A Comissão Europeia divulgou um relatório que coloca em evidência os desafios que as autoridades aduaneiras enfrentam no controlo da conformidade de produtos à entrada no mercado único europeu. O documento reconhece o esforço crescente feito pelos Estados-membros, mas alerta para a necessidade de fortalecer a cooperação e modernizar os mecanismos de fiscalização, sobretudo perante o aumento exponencial do comércio eletrónico.
Produtos importados — incluindo os adquiridos online — continuam, em muitos casos, a não cumprir as normas europeias em matéria de segurança, saúde ou ambiente. O fenómeno levanta riscos sérios tanto para os consumidores como para as empresas que operam dentro das regras comunitárias.
De acordo com os dados relativos a 2022-2024, os controlos aduaneiros têm vindo a aumentar. Em 2024, a média europeia situava-se em 13 produtos recusados por cada milhão de itens importados, por incumprimento das regras ou por serem considerados perigosos. Ainda assim, a velocidade de crescimento das importações impulsionadas pelo e-commerce ultrapassou a capacidade de resposta dos mecanismos de controlo existentes.
A resposta passa pela Reforma Aduaneira da UE, atualmente em negociação entre o Conselho e o Parlamento Europeu. Esta iniciativa prevê a criação de uma Autoridade Aduaneira Europeia e de um Data Hub comum, que permitirão reforçar a gestão de riscos, a cooperação com as autoridades de fiscalização do mercado e a digitalização dos processos.
O objetivo é tornar os controlos mais eficazes, eficientes e transparentes, assegurando simultaneamente a eliminação de produtos não conformes e a criação de um ambiente competitivo justo para as empresas europeias.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Grande Consumo
O Centro de Vinificação do Vale do Douro ou CEV Douro, como os seus fundadores e equipa lhe chamam em jeito de abreviatura – e cuja designação acabou por se assumir no logótipo –, é um novo investimento na mais antiga região de vinhos do mundo.
De portas abertas desde 18 de agosto deste ano, assume-se como uma solução para pequenos e médios produtores de vinho (atuais ou potenciais), que tenham como um dos fatores críticos do seu negócio as condições e/ou o investimento na construção de uma adega em nome próprio. O CEV Douro é um projeto de investimento privado, ao serviço de produtores e que lhes permite eliminar uma grande fatia dos riscos inerentes ao sector do vinho.
O CEV Douro é um espaço pensado ao pormenor e criado de raiz. Com capacidade de produção de 800 mil litros de vinho de mesa do Douro (não está apto à produção de vinho do Porto), da criação à expedição para o mercado, tudo pode ser feito ali. Apresenta-se com tecnologia de última geração no que toca à vinificação – com cubas de inox com capacidades entre os 2.500 e os 30.000 litros, passíveis de serem adaptadas a menores dimensões com inertização a azoto, e equipamentos para microxigenação dos vinhos quando pretendido –; possibilidade de estágio e armazenamento em cubas de inox ou em barricas de madeira, em cave climatizada e com humidade controlada; laboratório próprio; armazenamento de produto semiacabado e acabado em condições adequadas; engarrafamento e sala de provas, em breve ao serviço dos clientes.
Neste ano de arranque, o CEV Douro tem ao dispor os serviços de: receção e pesagem das uvas; desengace e esmagamento; fermentação alcoólica; prensagem; fermentação malolática; clarificação e estabilização do vinho; armazenamento em condições adequadas (vinho em inox ou barricas de madeira, mas também como produto acabado, em espaço devidamente climatizado); e análises enológicas, feitas internamente, em laboratório próprio. A prestação de serviços do CEV Douro é bastante diversificada e prevê-se já o alargamento em 2026, com apoio técnico ao nível da viticultura – porque existe um protocolo exigente da qualidade das uvas que entram para serem vinificadas –; e, em anos seguintes, não se descarta a possibilidade de apoio nas áreas demarketing e comercial, caso os clientes e o mercado indiquem nesse sentido.
Os preços variam em função das necessidades de cada cliente. Quem contratar os serviços do CEV Douro pode ter o seu próprio enólogo ou solicitar essa prestação a Afonso Pinto, enólogo residente do projeto. Com mais de trinta anos de experiência, o enólogo Francisco Montenegro é consultor do CEV Douro, tendo ajudado na dinâmica do espaço e na contratação de equipamentos. Outra das mais-valias é a sua localização, de fácil acesso, na Rua da Meia Légua, 600, Loureiro, Peso da Régua – perto do Continente.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Agronegócios
O Conselho de Ministros aprovou, na semana passada, o Plano de Ação para a Gestão Sustentável e Valorização do Sector Vitivinícola da Região Demarcada do Douro (RDD), iniciativa do Ministério da Agricultura e Mar que visa enfrentar a crise provocada pelo excedente de vinho e assegurar o desenvolvimento sustentável do sector.
