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Estudos sugerem que estes ingredientes podem estar associados a riscos aumentados para o intestino, coração e até mesmo fertilidade.
Um novo relatório impressionante do governo federal divulgado este mês revelou que os americanos, em média, obtêm cerca de metade das suas calorias de alimentos ultraprocessados que, segundo estudos, estão associados a taxas aumentadas de obesidade e doenças crónicas.

Uma das razões pelas quais os alimentos ultraprocessados podem ser tão perigosos para a saúde é que eles geralmente são repletos de aditivos químicos, como emulsionantes sintéticos, conservantes e substitutos do açúcar. Esses aditivos são projetados para melhorar o sabor, a textura, a cor e a vida útil de cachorros-quentes, gelados, nuggets de frango, cereais açucarados, barras de proteína e outros alimentos processados.
Pesquisas mostram que muitos desses aditivos não são avaliados ou aprovados pela Food and Drug Administration (FDA). Em vez disso, os fabricantes de alimentos podem usar certos aditivos em seus produtos, desde que certifiquem à FDA que eles são “geralmente reconhecidos como seguros” ou GRAS.

Os críticos argumentam que a regra GRAS é uma lacuna que permite às empresas declarar que aditivos potencialmente nocivos são seguros sem realmente avaliá-los. Estudos mostram que, desde que a regra GRAS foi introduzida há décadas, as empresas adicionaram centenas de aditivos químicos ao abastecimento alimentar dos Estados Unidos que não foram completamente avaliados pela FDA.

Entretanto, os especialistas dizem que existem certos aditivos GRAS que provavelmente deve evitar.

Aqui estão cinco que têm sido associados a problemas de saúde: carboximetilcelulose, polissorbatos, butilhidroxianisol (BHA), propilparabeno, eritritol e xilitol.

Leia o artigo completo aqui.

Fonte: The Washington Post

Novas descobertas científicas publicadas em 2025 aumentam as dúvidas existentes sobre a segurança do adoçante artificial aspartame. No entanto, no momento da redação deste texto, ainda se aguarda uma ação preventiva da Comissão.

Desde o início do ano, várias equipas de pesquisa independentes publicaram estudos que relacionam o aspartame a uma série de potenciais efeitos à saúde: 

  • Março de 2025 - Um grupo de investigadores de Taiwan publicou um estudo dos efeitos do aspartame no atraso da puberdade com base em dados de roedores e modelos humanos. Eles descobriram que a exposição prolongada à prole, desde a gravidez, resultou num atraso da puberdade em ratos femeas, juntamente com outros efeitos, como disfunção mitocondrial e aumento do stress oxidativo dos ovários, entre outros;
  • Abril de 2025 - Novas descobertas da coorte epidemiológica francesa NutrinetSante (mais de 100.000 pessoas) sugeriram que o consumo de misturas de aditivos encontrados casualmente em produtos alimentícios, com adoçantes incluindo aspartame, pode estar associado a uma maior incidência de diabetes tipo 2;
  • Junho de 2025 - Um grupo de especialistas independentes em avaliação do cancro publicou um comentário destacando novamente a divergência sobre a conclusão do IARC sobre a solidez da classificação do cancro. Os especialistas enfatizaram que as limitações metodológicas invocadas para relevar alguns dos estudos disponíveis com roedores, realizados pelo Instituto Ramazzini, que mostra cancro e "apenas" apoiar uma classificação como um "possível" carcinógeno, não eram adequadamente justificadas. Eles também apontaram, com razão, que, por outro lado, estudos do mesmo instituto têm sido comumente integrados às avaliações de outros grupos de trabalho do IARC no passado;
  • Julho de 2025 - Dois estudos publicados na Nature's Scientific Reports encontraram evidências de potenciais danos para outros desfechos de saúde. 
    • Investigadores chineses utilizaram tecnologias óhmicas para analisar o impacto do aspartame na microbiota intestinal e na progressão do glioblastoma (um tipo agressivo de tumor cerebral) num modelo murino. Eles descobriram que o consumo de aspartame levou a alterações na microbiota intestinal e na expressão de certos genes que podem ser cruciais para a progressão do glioblastema e que justificam pesquisas adicionais;
    • Integrando toxicologia de rede e modelos computacionais, outra equipa de investigadores chineses descobriu que o adoçante pode contribuir para a incidência de acidente vascular cerebral isquémico e começou a fornecer elementos que sugerem a potencial neurotoxicidade do aspartame.   

