“O maior impacto sentido no mercado nacional resulta do efeito indireto por vezes provocado pela quebra de produção nos mercados internacionais e em particular em Espanha, onde, nos últimos meses, vários focos de infeção foram detetados, levando ao abate de centenas de milhares de galinhas poedeiras, com impacto no setor dos ovos”, diz ao ECO Pedro Raposo Ribeiro, secretário-geral da Federação Portuguesa das Associações Avícolas (Fepasa).
Pedro Raposo Ribeiro exemplifica que, “caso continuem a verificar-se casos em Espanha que conduzam ao abate de mais galinhas poedeiras, poderá registar-se uma pressão sobre oferta com uma ligeira subida de preços, essencialmente na época festiva de Natal, em que a procura de ovos tradicionalmente aumenta”.
No caso da carne, o secretário-geral da Federação Portuguesa das Associações Avícola assegura que, “para já, não são notadas pressões significativas devendo a oferta e os preços manter-se estáveis”, justificando que os “casos de gripe aviária têm sido em galinhas poedeiras”. Pedro Ribeiro recorda que no “caso do frango, não há casos de gripe aviária em Portugal há quase dois anos”.
A única exceção foi uma grande exploração comercial de patos que foi afetada pela gripe aviária em setembro na margem sul do Tejo. Os animais tiveram que ser abatidos e isso teve alguma repercussão na produção nacional. “Este ano e até ao momento, apenas o setor da produção de carne de pato foi afetado significativamente, prevendo-se uma queda de 8 a 10% na produção nacional em 2025”, diz o dirigente.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Sapo
A recente decisão conjunta dos Estados-Membros da União Europeia de reconhecer oficialmente as algas como recurso estratégico para as transições verde e azul representa um momento decisivo para o sector. O anúncio, feito durante o EU Algae Awareness Summit, reforça a importância económica, ambiental e tecnológica deste recurso, abrindo caminho a políticas mais robustas de apoio ao seu desenvolvimento no espaço europeu.
Em Portugal, a PROALGA – Associação Portuguesa dos Produtores de Algas considera que esta decisão cria uma oportunidade única para o país assumir um papel de liderança a nível europeu.
“Portugal tem todos os ingredientes para se tornar líder europeu na produção de algas: conhecimento especializado, empresas de referência e condições naturais excecionais. O passo seguinte é garantir que a produção nacional seja protegida e valorizada, permitindo competir de forma justa nos mercados europeu e internacional”, sublinha Federico Velge, presidente da PROALGA.
Apesar do reconhecimento europeu e do potencial demonstrado, os produtores portugueses enfrentam desafios significativos. O mais crítico é a concorrência de biomassa proveniente de países terceiros, muitas vezes vendida a preços inferiores aos custos de produção na União Europeia. A ausência de rotulagem obrigatória que distinga a origem das algas dificulta ainda mais a capacidade de os consumidores e distribuidores valorizarem os produtos nacionais.
Além das questões de mercado, o sector enfrenta também processos de licenciamento complexos e imprevisíveis, que atrasam investimentos e limitam a expansão de novas unidades de produção.
A PROALGA identifica três áreas prioritárias para que Portugal capitalize o impulso político dado pela União Europeia:
“Este reconhecimento europeu não pode passar despercebido; é um sinal político inequívoco. O próximo passo é que Portugal atue, garantindo que o potencial do sector se transforme em emprego, inovação e valor económico para o país”, reforça Federico Velge.
As algas são apontadas pela UE como um recurso essencial para múltiplos sectores: sustentabilidade alimentar, biotecnologia, cosmética, agricultura regenerativa e descarbonização. O seu papel na economia azul e na transição ecológica é crescente, e países com condições costeiras privilegiadas – como Portugal – encontram-se bem posicionados para liderar esta nova fronteira económica.
A PROALGA alerta, contudo, que esta janela de oportunidade não será eterna. Sem medidas rápidas e eficazes, o sector poderá continuar a perder competitividade face a mercados externos. Para a associação, a decisão da UE é apenas o ponto de partida. O próximo movimento tem de ser nacional – e decisivo
Fonte: Grande Consumo
A União Europeia (UE) está a reduzir o orçamento da sua política agrícola, ao mesmo tempo que, alegadamente, permite que países com regras menos rigorosas vendam os seus produtos no mercado único. Qual é a situação real? A equipa de verificação de dados da Euranet Plus avaliou o que tem sido dito sobre o tema.
