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Quase três quartos dos portugueses (74%) dizem-se interessados pela segurança alimentar e 56% partem do princípio que os alimentos à venda são seguros, de acordo com um inquérito Eurobarómetro hoje divulgado.

Segundo os dados do inquérito especial sobre segurança alimentar, a média da União Europeia (UE) sobre o interesse no tema foi de 72% e, no que respeita à confiança nos produtos no mercado, Portugal só é ultrapassado pela Suécia (61%), estando muito acima da média neste ponto (UE 41%).

O custo é, por outro lado, o fator que mais influencia a decisão dos portugueses quando compram alimentos, com 68% dos inquiridos a escolherem essa opção, acima dos 60% na média da UE, o quinto valor mais elevado e com a opção do preço (podiam ser escolhidas três, incluindo sabor, origem, segurança e conteúdo nutricional) a ser a mais selecionada em 20 dos 27 Estados-membros.

Questionados sobre os principais riscos que associam aos alimentos, os portugueses optaram maioritariamente (34%) pela presença de contaminantes químicos (UE 28%).

Em linha com esta resposta, sobre que tópicos relacionados com segurança alimentar mais os preocupa, 72% dos inquiridos em Portugal selecionaram resíduos de pesticidas na comida, enquanto 71% da média da UE optaram por aditivos como cor, sabor e conservantes.

A presença de pesticidas nos alimentos é a principal preocupação dos portugueses (52%, UE 39%) e a primeira opção para comer melhor é a da redução das gorduras (57%), enquanto na UE (53%) de consumir mais frutas e legumes.

Os inquiridos em Portugal (85%, UE 89%) concordam ainda que os aspetos ambientais têm impacto na saúde e 83% (UE 86%) preocupam-se com as consequências dos estados das colheitas.

O bem-estar animal é um fator com impacto na saúde humana para 85% dos inquiridos em Portugal (UE 79%).

Por outro lado, a principal fonte de informação em Portugal sobre questões de segurança alimentar é a televisão (75%, UE 55%), sendo esta a taxa mais alta entre os 27 Estados-membros.

Portugal está ainda em segundo lugar na confiança em médicos como fonte segura da informação sobre riscos alimentares (95%, a par da Espanha e Suécia, ultrapassado pela Finlândia, com a Roménia a apresentar a menor taxa (76%) e a média da UE a situar-se nos 90%.

Uma maioria de 91% dos portugueses (UE 84%) confia também em investigadores públicos e universitários e 87% (UE 82%) em informação das organizações de consumidores.

Os agricultores são confiáveis para 92% dos inquiridos em Portugal (a segunda maior percentagem depois dos 94% da Finlândia), dez pontos percentuais acima da média europeia.

As autoridades nacionais são consideradas fidedignas para 87% dos inquiridos (UE 70%) e as europeias por outro tanto (UE 69%).

Em Portugal foram feitas 1037 entrevistas foram realizadas entre 26 de março e 16 de abril.

A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) publica o inquérito sobre segurança alimentar a cada três anos.

Fonte: Agroportal

Uma investigação conduzida pelo Centro Comum de Investigação (JRC) da Comissão Europeia revelou um cenário preocupante no mercado europeu de especiarias: mais de dois terços da canela à venda nos retalhistas da UE apresentam sinais de fraude, incumprimento da legislação alimentar ou potenciais riscos para a saúde. O estudo analisou 104 amostras recolhidas em 10 países da União Europeia, bem como no Reino Unido, Sérvia e Sri Lanka, e concluiu que 66% não cumpriam as normas internacionais de qualidade, infringiam a legislação comunitária ou excediam os limites legais de substâncias tóxicas.

O relatório surge no âmbito dos esforços da Comissão para combater a fraude no sector das ervas e especiarias — um mercado em forte crescimento e cada vez mais apetecível para práticas ilegais. Em 2023, a canela foi a quinta especiaria mais importada pela UE, a seguir ao gengibre, paprika, pimenta e curcuma.

Substituição e adulteração: as principais fraudes detetadas

A análise científica, baseada em quatro métodos inovadores desenvolvidos pelo JRC, foi além da já conhecida prática de substituir canela do Ceilão (Cinnamomum verum ou Cinnamomum zeylanicum Blume) — mais valiosa e aromática, originária do Sri Lanka — pela sua versão mais barata, cassia (Cinnamomum cassia ou Cinnamomum aromaticum), com sabor mais intenso e menor qualidade.