Essas descobertas somam-se aos alertas científicos anteriores sobre possíveis ligações com cancro, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2 e distúrbios do microbioma intestinal.

Em suma, fica claro que novas pesquisas justificam uma abordagem preventiva em relação ao aspartame, e é por isso que continuaremos a defender a sua proibição com base em preocupações com a saúde. 

Fonte: Food Watch

O governo anunciou uma redução no açúcar e no sal em alimentos para bebés, e desafia os fabricantes a reduzir os níveis em alimentos destinados a bebés e a crianças até 36 meses de idade.

Como parte de seu Plano de Saúde de 10 anos, o governo do Reino Unido anunciou novas diretrizes para fabricantes de alimentos para bebés, que os desafiarão a reduzir os níveis de sal e açúcar nos seus produtos.

Isso precisará ser feito sem o uso de adoçantes, pois estes não são permitidos em alimentos comerciais para bebés.

Diretrizes de rotulagem mais claras também serão introduzidas para ajudar os pais a entender mais facilmente que alimentos estão a comprar para seus filhos.

A obesidade custa ao NHS (Serviço Nacional de Saúde) 11,4 bilhões de libras por ano e é uma das principais causas de diabetes, doenças cardíacas e cancro, e as taxas de obesidade duplicaram desde a década de 1990, inclusive entre crianças.

O alto consumo de açúcar na dieta infantil é um fator significativo que contribui para as altas taxas de obesidade infantil no Reino Unido, que está entre as mais altas da Europa Ocidental.

A esperança é que essas novas diretrizes voluntárias ajudem os pais a fazer escolhas mais fáceis e saudáveis ​​— sem precisar mudar os produtos que compram.

“Toda a criança merece um começo de vida saudável e feliz. Mas o desenvolvimento dos bebés está a ser prejudicado por dietas inadequadas e alimentos pouco saudáveis, o que os impede de progredir e aumenta a pressão sobre o NHS”, disse a ministra da Saúde Pública, Ashley Dalton.

“Muitas vezes, os pais são bombardeados com rótulos confusos, que disfarçam alimentos não saudáveis, cheios de açúcares e sal escondidos."

“O nosso Plano de Mudança abordará isso, dando aos pais as informações de que precisam e fornecendo às crianças alimentos bons e nutritivos."

"Estou determinada a tornar muito mais fácil para os pais manterem os seus filhos saudáveis. Desde trabalhar com influenciadores para incentivar as crianças a se exercitarem, até proibir anúncios de junk food perto de escolas. O nosso Plano de Saúde de 10 Anos ajudará as crianças de hoje a fazerem parte da geração mais saudável de todos os tempos."

As diretrizes também abordarão rótulos enganosos que frequentemente entram em conflito com as recomendações oficiais de alimentação. Por exemplo, alguns produtos rotulados como lanches para bebés a partir dos sete meses contradizem diretamente as recomendações do governo de que crianças de 6 a 12 meses não precisam de lanches entre as refeições, apenas leite.

Os fabricantes também serão instruídos a parar de usar alegações de marketing enganosas que fazem os produtos parecerem mais saudáveis ​​do que realmente são; por exemplo, produtos com rótulos como "não contém substâncias nocivas" — quando os produtos podem ter alto teor de açúcar. 

Essa medida segue dados publicados em Junho pela Pesquisa Nacional de Dieta e Nutrição, que mostram que mais de dois terços das crianças entre os 18 meses e os 3 anos comem muito açúcar, enquanto mais de um quinto das crianças entre os 4 e os 5 anos estão acima do peso ou obesas, em Inglaterra. 

“Alimentar bebés não deve ser um jogo de adivinhas”, disse Charlotte Stirling-Reed, nutricionista infantil e de bebés.

"Os pais merecem transparência e confiança na alimentação dos filhos. Essas atualizações — menos açúcar e sal, rotulagem mais clara — são um passo em direção à habilitação das famílias e ao apoio à saúde das crianças desde o início da vida."

“Também se trata de justiça: dar às marcas uma estrutura sólida e, ao mesmo tempo, garantir que os alimentos comerciais para bebés estejam de acordo com as diretrizes governamentais de alimentação infantil.”

