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Novas regras impedem a entrada no mercado europeu de produtos provenientes de terras alvo de desflorestação ou degradadas. Brasil é país de alto risco e pode ver as suas exportações cair já no próximo ano.

A entrada em vigor, no final do ano, da chamada lei antidesflorestação pode causar a escassez de produtos como cacau e madeira ou aumentar os preços na UE, disseram especialistas à Lusa em Macau.

O Regulamento Europeu para Produtos Livres de Desflorestação (EUDR, na sigla em inglês) foi aprovado em 2023 e vai entrar em vigor, para a maioria das empresas, a 30 de dezembro, com regras mais apertadas para tentar criar cadeias de abastecimento mais transparentes.

Mas o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente, Ivan Tomaselli, avisou que “existe um risco, especialmente a curto prazo, de escassez de certas mercadorias e produtos na Europa”.

As novas regras impedem a entrada no mercado europeu de produtos provenientes de terras alvo de desflorestação ou degradadas. Os principais produtos afetados serão óleo de palma, gado, soja, café, cacau, madeira, borracha e derivados.

Rupert Oliver, especialista da Organização Internacional da Madeira Tropical, apontou o cacau como um dos produtos mais vulneráveis e lembrou que, devido a fatores como a guerra na Ucrânia e a subida do preço do petróleo, o chocolate já se tornou “60% a 70% mais caro” na UE.

Madeira pode ser a mais afetada

Ivan Tomaselli disse acreditar que a madeira poderá ser a mais afetada, uma vez que, ao contrário de produtos como a soja ou a carne, produzidos sazonalmente nos mesmos terrenos, a gestão florestal implica uma rotação constante de terras.

Ou seja, todos os anos os produtores terão de repetir os mesmos procedimentos para comprovar que a madeira não veio de terras alvo de desflorestação, que em alguns casos podem significar “documentos com mais de 300 páginas”, sublinhou o brasileiro.

O EUDR inclui um sistema de três níveis para classificar os países no que toca ao risco de importação de produtos vindos de terras alvo de desflorestação ou degradadas.

Impacto “bastante significativo” nas exportações brasileiras

Tomaselli previu que a UE classifique o Brasil como um país de “alto risco”, devido ao “reconhecimento internacional de uma alta taxa de desflorestação”, à expansão “muito rápida” das áreas de agricultura e pecuária e ao papel fulcral do Brasil no comércio mundial de matérias-primas.

 O presidente da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Estado do Pará disse que as empresas “não têm receio nenhum quanto à prestação de informações sobre o que é produzido”.

“O que para nós ainda não está claro é como serão essas regras”, lamentou Deryck Martins. O dirigente acusou ainda a UE, composta de “países que já utilizaram grande parte dos recursos naturais”, de tentar impor normas a Estados ainda em desenvolvimento.

Ivan Tomaselli disse temer que o impacto para o Brasil seja “bastante significativo, com uma redução de exportações a começar já em 2025”.

O empresário sublinhou que quase 100% das exportações de ‘pellets’ de madeira do Brasil têm como destino a UE, assim como perto de 60% dos troncos. Portugal é mesmo o maior comprador de troncos brasileiros, acrescentou.

 

Fonte: ZAP - Lusa

A Comissão Europeia publicou o seu relatório de 2023 sobre a Rede de Alerta e Cooperação, que facilita a cooperação e o intercâmbio de informações entre os Estados-Membros sobre os controlos oficiais na cadeia agroalimentar.

O relatório revela um aumento significativo das notificações em comparação com 2022 - um sinal do crescimento da cooperação entre os Estados-Membros neste domínio.

A Rede de Alerta e Cooperação é composta por quatro sub-redes, cada uma com um foco individual.

Sistema de Alerta Rápido para Alimentos para Consumo Humano e Animal (RASFF) facilita o intercâmbio rápido de informações entre as autoridades de segurança alimentar sobre riscos para a saúde relacionados com alimentos para consumo humano, alimentos para animais ou materiais em contacto com alimentos.

