Embora a União Europeia (UE) tenha um desempenho muito superior ao resto do mundo em matéria de gestão de resíduos, existe um elevado potencial, em grande parte inexplorado, de melhoria para reduzir significativamente as emissões de gases com efeito de estufa e os custos sociais, reforçando simultaneamente a segurança económica.
O alerta foi dado pela Comissão Europeia. Atualmente, a gestão de resíduos da UE reduz as emissões anuais de gases com efeito de estufa (GEE) da UE em cerca de 1%, em contraste com a gestão global de resíduos, que é um emissor líquido.
Cerca de 83% da redução das emissões da UE deve-se ao sucesso da gestão de resíduos metálicos. Isto compensa em grande parte as emissões provenientes da gestão dos principais tipos de resíduos, como plásticos, têxteis e resíduos biológicos, uma vez que a sua taxa de reciclagem é relativamente baixa – estes resíduos tendem frequentemente a acabar em resíduos mistos, um importante contribuinte para as emissões.
Estas são algumas das principais conclusões publicadas no artigo científico “Avaliação abrangente dos impactos ambientais e económicos de todo o sistema de gestão de resíduos da EU” (Comprehensive assessment of environmental and economic impacts of the entire EU waste management system” na versão em inglês), uma colaboração de investigação entre o Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia e a Universidade Técnica da Dinamarca.
O estudo colmata a lacuna entre os resíduos gerados e os recolhidos, considera todos os fluxos de resíduos e aplica a Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) e o Custo do Ciclo de Vida (CCV). Quantifica os impactos ambientais em 16 categorias (por exemplo, alterações climáticas, partículas em suspensão, destruição da camada de ozono) e os custos económicos associados ao tratamento e eliminação dos 16 tipos de resíduos. Por último, os autores identificam também áreas a melhorar.
O estudo destaca ainda a necessidade de mais esforços para reduzir a má alocação de resíduos recicláveis para resíduos mistos. O documento fornece uma ferramenta valiosa para avaliar cenários, tomar decisões de investimento e avançar os objetivos da economia circular da UE.
Leia aqui o artigo completo.
Fonte: Grande Consumo
O desenvolvimento de novos produtos alimentares destinados às crianças tem ganho crescente atenção na indústria alimentar, refletindo a importância de uma alimentação equilibrada na infância, crucial para um desenvolvimento saudável.
Neste sentido, este estudo consiste na avaliação sensorial de um produto de panificação (gressino de cenoura) com crianças dos 6 aos 11 anos, que foi desenhado estrategicamente para promover o consumo de vegetais entre as crianças. Os resultados demonstram uma resposta acima do limite de aceitação (5) de 87 % das crianças, destas 79 % responderam o valor máximo de 9 (numa escala hedónica de 1 a 9), demonstrando elevada aceitação do produto testado.
Uma alimentação saudável e equilibrada durante a infância é fundamental para o adequado crescimento e desenvolvimento (Beckerman et al., 2017), tendo influência positiva na saúde (Abdoli et al., 2023). Para garantir um adequado desenvolvimento das crianças e jovens é imprescindível a adoção de alimentação saudável e equilibrada no qual é basilar o adequado consumo de frutas e vegetais sendo estas excelentes fontes de vitaminas, minerais, fibras e compostos bioativos (McCarthy et al., 2020).
Há um consenso de que a alimentação das crianças e jovens, na última década, tem vindo a tornar-se cada vez mais pobre em vitaminas e minerais e apresenta um decréscimo na valorização da cultura alimentar local e sazonal (Blondin et al., 2021). Em contrapartida, verifica-se um maior consumo de produtos processados ??industrialmente, que possuem elevado valor energético, elevado teor de açúcar adicionado, gorduras saturadas e sódio e reduzido teor de vitaminas, minerais e fibra.
Estes fatores, aliados à reduzida ingestão de frutas e legumes, têm contribuído negativamente para o desenvolvimento e estado nutricional das crianças e jovens (Anzman-Frasca et al., 2012; Cediel et al., 2018; Monteiro et al., 2013; Pagliai et al., 2021).
Por exemplo, a crescente incidência de excesso de peso e obesidade em crianças e jovens é alarmante, sendo considerada um problema de saúde pública. Em Portugal, 31,9 % das crianças entre os 6 e 8 anos apresentam excesso de peso e 13,5 % já são obesas, de acordo com um estudo recente do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Rito et al., 2023).
