O Guia Técnico para os materiais e artigos de cortiça para contacto com géneros alimentícios foi publicado pela European Directorate for the Quality of Medicines & HealthCare (EDQM).
As recomendações presentes neste Guia Técnico visam promover a harmonização das normas técnicas em toda a Europa e facilitar a sua aplicação pelos fabricantes, embaladores e distribuidores que utilizem material de cortiça em contexto alimentar, apoiando ativamente a proteção da saúde do consumidor.
Este guia foi elaborado por um grupo de trabalho do Conselho da Europa coordenado por Portugal, representado pela Direção de Serviços de Nutrição e Alimentação da Direção Geral de Alimentação e Veterinária (DSNA/DGAV).
Este trabalho contou ainda com os contributos do Centro Tecnológico da Cortiça, da Associação Portuguesa da Cortiça e do CINATE a quem manifestamos um especial agradecimento por todo o apoio prestado.
Este Guia pode ser consultado aqui.
Fonte: DGAV
A Secretaria Regional do Ambiente e Ação Climática dos Açores anunciou o arranque do projeto INTERREG VI D Madeira-Açores-Canárias (MAC 2021-2027) – “TEXTIL: Tecendo um Futuro Sustentável”, uma iniciativa europeia que pretende promover a economia circular no sector têxtil e reduzir o impacto ambiental deste segmento.
O projeto, que envolve um investimento superior a 230 mil euros, cofinanciado pelo programa INTERREG MAC, estende-se a várias regiões da Macaronésia — Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde — e a países africanos parceiros, incluindo São Tomé e Príncipe.
Segundo o secretário regional do Ambiente e Ação Climática, Alonso Miguel, a iniciativa visa “reduzir a dependência de têxteis não sustentáveis e reforçar a economia local, através da reutilização, da reciclagem e de uma gestão mais eficiente dos resíduos têxteis”.
O projeto conta com a participação de governos regionais e locais, de várias universidades — entre elas a Universidad de Las Palmas (Gran Canaria), a Universidad de La Laguna (Tenerife), a Universidade dos Açores, a Universidade de Cabo Verde e a Universidade de São Tomé e Príncipe — bem como de centros tecnológicos e organizações da sociedade civil, como a AJITER – Associação Juvenil da Ilha Terceira e a Fundação Gaspar Frutuoso.
O sector empresarial também marca presença através da Associação Comercial e Industrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira, reforçando a vertente prática e de aplicação no mercado.
Para Alonso Miguel, este projeto reforça a Agenda para a Economia Circular dos Açores, recentemente publicada, e responde aos desafios particulares de uma região arquipelágica.
Alonso Miguel sublinha que o objetivo final passa por “caminhar para uma geração de desperdício zero nos Açores, alinhada com os princípios da economia circular e da sustentabilidade ambiental”.
Com esta iniciativa, o arquipélago assume-se como um dos territórios pioneiros na implementação de soluções circulares para o sector têxtil, um dos mais poluentes a nível global, contribuindo para a redução da pegada ambiental e para o fortalecimento da economia regional.
Fonte: Grande Consumo
Após quase cinco anos de trabalho e um financiamento de 5,1 milhões de euros, o projeto europeu ALEHOOP foi concluído com sucesso, lançando as bases para um novo modelo de produção sustentável de proteínas a partir de biomassa vegetal residual, como as macroalgas e os subprodutos do processamento de leguminosas.
Esta iniciativa, desenvolvida por um consórcio internacional no âmbito do programa Horizonte 2020 da Comissão Europeia, validou, em instalações-piloto, vários processos de biorrefinaria verde para obter ingredientes de elevado valor nutricional destinados à alimentação humana e animal, com uma redução significativa do impacto ambiental.
Uma das principais realizações do projeto foi a valorização das algas verdes provenientes da limpeza dos bancos de amêijoas e berbigão das Rias Baixas, tarefa liderada pela ANFACO-CYTMA - Associação Nacional de Fabricantes de Conservas e Produtos Transformados de Peixes e Mariscos, Centro Nacional de Conhecimento e Tecnologia para a Indústria Marinha, Aquícola e Alimentar de Espanha.
Todos os anos, são retiradas da costa mais de 3.300 toneladas desta biomassa, com um custo económico significativo para as associações de pescadores galegos.
Graças ao trabalho realizado no âmbito da ALEHOOP, a ANFACO concebeu e validou um novo processo que permite transformar esta biomassa em proteínas funcionais e fibras, adequadas para utilização em alimentos de aquacultura.