Embora os representantes tenham acolhido a medida, eles pediram ao Governo que monitorize o progresso e considere tornar as novas diretrizes obrigatórias.

“A indústria foi alertada para melhorar a sua atuação com diretrizes voluntárias, mas, para proteger verdadeiramente as crianças, são necessárias normas obrigatórias. Instamos o governo a monitorizar de perto o progresso e a estar pronto para intervir caso as empresas não tomem providências”, declarou a Dra. Hannah Brisden, chefe de políticas e defesa da Food Foundation.

“Essas diretrizes voluntárias, há muito esperadas, são um passo na direção certa, mas não devem ser a palavra final”, concordou o Dr. Kawther Hashem, chefe de pesquisa e impacto da Action on Sugar.

"Se levarmos a sério a proteção das nossas crianças mais novas, essas diretrizes devem se tornar obrigatórias. Instamos o governo a monitorizar de perto o progresso e agir rapidamente caso as empresas não as alterem."

Esta notícia chega no mesmo dia em que uma nova pesquisa revela o impacto positivo que a legislação HFSS teve na redução da venda de alimentos menos saudáveis.

Fonte: Food Manufacture 

Mais do que “uma dieta”, a mediterrânica é cultura e ciência: protege o coração, ajuda o cérebro e é sustentável quando bem aplicada. Saiba o que comer, como montar pratos e adaptar ao orçamento — à portuguesa.

Mais do que um prato: uma cultura que Portugal ajudou a erguer!

A Dieta Mediterrânica é património cultural imaterial da UNESCO e tem expressão em Portugal: cozinha simples, produtos da época e convívio à mesa. É um padrão alimentar, não um “plano milagroso”.

 

O que a ciência diz hoje

O grande corpo de evidência associa a alimentação mediterrânica a menos eventos cardiovasculares, melhor controlo metabólico e, em idosos, a melhor função cognitiva. O ensaio PREDIMED — reanalisado e republicado — encontrou redução significativa de eventos cardiovasculares quando o padrão mediterrânico foi reforçado com azeite virgem extra ou frutos gordos. Em subestudos, observaram-se benefícios cognitivos em participantes mais velhos.

Há ainda um argumento moderno: é um padrão simultaneamente saudável e com boa performance ambiental quando prioriza vegetais, leguminosas e peixe sustentável — apesar de alguns trade-offs (água e custo) que devem ser geridos.

O “esqueleto” do prato mediterrânico

  • Base vegetal diária: muitos legumes e fruta, sopas, saladas, ervas aromáticas.

  • Cereais integrais: pão de qualidade, massa/trigo-duro, arroz pouco polido, aveia.

  • Gordura principal: azeite virgem extra para cozinhar e temperar.

  • Proteínas: leguminosas (feijão, grão, lentilhas) várias vezes/semana; peixe 2–3×; aves/ovos com moderação; menos carnes vermelhas e processadas.

  • Laticínios: sobretudo iogurte/queijo em porções moderadas.

  • Bebidas: água como escolha padrão; vinho só se já bebe — e com moderação e às refeições.

Estes princípios constam dos guias oficiais portugueses e são fáceis de adaptar ao gosto local.

 

Como pôr em prática — ideias de dia a dia

Pequeno-almoço

Iogurte natural com aveia e fruta da época + nozes (1 mão). Café ou chá sem açúcar.

Almoço

Sopa de legumes + prato de grão, tomate, pepino, pimento, cebola roxa com sardinha em conserva (em azeite, escorrida) e azeite/limão. Pão de mistura.

Jantar

Arroz pouco polido com salteado de brócolos, cogumelos e feijão-frade ao alho e azeite. Salada de alface e ervas aromáticas.

Lanches

Fruta; cenoura crua; “húmus” de grão; um quadrado de chocolate preto (≥70%) como mimo ocasional.

 

Truques para quem tem 50+ (e quer longevidade com qualidade)

  • Sopa todos os dias: aumenta fibras e micronutrientes com poucas calorias.

  • Peixe acessível e sustentável: priorize sardinha, cavala, carapau; compre fresco ou congelado.

  • Leguminosas 3–4×/semana: são a proteína “barata” da dieta mediterrânica.

  • Sal e pressão arterial: troque sal por ervas (salsa, coentros, orégãos) — ganhos para a tensão.

  • Azeite, sim — mas com parcimónia: é saudável, mas calórico; 1–2 colheres de sopa por refeição chegam para cozinhar/temperar.