Leia o artigo completo na TecnoAlimentar 44, abril/ junho de 2025, dedicada aos desafíos na logístisca da indústria alimentar.
Fonte: TecnoAlimentar
Um estudo, realizado na Austrália e publicado na revista Weed Science, revelou que o controlo elétrico de ervas daninhas na viticultura pode ser tão eficaz como o uso de herbicidas ou métodos mecânicos, apresentando riscos mínimos para as culturas, solo e ambiente.
O estudo, intitulado “Electric weed control—how does it compare to conventional weed control methods?”, foi conduzido durante os anos de 2022 e 2023 em vinhas situadas na região de Yallingup, na Austrália Ocidental.
As experiências recorreram a um trator equipado com a máquina de controlo elétrico de ervas daninhas Zasso™ XPower, que inclui uma unidade de fornecimento de energia de 36 kW montada na traseira e um aplicador XPS em cada lado, com seis conjuntos de elétrodos por aplicador.
Entre as vantagens apontadas pelas investigadoras para o uso desta tecnologia estão a ausência de resíduos químicos nos alimentos e no ambiente, a eliminação da necessidade de esperar por períodos sem chuva após a aplicação, a não existência de desvios em condições de vento, bem como a ausência de resistência química e de impactos em vegetação vizinha ou cursos de água.
No entanto, as cientistas alertam também para algumas desvantagens, nomeadamente a lenta velocidade de aplicação e um consumo elevado de combustível.
Esta investigação foi também a primeira a avaliar, de forma quantitativa, o risco de incêndio associado ao controlo elétrico de ervas daninhas. Os testes realizados em vinhas durante a primavera na Austrália (setembro), que é o período mais comum para a gestão de ervas daninhas na viticultura daquela região, não registaram qualquer ocorrência de incêndio.
Com base nestes resultados, os investigadores concluíram que a utilização desta tecnologia durante o inverno e a primavera apresenta um risco mínimo de incêndio, sendo considerada segura nessas estações. No entanto, desaconselham o seu uso no verão e no outono, quando a vegetação seca e as temperaturas elevadas podem aumentar significativamente o risco de incêndio.
Consulte aqui o artigo completo e o estudo científico publicado na Weed Science.
Fonte: Vida Rural
Um estudo recente publicado na npj Science of Food oferece novas percepções sobre como biofilmes de Listeria monocytogenes levam à contaminação cruzada em ambientes de processamento de alimentos prontos para consumo (RTE), observando especificamente o salmão defumado a frio.
A equipa de pesquisa, composta por cientistas do Conselho Superior de Pesquisas Científicas (CSIC) de Espanha e da Universidade de Córdoba, formou biofilmes multiespécies e monoespécies usando bactérias retiradas de superfícies em ambientes de processamento de alimentos. Eles cultivaram os biofilmes em condições de baixa carga de nutrientes e Listeria, espelhando o mundo real.
Utilizando uma abordagem de modelagem, a equipa então rastreou as taxas de transferência de Listeria em 25 contatos sucessivos entre biofilmes e fatias de salmão, revelando perfis de contaminação diferenciados para diferentes tipos de biofilme.
Os resultados mostraram que L. monocytogenes de biofilmes multiespécies apresentaram crescimento significativamente maior na matriz de salmão do que aqueles de biofilmes de uma única espécie. Isso sugere que a coexistência de microrganismos pode aumentar a sobrevivência e a proliferação do patógenio após a transferência.
Leia a notícia completa aqui e o consulte o artigo científico publicado na revista npj Science of Food.
Fonte: Food Safety Magazine
No mês de setembro decorre mais um período obrigatório de Declarações de Existências de Galinhas Poedeiras, conforme aviso da Direção Geral de Alimentação e Veterinária, publicado neste portal.
A declaração de existências poderá ser efetuada diretamente pelo produtor através do seguinte endereço de internet https://avidec.dgav.pt, ou em alternativa em qualquer departamento dos Serviços de Alimentação e Veterinária Regionais.
Consulte aqui o aviso.
Mais informação poderá ser consultada no site da DGAV.
Fonte: DGAV
Certos alimentos têm má reputação, enquanto outros passam despercebidos, apesar de serem mais comumente associados a doenças transmitidas por alimentos.