O processo inclui:
Estas técnicas foram otimizadas à escala laboratorial e, posteriormente, validadas à escala-piloto (Technology Readiness Levels 6).
Além disso, a ANFACO-CYTCMA realizou uma quantificação e caracterização completa da biomassa, incluindo análises nutricionais, microbiológicas e toxicológicas, e testou ainda pré-tratamentos de alta pressão e ultrassons. Os resultados da sua inclusão em alimentos para aquacultura, validados pela Universidade de Cádis, confirmam a utilidade destas proteínas na produção aquícola, demonstrando a sua segurança alimentar e a baixa pegada ambiental.
Este desenvolvimento não só contribui para a economia circular e para a redução do desperdício de recursos marinhos, como também melhora a saúde dos ecossistemas costeiros e abre novas oportunidades económicas para as comunidades piscatórias galegas.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte:iAlimentar
O cabaz alimentar de 63 produtos essenciais monitorizado semanalmente pela Deco PROteste custa esta semana 240,56 euros, menos 3,74 euros do que há três semanas, registando assim a terceira descida consecutiva.
Apesar desta evolução, há ainda sinais de pressão em alguns bens. O preço do iogurte líquido, da batata vermelha e do grão cozido aumentou 10% face à semana anterior. Além disso, desde o início da análise, em 2022, há 15 produtos cujo preço subiu mais de 50%.
Segundo os dados da associação de defesa do consumidor, a variação mais recente corresponde a uma diferença de -0,61 euros entre 27 de agosto e 3 de setembro (-0,25%). Já desde o início do ano, o cabaz encareceu 1,86% (+4,39 euros). Em comparação homóloga, entre setembro de 2024 e setembro de 2025, a diferença é de +15,45 euros (+6,86%). No acumulado desde janeiro de 2022, o aumento é de 52,86 euros, o que equivale a uma subida de 28,16%.
O cabaz inclui carne, peixe, congelados, frutas, legumes, laticínios e mercearia, entre os quais frango, peru, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, leite, queijo, fiambre e manteiga.
A Deco PROteste tem vindo a divulgar esta análise desde fevereiro de 2022, no contexto da escalada da inflação, como ferramenta de acompanhamento da evolução dos preços dos bens essenciais.
Fonte: Hipersuper
Uma organização de produtores de frutos vermelhos associou-se à Federação Nacional dos Apicultores de Portugal no apoio aos apicultores afetados pelos incêndios que assolaram o centro e norte do país nas últimas semanas, através da entrega de alimento para quatro mil e quinhentas colmeias.
“Este donativo simboliza o compromisso da organização para com a agricultura nacional, e em especial com o setor apícola, que é um pilar basilar do ecossistema nacional”, referiu o CEO da organização. Joel Vasconcelos sublinhou que as abelhas “são essenciais para que Portugal tenha os melhores pequenos frutos da Europa”. “Salvá-las é uma obrigação de todos”, definiu.
Na sequência desta ação, a Organização de Produtores de Pequenos Frutos, sediada em São Teotónio, Odemira, apelou ao Governo que tome as medidas necessárias para que todo o país tenha iguais condições de desenvolvimento, reforçando a urgência de se avançar com os investimentos propostos para a atividade agrícola, nomeadamente o Projeto Água que Une.
“Esta vaga de incêndios pôs a nu, mais uma vez, as consequências de termos grande parte do país desertificado e sem atividade económica capaz de atrair pessoas”, afirmou Joel Vasconcelos alertando que “a agricultura é a principal atividade económica em algumas regiões do país, e a única que poderá contrariar esta realidade”.
“A verdadeira coesão territorial, que crie reais instrumentos ao desenvolvimento dos espaços rurais, é a única resposta estrutural para enfrentar esta catástrofe que tem assolado Portugal, ano após ano. Haja vontade e coragem para tomar medidas, avançar com investimentos e colocar todos os organismos do estado alinhados com esse desígnio nacional”, concluiu Joel Vasconcelos.
Fonte: HiperSuper
Análise revela apoio crescente à irradiação de alimentos
A aceitação da irradiação de alimentos parece estar a aumentar, de acordo com uma análise de pesquisas anteriores, num total de 27 artigos , cobrindo 24.474 pessoas em 15 países.
Os resultados mostraram um grande aumento na aceitação de alimentos irradiados, de 33% em 1992 para 67% em 2024. A recusa em comprar alimentos irradiados diminuiu de 19% para 16% no mesmo período. A familiaridade com a tecnologia permaneceu relativamente inalterada, em cerca de 50%.