A medida surge após um contexto de dificuldades para os produtores locais, afetados por elevados stocks de vinho na região, e propõe respostas imediatas e estruturais para garantir o equilíbrio a longo prazo.
O plano prevê um apoio financeiro imediato de 0,50€ por quilograma de uvas entregue para destilação, com uma dotação total de 15 milhões de euros, financiada pelo Orçamento do Estado. Esta medida destina-se sobretudo aos pequenos viticultores, cujas explorações não ultrapassem cinco hectares, assegurando-lhes um rendimento mínimo e contribuindo para a redução dos excedentes.
Além da resposta urgente à crise, o Governo delineou ações de médio e longo prazo, como a possibilidade de redução voluntária da área de vinha apta à produção de vinho do Porto. Esta medida será acompanhada por um sistema de redistribuição das autorizações de produção, alinhando o potencial produtivo com as necessidades reais do mercado.
O plano também inclui propostas para reconverter áreas de vinha em culturas alternativas, com apoio ao abrigo do PEPAC, e ainda medidas específicas para potenciar o papel das cooperativas locais. Entre estas, destacam-se a modernização das infraestruturas, o reforço da capacidade de armazenamento, o apoio à eficiência e autonomia energética e ainda a capacitação técnica dos agentes do sector.
José Manuel Fernandes, ministro da Agricultura e Mar, sublinhou o compromisso do Governo com os viticultores do Douro: “em apenas 11 meses, este Governo alcançou resultados e tomou medidas que estiveram anos por concretizar. Estamos focados em agir e resolver problemas que se arrastavam há muito tempo. Este plano resulta de um trabalho técnico, participado e focado no equilíbrio do sector, na valorização dos vinhos da região e na defesa ativa da sua identidade única. Trata-se de um plano para responder à crise de hoje, mas sobretudo para evitar crises no futuro”, afirmou.
Fonte: Grande Consumo
Os dados mais recentes revelam que 40% das barragens portuguesas estão acima dos 80% da capacidade, cenário pouco comum para agosto. Apesar da redução do volume total armazenado na última semana, os armazenamentos superam a média histórica, exceto nas bacias do Mira e Ribeiras do Barlavento.
O boletim divulgado a 25 de agosto de 2025 pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), comparativamente ao de 18 de agosto, confirma uma evolução negativa nas reservas hídricas nacionais. Apesar disso, o volume armazenado aumentou numa bacia hidrográfica (do Douro). Entre as albufeiras monitorizadas, 40% apresentam disponibilidades hídricas superiores a 80% do volume total, enquanto apenas duas registam valores inferiores a 40%.
O cenário atual destaca-se como particularmente favorável. No final de agosto, os armazenamentos em praticamente todas as bacias hidrográficas encontram-se acima da média para este mês (considerando o período de 1990/91 a 2023/24). As únicas exceções são as bacias do Mira (54,7%) e Ribeiras do Barlavento (49,1%), no sul do país, onde a disponibilidade hídrica permanece abaixo dos valores de referência. As bacias do Douro (88,4%), Guadiana (85,6%), Vouga (81,1%) são aquelas que registam os valores mais elevados de armazenamento.
Este resultado é invulgar, dado que agosto costuma ser associado a descidas acentuadas no armazenamento das albufeiras devido à evapotranspiração intensa e ao uso agrícola, urbano e balnear mais exigente. Contudo, em 2025, a situação mostra-se mais confortável, mesmo tendo em conta as elevadas temperaturas e os episódios de calor extremo e ondas de calor que marcaram o verão. O país apresenta reservas superiores, tanto em barragens como na água no solo, o que dá margem de segurança para os próximos meses.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Tempo
Um novo estudo sugere que os níveis de ómega-3 podem ajudar a explicar o maior risco de Alzheimer em mulheres.
Estas, geralmente, têm níveis mais altos de ácidos gordos ómega-3, mas na análise atual, mulheres com Alzheimer mostraram uma escassez surpreendente dessas moléculas lipídicas.
Há algo no cérebro feminino que o torna mais suscetível à doença de Alzheimer.