Em 2023, registou-se um aumento de 8 % nas notificações RASFF, com um total de 4695 notificações. Tal como nos anos anteriores, o problema mais notificado no RASFF dizia respeito a resíduos de pesticidas, seguido de perto pelos microrganismos patogénicos. Os países que mais notificaram continuaram a ser a Alemanha, os Países Baixos e a Bélgica.

A componente de Assistência e Cooperação Administrativa (AAC) permite aos Estados-Membros notificar violações da legislação da UE em matéria de segurança dos alimentos que não constituam um risco para a saúde. Em 2023, registou-se um aumento de 24% nas notificações de AAC, com 3166 notificações.

A maioria das notificações de AAC em 2023 estava relacionada com frutas e produtos hortícolas não conformes, mais uma vez principalmente devido a resíduos de pesticidas, seguidos de casos de rotulagem incorreta, como alegações de saúde não autorizadas para suplementos alimentares.

Rede de Fraude Agro-Alimentar (FFN) registou um aumento de 26 % nas notificações, com 758 suspeitas de fraude. O comércio ilegal de cães e gatos continuou a ser um problema importante, com 414 notificações. Outras suspeitas relacionavam-se com a substituição de carne, a adulteração de mel e a rotulagem incorrecta de azeite. Além disso, 1075 notificações AAC e 1625 notificações RASFF foram assinaladas como potenciais fraudes, o que levou os Estados-Membros a aprofundar as inspecções ou investigações.

No seu primeiro ano de funcionamento, a Rede Fitossanitária (PHN) gerou 128 notificações, uma vez que os Estados-Membros partilharam informações pormenorizadas sobre remessas não conformes de plantas, produtos vegetais e outros artigos (como sementes, frutos, produtos hortícolas, madeira e flores) e outros problemas fitossanitários.

 Fonte: European Comission & Qualfood

Um novo relatório dos parceiros da EFSA no projeto NAMs4NANO propõe um sistema de promoção de Novas Metodologias de Abordagem (New Approach Methodologies - NAMs) para avaliar os potenciais riscos das nanopartículas para a segurança alimentar.

As NAMs referem-se a uma grande variedade de métodos de ensaio e avaliação de produtos químicos que não recorrem a experiências em animais ou seres humanos. Para além de substituírem gradualmente os ensaios em animais, estes métodos podem contribuir para melhorar as avaliações de segurança, utilizando modelos que simulam melhor as condições nos seres humanos.

Estes métodos podem ser testados em tubos de ensaio, placas de cultura ou com recurso à utilização de software. As abordagens baseadas em NAM oferecem um grande potencial para a avaliação da segurança das nanotecnologias, uma vez que, em muitos casos, os métodos tradicionais não podem ser facilmente adaptados para lidar com os perigos à escala nanométrica. Em particular, a sua utilização nas primeiras etapas de uma avaliação de riscos pode minimizar a necessidade de estudos adicionais em animais.

Os avanços na ciência e na tecnologia estão a estimular uma inundação destas abordagens, mas poucas delas foram validadas de acordo com normas internacionais para utilização em avaliações de riscos regulamentares.

Proposta NAMs4NANO

A proposta descreve um quadro genérico para um sistema de qualificação. Este inclui o processo global, os critérios de avaliação, a descrição do método de ensaio e os procedimentos para descrever a criação do NAM, a sua aplicação e a fase de avaliação. Aborda também a validade científica: como demonstrar a sua fiabilidade e relevância para um contexto de utilização específico.

O presente relatório foi desenvolvido por cientistas de 10 institutos de investigação em colaboração e sob a coordenação do Instituto Federal Alemão de Avaliação de Riscos (BfR), destinando-se a estimular um debate mais alargado entre peritos e partes interessadas envolvidas na nanotecnologia, na segurança alimentar e na saúde pública.

 

Fonte: EFSA news & Qualfood

O poder dos micróbios no nosso dia-a-dia em cartoons. Este é o desafio lançado pela Sociedade Portuguesa de Microbiologia. As candidaturas podem ser apresentadas a partir desta terça-feira, 17 de setembro (neste link). Procuram-se imagens que informam, divertem, intrigam e impressionam quem as observa, foi divulgado em comunicado.

