A Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) determinou o confinamento de aves domésticas em 95 zonas de 14 distritos identificadas como de alto risco para a gripe aviária.
“As aves de capoeira e aves em cativeiro detidas em estabelecimentos, incluindo detenções caseiras, localizadas nas freguesias incluídas na lista das zonas de alto risco para a gripe aviária deverão ser confinadas aos respetivos alojamentos de modo a impedir o seu contacto com aves selvagens”, descreve a DGAV, em edital consultado pela Lusa.
Em causa estão os distritos do Porto, Lisboa, Braga, Viana do Castelo, Aveiro, Leiria, Coimbra, Castelo Branco, Santarém, Setúbal, Évora, Beja, Portalegre e Faro.
O risco de disseminação de gripe aviária é, até este momento, elevado, avisou a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) na terça-feira.
O número total de focos detetados este ano em Portugal está em 31, tendo os mais recentes sido detetados numa exposição de aves em cativeiro, situada no distrito de Aveiro, concelho e freguesia de Oliveira do Bairro, e num estabelecimento de aves em cativeiro, no distrito de Santarém, concelho da Chamusca e União de Freguesias de Parreira e Chouto, assinala a diretora-geral de Alimentação e Veterinária no edital.
Estas zonas vão permanecer em restrição sanitária até 12 e 19 de dezembro, respetivamente, segundo a DGAV.
A diretora explica que “a gripe aviária é uma doença infeciosa viral que atinge aves selvagens, de capoeira e outras aves mantidas em cativeiro”, sendo que os vírus de alta patogenicidade “provocam mortalidade muito elevada, especialmente nas aves de capoeira”.
Tal tem “um impacto importante na saúde das aves domésticas e selvagens e selvagens, bem como na produção avícola, uma vez que constitui motivo de suspensão de comercialização de aves vivas e seus produtos nas zonas afetadas podendo ser motivo de impedimento de exportação de aves e seus derivados a nível nacional”.
No edital, são identificadas 95 zonas onde é alto o risco para a gripe aviária: em freguesias do Alandroal, Albergaria-a-Velha, em Albufeira, Alcácer do Sal, Alcobaça, Alcochete, Aljezur, Almada, Alpiarça, Alvito, Arronches, Arruda, Aveiro, Barreiro, Beja, Benavente, Caldas da Rainha, Caminha, Campo Maior, Cantanhede, Cascais, Castelo Branco, Castro Marim, Castro Verde, Chamusca, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Constância, Coruche e Elvas.
Foram também apontadas como de alto risco freguesias de Espinho, Esposende, Estarreja, Évora, Faro, Ferreira do Alentejo, Figueira da Foz, Golegã, Grândola, Idanha-a-Nova, Ílhavo, Lagoa, Lagos, Leiria, Lisboa, Loulé, Lousã, Lourinhã, Mafra, Marinha Grande, Matosinhos, Mértola, Mira, Montemor-o-Velho, Montijo, Moura, Mourão, Mourtos e Nazaré.
O mesmo acontece a Óbidos, Odemira, Oeiras, Olhão, Ovar, Palmela, Peniche, Pombal, Portel, Portimão, Porto, Póvoa de Varzim, Reguengos de Monsaraz, Salvaterra de Magos, Santarém, Santiago do Cacém, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sines, Sintra, Soure, Tavira, Tomar, Torres Novas, Torres Vedras, Vagos, Vendas Novas e Viana do Castelo.
Igual cenário afeta a Vidigueira, Vila do Bispo, Vila do Conde, Vila Franca de Xira, Vila Nova da Barquinha, Vila Nova de Vide, Vila Real de Santo António e Vila Viçosa.
As aves domésticas em estabelecimentos localizados nas zonas de alto risco, incluindo capoeiras domésticas e aves em cativeiro, têm de estar, obrigatoriamente, confinadas.
Já nas zonas de proteção e vigilância é proibida a circulação de aves, a realização de feiras e o transporte de aves de espécies cinegéticas, feiras, mercados e exposições; a circulação de carnes de caça fresca e de ovos para incubação é permitido, desde que devidamente embaladas e acompanhadas.