  • Vinho com moderação (se beber): sempre às refeições; se tem medicação ou doenças, questione o seu médico.

 

Erros comuns que “parecem mediterrânicos”, mas não são:

  • Abusar de enchidos, queijos curados e pão branco — são típicos, mas devem ser moderados.

  • “Regar” tudo com azeite sem medida — o excesso engorda.

  • Comprar produtos industrializados “com sabor mediterrânico” (molhos prontos, pizzas ultra-processadas) — o padrão valoriza cozinha simples.

 

Resumidamente, a resposta curta é “sim”: a alimentação mediterrânica continua a ser dos melhores caminhos para envelhecer com saúde — porque alia sabor, cultura e sólida evidência científica. Adote a base vegetal, privilegie o azeite (com conta), dê destaque às leguminosas e ao peixe, e cozinhe mais. O seu coração, o seu cérebro e o planeta agradecem.

Fonte: Forever Young

Criada em 1978 por Bill Mollison e David Holmgren, a permacultura surge como resposta à agricultura intensiva, defendendo sistemas que cuidam da terra e das pessoas, evitam o consumo excessivo e partilham excedentes.

Atualmente, a sua aplicação em quintas e explorações agrícolas está em expansão, com práticas que procuram inspirar-se nos próprios mecanismos da natureza.

David Holmgren consolidou os princípios da permacultura no livro “Permaculture: Principles and Pathways Beyond Sustainability”, onde definiu 12 linhas orientadoras. Entre elas estão “observar e interagir”, para compreender fluxos naturais antes de plantar; “captar e armazenar energia”, aproveitando folhas e ramos para compostagem; “produzir sem desperdício”, transformando resíduos orgânicos em nutrientes; e “usar e valorizar a diversidade”, garantindo colheitas mais resilientes.

Outro conceito central é o desenho por zonas, que define a proximidade e a frequência de cuidados. A zona 1, junto da habitação, integra ervas aromáticas e compostores. A zona 2 destina-se a árvores de fruto e perenes de uso regular. Já a zona 3 é o espaço de maior produção agrícola e pecuária, enquanto a zona 4 corresponde a áreas de gestão florestal esporádica e a zona 5 permanece intocada, como espaço selvagem.

Os criadores do conceito defendem que a implementação de uma quinta de permacultura implica observar a paisagem, gerir recursos hídricos de forma eficiente e integrar espécies nativas. Também desafia o agricultor a valorizar soluções simples e locais, como usar folhas caídas como cobertura do solo em vez de importar materiais externos.

Apesar dos desafios, os especialistas sublinham que o erro faz parte do processo, uma vez que a permacultura incentiva a aprender com os problemas e a adaptar o sistema agrícola às alterações ambientais e climáticas.

Segundo os autores do conceito, mais do que produzir alimentos, trata-se de criar ecossistemas agrícolas sustentáveis, capazes de alimentar as populações e proteger o planeta.

Fonte: Vida Rural

O aumento da procura por veículos elétricos, aparelhos eletrónicos portáteis e armazenamento de energia renovável fez com que o lítio se tornasse um mineral verdadeiramente essencial. À medida que o mundo corre em direção a um futuro de energia limpa, a reciclagem de baterias de lítio tornou-se crucial.

Uma nova investigação da Universidade Edith Cowan (ECU) destacou que a utilização de baterias usadas como fonte secundária de lítio não só ajuda a reduzir o impacto ambiental, como também garante o acesso a este recurso valioso, apoiando uma economia circular e assegurando a sustentabilidade a longo prazo no setor energético.

A estudante de doutoramento Sadia Afrin destacou que o tamanho do mercado global de baterias de iões de lítio deve crescer a uma taxa composta anual de 13%, atingindo US$ 87,5 bilhões até 2027, com o consumo de lítio previsto aumentar de 390 quilotoneladas em 2020 para aproximadamente 1.600 quilotoneladas até 2026.

No entanto, apenas cerca de 20% da capacidade de uma bateria de iões de lítio é utilizada antes de a bateria deixar de ser adequada para utilização em veículos elétricos, o que significa que as baterias que acabam em armazéns ou em aterros retêm quase 80% da sua capacidade de lítio.