Os resultados mostram que cerca de 9% das amostras rotuladas como “Ceylon” eram, total ou parcialmente, cassia disfarçada, configurando fraude direta ao consumidor. A investigação também detetou outras formas de adulteração, como a substituição da casca — a parte tradicionalmente usada — por outras partes da árvore da canela, incluindo raízes, folhas e flores, com menor valor comercial e qualidade inferior.

Riscos à saúde: chumbo e cumarina acima dos limites

Para além da fraude comercial, o estudo revelou sérios riscos à saúde pública. Cerca de 9,6% das amostras ultrapassaram o limite legal de chumbo (2 mg/kg) definido pela legislação alimentar europeia. Mais grave ainda, 31 das amostras analisadas apresentaram níveis perigosos de cumarina, um composto natural presente na cassia que pode ser tóxico para o fígado — sobretudo em crianças — quando ingerido em grandes quantidades.

Outro dado preocupante foi a deteção de teores elevados de cinzas totais em cerca de 21% das amostras, um indicador de contaminação ou adulteração com substâncias não alimentares.

Falhas estruturais e necessidade de reforço nos controlos

O estudo salienta que as irregularidades detetadas são variadas e complexas, o que dificulta a sua deteção com métodos analíticos convencionais. Por isso, os cientistas recomendam a adoção de técnicas combinadas de rastreio e confirmação por parte dos laboratórios de controlo oficiais, para garantir análises mais precisas e eficazes.

A diversidade de práticas fraudulentas no mercado da canela mostra que não basta um único método de controlo”, refere o relatório. “É urgente desenvolver e aplicar metodologias padronizadas e reforçar a vigilância ao longo de toda a cadeia de abastecimento”.

Consumidor em risco

O crescente interesse dos consumidores europeus por produtos naturais e funcionais tem alimentado a procura de especiarias como a canela, o que, por sua vez, aumenta o risco de fraude. O facto de muitas embalagens serem rotuladas apenas como “canela” — sem especificar a origem ou variedade — facilita práticas enganosas e confunde os consumidores.

Os investigadores defendem que os resultados obtidos devem servir de base para definir novos limiares de referência para componentes específicos da canela e para estabelecer critérios claros para identificar produtos suspeitos. Tal permitiria intensificar a vigilância e permitir às autoridades atuar de forma mais eficaz.

Com a procura de canela a crescer na Europa e um histórico de adulteração difícil de detetar, o estudo do JRC é um alerta claro para produtores, distribuidores e autoridades de controlo: a fraude alimentar continua a ser um desafio significativo para a segurança dos consumidores e a integridade do mercado europeu.

A Comissão Europeia sublinha que é necessária cooperação estreita entre legisladores, laboratórios e indústria para garantir a rastreabilidade, transparência e conformidade em toda a cadeia de valor. Caso contrário, o risco de que produtos adulterados e potencialmente perigosos continuem a chegar às prateleiras europeias permanecerá elevado.

Fonte: Grande Consumo

A FAO estima que um terço do comércio de alimentos e produtos agrícolas ocorre dentro de cadeias de valor globais e atravessa pelo menos duas fronteiras. Para proteger milhares de milhões de dólares em exportações mundiais de alimentos e produtos agrícolas contra alimentos inseguros ou de baixa qualidade e a propagação de pragas e doenças, as nações comerciais contam com a implementação de normas acordadas globalmente e estabelecidas por três entidades internacionais: a Comissão do Codex Alimentarius, a Convenção Internacional de Proteção de Plantas e a Organização Mundial de Saúde Animal, conhecidas coletivamente como “as três irmãs”. Este documento examina como e por que cada uma das três irmãs monitoriza a utilização e o impacto das suas normas e quais os desafios que enfrentam na realização dessas atividades de monitorização. Também são explorados os resultados e as informações que surgiram da monitorização que melhoram a harmonização do comércio e que, em última análise, não deixarão ninguém para trás. Esta publicação defende o envolvimento dos membros na definição e implementação de normas e no apoio às atividades de monitorização que prometem melhorar o impacto das normas internacionais.

Leia o artigo completo aqui.

Fonte: FAO

 

Um lanche não faz mal a ninguém", escutamos com frequência. Mas a dose repetida de lanches, croquetes, croissants, batatas de forno, cheesecake, carregam uma generosa dose de gordura. E, como esta nunca vem só, à boleia chegam riscos para a nossa saúde.