A equipa de verificação de dados da Euranet Plus - rede europeia de rádios de que a Renascença faz parte - conclui que o apoio e a atenção que a União Europeia dá, atualmente, à agricultura tem estado na origem de desinformação e de informações erradas nas redes sociais, alimentando a desconfiança em relação aos organismos europeus. No seu mais recente relatório, analisa o que tem sido publicado sobre o tema e sinaliza que a agricultura continua a ser uma aposta da UE, com fundos a serem disponibilizados aos produtores e com medidas para simplificar o acesso aos mesmos. No entanto, mantém-se em queda o valor que é atribuído pelas instâncias europeias ao setor.
O orçamento de longo prazo do bloco para o período entre 2028 e 2034, proposto pela Comissão Europeia e que está a ser debatido no Parlamento Europeu e pelos ministros da Agricultura e Pescas, é anunciado como o maior de sempre, no entanto, a proporção destinada especificamente à produção agrícola é a menor em décadas.
O relatório da Euranet Plus destaca que o "Quadro Financeiro Plurianual (QFP) proposto para 2028-2034 tem um orçamento total de quase 2 biliões de euros, o que representa um aumento em relação aos 1,2 biliões atribuídos no período 2021-2027", ainda em curso.
Desta verba, cerca de 300 mil milhões de euros são destinados à Política Agrícola Comum (PAC), o que "representa uma diminuição em relação aos 387 mil milhões de euros do período anterior". A Euranet Plus conclui que segue, assim, "uma tendência de diminuição das despesas da PAC", embora, para além do financiamento da política agrícola, proponha também uma rede de segurança no valor de 6,3 mil milhões de euros (900 milhões de euros por ano), destinada a fazer face a crises de mercado, incluindo perdas causadas por pragas e doenças animais.
Neste QFP, Portugal recebe 33,5 mil milhões de euros, incluindo para a coesão e agricultura, no âmbito do plano de parceria nacional e regional ao abrigo do novo orçamento. Deste montante, o Executivo comunitário sugere alocar aproximadamente 7,4 mil milhões de euros para a PAC em Portugal e 143 milhões de euros para as pescas.
Apesar de a agricultura ter tido um papel cada vez menos importante na economia europeia nos últimos 30 anos, a equipa de verificação de dados da Euranet Plus recusa que o setor esteja a ser esquecido pela UE, até porque, para além do esforço para simplificar a forma como os agricultores são compensados e podem concorrer a esses apoios, o setor "continua a ser uma força estável, contribuindo com 1,3% para o Produto Interno Bruto da UE em 2024". Sete países – França, Alemanha, Itália, Espanha, Países Baixos, Polónia e Roménia – foram responsáveis por três quartos (76,5%) do valor total estimado da produção agrícola do mercado comum no ano passado.
Acordo com o Mercosul: oportunidade ou risco?
Entretanto, o projeto de acordo UE-Mercosul, entre o bloco europeu e a Argentina, o Brasil, o Paraguai e o Uruguai, tem alimentado receios de que possa prejudicar os agricultores do velho continente, uma vez que terão de competir com importações sujeitas a padrões e custos mais baixos. No entanto, a equipa de verificação de dados da Euranet Plus lembra que um acordo semelhante celebrado com o Canadá em 2017 não teve impactos negativos nos mercados europeus de carne bovina, com as importações a respeitarem uma quota de 3%, segundo o Centro Europeu de Economia Política Internacional.
No relatório de novembro, a equipa da Euranet Plus escreve que o acordo especifica que "as empresas da UE deverão poupar 4 mil milhões de euros em direitos de exportação por ano", além de que "os exportadores do Mercosul terão de cumprir rigorosamente as normas de saúde e segurança alimentar para aceder ao mercado da UE".
As previsões apontam para que o entendimento com estes países "possa aumentar as exportações anuais da UE para o Mercosul em até 39%, apoiando mais de 440 mil postos de trabalho em toda a Europa". Já as exportações meramente agroalimentares da UE para o Mercosul poderão crescer "quase 50%, através da redução das tarifas sobre produtos essenciais como o vinho e as bebidas espirituosas, o chocolate e o azeite".