Segundo a mesma fonte, já na sua sexta edição, os premiados pelo concurso de Comunicação de Ciência em Microbiologia têm apresentado trabalhos que dão a conhecer as múltiplas facetas dos microrganismos, desde as suas aplicações práticas aos cuidados que devemos ter para prevenir doenças, passando pelo seu papel na natureza.

Entre os mais de 150 temas já abordados estão perguntas como: estará a saúde oral associada à obesidade infantil? Porque é importante lavar as nossas mãos? O contacto com animais pode potenciar a transmissão de doenças? Entre outros temas, como infeções sexualmente transmissíveis, o poder das bactérias do mar ou as capacidades dos probióticos.

Inserido nas comemorações do Dia do Microrganismo, que se assinala a 17 de setembro, este desafio, lançado anualmente pela Sociedade Portuguesa de Microbiologia , convida os concorrentes a dirigirem-se tanto a públicos adultos como, numa categoria que lhes é dedicada, às crianças, usando imagens e narrativas mais adequadas aos mais jovens. Cada imagem é apoiada por um texto, que de forma breve e simples, explica a base científica e conceitos inerentes ao que se pretende comunicar.

Além da avaliação com vista a atribuição dos 1.º prémio e menções honrosas, que fica a cargo de um júri multidisciplinar composto por cientistas, jornalistas e especialistas em comunicação e também por algumas crianças, a disponibilização ao público só é realizada após uma etapa de revisão por pares, prática instituída na produção de trabalhos científicos.

Em 2021, foi lançado um e-livro que compilava as três primeiras edições do concurso, havendo hoje um espaço online dedicado para a divulgação destas peças (Cartoons de Microbiologia – Um site da Sociedade Portuguesa de Microbiologia).

Para a Sociedade Portuguesa de Microbiologia, esta é mais uma das múltiplas formas de levar a Microbiologia e o poder dos microrganismos a todos. Se, por um lado, contribui para a literacia em Microbiologia, por outro estimula os especialistas no tema a explorar as suas capacidades de comunicar com audiências diversas. Além disso, é também uma forma de dar a conhecer o que fazem os microbiólogos.

Fonte: Green Savers

O fator de produção mais relevante da agropecuária está em discussão nos dias 18 e 19 de setembro em Santarém. A Alimentação Animal, que representa até 70% do custo de produção da atividade pecuária que, por sua vez, representa 36% na economia agrícola nacional, opera atualmente com um sobrecusto de 25 a 30% face aos preços praticados em 2019, antes da situação pandémica, da guerra na Ucrânia e da intensificação do conflito israelo-palestiniano. A este contexto juntam-se os custos de energia tendencialmente em alta, as exigências ambientais europeias, como o regulamento sobre a desflorestação (EUDR), e uma nova vaga de tensões no triângulo Europa, Estados Unidos e China, com o consequente e previsível incremento de custos nas matérias-primas e ingredientes para a alimentação animal.  O contexto justifica o pedido ao Governo para que mantenha no Orçamento do Estado para 2025 a isenção do IVA nas transações deste setor, a qual termina em 31 de dezembro de 2024, aliviando a tesouraria de industriais e explorações agropecuárias. 

Estas são as questões em destaque no primeiro dia das XIII Jornadas e II Fórum da Alimentação Animal que decorre em Santarém a 18 e 19 de setembro, com organização da IACA (Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais) e do FeedInov CoLAB (Laboratório Colaborativo para a investigação e inovação em alimentação animal). O evento conta com a presença do Ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes. Saiba tudo AQUI ←