Que levante o dedo quem nunca pediu um croissant, ou uma merendinha, crendo que com estas escolhas cortava nas gorduras que sabemos estarem, por exemplo, num queque. Na realidade, apenas nos estamos a enganar, consciente ou inconscientemente. Uma merendinha e um croissant têm muito mais gordura do que aquela de que poderíamos suspeitar.

“Importa saber que a quantidade de gordura que devemos ingerir diariamente é de cerca de 60 a 80 g, dependendo do gasto energético individual”, sublinha a nutricionista Cláudia Viegas, a quem fizemos um pedido, o cálculo da gordura “escondida” na merendinha, croissant, croquete, batatas de pacote para levar ao forno, assim como de alguns bolos.

 “Um aspeto importante a considerar é que este tipo de alimentos possui gordura saturada ou trans, que são tipos de gordura com efeitos negativos sobre a saúde, pois tendem a acumular-se e depositarem-se nos vasos sanguíneos, contribuindo para o aumento do colesterol”, refere a nutricionista.

“Outro dado relevante é que os alimentos como os que aqui encontramos, para além da gordura que contêm são, ainda, ricos em açúcar, uma combinação muito apelativa para os nossos sentidos, mas terrível nos efeitos no organismo”.

Preferencialmente, e sempre que possível, há que substituir estes alimentos por snacks nutricionalmente mais interessantes e que podem passar pela simples peça de fruta, por um húmus de grão-de-bico, chips de batata-doce assada no forno, grão-de-bico estaladiço no forno.

Eis os alimentos a evitar : lanche, croquete, croissant, batatas de pacote no forno, donuts, madalena, queque e cheesecake.

Fonte: SAPO

A segurança alimentar continua a ser uma questão crítica de saúde pública, mas ainda persistem inúmeros equívocos nas cozinhas domésticas e nas práticas de manipulação de alimentos. Microbiólogos e especialistas em segurança alimentar identificaram mitos comuns que contribuem para doenças transmitidas por alimentos evitáveis, oferecendo correções baseadas em evidências para substituir informações enganosas por recomendações com suporte científico.

Um mito comum é que lavar frango ou aves cruas remove bactérias nocivas. Na realidade, pesquisas confirmam que lavar carne crua pode espalhar patógenos como Salmonella e Campylobacter por meio de gotículas de água que contaminam pias, bancadas e utensílios próximos. A única maneira eficaz de eliminar bactérias é cozinhar as aves a uma temperatura interna de 74 °C.  

Outro equívoco generalizado é a "regra dos cinco segundos", que sugere que alimentos caídos no chão são seguros se recuperados rapidamente. Estudos demonstram que as bactérias são transferidas para os alimentos imediatamente após o contato com superfícies contaminadas, tornando essa regra cientificamente inválida. 

Muitos consumidores acreditam que sinais visuais ou olfativos indicam com segurança a deterioração dos alimentos. No entanto, bactérias patogénicas como E. coli e Listeria não alteram a aparência, o cheiro ou o sabor dos alimentos, ao contrário dos organismos deteriorantes. Confiar na avaliação sensorial é arriscado; em vez disso, especialistas enfatizam a adesão às diretrizes de refrigeração e a rejeição das sobras após 3 a 4 dias. Da mesma forma, mudanças de cor na carne não são indicadores confiáveis ​​de cozimento. O uso de um termómetro de alimentos é essencial, pois hambúrgueres podem dourar antes de atingir temperaturas internas seguras e os sumos de aves podem ficar transparentes mesmo quando malpassados. 

Outro mito perigoso envolve o descongelamento de carne congelada em temperatura ambiente. Essa prática permite que as camadas externas entrem na "zona de perigo" (4°C a 60°C), onde as bactérias se multiplicam rapidamente. Métodos seguros de descongelamento incluem refrigeração, imersão em água fria (com troca de água a cada 30 minutos) ou descongelamento por microondas. Além disso, ao contrário da crença popular, o congelamento não mata as bactérias; apenas interrompe o seu crescimento. Bactérias patogénicas podem sobreviver a temperaturas de congelação e tornam-se ativos durante o descongelamento. 