Mesmo assim, a equipa de fact-checking da rede europeia de rádios de que a Renascença é parceira, lembra que "durante os protestos dos agricultores em 2024, o Observatório Europeu de Media Digital constatou um aumento da desinformação sobre o assunto, exagerando o apoio recebido pelos agricultores, exacerbando sentimentos negativos em relação às instituições da UE e espalhando narrativas falsas sobre alimentos".
Perigos identificados
No entanto, há riscos identificados por organizações credíveis. Embora muitos especialistas afirmem que a UE tem muito a ganhar com acordos comerciais como o Mercosul, o grupo de reflexão Atlantic Council alertou que a polarização política em cada país pode ofuscar os ganhos económicos. Já a Confederação Europeia dos Sindicatos defende que o acordo carece de proteções para os trabalhadores e não oferece qualquer cláusula laboral aplicável ou sanções para as empresas que violam os direitos dos trabalhadores. Por último, a Organização Europeia dos Consumidores sublinha que estes também estão em risco, uma vez que o acordo permite a importação de alimentos que não cumprem totalmente as normas da UE em matéria de ambiente, segurança alimentar e bem-estar animal.
Fonte: Rádio Renascença
Investigadores da Universidade Estadual de Ohio descobriram uma nova maneira de inibir as bactérias que causam doenças transmitidas por alimentos.
Os investigadores descobriram que péptidos antimicrobianos derivados de bactérias probióticas podem inibir as bactérias mais comuns encontradas em frangos. Os ensaios mostraram que os péptidos poderiam ser usados em ração comercial. Péptidos são cadeias curtas de aminoácidos que são os blocos de construção das proteínas.
De acordo com o relatório de pesquisa, os péptidos podem fornecer uma abordagem alternativa aos antibióticos para o controlo de Salmonella em frangos e produtos derivados de frango, que são o principal veículo de infecção por Salmonella em humanos.
Num artigo publicado na revista Microbiology Spectrum, os investigadores relataram que três pequenos péptidos derivados de Lactobacillus rhamnosus GG inibiram o crescimento dos sorovares Typhimurium e Enteritidis de Salmonella — os principais sorovares de Salmonella isolados em infecções humanas — numa série de ensaios laboratoriais. Eles também inibiram o crescimento de outros sorovares frequentemente encontrados em infecções por Salmonella de origem alimentar.
Os investigadores testaram a eficácia dos péptidos num lote de galinhas poedeiras infectadas com Salmonella Typhimurium. Eles descobriram que dois dos péptidos reduziram a colonização intestinal sete dias após a infecção, sem efeitos adversos na microbiota intestinal. Os péptidos também não foram afetados pela exposição ao calor e pelo tratamento com protease, uma descoberta que sugere que eles poderiam ser potencialmente incorporados à ração comercial.
Frangos e perus são frequentemente colonizados por Salmonella sem apresentarem sintomas detectáveis, mas as pessoas podem adoecer se consumirem produtos de aves mal cozidos e contaminados com a bactéria. As pessoas também podem adoecer por contaminação cruzada em superfícies de preparo de alimentos quando as aves são lavadas antes do cozimento.
“Identificamos dois péptidos antimicrobianos que matam muitos tipos diferentes de Salmonella e também reduzem a carga de Salmonella em frangos”, disse o autor correspondente do estudo, Gireesh Rajashekara, PhD, num comunicado da editora da revista, a Sociedade Americana de Microbiologia.
“Este estudo poderá fornecer uma estrutura para o desenvolvimento e utilização de péptidos antimicrobianos no controlo de Salmonella em frangos, promovendo assim a segurança alimentar e a saúde pública.”
Fonte: Food Safety News
Um novo estudo da Universidade de Flinders, na Austrália, conduzido em pomares de maçã nos Adelaide Hills, concluiu que as diferenças entre sistemas de agricultura orgânica e métodos convencionais são muito menores do que o esperado.