Em comparação aos homens, as mulheres geralmente têm níveis mais altos de ácidos gordos ómega-3, mas na análise atual, mulheres com Alzheimer mostraram uma escassez surpreendente dessas moléculas lipídicas.
Os investigadores não encontraram as mesmas alterações lipídicas em homens com Alzheimer em comparação aos homens sem Alzheimer, indicando que essas gorduras podem afetar a doença de forma diferente com base no sexo.
As descobertas contribuem para uma hipótese negligenciada que existe há décadas, que implica gotículas de gordura na doença de Alzheimer.
Historicamente, esses lípidos foram ofuscados por emaranhados de tau e placas amiloides; no entanto, também são marcas registadas da doença no cérebro, indicando que o metabolismo dos ácidos gordos, de alguma forma, não funcionou.
Uma recente Comissão Lancet para a Demência estimou que 7% do risco de Alzheimer é atribuído à lipoproteína de baixa densidade (LDL), que transporta colesterol e ácidos gordos pelo corpo.
Esse fator de risco pode explicar por que as mulheres desenvolvem Alzheimer duas vezes mais do que os homens, de acordo com o estudo atual, liderado por investigadores do King's College London.
A equipa analisou as bibliotecas lipídicas de 841 participantes em seis países europeus. Em comparação com aqueles com boa saúde cognitiva ou comprometimento cognitivo leve, os participantes com doença de Alzheimer apresentaram níveis significativamente mais altos de ácidos gordos saturados "não saudáveis" e níveis significativamente mais baixos de ácidos gordos não saturados saudáveis, como ómega-3.
"No entanto, precisamos de ensaios clínicos para determinar se a alteração da composição lipídica pode influenciar a trajetória biológica da doença de Alzheimer."
A investigação analisou centenas de lípidos individuais, que são transportados no sangue por lipoproteínas como LDL e HDL. Em mulheres, múltiplos lípidos foram associados à doença de Alzheimer e ao comprometimento cognitivo. No entanto, os mesmos padrões não foram observados em homens.
Em comparação com mulheres saudáveis, mulheres com Alzheimer apresentaram uma diminuição nas lipoproteínas com ácidos gordos ómega ligados.
"Embora este estudo mostre que mulheres com Alzheimer tinham níveis mais baixos de algumas gorduras não saturadas em comparação com os homens, mais estudos são necessários", explicou Julia Dudley, chefe de investigação da Alzheimer's Research UK, que não esteve envolvida no estudo.
"Isso inclui entender os mecanismos por trás dessa diferença e descobrir se mudanças no estilo de vida, incluindo a dieta, podem ter algum papel."
Historicamente, há um viés extremo na investigação sobre envelhecimento cerebral. Em 2019, apenas 5% dos estudos publicados na área de neurociência ou psiquiatria analisaram a influência do sexo.
Além disso, muitos ensaios clínicos de medicamentos para Alzheimer ainda não analisam as diferenças entre os sexos, mesmo quando elas parecem significativas à primeira vista.
"Entender como a doença age de forma diferente nas mulheres pode ajudar os médicos a adaptar futuros tratamentos e conselhos de saúde", concluiu Dudley.
Fonte: SAPO
A aprovação de espécies de insetos para consumo humano na União Europeia acendeu um debate que, embora possa causar alguma estranheza a muitos, é cada vez mais urgente: afinal, devemos mesmo comer insetos? Esta questão pode ser vista sob múltiplas lentes. Da saúde à segurança alimentar, os argumentos, embora distintos, convergem para uma realidade inevitável: os insetos vieram para ficar.
Com níveis de proteína entre 20% e 75% do peso seco, os insetos são uma fonte nutricional altamente promissora, com muitas espécies superando mesmo os tradicionais produtos de origem animal. Além disso, fornecem aminoácidos essenciais, gorduras saudáveis (como ómega-3 e ómega-6), vitaminas (especialmente a B12) e minerais como ferro, zinco e magnésio, todos eles cruciais para a função imunitária, saúde cardiovascular e desempenho metabólico. Mais do que isso, há evidências de que o consumo de insetos pode melhorar a saúde intestinal, ajudar a regular o açúcar no sangue e até reduzir inflamações.
Esta mudança de paradigma alimentar não é apenas uma hipótese teórica ou uma inovação de nicho. A própria Organização das Nações Unidas tem destacado o papel crescente dos insetos na alimentação global e incentivado a ampliação da oferta destes produtos nos supermercados.