O uso de álcool em gel é frequentemente superestimado. Embora úteis na ausência de água e sabão, os desinfetantes são menos eficazes do que a lavagem tradicional das mãos com água morna e sabão por 20 segundos, que remove fisicamente gordura, sujeira e microrganismos. Da mesma forma, limpar superfícies da cozinha com panos ou esponjas sem higienizá-las não elimina bactérias patogénicas. Especialistas recomendam o uso de uma solução de água clorada (uma colher de sopa por 4,8 litros de água) ou desinfetantes adequados para a área alimentar em bancadas, especialmente após manipular carne crua. 

Muitos presumem que alimentos orgânicos ou de origem local são inerentemente mais seguros contra bactérias patogénicas. No entanto, todos os produtos, independentemente do método de cultivo, podem conter bactérias nocivas do solo, da água ou da própria manipulação. Lavar produtos frescos em água corrente e esfregar superfícies firmes com uma escova limpa é crucial. Por fim, esponjas e panos de prato são frequentemente negligenciados como fontes de contaminação cruzada. Microbiólogos recomendam aquecer esponjas molhadas no micro-ondas diariamente por 1 a 2 minutos ou substituí-las a cada 1 a 2 semanas para reduzir a carga bacteriana. 

Ao substituir esses mitos por práticas baseadas na ciência, os consumidores podem reduzir significativamente o risco de doenças transmitidas por alimentos.

Fonte: Foodpoisoning News

O café é uma das bebidas mais apreciadas no mundo todo. Parte do seu apelo se deve ao facto de ter um teor de cafeína mais alto do que a maioria das bebidas produzidas naturalmente, como chá e cacau. Neste artigo, abordaremos o processo de produção do café, da semente à sua chávena.

Plantio e fornecimento sustentável

Os grãos de café são, na verdade, sementes. Se sementes de café não processadas forem plantadas, elas podem germinar e transformar-se em pés de café. As sementes são normalmente plantadas em grandes canteiros sombreados. Após a germinação, as mudas jovens são deixadas para crescer por alguns dias antes de serem transplantadas para vasos individuais com solos cuidadosamente formulados para um crescimento ideal. Hoje, esse processo está cada vez mais vinculado aos princípios da agricultura regenerativa. Esse método de cultivo concentra-se em restaurar a saúde do solo, melhorar a biodiversidade e criar quintas de café mais resilientes diante das mudanças climáticas. Um número crescente de consumidores procura marcas que ofereçam transparência na sua cadeia de suplementos e apoiem ativamente essas práticas agrícolas éticas.

Colheita e foco na qualidade

Dependendo da variedade específica, leva aproximadamente 3 a 4 anos para que os pés de café recém-plantados produzam frutos. Os frutos, comumente chamados de cerejas, mudam de verde para vermelho vivo ou escuro. O café pode ser colhido manualmente para garantir que apenas os frutos maduros sejam colhidos. Este é um processo que exige muita mão de obra, e o foco atual em parcerias comerciais diretas garante que os produtores recebam salários justos e preços estáveis. Embora grandes propriedades rurais, em países como o Brasil, ainda dependam da colheita mecanizada, o mercado de cafés especiais é cada vez mais definido pelo método de colheita seletiva e centrado no ser humano, que garante a mais alta qualidade possível.

Processamento de cerejas: a ascensão da inovação

Após a colheita, as cerejas são processadas o mais rápido possível para evitar a deterioração. Além dos métodos tradicionais de fermentação seca e húmida, novas técnicas inovadoras de fermentação surgiram para criar perfis de sabor complexos e únicos.

  • Fermentação Anaeróbica: Um método moderno que tem ganhando força, este processo envolve a fermentação de cerejas de café em tanques selados e livres de oxigênio. Este ambiente controlado permite o desenvolvimento de sabores distintos, muitas vezes resultando em notas complexas, frutadas ou semelhantes a vinho, muito apreciadas no mercado de cafés especiais;
  • Processos Orientados por Dados: A tecnologia agora desempenha um papel fundamental. Sensores e registradores de dados são usados ​​para monitorizar parâmetros de fermentação, como temperatura, níveis de pH e teor de açúcar. Essa abordagem orientada por dados permite que os produtores garantam a consistência e experimentem perfis de sabor de forma científica e repetível.