Entender a diferença entre percepção de risco e risco real é fundamental para fazer escolhas alimentares mais seguras e reduzir a hipótese de adoecer.
Doenças transmitidas por alimentos afetam milhões de pessoas anualmente em todo o mundo, e os media, as narrativas sociais e as experiências pessoais moldam as atitudes públicas sobre os riscos à segurança alimentar.
No entanto, o que as pessoas temem e o que realmente causa a maioria das intoxicações alimentares muitas vezes divergem significativamente.
Alimentos que são geralmente temidos:
Alimentos mais frequentemente associados a doenças de origem alimentar:
Doenças transmitidas por alimentos são uma preocupação real, mas o medo muitas vezes é infundado. Os alimentos com os quais as pessoas geralmente se preocupam nem sempre são os que representam o maior perigo. Aves cruas, vegetais folhosos e ovos são responsáveis por uma parcela significativa das doenças transmitidas por alimentos, enquanto alguns alimentos temidos, como sushi ou frutas importadas, apresentam taxas de incidência mais baixas.
Diminuir a distância entre a percepção de risco e a realidade por meio da educação e de hábitos práticos de segurança alimentar permite que as pessoas desfrutem de uma dieta variada e nutritiva sem ansiedade desnecessária. Entender quais alimentos são realmente perigosos e como manuseá-los com segurança ajuda a proteger a saúde e a reduzir os casos de intoxicação alimentar.
Em última análise, o conhecimento, não o medo, é o melhor ingrediente para uma alimentação segura.
Leia aqui o artigo e dissipe as suas dúvidas.
Fonte: Food Poisoning News
Com um bom planeamento e algumas escolhas inteligentes, é possível garantir uma alimentação saudável, sem gastar muito.
Saber planear e comprar bem, escolhendo as opções mais económicas sem perder a qualidade nutricional das nossas escolhas alimentares, é uma preocupação atual. Comparar preços, escolher os alimentos da época e aproveitar promoções de forma consciente são passos que podem ajudar a controlar os gastos.
Na confeção, os “pratos de panela” destacam-se como os métodos de confeção ideais para ter uma refeição saudável, saborosa e com muita cor e aroma, tendo ainda a vantagem de serem uma opção economicamente vantajosa. Saber como reutilizar adequadamente os alimentos ou as sobras de refeições de modo a evitar o desperdício alimentar, é outra recomendação para poupar na carteira. Aumentar as refeições semanais com ovos e leguminosas como fonte de proteína é também uma boa estratégia, pois são alternativas mais económicas à carne e ao peixe, mantendo a qualidade nutricional.
O custo da fruta e hortícolas é um desafio, por isso identificamos algumas opções mais acessíveis, especificamente para esta época do ano, para que estes alimentos continuem a fazer parte do seu dia-a-dia. E não se esqueça: beba água em vez de bebidas açucaradas ou alcoólicas.
O Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), da Direção-Geral da Saúde, sugere 9 estratégias práticas que visam apoiar a adoção de uma alimentação saudável, simultaneamente promovendo uma gestão mais eficiente dos custos com a alimentação.
Consulte aqui o guia completo de como comer bem sem gastar muito.
Desde que começamos a cultivar plantas e criar animais para alimentação ou alimentos processados, selecionamos plantas e animais com características benéficas para reprodução posterior ou escolhemos os microrganismos de melhor desempenho.
Tais características refletiam variações genéticas naturais e resultavam, por exemplo, em maior rendimento ou resistência a doenças ou condições ambientais específicas, como seca ou inundações.
A tecnologia moderna tornou possível alterar o material genético para criar novas características ou melhorar ou diminuir as existentes em plantas, animais, bactérias e fungos.
A tecnologia genética tem sido usada principalmente em plantações para aumentar a resistência a insetos e a tolerância a herbicidas, e em microrganismos para produzir enzimas.
Organismos cujo material genético foi alterado dessa forma são chamados de organismos geneticamente modificados (OGMs). Alimentos e rações que contêm ou consistem em OGMs ou são produzidos a partir de OGMs são conhecidos como alimentos e rações geneticamente modificados (GMs).
As técnicas genómicas que foram desenvolvidas antes da adoção da legislação da União Europeia (UE) sobre OGM em 2001 são conhecidas como técnicas genómicas estabelecidas (TGEs).