Embora o setor note como positiva a desaceleração dos últimos meses nos preços das matérias-primas mais relevantes para a atividade, como os cereais, a instabilidade geopolítica internacional, tal como os regulamentos ambientais da União Europeia, designadamente, o Regulamento Europeu sobre Desflorestação – que limitará a quantidade de soja disponível no mercado em total cumprimento com a legislação -, fazem prever aumentos nos custos de produção de 25 a 30 milhões de euros por ano nos alimentos para aves, suínos e bovinos em Portugal, situação que importa ter em conta, pois são estes os animais produtores das principais fontes de proteína da alimentação humana no nosso país. No contexto europeu e tendo em conta toda a fileira agropecuária, os custos adicionais ascendem aos 2,25 mil milhões de euros. A estes desafios juntam-se as tensões com a China, não sendo de excluir uma nova vaga de acumulação de stocks. A investida deste país faz prever o aumento dos custos dos principais cereais e oleaginosas – milho, trigo e soja -, situação relevante para Portugal, dada a dependência crónica de cereais importados. A importação de cereais motiva um segundo pedido por parte da indústria nacional: a definição de uma política de stocks estratégicos, “sabendo que, para tal, é imprescindível solucionar o problema da armazenagem, pública e privada, nomeadamente, no que respeita à situação da SILOPOR, que está em liquidação há 24 anos. Tudo isto põe em causa a segurança do abastecimento”, afirma Jaime Piçarra, Secretário-geral da IACA.

O primeiro dia será ainda marcado pela discussão da evolução da nutrição da alimentação animal ao longo dos últimos 30 anos, designadamente no que concerne aos ganhos de eficiência, que permitiram uma “democratização” da Alimentação, ao serviço das pessoas. O segundo dia do encontro é dedicado à apresentação das mais recentes conquistas em termos de Investigação, Desenvolvimento e Inovação na área, nomeadamente no que respeita à promoção da saúde e bem-estar animal e da sustentabilidade ambiental do Setor, sem comprometer a produção de alimentos. Este evento marca uma das principais apostas da IACA e do FeedInov para responder aos desafios do futuro, constituindo-se como o ponto de encontro entre o universo empresarial, a investigação e a academia.

“A discussão sobre a evolução da Alimentação Animal nos últimos 30 anos é um desígnio que a todos deve motivar: é um setor que tem vindo a sofrer processos de concentração e verticalização que o tornam cada vez mais competitivo e inovador, o que, além do apoio imprescindível para a atividade agropecuária, contribui de forma decisiva para a segurança e soberania alimentar de Portugal”, diz Romão Braz, Presidente da IACA e do FeedInov CoLAB.

Fonte: A voz do campo 

Uma nova técnica temporária e não invasiva serve para monitorizar animais vivos nas investigações em laboratório. Os cientistas acreditam que esta é a primeira abordagem não invasiva que possibilita a visibilidade de órgãos internos vivos.

Um corante que dá aos Doritos a cor laranja também pode tornar os tecidos do corpo transparentes. A aplicação da corante na pele de ratinhos vivos permitiu que os cientistas conseguissem observar vasos sanguíneos e órgãos internos sem qualquer cirurgia, incisões ou danos em ossos ou na pele dos animais.

A técnica, que é reversível, funciona alterando a forma como o tecido interage com a luz e é um método menos invasivo para monitorizar animais vivos utilizados na investigação médica, revela um estudo publicado na revista Science.

Uma transparência temporária que pode ser desfeita com uma lavagem.

A técnica funciona alterando a forma como os tecidos do corpo, que são normalmente opacos, interagem com a luz. Os fluidos, as gorduras e as proteínas que compõem tecidos como a pele e os músculos têm índices de refração diferentes (medição da propagação da luz numa substância): componentes aquosos têm índices de refração baixas, enquanto os lípidos e as proteínas têm índices elevados.

Os tecidos parecem opacos porque o contraste entre estes índices de refração faz com que a luz se disperse. Os investigadores especularam que adicionar a esses tecidos um corante que absorve fortemente a luz pode reduzir o fosso entre os índices de refração dos componentes o suficiente para os tornar transparentes.

“Quando um material absorve muita luz de uma só cor, irá dobrar a luz noutras cores”, diz o coautor de estudo Guosong Hong, professor assistente de ciência e engenharia de materiais da Universidade de Stanford, na Califórnia.

Ao aplicar num ratinho de laboratório um corante alimentar comum chamado tartrazina (corante E102) que absorve a luz, a equipa conseguiu tornar os tecidos temporariamente transparentes, permitindo-lhes ver dentro dos vasos sanguíneos do cérebro e o movimento dos órgãos internos sob a pele do abdómen e pequenas unidades de músculo a funcionar.