O Departamento Australiano de Indústria, Ciência e Recursos estimou anteriormente que, até 2035, a Austrália poderia estar a gerar 137 000 toneladas de resíduos de baterias de lítio anualmente.

Para as baterias em fim de vida, a resposta óbvia é a reciclagem, disse o primeiro autor, Asad Ali, citando números do governo que estimam que a indústria de reciclagem poderia valer entre 603 milhões e 3,1 mil milhões de dólares anualmente em pouco mais de uma década.

“Ao reciclar essas baterias, é possível ter acesso não apenas ao lítio restante – que já está purificado em quase 99% –, mas também recuperar o níquel e o cobalto dessas baterias”, afirma.

Embora seja improvável que o lítio recuperado através do processo de reciclagem tenha impacto na extração de lítio ou nos setores a jusante, Ali observou que o processo de reciclagem oferece benefícios ambientais significativos quando comparado com a indústria de mineração.

Os processos de reciclagem podem reduzir significativamente o uso extensivo de terras, a contaminação do solo, a pegada ecológica, a pegada hídrica, a pegada de carbono e a libertação de produtos químicos nocivos no meio ambiente, diminuindo assim as emissões de gases de efeito de estufa e minimizando os resíduos.

A mineração emite até 37% de toneladas de CO2 por tonelada de lítio. Os processos de reciclagem produzem até 61% menos emissões de carbono em comparação com a mineração e utilizam 83% menos energia e 79% menos água em comparação com a mineração. A reciclagem hidrometalúrgica pode gerar lucros de até 27,70 dólares por quilograma de lítio recuperado. E, mais uma vez, o lítio produzido através do processo de reciclagem já está purificado a 99%, o que significa que toda a energia, água e emissões são poupadas no processo a jusante.»

O professor da ECU e autor correspondente, Muhammad Azhar, explica que, embora a Austrália possua uma das maiores reservas de lítio em rocha dura do mundo, a recuperação de lítio de baterias em fim de vida pode proporcionar benefícios socioeconómicos e cumprir a sustentabilidade ambiental.

“A indústria mineira oferece, na verdade, outra fonte de baterias potencialmente em fim de vida, à medida que a eletrificação da indústria mineira ganha impulso. A ECU está a explorar a segunda vida dessas baterias de lítio ”, acrescenta.

Embora os benefícios da reciclagem de baterias de iões de lítio pareçam óbvios, Afrin observou que ainda há alguns desafios a serem enfrentados.

“A taxa de inovação ultrapassa significativamente o desenvolvimento de políticas, e a composição química das baterias também evolui continuamente, o que torna a reciclagem dessas baterias mais complicada”, diz.

“Há uma necessidade real de investimento na infraestrutura certa para criar essa economia circular, mas há várias empresas australianas que estão a procurar as melhores maneiras de abordar isso”, conclui.

Fonte: Greensavers

Ainda é preciso esperar mais algum tempo até colher os cachos, mas aquilo que está ao alcance da vista, naquelas cepas de Touriga Nacional e Moscatel, deixa antever um futuro promissor. Foram vários meses a combater o oídio e o míldio com recurso a luz ultravioleta, e o que inicialmente parecia uma loucura está cada vez mais perto de se tornar um tratamento alternativo ao uso de produtos químicos, como sulfatos. A experiência-piloto desenvolvida por iniciativa do município de Cantanhede, na região demarcada da Bairrada, tem funcionado bem e, no próximo ano, poderá vir a ser alargada a uma área maior. Essa é pelo menos a vontade do produtor João Póvoa, da Kompassus, depois de ter testemunhado que as videiras tratadas com raios UV estavam iguais às que foram “tratadas com o método clássico, ou seja, fungicida”. A manterem-se estes resultados animadores, este novo tratamento abre uma janela de oportunidades para os produtores: custos mais baixos e menos resíduos.

“Queremos alargar a área e também aplicar mais algum rigor. Desta vez, foi uma experiência mais empírica, mas vamos tentar que seja algo mais científico”, anunciou o produtor, que sempre gostou de inovar. Ainda assim, confessa, quando foi confrontado com o desafio lançado pelo vereador com o pelouro dos Recursos Naturais, Desenvolvimento Agrícola e Florestal, Adérito Machado, de quem é amigo pessoal, achou que era uma “maluqueira”. “Arranjei-lhe uma pequena parcela, que por sinal até é mais sensível ao míldio do que as outras, e a coisa correu bem, aquela ideia maluca dele revelou-se uma grande ideia”, testemunhou. E muito embora reconheça que há ainda estudos e análises que precisam de ser feitos, agradam-lhe as vantagens que este tratamento pode trazer. “Os preços dos fungicidas estão pela hora da morte, reduzir os custos seria óptimo. A juntar o facto de reduzir resíduos, ainda melhor”, notava, depois de uma visita às vinhas, localizadas na freguesia de Cordinhã, onde o projecto tem estado a ser desenvolvido.