Moagem de café e classificação com tecnologia de IA

Antes de serem levados ao mercado, os grãos de café secos são processados ​​da seguinte forma: o descasque envolve a remoção da casca seca. Após o polimento (uma etapa opcional), os grãos são selecionados e classificados com base em tamanho, peso e cor. Embora as mãos humanas ainda sejam usadas para verificações finais, a moagem em larga escala agora utiliza classificadores óticos com tecnologia de IA. Essas máquinas podem processar milhares de grãos por hora, identificando e removendo grãos defeituosos com incrível velocidade e precisão, superando em muito o que as mãos humanas podem fazer e garantindo que o produto da mais alta qualidade chegue ao mercado.

Torrefação de café: da arte à ciência

O café não torrado também é conhecido como café verde, e esses grãos contêm todos os sabores. A torrefação visa transformar o café verde nos aromáticos grãos castanhos que são comprados nas suas lojas favoritas. Hoje, o processo de torrefação foi revolucionado pela tecnologia.

  • Perfis de Torra: Torrefatores experientes utilizam perfis de torra digitais e registro de dados para garantir a consistência entre os lotes. Isso permite-lhes replicar com precisão uma torra específica para um determinado grão, garantindo as mesmas notas de sabor todas as vezes;
  • A Ascensão da Torra Clara: Houve uma mudança significativa na preferência do consumidor. As torras claras agora são valorizadas pela sua capacidade de realçar os sabores delicados, complexos e únicos do próprio grão de café, algo que os torrefatores agora conseguem alcançar com maior precisão do que nunca.

O principal objetivo da moagem é produzir o máximo de sabor numa chávena de café. O tipo de cafeteira utilizada determina o quão fina ou grossa a moagem do café deve ser. O tipo de moagem determina a rapidez com que o café liberta os seus sabores. É por isso que o café expresso é tão finamente moído. Por outro lado, o café preparado em cafeteiras com filtro é de grão grosso (moagem grosseira). 

Moagem de café e embalagens sustentáveis

O café também é agora embalado em materiais cada vez mais sustentáveis, com muitas marcas abandonando o plástico e optando por embalagens totalmente biodegradáveis ​​ou compostáveis ​​para atender à demanda dos consumidores por produtos mais ecológicos.

Conclusão

O processamento do café é um processo que exige muita mão de obra humana, mas que é cada vez mais guiado por tecnologia e dados. O setor está a evoluir para se tornar mais transparente, sustentável e capaz de produzir cafés mais diferenciados e saborosos do que nunca. Embora o processo principal, da semente à chávena, permaneça o mesmo, a inovação moderna tornou a jornada mais resiliente e o produto final mais diversificado.

Fonte: New Food

Para marcar o início do novo ano letivo, a Direção-Geral da Saúde, através do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPAS), com o apoio da Direção-Geral da Educação e da Garantia para a Infância lançam o guia “Como educar para uma alimentação saudável: Guia de boas práticas para pais e educadores”.

No presente guia identificam-se algumas estratégias e orientações de capacitação dirigidas às famílias e à comunidade educativa, que podem ser colocadas em prática tanto em casa como na escola, com o objetivo de apoiar e promover a utilização de práticas educativas que sejam promotoras de hábitos alimentares saudáveis nas crianças.

Como educar para uma alimentação saudável

Educar para uma alimentação saudável não é tarefa fácil. Os pais e famílias, bem como os educadores, professores e assistentes operacionais, têm um papel essencial na formação de hábitos alimentares saudáveis das crianças, não apenas pela oferta alimentar que promovem, mas também pela forma como interagem com as crianças no contexto da sua alimentação e pela influência exercida no ambiente alimentar que promovem, num contexto mais amplo.

As palavras importam

Quer no contexto familiar, quer na escola, o adulto deve interagir com a criança de forma afetuosa e positiva, recorrendo a uma linguagem adequada e mantendo o contacto visual. A comunicação deve ser de incentivo e centrada na criança, promovendo uma escuta ativa e reforçando a sua autonomia. Em contrapartida, deve ser evitada a linguagem coerciva ou crítica, como a pressão para comer ou a utilização da alimentação como recompensa/castigo ou para gerir emoções.

Nas conversas com as crianças sobre alimentação deve ser valorizada as suas vantagens para o crescimento, desenvolvimento e saúde, ao invés de focar a sua relação com o peso e imagem corporal. Deve também destacar-se o valor dos alimentos e não tanto dos nutrientes e calorias, e o formato de comunicação deve ser pela positiva.