E, tão facilmente como aconteceu, a transparência foi revertida e a pele não ficou com a cor alterada.

“Assim que lavámos e massajámos a pele com água, o efeito foi revertido em poucos minutos. É um resultado impressionante", afirma Guosong Hong.

O potencial do tecido transparente 

Até ao momento, a investigação só foi feita em animais, mas se esta técnica puder ser utilizada nos humanos poderá proporcionar uma série de benefícios biológicos, de diagnóstico e até cosméticos, considera Hong.

Por exemplo, em vez de biópsias invasivas, o exame para detetar melanoma poderá ser feito olhando diretamente para o tecido de uma pessoa sem o remover. Esta abordagem também poderá substituir alguns raios X e tomografias computorizadas e tornar a recolha de sangue menos dolorosa, porque ajudará os técnicos a encontrar facilmente as veias. Também poderá melhorar serviços como a remoção de tatuagens a laser, ajudando a concentrar os feixes de laser precisamente onde o pigmento está sob a pele.

“Isto pode ter um impacto nos cuidados de saúde e evitar que as pessoas passem por exames invasivos. Se pudéssemos simplesmente olhar para o que está a acontecer debaixo da pele em vez de cortar ou usar a radiação, poderíamos mudar a forma como vemos o corpo humano", disse Hong.

Fonte: SIC Notícias

 

Os investigadores alemães conseguem obter proteínas e vitamina B9 dos micróbios alimentando-os apenas com hidrogénio, oxigénio e CO2.

tecnologia, publicada na revista Cell Press Trends in Biotechnology, funciona com energia renovável para produzir uma alternativa sustentável de proteína enriquecida com micronutrientes que poderá um dia chegar aos nossos pratos.

“Trata-se de um processo de fermentação semelhante ao da cerveja, mas em vez de darmos açúcar aos micróbios, demos-lhes gás e acetato”, diz o autor correspondente Largus Angenent da Universidade de Tübingen, Alemanha. “Sabíamos que as leveduras podiam produzir vitamina B9 sozinhas com açúcar, mas não sabíamos se podiam fazer o mesmo com acetato”.

“Estamos a aproximar-nos dos 10 mil milhões de pessoas no mundo e, com as alterações climáticas e a limitação dos recursos terrestres, produzir alimentos suficientes será cada vez mais difícil”, afirma Angenent. “Uma alternativa é cultivar proteínas em bioreactores através da biotecnologia, em vez de cultivar culturas para alimentar animais. Isto torna a agricultura muito mais eficiente”, acrescenta.

A equipa concebeu um sistema de bioreactores de duas fases que produz levedura rica em proteínas e vitamina B9. Esta vitamina é também conhecida como folato e é essencial para funções corporais como o crescimento celular e o metabolismo.

Na primeira fase, a bactéria Thermoanaerobacter kivui converte o hidrogénio e o CO2 em acetato, que se encontra no vinagre.

Na segunda fase, a Saccharomyces cerevisiae, mais conhecida como levedura de padeiro, alimenta-se de acetato e oxigénio para produzir proteínas e vitamina B9.

O hidrogénio e o oxigénio podem ser produzidos através do aproveitamento da água com eletricidade produzida por fontes de energia limpa, como os moinhos de vento, por exemplo.

Acontece que a levedura alimentada com acetato produz aproximadamente a mesma quantidade de vitamina B9 que as que comem açúcar.

Apenas 6 gramas, ou 0,4 colher de sopa, da levedura seca colhida satisfazem as necessidades diárias de vitamina B9. Os níveis de vitamina foram medidos por uma equipa liderada pelo coautor Michael Rychlik da Universidade Técnica de Munique, na Alemanha.

Relativamente às proteínas, os investigadores descobriram que os níveis da sua levedura excedem os da carne de vaca, porco, peixe e lentilhas.

Oitenta e cinco gramas, ou 6 colheres de sopa, de levedura fornecem 61% das necessidades diárias de proteínas, enquanto a carne de vaca, de porco, de peixe e as lentilhas satisfazem 34%, 25%, 38% e 38% das necessidades, respetivamente.