Mitigar estes riscos implica aplicar boas práticas agrícolas, garantir rações seguras, processamentos adequados (como secagem ou esterilização), rotulagem clara e rastreabilidade em toda a cadeia de produção. Ainda assim, persiste a necessidade de maior harmonização internacional, para facilitar o comércio transfronteiriço e garantir padrões uniformes de segurança.
Atualmente, o envelhecimento global representa um desafio socioeconómico crítico, e a ingestão insuficiente de cálcio é frequente entre os idosos devido à sua baixa ingestão de cálcio, bem como à sua capacidade de digestão e absorção, o que geralmente leva à osteoporose e a doenças cardiovasculares. Portanto, o aumento da ingestão de cálcio em idosos tem atraído a atenção mundial. Como um importante componente da dieta, os grãos integrais são benéficos para a saúde humana e têm amplas perspectivas para o desenvolvimento do enriquecimento de cálcio nos alimentos.
Neste artigo, discute-se os dois lados das bebidas integrais para a saúde humana e resumem-se as vias de ingestão de cálcio na dieta. Esta revisão fornece um resumo abrangente dos fatores que inibem a absorção de cálcio nos grãos integrais e explora estratégias para melhorar a suplementação de cálcio por meio de alimentos à base de grãos integrais. Por fim, são analisadas as questões de segurança das bebidas integrais com aditivos de cálcio.
Principais resultados e conclusões
As bebidas integrais, ricas em nutrientes como fibras, vitaminas e minerais, beneficiam a saúde dos idosos. No entanto, a sua capacidade digestiva e de absorção mais fraca limita a sua capacidade de absorver o cálcio. O cálcio complexado com peptídeos é agora amplamente utilizado como transportador de iões de cálcio devido à sua baixa energia de absorção, transporte rápido e baixa saturação do transportador. Os componentes alimentares dos cereais integrais podem influenciar a absorção de cálcio, e as alterações no processamento podem ter um impacto adicional. Este artigo tem como objetivo oferecer perspetivas sobre como melhorar a eficácia da suplementação de cálcio das bebidas à base de cereais integrais, com o objetivo final de maximizar o potencial dos cereais integrais como fonte sustentável e eficaz de cálcio para a população idosa.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Elsevier
Nos movimentados portos e rotas marítimas do Mediterrâneo, é impossível ignorar o impacto do transporte marítimo no ambiente. Os navios queimam grandes quantidades de combustível, libertando emissões que contribuem para as alterações climáticas e poluem o ar ao longo da costa. Esta é uma preocupação particular no Mediterrâneo, onde o tráfego marítimo é intenso e o mar é semi-fechado, retendo a poluição perto de costas densamente povoadas.
Para resolver esta questão, o projeto GreenMED está a ajudar a traçar um novo caminho a seguir. Graças ao apoio do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (EMFAF), está a reunir parceiros da Grécia, Espanha, Chipre e Egito para preparar a indústria naval da região para a transição energética.
No centro do projeto está um novo observatório — o Observatório do Transporte Marítimo Sustentável do Mediterrâneo, um centro de descarbonização para a região oriental e mais ampla do Mediterrâneo. Este observatório está a recolher dados, a acumular conhecimentos e a envolver as partes interessadas para apoiar soluções mais limpas nos portos e no mar.
Por que o Mediterrâneo não pode esperar
A União Europeia pretende alcançar a neutralidade climática até 2050. Para isso, todos os setores precisam reduzir as emissões, incluindo o transporte marítimo. O transporte marítimo tem sido um setor difícil de descarbonizar, mas novas políticas e medidas foram introduzidas, incluindo a inclusão do transporte marítimo no Sistema de Comércio de Emissões da UE, o Fuel EU Maritime e os Regulamentos de Infraestrutura de Combustíveis Alternativos.
A GreenMED ajuda a região do Mediterrâneo a alinhar-se com estes objetivos mais amplos, concentrando-se nas necessidades, infraestruturas e oportunidades regionais.
Não se trata apenas de metas ambientais. Trata-se também do futuro das comunidades costeiras. Portos mais limpos significam melhor qualidade do ar. Novos sistemas de combustível e energia significam novas competências e empregos. E o investimento em infraestruturas verdes pode apoiar a economia em geral, protegendo simultaneamente os ecossistemas marinhos.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte:CINEA(EC)
O transporte de produtos que requerem temperaturas controladas coloca inúmeros desafios logísticos. A manutenção da cadeia de frio é essencial para preservar a qualidade e a segurança dos alimentos perecíveis, medicamentos e vacinas, especialmente em países como Espanha e Portugal, onde a regulamentação é rigorosa e o calor pode comprometer seriamente a integridade das mercadorias.