Novas técnicas genómicas (NGTs) referem-se a técnicas que foram desenvolvidas desde 2001.
A única cultura geneticamente modificada atualmente cultivada na UE é a MON810, uma variedade de milho geneticamente modificado resistente a insetos, cultivada principalmente na Espanha e, em menor escala, em alguns outros países da UE, para alimentação animal.
Em outras partes do mundo, como na América do Norte e do Sul, muitas variedades de culturas transgénicas são cultivadas para alimentação humana e animal. A UE é uma grande importadora de ração animal transgénica, incluindo milho e soja.
A maioria das nossas avaliações de plantas transgénicas refere-se a milho (50% das aplicações) ou soja (25%). Outras avaliações de plantas transgênicas referem-se a colza, algodão, batata, arroz e beterraba.
Aceda ao artigo aqui.
Fonte: EFSA
Fruto da azinheira é desperdiçado apesar de ter valor nutricional. Projeto Oakfood quer mais variedades aprovadas para consumo humano.
Um sucedâneo de café, bolachas, creme para barrar e até gelado de bolota foram criados no âmbito do projeto OakFood, que quer evitar o desperdício deste fruto seco e introduzi-lo na alimentação humana. Têm sido dados a provar em certames alimentares, desmistificando a ideia de que servem apenas para animais.
A ideia foi rentabilizar algo que existe em quantidade, mas tem passado despercebido. "Mais de 55% das bolotas são desperdiçadas" e as que são aproveitadas vão "quase todas para alimentação de animais, apenas 1% é para humanos", conta a gestora do Oakfood, Sílvia Moreira. Porém, a bolota e os produtos finais foram submetidos a análises, que provaram o valor nutricional: têm proteínas, são ricos em gorduras não saturadas (ómegas 3 e 6), em amido resistente (bom para saúde gastrointestinal) e permitem fazer preparados para celíacos, pois não têm glúten.
Como a bolota de azinheira é a única que está autorizada para consumo humano pela European Food Safety Authority, o próximo desafio é conseguir, junto desta entidade e da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária em Portugal, que outras variedades, nomeadamente a de sobreiro e as de carvalho-negral e alvarinho, sejam também aprovadas. O consórcio é coordenado a partir de Idanha-a-Nova pela Food4Sustainability - Associação para a Inovação no Alimento Sustentável, conta com a LandraTech, Francesco Montanari - Consultoria, Centro de Biotecnologia e Química Fina da Universidade Católica Portuguesa, AgroGrIN Tech, Confederação Nacional da Agricultura, Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, Centro Nacional de Competências dos Frutos Secos, Pepe Aromas, Javalimágico, Equanto e Purenut - Alimentos Biológicos, e dispõe de um financiamento de 760 mil euros do Plano de Recuperação e Resistência (PRR).
Leia aqui o artigo completo.
Fonte: Jornal de Notícias
As exportações nacionais de frutas, legumes e flores aumentaram 9,2% em valor no primeiro semestre, face ao mesmo período de 2024, atingindo mais de 1.288 milhões de euros, disse hoje a Portugal Fresh.
A análise da associação setorial, com base em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), salienta que a quantidade de produtos vendidos nos mercados externos também registou uma subida, somando agora mais de 837 milhões de quilos, o que representa uma evolução de 8,9% face ao primeiro semestre do ano passado.
“A União Europeia é o principal destino das frutas, legumes e flores produzidos em território nacional”, apontou o presidente da Portugal Fresh, Gonçalo Santos Andrade, defendendo que “Portugal está cada vez mais competitivo” e “oferece produtos diferenciados, com segurança alimentar e de enorme qualidade”.
Paralelamente, as importações daqueles produtos também aumentaram 9,5%, para 1.486 milhões de euros, mais 128 milhões em comparação com 2024, com o volume importado igualmente a crescer, de 1.240 milhões de quilos para 1.380 milhões de quilos (+11,2%).
“Precisamos de ambição e de um compromisso sólido que permita desbloquear o enorme potencial do setor agrícola e reduzir o peso das importações”, salientou Gonçalo Santos Andrade.
Para aumentar a competitividade no setor, o responsável defendeu que a cooperação entre agricultores e a concentração da oferta são necessidades estratégicas, bem como investimentos urgentes em infraestruturas de regadio e numa gestão eficiente da água.
Leia o artigo aqui.
Fonte: Agroportal
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