Recomendações para educar para uma alimentação saudável

  • É importante promover a aceitação de alimentos, nomeadamente através da exposição repetida (10-15 vezes) aos alimentos e da exploração dos alimentos com vários sentidos (visão, olfato, tato);
  • O ambiente das refeições também conta: transforme as refeições em momentos de convívio em família, sem distrações de ecrãs e dê o exemplo, consumindo os mesmos alimentos que são oferecidos à criança;
  • A educação alimentar é uma prática diária e não pontual: a repetição do comportamento e a sua integração na rotina diária da criança promove a aquisição de hábitos alimentares saudáveis;
  • Cozinhar para aprender a gostar é uma importante estratégia educativa quando orientada para a preparação de alimentos que as crianças tendem a rejeitar, como os hortícolas;
  • O refeitório escolar é um espaço de aprendizagem: deverá ser um espaço confortável, que convida a estar e a comer sem pressa, sem pressões e com mensagens positivas.

Aceda aqui ao guia completo "Educar para uma alimentação saudável - Guia para pais e educadores".

Fonte: Nutrimento

O mercado global da panificação está a atravessar um momento de transformação, impulsionado pela procura crescente de produtos diferenciadores, funcionais e alinhados com tendências de saúde e bem-estar. De acordo com o mais recente relatório da GlobalData, baseado na análise da sua plataforma Ai Palette, seis ingredientes estão a destacar-se como motores de inovação, ao oferecer novas oportunidades de desenvolvimento de produto e fidelização do consumidor.

A investigação analisou milhares de dados de consumo e inovação em várias geografias, identificando ingredientes com elevado potencial de crescimento e envolvimento nas interações digitais e de mercado. Entre eles encontram-se o miso nos EUA, o cardamomo na Alemanha e a batata-doce roxa na Austrália, aos quais se juntam a cereja morello, o durião e o figo, todos já em fase de incorporação em receitas de padaria de nova geração.

Miso: o umami a conquistar a padaria

Tradicionalmente associado à gastronomia japonesa, o miso está a ser integrado em bolachas, pães e pastelaria, oferecendo um perfil umami inovador e diferenciador. Além de responder às tendências de saúde e bem-estar, combina bem com sabores como manteiga de noz, praliné ou butterscotch, abrindo novas possibilidades para segmentos premium.

Cereja morello: sofisticação para consumidores exigentes

Com um sabor agridoce marcante, a cereja morello destaca-se em cheesecakes, cupcakes e sobremesas elaboradas. A GlobalData identifica este ingrediente como particularmente atrativo para consumidores mais maduros (em especial a geração baby boomer), que valorizam ingredientes premium sem abdicar da relação qualidade-preço.

Cardamomo: autenticidade e intensidade aromática

Muito apreciado na confeitaria tradicional de várias culturas, o cardamomo está a ganhar força no mercado alemão. O seu perfil fresco e picante posiciona-se como resposta às exigências de autenticidade e robustez de sabor, tendência em crescimento entre consumidores europeus.

Durião: exotismo e funcionalidade

Conhecido como o 'rei dos frutos' no Sudeste Asiático, o durião (sobretudo em pó) está a ser cada vez mais incorporado em bolos e recheios na China. A sua popularidade deve-se tanto ao perfil sensorial distinto como à perceção de funcionalidade associada, tornando-se um ingrediente estratégico para marcas que procuram diferenciação.

Figo: nutrição e naturalidade

Fonte de fibras, potássio, cálcio e antioxidantes, o figo assume-se como uma opção nutritiva e versátil. Muito procurado no Médio Oriente, em especial nos Emirados Árabes Unidos, oferece propriedades funcionais de adoçante natural e retentor de humidade, melhorando a textura e o prazo de validade dos produtos de padaria.

Batata-doce roxa: cor e inovação

Conhecida como ube, esta raiz de cor intensa e sabor adocicado já é um ingrediente em ascensão na pastelaria australiana. Além do impacto visual e nutricional, apresenta grande versatilidade em bolos, tartes e pães. Apesar de ainda pouco conhecida entre consumidores globais, apresenta elevado potencial de crescimento mediante investimento em educação e marketing.

Oportunidades para a indústria

Segundo Ramsey Baghdadi, analista de consumo da GlobalData, a pressão competitiva das categorias de snacks mais saudáveis (sementes, frutos secos e cereais integrais) está a forçar a panificação tradicional a reinventar-se. Estes seis ingredientes emergentes oferecem às marcas a possibilidade de lançar produtos mais saudáveis, indulgentes e premium, alinhados com as expectativas de conveniência e inovação.