No entanto, a levedura deve ser tratada para eliminar compostos que podem aumentar o risco de gota se consumidos em excesso. Mesmo assim, a levedura tratada ainda satisfaz 41% das necessidades diárias de proteína, comparável às fontes de proteína tradicionais.

Esta tecnologia tem como objetivo dar resposta a vários desafios globais: conservação do ambiente, segurança alimentar e saúde pública.

Funcionando com energia limpa e CO2, o sistema reduz as emissões de carbono na produção de alimentos. Desvincula a utilização do solo da agricultura, libertando espaço para a conservação. Angenent sublinha também que o sistema não irá competir com os agricultores.

Em vez disso, a tecnologia ajudará a concentrar os agricultores na produção de legumes e culturas sustentáveis. A levedura da equipa pode também ajudar os países em desenvolvimento a ultrapassar a escassez de alimentos e as deficiências nutricionais, fornecendo proteínas e vitamina B9.

Mas antes de se pegar na levedura da equipa de investigação num corredor de supermercado como alternativa às proteínas, Angenent diz que há muito mais a fazer.

A equipa planeia otimizar e aumentar a produção, investigar a segurança alimentar, realizar análises técnicas e económicas e avaliar o interesse do mercado.

“O facto de podermos produzir vitaminas e proteínas ao mesmo tempo, a uma taxa de produção bastante elevada, sem utilizar qualquer terra, é empolgante”, afirma Angenent. “O produto final é vegetariano/vegan, não-OGM e sustentável, o que pode atrair os consumidores.”

Fonte: Greensavers - sapo 

Para assinalar o regresso às aulas, a Direção-Geral da Saúde (DGS), através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), em conjunto com a Direção-Geral da Educação (DGE), publicam um guia com 10 (+1) recomendações para uma alimentação saudável.

Saber escolher, saber fazer e saber educar para uma alimentação saudável foram os princípios base para o desenvolvimento do conjunto de recomendações descritas neste guia, que se dirige aos pais e encarregados de educação.

Apresentam-se os grupos de alimentos que as crianças e jovens devem privilegiar nas refeições do pequeno-almoço e lanches, por serem muitas vezes os contextos propícios para hábitos alimentares desequilibrados. A importância de escolher comer bem, na quantidade certa, é também uma recomendação deste guia, já que é fundamental que crianças pequenas consumam quantidades mais pequenas. Destaca-se, ainda, o pescado, um alimento muito interessante do ponto de vista nutricional, mas pouco consumido pelos mais jovens. Por fim, reforça-se a qualidade das refeições oferecidas em meio escolar e incentiva-se as crianças a almoçarem no refeitório escolar.

Este pequeno guia reconhece, também, a difícil tarefa que é educar as crianças para uma alimentação saudável. Neste sentido, são identificadas algumas orientações e estratégias adequadas para ajudar os pais, famílias e encarregados de educação na educação alimentar das crianças. Embora a escola tenha um papel importante na educação alimentar das crianças e jovens, os bons hábitos alimentares começam em casa, em família.

Pode consultar o documento completo aqui:

Fonte: DGS - Direção-Geral da Saúde

ASAE fiscaliza comercialização de Cereja

  • Monday, 09 September 2024 10:56

Durante a época de produção e comercialização da cereja em Portugal, a ASAE procedeu à realização de várias ações de fiscalização nacionais no sentido de detetar eventuais práticas fraudulentas, com especial destaque para o uso de denominações de origem ou indicações geográficas protegidas (DOP/ IGP) e para a indicação de origem Portugal, em cerejas provenientes de outros países e regiões não protegidas.

Assim, foram fiscalizados 112 operadores económicos, desde armazenistas, embaladores e retalhistas, tendo sido instaurados 9 processos-crime por fraude sobre mercadorias e uso ilegal de denominação de origem ou indicação geográfica protegida e 15 processos de contraordenação destacando-se como principais infrações, o incumprimento dos requisitos de rotulagem e rastreabilidade, quanto à origem do produto.
 
As operações da ASAE contribuíram para a defesa da origem da cereja portuguesa como relevante produto nacional e a garantia de informação adequada disponível ao consumidor, bem como da proteção dos produtores nacionais.