“Este estudo desafia a ideia de que as diferenças entre os métodos convencionais e os orgânicos de produção em pomares de maçãs são relevantes na saúde do solo, já que encontrámos uma elevada semelhança em indicadores-chave”, afirmou Kate Matthews, da Universidade de Flinders e autora principal do estudo
Embora várias investigações anteriores tenham mostrado que a agricultura orgânica pode aumentar a biodiversidade do solo, os resultados agora obtidos não confirmam essa tendência.
O estudo, realizado em 2023, analisou os solos de pomares orgânicos e convencionais e comparou-os com áreas de vegetação nativa próximas.
“Curiosamente, a biologia do solo nos locais orgânicos apresentou maior semelhança com os pomares convencionais do que com as áreas de vegetação nativa”, explicou a investigadora.
Apesar das diferenças esperadas, como o uso de pesticidas sintéticos, os pomares orgânicos e convencionais partilhavam muitas práticas semelhantes, concluiu a cientista.
“Encontrámos muitas semelhanças nas práticas de gestão entre os pomares orgânicos e convencionais, com vários produtores convencionais a adotar métodos normalmente associados à agricultura orgânica ou regenerativa, como o uso de adubos verdes e a aplicação de cobertura morta (mulching)”, afirmou Matthews, sublinhando que “isso pode explicar porque não detetámos diferenças significativas nos principais indicadores de saúde do solo entre os dois tipos de gestão”.
A análise físico-química e microbiana dos solos mostrou que tanto os pomares convencionais como os orgânicos apresentavam comunidades microbianas distintas das áreas de ecossistema nativo, indicando que a própria atividade agrícola tem um impacto profundo no equilíbrio natural do solo.
As diferenças entre pomares orgânicos e convencionais foram inconsistentes, sugerindo que a variabilidade decorre mais das práticas específicas de cada exploração do que do tipo de certificação agrícola.
O estudo reforçou ainda a importância de repensar as estratégias de sustentabilidade agrícola, defendendo uma intensificação ecológica baseada em práticas específicas e mensuráveis, em vez de classificações genéricas como “orgânico” ou “convencional”.
Segundo os autores, compreender o efeito de práticas individuais sobre a biologia do solo poderá ajudar produtores a adotar métodos mais eficazes de regeneração e conservação ambiental, promovendo uma agricultura realmente sustentável e adaptada a cada contexto local.
O estudo “Comparing apples and apples: evaluating the impact of conventional and organic management on the soil microbial communities of apple orchards” foi publicado na revista Applied Soil Ecology.
Fonte: Agroportal
A Saúde Pública numa situação de Bioterrorimo Alimentar exige o estabelecimento de sistemas de vigilância e de mecanismos de resposta, e constituem-se como uma preocupação dos órgãos do Estado e da sociedade em geral. Esta situação apela à necessidade de criar canais de comunicação e sistemas de coordenação.
Os sistemas de fornecimento alimentares tornaram-se mais complexos e mais extensos atingindo em muitos casos a escala global. As mudanças na produção, processamento, distribuição e venda de alimentos ocorrem num contexto de crescente expansão do comércio internacional, aumento do número de viajantes e alterações nas preferências dos consumidores. Ao longo das cadeias logísticas alimentares “do prado ao prato” e no fornecimento de água são identificáveis pontos de vulnerabilidade que permitem que os alimentos e a água possam ser corrompidos por via acidental ou intencional.
Devido à enorme multiplicidade de perigos alimentares existentes, a prevenção de cada um de forma individual não é viável, existindo a necessidade de desenvolver sistemas de resposta que incluam mecanismos de vigilância. Os perigos biológicos representam uma ameaça singular: invisível, silenciosa e potencialmente devastadora. O combate a essa ameaça exige um esforço coordenado entre países, com investimento em investigação, sistemas de alerta precoce, formação de profissionais de saúde e campanhas de sensibilização pública.
Entre as ameaças emergentes, o bioterrorismo destaca-se como uma preocupação global. Apesar do seu potencial devastador, a concretização de um ataque biológico com um número significativo de vítimas continua a ser tecnicamente desafiadora. Além dos desafios técnicos, a maioria das organizações terroristas não sobrevive tempo suficiente para alcançar um nível avançado de armamento não convencional.