Na prática, o processo é, aparentemente, simples. São oito lâmpadas UV (gama C), quatro de cada lado, instaladas numa espécie de atrelado que vai sendo empurrado por entre as linhas de vinhas. A energia eléctrica necessária para manter as lâmpadas acesas é garantida por um pequeno gerador instalado no veículo que Adérito Machado baptizou de “Violeta”. “Nem podia ter outro nome que não esse”, apontava ao PÚBLICO, antes de avançar, em passo calmo, ao longo das videiras.

A verdade é que, neste período experimental, tem sido o próprio autarca quem tem feito cada um dos tratamentos – uma vez por semana e desde o início da vegetação – sempre em período nocturno. “O oídio é um fungo que vive na superfície das plantas, nomeadamente nas videiras, e por isso fica exposto aos raios UV do sol que podem danificar o seu ADN. Para se proteger, ele consegue reparar rapidamente esse ADN — mas só quando há luz. Por isso, quando se faz tratamento com luz ultravioleta gama C à noite, o fungo não consegue activar esse mecanismo de defesa, e o tratamento torna-se mais eficaz”, explicou.

Foram três anos de testes, este último mais a sério e já a abranger cerca de 300 pés de videiras, com todas as tarefas assumidas por si. “A ideia é mostrar caminhos aos nossos agricultores para poderem fazer vinho biológico”, sustentou, notando que esta solução contribui para a redução do impacto ambiental e para a protecção da saúde dos trabalhadores e consumidores, uma vez que alguns fungicidas utilizados são sistémicos e entram na circulação da planta. “Este é o futuro da viticultura, é o caminho”, frisou.

Dos equipamentos de saúde para as vinhas

Além de executante, Adérito Machado é também o mentor do projecto. Depois de verificar que a tecnologia ultravioleta já é usada na desinfecção de equipamentos de saúde, o vereador, com uma carreira profissional na área das análises clínicas, começou a investigar e encontrou informações relativas a uma experiência com luz ultravioleta numas vinhas de Bordéus, em França. Como vive no meio de viticultores, entre os quais o seu pai, começou a averiguar a possibilidade de avançar com um projecto-piloto na sua terra. “No primeiro ano, fizemos só numas seis cepas de um amigo, e no segundo ano também. Como correu bem, este ano avançámos para uns 300 pés, aqui na Kompassus”, enquadrou, a propósito da experiência que tem contado com a parceria da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra, no âmbito do mestrado em Segurança Alimentar.

Resta agora prosseguir com os testes, apurando qual o impacto deste tratamento na uva, nomeadamente na sua capacidade de fermentação. “Estamos agora, na Faculdade de Farmácia, a analisar os fenóis, para comparar a qualidade do vinho final e ver se há alterações em relação à mesma casta tratada de forma convencional”, explicou o vereador com o pelouro da Agricultura. O caminho está em aberto.

Fonte: Público

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou, nos últimos dias, várias operações de fiscalização direcionadas à verificação do cumprimento das regras aplicáveis ao exercício da atividade no setor da restauração e bebidas, nos concelhos de Lisboa e Sintra.

Como balanço da ação, a ASAE determinou a suspensão imediata de 3 estabelecimentos de restauração e bebidas, tendo instaurado 1 processo-crime, por suspeita de produtos vitivinícolas anormais avariados, e 6 processos de contraordenação, maioritariamente, por incumprimento de requisitos gerais e específicos de higiene, violação dos deveres gerais da entidade, falta de implementação de HACCP e falta de rastreabilidade de géneros alimentícios.

Foi ainda determinada pela ASAE, a suspensão de atividade de 1 talho que comercializava produtos cárneos com falta de requisitos, e instaurado 1 processo-crime por suspeita de géneros alimentícios anormais avariados, que apresentavam evidentes condições impróprias para consumo, bem como acondicionamento inadequado e falta de rastreabilidade nos produtos.