A irradiação de alimentos usa radiação ionizante para matar bactérias, vírus e outros patógenos nos alimentos, ajudando a prolongar a vida útil. O processo não torna os alimentos radioativos.
De acordo com as conclusões, publicadas no Italian Journal of Food Safety, alguns consumidores acreditam que a irradiação é utilizada como uma solução para práticas de produção inadequadas, refletindo a desconfiança tanto na tecnologia como na indústria.
Aceitação versus desejo de compra
A incerteza sobre a segurança alimentar é um fator primordial na consideração das pessoas em consumir esses alimentos.
Na maioria dos artigos analisados, foram relatadas altas taxas de aceitação e consciencialização após a participação em um programa educativo ou a obtenção de informações positivas sobre alimentos irradiados.
A familiaridade com os rótulos dos alimentos irradiados ainda é baixa. Em média, apenas 34% de todos os indivíduos pesquisados relataram estar familiarizados com os rótulos nos estudos que relataram tais estatísticas.
Nos EUA, a aceitação e a familiaridade parecem ser maiores em comparação com outros países. Estudos realizados no México, Brasil e Chile relataram baixos índices de familiaridade. As economias desenvolvidas apresentaram índices de consciencialização e aceitação mais elevados em comparação com os países em desenvolvimento.
A Food and Drug Administration aprovou uma variedade de alimentos para irradiação nos Estados Unidos, como carne bovina e suína, frutas e vegetais frescos, aves, ovos com casca, bem como especiarias e temperos. Os alimentos e ingredientes autorizados para irradiação na Europa incluem frutas e vegetais, cereais, flocos de cereais e farinha de arroz, peixes, mariscos, pernas de rã e camembert de leite cru.
Embora alguns possam aceitar a venda de alimentos irradiados, eles não necessariamente os comprariam. Uma razão para isso é a disponibilidade de alternativas mais baratas.
“As descobertas ressaltam a necessidade de campanhas educativas direcionadas para abordar equívocos e aumentar a confiança do consumidor em alimentos irradiados, fornecendo informações valiosas para formuladores de políticas e partes interessadas que visam promover a irradiação de alimentos como uma tecnologia segura e viável. A confiança na ciência pode explicar a variação na aceitação e no consumo de alimentos irradiados”, afirmaram os cientistas.
Fonte: Food Safety News
Investigadores chineses desenvolveram uma técnica inovadora que permite criar plantas que brilham no escuro, sem recurso à engenharia genética.
Na Universidade Agrícola do Sul da China, em Guangzhou, investigadores descobriram uma forma criativa de transformar suculentas em pequenas fontes de luz natural. Em vez de alterarem o ADN das plantas, como em experiências anteriores, os cientistas injetaram nas folhas partículas especiais semelhantes às usadas em brinquedos que brilham no escuro. Estas partículas absorvem luz durante o dia e libertam-na depois, produzindo um brilho suave e contínuo que pode durar até duas horas.
O estudo, publicado na revista científica Matter, usou a suculenta Echeveria ‘Mebina’, uma planta comum em casas e jardins, conhecida pelas suas folhas carnudas. Segundo a equipa liderada por Xuejie Zhang, estas folhas densas são ideais para reter as partículas, garantindo um brilho uniforme. A tecnologia permite ainda criar diferentes cores de luz, como azul-esverdeado, vermelho ou branco.
Apesar do entusiasmo, o método ainda tem limitações: cada folha precisa de ser injetada individualmente. Os investigadores esperam, no futuro, usar partículas mais pequenas para tornar o processo mais simples e acessível.
Saiba mais aqui.
Fonte: CiB
Segundo a informação disponibilizada pelo executivo comunitário, o “acordo modernizado” com o México, que existe desde 2000, vai “eliminar os encargos aduaneiros restritivos restante às exportações agroalimentares” para o país que é “um dos mais antigos parceiros e o segundo maior parceiro comercial na América Latina”.
Neste acordo estão incluídos o queijo, as carnes de frango e porco, massa, maçãs, geleias e também o chocolate e o vinho.
“Remover estas tarifas, que de momento são de até 100% em certas exportações da UE, vai fazer com que os produtos da União Europeia sejam bastante mais competitivos no México”, acrescentou a Comissão Europeia, revelando que também vai fazer com que seja “mais rápido e mais barato” para os exportadores agroalimentares do bloco político-económico europeu vender no México.
Em simultâneo, o acordo tem em conta a “proteção de imitação de 568 produtos alimentares e bebidas europeias tradicionais e de alta qualidade”.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Agroportal
O ministro da Agricultura e Mar defendeu ontem a concretização de vários projetos-pilotos na área da pastorícia extensiva nos territórios do norte e centro atingidos pelos incêndios deste verão.
