, investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT NOVA), a que se juntou um investigador do Instituto Potsdam de Pesquisas sobre o Impacto Climático (“Potsdam Institute for Climate Research”, na Alemanha) e da NASA (Estados Unidos), combinaram dados agrícolas e fenómenos climáticos extremos entre 1961 e 2018. Na análise foram tidas em conta secas, ondas de calor, vagas de frio e cheias. Dividimos o período de estudo em duas partes, uma até 1990 e outra de 1991 a 2018, “e verificamos que as perdas na agricultura são muito maiores na segunda parte”, disse Teresa Armada Brás.

De acordo com o documento, que resultou de um ano e meio de investigação, as secas históricas e as ondas de calor reduziram os rendimentos dos cereais europeus em média em 9% e 7,3%, respetivamente. Nas outras colheitas não cerealíferas os rendimentos diminuíram 3,8, e 3,1% durante os mesmos períodos de secas e de ondas de calor. As vagas de frio levaram a uma quebra de 1,3% nos rendimentos de cereais e de 2,6% de não cereais, enquanto os impactos das cheias foram marginais e pouco significativos.

Com o título “Severity of drought and heatwave crop losses tripled over the last five decades in Europe”, o estudo incluiu 28 países europeus (atuais da União Europeia e Reino Unido) e conclui que os cereais são a produção mais afetada e que os piores eventos climáticos são as ondas de calor e a seca. Esses dois eventos em 2018 na Europa causaram uma quebra de 8% na produção de cereais, comparando com os cinco anos anteriores.

Teresa Armada Brás salienta que nomeadamente nos cereais as perdas na Europa triplicaram entre os dois períodos (antes e depois de 1990). Se na primeira parte os eventos climáticos extremos tiveram um impacto na produção avaliado em menos 3,6%, a partir de 1990 o impacto foi de menos 9,8%. Tendo em conta todas as culturas, e foram analisadas 130, os impactos também triplicaram, de menos 2,2% no primeiro período para menos 7,7% nos anos mais recentes.

A responsável, salientando que os números resultam dos dados reportados oficialmente, acrescenta que “o sistema alimentar tem sido prejudicado com a ocorrência de fenómenos climáticos extremos”, alertando ainda para projeções do Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas (IPCC na sigla original) que apontam para um aumento dos períodos de seca no verão, com ondas de calor mais longas e intensas.

Ao longo dos anos, de acordo com a investigadora, toda a Europa analisada sofreu “mais ou menos da mesma forma” os efeitos das secas e vagas de calor, embora os impactos na zona do Mediterrâneo tenham sido menores, pela grande percentagem de culturas de regadio, o que atenua os efeitos da seca e das ondas de calor. “O trabalho alerta para a necessidade de perceber quais as culturas mais resilientes para a Europa e realça a necessidade do uso inteligente da água”, sendo necessário dados “cada vez mais detalhados para uma definição de políticas agrícolas mais estratégicas”, diz.

E avança outros dados, decorrentes do estudo agora divulgado: uma seca, em média, provoca uma perda de 8,5% da produção de cereais. E se a cultura for o trigo a perda ainda é superior (nas ondas de frio a perda é inferior a 2%). E em cada ano as secas tornam-se mais graves, com as perdas de cereais a aumentam em média 3% em cada nova seca.

O sistema alimentar da União Europeia sofre perturbações devido aos eventos climáticos extremos, avaliar os principais impactos e vulnerabilidades é importante, porque pode contribuir para uma redefinição de esforços de redução de risco, para a adaptação e também para rever os fluxos de comércio alimentar da União Europeia, que pode concluir que será melhor deixar de produzir determinadas culturas devido às alterações climáticas, explica a investigadora.

Além de Teresa Armada Brás participaram no trabalho os investigadores da FCT NOVA Júlia Seixa e Nuno Carvalhais, e o investigador Jonas Jägermey.

Fonte: Observador

A EFSA (Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar) e o European Centre for Disease Prevention and Control - ECDC (Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças) publicaram o Relatório Sumário da União Europeia sobre a Resistência Antimicrobiana em bactérias zoonóticas e indicadoras em humanos, animais e alimentos em 2018/2019.
 
Entre as principais conclusões destacam-se:
 
- Uma proporção considerável de bactérias Salmonella e Campylobacter ainda é resistente aos antibióticos comummente utilizados em humanos e animais, como nos anos anteriores;
- Nos seres humanos, foram relatadas elevadas proporções de resistência à ciprofloxacina, um antibiótico comummente utilizado para tratar vários tipos de infeções, num tipo específico de Salmonella conhecido como S. Kentucky (82,1%). Nos últimos anos, a S. Enteritidis resistente ao ácido nalidíxico e/ou ciprofloxacina tem sido cada vez mais reportada em vários países;
- Durante o período 2015-2019, foi observado um declínio na resistência à ampicilina e às tetraciclinas em isolados de Salmonella em humanos em oito e onze Estados-Membros, respetivamente.
 
Consulte o relatório na integra aqui.
 
Fonte: ASAE/EFSA

O Conselho Europeu de Informação Alimentar (EUFIC) criou um mapa interativo da sazonalidade de frutas e vegetais em toda a Europa. Esta nova ferramenta disponibiliza informação que permitirá aos consumidores fazer escolhas mais saudáveis e sustentáveis. O mapa combina dados de fontes nacionais oficiais de 24 países e inclui as seis regiões climáticas europeias.

No mapa, verá as seis regiões climáticas da Europa. Cada região climática representa as condições meteorológicas médias nessa área durante um longo período de tempo. Como diferentes tipos de frutas e vegetais crescem melhor em climas diferentes, verá que algumas frutas e vegetais são sazonais em alguns países, enquanto noutros não.

Em atualização constante

O Conselho Europeu de Informação Alimentar realça que as listas podem não estar completas e podem variar dependendo das mudanças climáticas ou da sua localização.

Pode consultar o mapa e descobrir a fruta e legumes da época aqui.

Fonte: Agricultura e Mar