Estas operações foram levadas a cabo em conjunto com a PSP que, no âmbito das respetivas competências, veio ainda a apurar que o explorador do talho se encontrava em situação de imigração irregular e ilícita.

No conjunto das operaçõesa, ASAE apreendeu cerca de 150kg de carnes e 100kg de pescado.

Fonte: ASAE

A diversidade de legumes que chega ao prato pode, em breve, ter origem em explorações agrícolas onde não entra mão humana. É o que já acontece no parque de demonstração de agricultura ‘inteligente’ no condado de Deqing, província de Zhejiang, no leste da China.

Através de tecnologia de ponta, o parque integra inteligência artificial (IA) com a Internet das Coisas (IoT) para gerir todo o processo de produção de hortícolas com controlo inteligente em todas as etapas.

“Construímos uma máquina de transplantação automática que foi concebida para substituir o trabalho manual no processo de transplantação das hortícolas. Em apenas 40 segundos consegue transplantar 30 plântulas de legumes, aumentando a eficiência em mais de 70%”, referiu Hu Yaofeng, gestor técnico da Zhejiang Houji Intelligent Technology.

E continua: “com as linhas de transporte automatizadas, as máquinas de limpeza e o nosso sistema de controlo ambiental da estufa, criámos uma operação totalmente não tripulada”.

De acordo com os investigadores, as culturas produzidas neste sistema são livres de pesticidas e metais pesados, alcançando rendimentos entre cinco e sete vezes superiores aos da agricultura tradicional ao ar livre.

Da exploração agrícola para as prateleiras em tempo recorde, esta colheita de alta tecnologia já abastece alguns dos maiores retalhistas chineses e, segundo os investigadores, mostra o caminho da agricultura do futuro.

Segundo o gestor técnico, trata-se de uma das inovações mais relevantes sobre como a tecnologia está a impulsionar a modernização agrícola na China, com o objetivo de fornecer legumes mais seguros e saudáveis diretamente à mesa do consumidor.

Fonte: Agroportal

Portugal encontra-se prestes a dar um passo decisivo no caminho da economia circular com a implementação do Sistema de Depósito e Reembolso (SDR). Esta medida, que será obrigatória para muitas superfícies comerciais, representa uma mudança estrutural na forma como os resíduos de embalagens de bebidas são geridos. Mas, mais do que uma imposição legal, o SDR deve ser encarado como uma oportunidade concreta de transformar o paradigma da reciclagem no nosso país. E, com ele, a forma como retalhistas, consumidores e operadores interagem em prol da sustentabilidade, um desígnio bem maior e que a todos obriga.

Na sua essência, o conceito é simples, embora poderoso: o consumidor paga um pequeno depósito aquando da compra de uma determinada bebida e é reembolsado quando devolve a respetiva embalagem vazia. Trata-se, assim, de um incentivo económico direto para fomentar comportamentos mais sustentáveis, replicando modelos que já comprovaram a sua devida eficácia em países tão distintos como, por exemplo, a Alemanha, a Noruega ou a Suécia.

Mas esta mudança não acontece no vazio, naturalmente. A mesma requer planeamento, tecnologia, conhecimento e compromisso. Variáveis indispensáveis a uma aplicação de sucesso. E é precisamente aqui que entra a Envipco — um operador especializado, que possui mais de quatro décadas de experiência internacional no desenvolvimento, produção e comercialização de RVM (Reverse Vending Machines), ou Máquinas Automáticas de Reciclagem. Desde 2021, estabeleceu-se em Portugal com o propósito de contribuir ativamente para o sucesso deste novo sistema, fazendo valer o seu profundo conhecimento e experiência em todas as etapas deste processo.

Reciclagem não é apenas responsabilidade ambiental

Ao contrário do que se possa pensar, a reciclagem não é apenas uma responsabilidade ambiental. É, também, uma fundamental alavanca de diferenciação e competitividade, tanto para o retalho, como para a indústria. As empresas que souberem tirar partido do potencial do SDR, sendo este um canal premium de contacto garantido com o consumidor, beneficiarão de um posicionamento francamente favorável, reforçando a sua experiência de loja e a respetiva reputação da marca.