Fonte: Agroportal
O desperdício alimentar a nível global é responsável por 10% das emissões de gases com efeito de estufa, mas não estão a ser feitos esforços suficientes para atacar o problema, alerta a ONG WRAP, que revela que apenas 30 países presentes na COP30 assumiram compromissos para mitigar as perdas e o desperdício alimentar nas suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC)
As soluções, lembra a ONG, existem, e oferecem co-benefícios para a economia e a segurança alimentar. A CEO da WRAP, Catherine David, afirma mesmo que a redução do desperdício alimentar é uma das formas “mais rápidas e práticas” de cortar emissões, além de aliviar pressão sobre as cadeias de abastecimento e promover um melhor uso dos recursos. Por isso, uma abordagem circular torna-se essencial.
A WRAP, em conjunto com a ReFED e a Global FoodBanking Network, levam o assunto à COP30 esta quarta-feira, com um dia de ação dedicado à problemática.
Lisa Moon, presidente e CEO da Global FoodBanking Network, reconhece que tem aumentado o número de países a incluir a perda de alimentos e o desperdício alimentar nas suas NDC, mas é necessário aumentar a ambição. É por essa razão que as organizações vão aproveitar esta oportunidade para encorajar os países a incluir este aspeto nos seus planos de ação climática.
Portugal não consta da lista de países que se comprometeram a incluir esta meta nas suas NDC, que conta com países como Camarões, Etiópia, Uruguai, Chile, Colômbia, Reino Unido, Nepal, Angola e Indonésia.
Fonte: TecnoAlimentar
A DGAV procede à divulgação do Despacho 149/G/2025 – 19.ª ATUALIZAÇÃO DAS ZONAS DEMARCADAS PARA EPITRIX, em conformidade com a Decisão de Execução da Comissão 2012/270/UE, de 16 de maio, na sua redação atual, relativa a medidas de emergência contra a introdução e a propagação na União de Epitrix cucumeris, E. papa. E. subcrinita e E. tuberis, e na sequência da deteção em Portugal das primeiras duas espécies acima referidas, tem vindo a ser realizada, desde então e anualmente, a prospeção destes organismos no território português.
Atendendo aos resultados mais recentes de 2025, verificou-se a presença de Epitrix na freguesia de São Gonçalo de Lagos (Lagos), pelo que se torna necessário proceder à atualização da atual zona demarcada.
Para mais informação consulte: informacao-fitossanitaria/epitrix.
Fonte: DGAV
Os retalhistas deverão reforçar e diversificar a oferta de bebidas com baixo ou nenhum teor alcoólico durante a época natalícia, de forma a conquistar uma fatia maior do consumo das gerações mais jovens. De acordo com um estudo da GlobalData, as mudanças nos hábitos sociais da Geração Z estão a transformar este tipo de bebidas em escolhas desejáveis – e não apenas em alternativas às tradicionais bebidas alcoólicas.
Mais de 80% dos jovens inquiridos afirmam que as opções “low & no alcohol” permitem priorizar a saúde e o bem-estar, sem abdicar do sabor nem do convívio social.
Segundo Charlotte Chilcott, analista de retalho da GlobalData, “o Natal tem sido tradicionalmente sinónimo de socialização acompanhada de bebidas alcoólicas, mas para muitos consumidores mais jovens as normas sociais estão a mudar. Para estes, as bebidas com baixo ou nenhum teor alcoólico são uma escolha deliberada e prazerosa, que satisfaz simultaneamente objetivos de sabor, interação social e bem-estar”.
O crescimento deste segmento deve-se também à melhoria da qualidade e da variedade disponível, com quase 60% dos consumidores entre os 16 e os 34 anos a destacarem estes fatores como motivo para gastarem mais neste tipo de produtos.
Para Charlotte Chilcott, esta tendência representa uma oportunidade para inovar com novos produtos sazonais, como vinho quente sem álcool, spritzes festivos, espumantes e sidras sem teor alcoólico. “Os retalhistas devem integrar estas bebidas nas suas zonas de exposição de Natal e festas, juntamente com misturadores, copos e opções de oferta, de forma a incentivar o consumo cruzado e aumentar o gasto médio por cliente”, conclui.
Fonte: Grande Consumo
O Fruit Logistica Trend Report 2026 revela como a inteligência artificial está a transformar as cadeias de abastecimento globais de frutas e legumes e a acelerar a mudança em todo o setor.
A inteligência artificial e a automação estão a transformar todos os elos da cadeia de abastecimento global de frutas e legumes. O recém-publicado relatório Fruit Logistica Trend Report 2026, intitulado 'Ctrl+Alt+Refresh', analisa como as tecnologias emergentes estão a impulsionar a eficiência, a resiliência e a sustentabilidade em todo o setor de produtos frescos.