Embora ataques bioterroristas de larga escala exijam sofisticação tecnológica além das capacidades da maioria das organizações terroristas, ataques de pequena e média escala são mais prováveis e representam uma preocupação real. A contaminação de alimentos e água é uma das estratégias mais eficazes, dada a facilidade de disseminação e o potencial de atingir grandes populações rapidamente. Além disso, a alta rotatividade de trabalhadores no setor alimentar aumenta a vulnerabilidade a entrada de indivíduos mal-intencionados, que podem explorar fragilidades nos processos de produção e distribuição.
A biotecnologia moderna introduz novos desafios à biossegurança, especialmente devido a três fatores interligados: a globalização e o comércio internacional, que dificultam o controlo de equipamentos de uso duplo; o amplo acesso a informação científica, permitindo que conhecimento antes restrito circule livremente; e a formação crescente de profissionais qualificados, ampliando as aplicações pacíficas, mas também aumentando o risco de usos ilícitos.
A biologia sintética levanta preocupações adicionais, pois permite a recriação de agentes biológicos sem a necessidade de acesso a amostras originais, agravando os riscos de proliferação biológica digital e dificultando a vigilância epidemiológica. Diante desse cenário, a evolução tecnológica, aliada às vulnerabilidades existentes, exige regulamentação rigorosa, vigilância contínua e estratégias robustas de segurança para mitigar potenciais ameaças à saúde pública e à segurança nacional. (...)
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: TecnoAlimentar
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), realizou uma operação de fiscalização através da Brigada Especializada de Práticas Fraudulentas da Unidade Regional do Norte, no combate às práticas fraudulentas de vinhos com Denominação de Origem Protegida (DOP), Denominação de Origem Controlada (DOC) e Indicação Geográfica Protegida (IGP), no concelho de Vila Real.
A operação teve como foco a salvaguarda da autenticidade e da qualidade dos vinhos da Região, assegurando o rigor em todas as fases da produção, embalamento, distribuição e comercialização, garantindo que os produtos respeitem as origens geográficas declaradas.
Durante a operação que foi realizada numa unidade de engarrafamento, comercialização e exportação de vinhos, foi detetada uma parede dissimulada e falsa que escondia uma zona onde era efetuado o engarrafamento e distribuição de vinhos DOC Douro, e onde estavam armazenadas garrafas de vinho preparadas para serem rotuladas ilegalmente.
A unidade ilegal foi desmantelada e foram apreendidas 1 326 garrafas de vinho para serem indevidamente rotuladas como vinhos reserva DOC Douro e 12.000 rótulos com indicação de reserva DOC Douro.
Rua Rodrigo da Fonseca, nº 73 - 1269-274 Lisboa | Tel.: 217 983 600 I www.asae.gov.pt
Foi ainda instaurado um processo-crime pela prática do crime de usurpação de denominação de origem.
Os factos foram comunicados ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), tendo a operação contado com o apoio técnico do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, I.P. (IVDP) sobre a origem dos vinhos.
Fonte: ASAE
O Instituto Superior de Agronomia (ISA) da Universidade de Lisboa foi o coordenador do projeto NOTS – Nitro Organic to Soils, que visou reforçar a sustentabilidade do setor agrícola através da melhoria da qualidade dos solos e de uma gestão mais eficiente dos nutrientes, com destaque para o azoto.
De acordo com a comunicação, a iniciativa procurou promover a transformação dos sistemas agrícolas e alimentares, incentivando práticas de produção e padrões de consumo mais sustentáveis, alinhados com os desafios climáticos e ambientais atuais.
O projeto, financiado pelo Programa de Recuperação e Resiliência (PRR), que decorreu entre 2022 e 2025, foi desenvolvido em cinco zonas de baixa densidade e desfavorecidas de Portugal no continente (Beja, Évora, Leiria e Santarém) e na Região Autónoma dos Açores (Ilha Terceira), tendo como ponto de partida a valorização das leguminosas enquanto estratégia para aumentar a eficiência do uso do azoto e promover o sequestro de carbono nos solos agrícolas.
A iniciativa centrou-se em regiões de média e grande produção agrícola, particularmente vulneráveis aos impactos das alterações climáticas, marcadas por um clima mediterrânico, pela redução gradual da precipitação e pela consequente perda de matéria orgânica nos solos.