Este tipo de transporte envolve custos mais elevados do que os habituais, devido à utilização de veículos especializados, sistemas de refrigeração e maior rastreabilidade. Neste contexto, a embalagem isotérmica estabeleceu-se como um elemento-chave para garantir uma logística do frio segura, eficiente e sustentável.
“Uma falha na temperatura pode resultar na perda de eficiência do produto ou na sua retirada do mercado, o que gera prejuízos económicos significativos para as empresas”, afirma Bernard de Paauw, diretor-geral da empresa que desenvolveu esta embalagem, em Espanha.
A empresa desenvolveu soluções inovadoras para responder a este desafio, entre as quais o papel de isolamento térmico Recycold, fabricado a partir de materiais reciclados e concebido para preservar a temperatura dos produtos refrigerados e congelados durante o transporte. Esta solução responde simultaneamente às exigências logísticas e aos objetivos ambientais das empresas.
O material — composto por 85% de fibras de papel reciclado e totalmente reciclável — contribui para a redução dos resíduos gerados durante o transporte e no final da sua vida útil. “Isto não só beneficia o ambiente, como também reduz os custos associados à gestão de resíduos, tais como as taxas de deposição em aterro ou de incineração”, acrescenta Bernard de Paauw.
A adoção de embalagens isotérmicas eficientes não só minimiza os resíduos de produtos, como também melhora a eficiência operacional, reduz os incidentes logísticos e aumenta a satisfação do cliente final.
Fonte:iAlimentar
Farinhas brancas mais saudáveis, sem alteração do sabor, textura e preço? Sim, é possível. A tecnologia de edição genética CRISPR pode ajudar a melhorar a saúde alimentar através de pão e farinhas mais nutritivas, mantendo o sabor e o custo.
O Chile aprovou, pela primeira vez nas Américas, um trigo desenvolvido com recurso à tecnologia CRISPR — um método de edição genética de alta precisão. O cereal, criado, distingue-se por ter um teor de fibra até dez vezes superior ao trigo convencional. A decisão das autoridades chilenas abre caminho para ensaios em campo e validação comercial, tal como acontece com variedades tradicionais, marcando um marco internacional na biotecnologia agrícola.
Segundo a empresa responsável, o objetivo é simples: tornar o pão branco — um dos alimentos mais consumidos no Chile e na Argentina — mais saudável. Nestes países, a ingestão média de fibra é menos de metade do recomendado pelas diretrizes de saúde, o que aumenta riscos para o bem-estar da população.
Até agora, a indústria tentou enriquecer a farinha com fibras de milho, batata ou banana, mas estas soluções afetavam o sabor e a textura, além de encarecerem os produtos. Por outro lado, a farinha integral nunca conquistou a maioria dos consumidores, devido ao gosto, ao hábito e ao preço. Com o novo trigo, será possível produzir farinhas brancas mais ricas em fibra, sem comprometer a qualidade nem a acessibilidade.
O projeto é resultado de uma parceria entre a investigação e duas históricas empresas de sementes, uma chilena e uma argentina. A inovação contou ainda com apoios públicos de investigação e poderá ter impacto global, já que o mercado de fibras de trigo deverá mais do que duplicar até 2033.
A tecnologia CRISPR, muitas vezes descrita como uma “tesoura molecular”, permite editar com precisão o próprio genoma das plantas, sem recorrer a genes externos, o que significa que não se trata de um organismo transgénico. No caso do trigo, cuja informação genética é cinco vezes maior que a humana, esta abordagem permite acelerar processos que, com métodos tradicionais, demorariam até 15 anos.
Depois da decisão chilena, a empresa de investigação já submeteu pedidos de avaliação regulatória na Argentina e prepara-se para fazê-lo em mercados estratégicos como o Brasil e os Estados Unidos. Em paralelo, negocia com grandes indústrias alimentares da América Latina para testar, já em 2026, a utilização deste trigo em pães e bolachas.
Se bem-sucedida, esta inovação poderá transformar um alimento tão comum como o pão num aliado mais forte da saúde pública, colocando o Chile na linha da frente mundial da edição genética aplicada à alimentação.
Fonte:CiB
Subscreva a Base de dados Qualfood Negócios!