A Envipco destaca-se, precisamente, por essa visão integrada. Mais do que fornecedora de equipamentos, posiciona-se como um parceiro estratégico que acompanha os seus clientes em todas as fases do processo: desde a escolha da solução adequada à formação das equipas, passando pela operação, logística, integração de sistemas e apoio técnico permanente. Afinal, a criação de um Sistema de Depósito e Reembolso não está apenas relacionada com a obrigação legal, mas também com a proteção do meio ambiente, no qual todos nos inserimos, pelo que existe, além da necessidade legislativa, a oportunidade de otimizar a forma como a reciclagem funciona e complementar os fluxos já existentes, rumo a um amanhã que se pede, e deseja, mais sustentável.

A experiência acumulada da Envipco em mercados maduros, como, por exemplo, os Estados Unidos da América ou o norte da Europa, confere-lhe uma capacidade ímpar de adaptação às especificidades de cada país e de cada retalhista, por sua vez. Com quatro fábricas — três na Europa e uma nos Estados Unidos — e uma capacidade global de produção de 40 mil máquinas por ano, a Envipco está perfeitamente preparada e capacitada para responder à crescente procura no mercado português, ao proporcionar soluções escaláveis e personalizadas tanto para pequenos negócios como grandes cadeias de distribuição.

SDR: mecanismo essencial de economia circular

Importa também sublinhar que o SDR não se limita a estimular a devolução de embalagens. Trata-se de uma peça fundamental na estratégia europeia para combater o desperdício e reduzir a poluição ambiental. Ao permitir a recolha seletiva de embalagens de materiais com elevado potencial de reciclabilidade, como o PET e o alumínio, este sistema promove a criação de uma cadeia interna de fornecimento de materiais reciclados premium direcionados especificamente para a indústria das bebidas e prontos a ser reutilizados em novos ciclos de produção. É a economia circular em ação.

Em Portugal, o sistema abrangerá embalagens de bebidas até três litros, com exceção do vidro e dos produtos com mais de 25% de lacticínios. Inclui também categorias específicas de bebidas alcoólicas, como a cerveja, a sidra, a sangria e os mixes alcoólicos. O retalhista assume um papel de protagonista, ao funcionar, por um lado, como um ponto de recolha — quer manualmente, quer através das já referidas RVM — beneficiando com isso de um fluxo adicional de possíveis clientes, para além de reforçar a sua imagem enquanto agente de mudança ecológica e promotor de novas mentalidades.

Do ponto de vista do consumidor, a vantagem é também ela dupla: recupera o valor pago em depósito e participa ativamente num sistema transparente, com impacto direto na melhoria do ambiente. É uma abordagem positiva, que materializa a passagem da reciclagem como uma obrigação moral para um gesto recompensado. Acredito, assim, que o retalho irá olhar para o SDR como uma oportunidade de aumentar a sua base de clientes e de fomentar novas mentalidades no que à correta valorização das embalagens de bebidas diz respeito, pois, ainda que se trate de uma iniciativa com foco ambiental, não deixa de ter uma vertente concorrencial associada à sua aplicação concreta. Esta será central para a sua atividade comercial daqui para a frente, tanto na questão da imagem de marca, no que respeita à sua perceção pública como operador responsável e promotor das melhores práticas de sustentabilidade, como na experiência de loja com as nossas soluções inteligentes e muito fáceis de utilizar.

Missão: simplificar a reciclagem para todos

É esta combinação entre mais de 40 anos de experiência, inovação tecnológica, compromisso ambiental e visão estratégica que faz da Envipco um parceiro incontornável na revolução da reciclagem em Portugal. A nossa missão é clara: simplificar a reciclagem para todos e ajudar a construir o caminho para um país mais limpo e sustentável. “Mais do que apenas máquinas, somos um parceiro no seu sucesso” é uma máxima que faz parte da nossa identidade e que se apresenta como parte integrante da nossa conduta e presença nos diversos mercados onde nos fazemos representar.

Com a legislação aprovada e a sensibilização pública a aumentar, o momento é agora. O SDR pode representar o início de uma nova cultura de responsabilidade partilhada, onde consumidores, empresas e entidades públicas trabalham, em conjunto, por um objetivo comum: reduzir o impacto ambiental, aumentar as taxas de reciclagem e criar um futuro mais sustentável para as gerações futuras.

O desafio está lançado. Que o compromisso seja real e o impacto duradouro. Como todos desejamos.

Fonte: Grande Consumo