Para Cláudia Marques-dos-Santos, coordenadora do NOTS-Nitro Organic To Soils: “a sustentabilidade da agricultura portuguesa e europeia enfrenta um desafio duplo: a adaptação e a mitigação das alterações climáticas, através da melhoria da gestão dos nutrientes e da reversão da degradação dos solos”.
E continua: “foi para endereçar esta complexa matriz de desafios que o projeto NOTS foi concebido. O consórcio, de 26 entidades, propôs-se a desenvolver novos modelos de produção de baixa Pegada de Azoto, fundamentados na redução dessa pegada, aumentando o sequestro de carbono e otimizando a ciclagem do azoto e dos outros nutrientes no sistema solo-planta-atmosfera”.
A metodologia do projeto NOTS baseou-se num trabalho de campo intensivo, com vertente científica e demonstrativa. As equipas percorreram mais de 11 mil quilómetros, do norte ao sul de Portugal Continental e nos Açores, para implementar e monitorizar uma ampla rede de ensaios agrícolas.
Nessas áreas, foram testadas diferentes práticas de produção, incluindo a introdução de leguminosas em rotação com monoculturas intensivas, tais como o milho e o tomate de indústria, e a sementeira de pastagens biodiversas, destinadas a enriquecer os sistemas agrossilvopastoris e a promover maior resiliência dos solos.
De acordo com a comunicação, foram também realizadas ações de monitorização, com a recolha de mais de 500 amostras de solo submetidas a análises laboratoriais destinadas a avaliar a evolução da matéria orgânica, do azoto total e de outros nutrientes essenciais à produtividade e sustentabilidade dos ecossistemas agrícolas.
Em paralelo, um levantamento florístico identificou mais de 100 espécies de plantas, permitindo caracterizar a biodiversidade das pastagens e compreender melhor o papel destas comunidades vegetais na regeneração do solo.
O projeto apostou na sensibilização da sociedade, promovendo iniciativas de comunicação que aproximaram a agronomia da saúde pública e da consciência ambiental.
A comunicação enfatiza ainda que o projeto NOTS acrescentou valor à produção agrícola nacional ao integrar leguminosas em diversos sistemas de cultivo, ao promover o uso de pastagens biodiversas e ao valorizar as leguminosas como base de uma alimentação mais saudável, alinhada com os princípios da dieta mediterrânica.
A iniciativa teve também como objetivo o desenvolvimento de sistemas de produção mais resilientes. Após a sua conclusão, os resultados confirmam que a integração de leguminosas nas rotações agrícolas, a sua utilização como cobertura em culturas permanentes e a melhoria de pastagens em sistemas agrossilvopastoris trazem benefícios significativos.
Nos campos de ensaio, verificou-se que esta prática, aliada à aplicação de resíduos orgânicos, originou aumentos médios de 70% a 80% no azoto total e de 30% a 40% na matéria orgânica do solo na camada arável, contribuindo para a regeneração e sustentabilidade da base produtiva agrícola.
O consórcio integrou a Universidade dos Açores (UAc), o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV – Polo de Inovação de Elvas), o Centro de Competências para o Tomate Indústria (CCTI), a Associação de Agricultores do Baixo Alentejo (AABA), a empresa de nutricionismo Nutrialma e vinte produtores e empresas agrícolas portuguesas.
Fonte: Agroportal
Chama-se “EucaBio” e é uma solução verde à base de folhas de eucalipto que pode ajudar os produtores de tomate, pimento e couve no combate a doenças bacterianas responsáveis por perdas significativas de produtividade.
O biopesticida foi desenvolvido por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP) e do GreenUPorto – Centro de Investigação em Produção Agroalimentar Sustentável, no âmbito do projeto GreenCide. O EucaBio encontra-se entre os 50 finalistas do EIT Food Seedbed Incubator 2025, um programa europeu que apoia soluções alimentares sustentáveis e tecnológicas.
De acordo com a comunicação, após os resultados promissores obtidos em laboratório, os cientistas da FCUP estão agora a testar o EucaBio em condições reais de campo, em colaboração com vários produtores, para validar o potencial deste biopesticida com elevada ação bactericida contra patógenos agrícolas.