 
Fonte: ASAE

A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) anunciou hoje a existência 347 casos registados de doença hemorrágica epizoótica em 171 exploração de gado e o registo de 18 animais mortos em todos país, desde 17 julho.

De acordo com o último relatório da DGAV emitido na quinta-feira, a região mais afetada é o Norte, com destaque para o distrito de Bragança, que contabiliza 121 explorações afetadas, 288 animais contaminados pela doença hemorrágica epizoótica (DHE) e 18 mortes registadas, onde sobressaem os concelhos de Vinhais, Bragança e Miranda do Douro.

O primeiro foco de DHE referente a 2024, foi detetado no concelho de Vinhais, no distrito de Bragança, em 17 de julho.

Segue-se o distrito de Vila Real com 20 explorações com casos positivos para DHE e 22 bovinos afetados, com destaque para os concelhos de Boticas, Mondim de Basto, Montalegre, Valpaços, Vila Pouca de Aguiar e Vila Real

Já o distrito de Braga apresenta 18 explorações afetadas e 22 casos. Viana do Castelo tem cinco explorações afetadas com um total de cinco casos positivos para DHE.

Também no distrito de Leiria foi registada a morte de uma vaca contaminada com o vírus da DHE.

No distrito de Bragança há ainda uma exploração de veados afetada, com o registo de três animais contaminados, visto que a DHE também ataca os cervídeos.

O relatório de casos de infeção ou morte por DHE é atualizado todas as semanas, por norma no último dia útil.

Em declarações à Lusa, a diretora-geral de Alimentação e Veterinária, Susana Pombo, disse que a DHE apareceu pela primeira vez em 2023 e como é transmitida por um vetor [mosquito] está muito associada às altas temperaturas que se têm feito sentir.

“Este ano temos uma situação [epidemiológica] diferente, relativamente ao ano passado porque a indústria farmacêutica disponibiliza uma vacina autorizada pela DGAV para utilização temporária pelo prazo de um ano, cuja data de comercialização teve início na passada quinta-feira” 05 de setembro, indicou.

Susana Pombo acrescentou ainda que a DGAV já atualizou o seu Edital, sendo que “esta vacina é de aplicação voluntária por parte dos produtores pecuários. A vacina está disponível nos distribuidores nacionais”.

A responsável pela DGAV disse ainda que “qualquer médico veterinário com cédula profissional ativa pode prescrever a vacina contra a DHE e de acordo com as condições sanitárias que apresentem, entenda que os animais possam ser mais protegidos”.

Susana Pombo apelou ainda à utilização de desinsetização já que o veículo transmissível da doença é um mosquito.

“Os animais devem ser vistos todos os dias, porque a doença tem tratamento, mas quanto mais depressa se atuar melhor”, vincou.

A responsável alertou ainda que a DHE só afeta animais e não é transmissível a humanos, sendo “importante que as pessoas tenham essa noção”.

“Atualmente a vacina existente está rotulada em espanhol, mas o próximo lote a chegar a Portugal, e que será brevemente, já virá rotulado em português”, disse.

A DGAV informou ainda através de Edital que os animais com sinais clínicos de DHE não podem ser movimentados.

Os principais sintomas da DHE registados nos bovinos são coxeia, falta de apetite e úlceras na boca, uma situação que provoca a degradação do estado de saúde dos bovinos, que os pode “levar à morte”, indicou à Lusa o secretário técnico da Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa, Válter Raposo.

Este responsável já havia alertado na quinta-feira para o regresso do vírus DHE ao Nordeste Transmontano, estando a afetar animais e a deixar os produtores apreensivos.

Válter Raposo acrescentou que se previa “uma certa imunidade”, mas há animais que estão a repetir a doença pelo segundo ano consecutivo.

“Provavelmente há uma estirpe diferente deste vírus hemorrágico.”, disse.

A DHE é uma doença de etiologia viral que afeta os ruminantes, em especial os bovinos e os cervídeos selvagens, com transmissão vetorial (por mosquito), que está incluída na lista de doenças de declaração obrigatória da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA).

Fonte: Agroportal