A GlobalData sublinha ainda que os fabricantes que explorarem estas tendências poderão não só diferenciar-se no mercado, mas também responder à procura por experiências sensoriais únicas, enquanto reforçam a sua credibilidade junto dos consumidores orientados para a saúde e sustentabilidade.

Fonte: iAlimentar

O presidente da Federação Nacional de Regantes, revela preocupação com a nova proposta da Comissão Europeia para a Política Agrícola Comum. Considerar uma ameaça à fragmentação do mercado europeu, criando apoios desiguais e potenciais entre Estados-membros, que podem destruir o segundo pilar da própria UE

O ministro da Agricultura considera que as  opções da Comissão Europeia em matéria de política agrícola podem destruir o mercado comum agrícola , ao permitir que os apoios aos últimos agricultores dependam dos recursos financeiros de cada Estado-membro, tal como deixou claro no último debate sobre o futuro do regadio, organizado pela Federação Nacional de Regantes (Fenareg), durante a Agroglobal, feira profissional bianual que se realiza em Santarém. Não surpreenderam a hospedagem, apenas aumentaram as suas preocupações. 

Em entrevista à  TSF , José Núncio considera uma  autêntica "facada" para a agricultura e regadio a nova proposta da Comissão Europeia  que prevê redução de doações no PEPAC e coloca responsabilidade de gestão aos Estados-membros, podendo causar conflitos entre quem recebe mais e menos e ameaçando fragmentar o mercado europeu europeu, ao criar apoios desiguais, e admitindo ainda a hipótese de poder levar à destruição de um dos pilares económicos da própria União Europeia.

Leia o artigo completo aqui .

Fonte: TSF

O desperdício alimentar continua a ser um dos maiores entraves à sustentabilidade dos sistemas agroalimentares. Em 2022, geraram-se na União Europeia (UE) 59 milhões de toneladas de desperdício alimentar, equivalentes a 131 kg por habitante.

O pescado, pela sua elevada perecibilidade, exibe taxas particularmente preocupantes de perdas ao longo da cadeia de valor. A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) estima que cerca de 35% do pescado capturado globalmente nunca chegue ao prato do consumidor. Para além de significar ineficiências económicas, este fenómeno representa emissões evitáveis de gases com efeito de estufa, desperdício de recursos marinhos limitados e perda de rendimentos ao longo da cadeia de valor.

Mesmo com esforços concertados, as perdas de pescado na UE mantêm-se elevadas. A plataforma EU Fusions indicava já em 2016 valores na ordem das 6–8% do volume colocado no mercado a nível retalhista. Entre 2007 e 2014, a compensação europeia para a retirada de peixe do mercado totalizou 51386T, equivalendo a 6432T/ano que não foram consumidas.

O relatório 2024 do World Economic Forum aponta para 23,8 milhões de toneladas de pescado comestível desperdiçado em 2021, cerca de 15% da produção global. O EUMOFA 2024 assinala que, embora o consumo médio europeu se situe nos 23,51kg/hab./ano, países como Portugal e Espanha, grandes consumidores, concentram também maiores volumes absolutos de desperdício. Em boa verdade, Portugal, país com o maior consumo per capita de pescado da UE (54,54 kg em 2022), pode estar perante uma oportunidade face ao desperdício: mesmo uma redução marginal nas perdas em etapas críticas – captura, primeira venda, transporte refrigerado ou retalho – podem vir a resultar em ganhos significativos de sustentabilidade e competitividade. 

Quando analisamos as possíveis fases onde o pescado é desperdiçado, conseguimos perceber que algumas etapas na cadeia de valor são críticas. Desde logo, a pós-captura e primeira venda podem acarretar perdas, já que, por um lado, o manuseamento a bordo por vezes é inadequado (e.g.: ausência de gelo ou atraso na evisceração acelera a ação de enzimas e proliferação de microrganismos); por outro lado, podem ocorrer descartes de espécies sem valor comercial ou abaixo do tamanho regulamentar, apesar das restrições da Política Comum das Pescas. Já nas fases de logística, processamento/transformação e distribuição, têm sido identificadas ruturas na cadeia de frio, i.e., falhas energéticas ou má calibração de unidades frigoríficas que podem elevar a temperatura >4°C, reduzindo a vida útil em 30–50%; há também registo de eventual excesso de stocks no retalho por previsão de procura insuficientemente ajustada. (...)

Fonte: TecnoAlimentar