Segundo atesta Cristiano Soares, um dos mentores do projeto, verificou-se que, “com uma única aplicação do EucaBio, foi possível reduzir substancialmente a severidade da doença”. E continua: “as plantas adquiriram uma resposta de defesa muito mais eficaz, que resulta numa maior resistência ao agente patogénico”.
Através de um financiamento concedido por um programa europeu, a equipa do GreenCide tem marcado presença, nos últimos meses, em diversas feiras agrícolas em Portugal com o objetivo de promover esta solução inovadora e maximizar a interação com a indústria.
“O nosso produto tem despertado grande interesse entre os agricultores, que relatam já ter sido forçados a eliminar produções inteiras por falta de alternativas eficazes”, avança o investigador.
Graças a esta participação, a equipa estabeleceu novas parcerias com produtores dispostos a testar o EucaBio em condições reais de campo e de estufa, “um passo determinante para o futuro do EucaBio”, lê-se na comunicação.
O desenvolvimento deste e de outros produtos bioativos à base de eucalipto teve origem no projeto de investigação PEST(bio)CIDE, financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) e realizado entre 2020 e 2023. O estudo focou-se nas propriedades herbicidas dos extratos de eucalipto para o controlo de ervas daninhas, responsáveis por elevados prejuízos na agricultura.
Fonte: Vida Rural
A União Europeia (UE) emitiu uma alerta alimentar classificado como “grave” devido a níveis excessivos de nitratos em espinafres frescos de origem espanhola, um produto presente diariamente na alimentação de muitas famílias.
Neste caso específico, o alerta alimentar trata-se de uma remessa de espinafres que, à primeira vista, parecia perfeitamente normal, mas que acabou por revelar concentrações muito acima do limite considerado seguro pelas autoridades europeias.
De acordo com o Sistema de Alertas Rápidos para Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF), foi registada uma notificação recente depois de detetados valores anómalos de nitratos nesta verdura.
Alerta partiu dos Países Baixos
De acordo com o jornal espanhol El Correo, foi nos Países Baixos que o problema foi inicialmente identificado, quando as autoridades analisaram espinafres frescos provenientes de Espanha e reportaram a situação ao RASFF a 11 de novembro.
O relatório divulgado não inclui detalhes sobre o lote concreto em causa, mas confirma que o produto suspeito já foi retirado do mercado, em conformidade com os procedimentos de segurança alimentar.
Antes dessa decisão, várias amostras foram sujeitas a análises laboratoriais, que revelaram um valor de 7 900 mg/kg de nitratos, mais do dobro do limite máximo permitido pela legislação europeia, fixado em 3 500 mg/kg.
Nitratos: quando o excesso é perigoso
Os nitratos estão naturalmente presentes em muitos alimentos frescos, sobretudo em hortícolas de folha verde, mas também podem resultar da utilização de fertilizantes nas culturas agrícolas.
Em condições normais, a sua presença é considerada tolerável, porém concentrações muito elevadas podem representar um risco acrescido para a saúde humana.
A Agência para Substâncias Tóxicas e Registo de Doenças (ATSDR), ligada ao governo dos Estados Unidos, sublinha que os efeitos dependem da dose, da duração e do tipo de exposição a estas substâncias.
Entre as possíveis consequências de uma ingestão excessiva de nitratos, a ATSDR aponta problemas ao nível do estômago, maior probabilidade de hipertensão e um aumento do risco de determinadas doenças cardíacas.
Perante situações deste tipo, os mecanismos europeus de controlo são ativados para impedir que alimentos potencialmente perigosos continuem a circular no mercado interno.
Quando um Estado-Membro deteta um problema relevante, como agora aconteceu com estas espinafres de origem espanhola, notifica o RASFF, que alerta de imediato os restantes países para adotarem medidas de prevenção ou retirada.
Este sistema de partilha rápida de informação permite que produtos com níveis de contaminação acima do permitido sejam identificados e bloqueados num curto espaço de tempo, reduzindo a exposição dos consumidores.
De acordo com o El Correo, e apesar de o lote suspeito já ter sido retirado, o caso funciona como lembrete da importância de seguir as recomendações das autoridades de segurança alimentar e de manter cuidados básicos de higiene na preparação de vegetais frescos.
Fonte: Postal.pt
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