Numa visita a áreas ardidas na Serra do Açor, nos concelhos de Oliveira do Hospital e Arganil (distrito de Coimbra), onde teve início o maior incêndio nacional de sempre, José Manuel Fernandes mostrou-se convicto de que a pastorícia é uma das soluções para a prevenção dos fogos.
“A pastorícia extensiva é uma das soluções e que vai ajudar muito, mas não será a única solução para resolver esta questão”, disse o governante, que pretende utilizar uma dotação de 30 milhões de euros do Fundo Ambiental para os projetos de pastoreio.
Além da prevenção, o ministro da Agricultura acredita que a pastorícia pode criar uma fileira de valor, com vários produtos – como a carne, o leite e o queijo – e ajudar à coesão territorial.
Aos jornalistas, manifestou ainda intenção de aumentar o investimento na prevenção, apostar no fogo controlado para criar zonas de proteção e alterar a legislação da propriedade para que as autarquias possam limpar terrenos quando é não possível notificar os proprietários.
Com estas ações e o Plano de Intervenção para a Floresta 2025-2050, o governante acredita que é possível mitigar e reduzir significativamente os incêndios florestais, que ano após ano consomem a floresta portuguesa.
O ministro da Agricultura salientou também a importância das operações integradas de gestão de paisagem na defesa contra os incêndios, referindo que, atualmente, estão em curso 62, num investimento de 66 milhões de euros.
José Manuel Fernandes destacou também a proteção criada em volta das localidades, com o projeto Condomínios de Aldeia, que passaram de 321 para 822 (nem todos concluídos).
O governante adiantou ainda que os apoios até 10 mil euros para os afetados pelos incêndios deste ano já começaram a ser pagos e que, no norte, já foram analisadas 170 candidaturas das quase 600 recebidas até ao momento.
Confrontado com a falta de pagamento de ajudas ainda de 2024, o ministro explicou que se trata de apoios acima de 10 mil euros e que têm associada alguma burocracia que é preciso ultrapassar.
Reconhecendo que um ano de atraso “é muito tempo para quem espera”, José Manuel Fernandes apontou como uma das causas a transição do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) para o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), que apenas permite pagamentos no início de cada ano.
“Estes apoios são processos mais demorados, mas vão receber todos, disso não haja dúvidas”, sublinhou o governante, garantindo que os apoios de 2024 até 10 mil euros foram todos pagos.
O incêndio, que deflagrou na zona do Piódão, na Serra do Açor, no dia 13, consumiu cerca de 11.800 hectares no concelho de Arganil, correspondendo a quase 40% da sua área total.
O fogo afetou também os concelhos de Pampilhosa da Serra e Oliveira do Hospital (distrito de Coimbra), Seia (Guarda) e Castelo Branco, Fundão e Covilhã (Castelo Branco).
Apresenta ainda a maior área ardida de sempre em Portugal, com 64 mil hectares consumidos, segundo o relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF).
Fonte: Agroportal
Investigadores da Universidade de Oxford, em colaboração com parceiros internacionais, desenvolveram um suplemento alimentar de baixo custo e sustentável que poderá ajudar a travar o alarmante declínio das populações de abelhas-mel. Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista científica Nature.
O suplemento foi produzido a partir da levedura Yarrowia lipolytica, geneticamente modificada através da técnica de edição genética CRISPR-Cas9, de forma a produzir seis esterois essenciais — lípidos presentes no pólen que são fundamentais para a saúde e reprodução das abelhas.
A biomassa da levedura editada foi cultivada em biorreatores, colhida e posteriormente transformada em pó para dar origem ao suplemento enriquecido em esterois. “Para as abelhas, a diferença entre uma dieta enriquecida com esterois e os alimentos convencionais equivale, no caso dos humanos, a comer refeições equilibradas em vez de refeições carentes em nutrientes essenciais”, explicou a investigadora principal, Elynor Moore.
Nos ensaios controlados, as colónias que receberam este suplemento apresentaram até 15 vezes mais crias do que aquelas alimentadas com dietas padrão, mantendo ainda a produção de ninhadas durante mais tempo. Os investigadores verificaram também que o perfil lipídico das larvas era semelhante ao de colónias que se alimentam naturalmente no ambiente.
Apesar de ainda serem necessários testes em larga escala no terreno, os cientistas acreditam que o produto poderá estar disponível para agricultores dentro de dois anos.
Mais informações estão disponíveis no site da University of Oxford e no estudo na Nature.
Fonte: CiB
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