O próprio título sugere um reinício de todo o sistema: uma reconfiguração do setor global de produtos frescos com a ajuda da IA, tornando-o mais rápido, inteligente e sustentável.
O relatório, elaborado pela Fruitnet Media International em colaboração com a Fruit Logistica, combina os resultados exclusivos de uma pesquisa com casos práticos reais de empresas líderes e inovadoras de todo o mundo. “A IA já não é experimental, é essencial”, afirma Mike Knowles, diretor-geral da Fruitnet Europe e autor do relatório. “O setor dos produtos frescos está a passar por uma transformação completa à medida que as tecnologias se tornam mais úteis, acessíveis e inteligentes. Quem não se adaptar corre o risco de ficar para trás”.
A inteligência artificial em ação
Nos setores de produção, logística e retalho, as aplicações de IA já estão a ter um impacto mensurável. Estufas inteligentes, modelos preditivos de culturas e robótica autónoma estão a melhorar a consistência do rendimento e a reduzir o desperdício. Na logística e no retalho, as análises baseadas em IA melhoram a previsão da procura, o desempenho da cadeia de frio e a gestão da vida útil.
A Dole implementou ferramentas de IA nas áreas de previsão, monitorização de culturas e controlo de qualidade para melhorar a eficiência e a tomada de decisões baseada em dados. “Em qualquer área do negócio em que haja grandes volumes de dados, a IA oferecerá a oportunidade de otimizar, acelerar e gerar relatórios”, afirma Drew Reynolds, diretor técnico e de sustentabilidade. “A lógica sugere que a previsão de colheitas e a adequação dessa previsão ao embalamento, envio e vendas podem ser revolucionárias”.
A Clarifresh utiliza IA para automatizar e padronizar o controlo de qualidade em toda a cadeia de abastecimento, ajudando os produtores a reduzir o desperdício e aumentar a precisão. “O impacto é duplo”, explica Elad Mardix, diretor executivo e cofundador. “Duplicar a produtividade dos inspetores e ampliar o tamanho das amostras entre 50% e 100%, ao mesmo tempo em que se reduz o desperdício ou as reclamações entre 25% e 35% por meio de inspeções mais objetivas, um controlo de qualidade padronizado e uma amostragem mais ampla. Estes resultados foram comunicados por três importantes clientes da América do Norte e América Latina nos últimos nove meses, entre os quais se encontram os principais exportadores de citrinos, uvas e bagas”.
A Agriplace aplica inteligência artificial para simplificar a conformidade regulamentar e a transparência nas cadeias de abastecimento globais, através da extração e estruturação de dados dos documentos dos fornecedores. “Aproveitamos a inteligência artificial para digitalizar e extrair rapidamente os dados relevantes dos documentos, reduzindo o que antes eram semanas de trabalho manual para apenas alguns minutos”, afirma Nico Broersen, diretor executivo.
“Esta combinação de conhecimentos humanos e automação não só permite que as empresas comecem a trabalhar mais rapidamente, como também garante que os dados da sua cadeia de abastecimento permaneçam estruturados e fiáveis a longo prazo”.
Um futuro conectado e preditivo
Os líderes da indústria inquiridos preveem rápidos avanços na colheita autónoma, na análise não destrutiva da qualidade e na otimização da cadeia de frio. Um tema recorrente é a necessidade de interoperabilidade dos dados — sistemas capazes de ligar e partilhar informações de forma segura ao longo de toda a cadeia.
“A agricultura inteligente, juntamente com a logística e o marketing inteligentes, resulta num sistema alimentar superinteligente”, conclui o relatório. “O botão Ctrl+Alt+Update foi premido: o sistema está a ser reiniciado.”
O Fruit Logistica Trend Report 2026 fornece uma visão abrangente das tecnologias e estratégias que irão moldar o futuro do negócio dos produtos frescos.
O relatório está agora disponível para transferência gratuita nesta hiperligação:
www.fruitlogistica.com/en/about-us/publications.
Fonte: iAlimentar
Os cientistas descobriram que o "mel" produzido pelas formigas australianas possui uma atividade antimicrobiana única contra bactérias e fungos que pode tornar o líquido útil para fins medicinais.
A investigação, publicada na revista ‘PeerJ’, foi liderada por Andrew Dong e por Kenya Fernandes do Laboratório Carter da Universidade de Sydney, dirigido pelo Professor Dee Carter da Escola de Ciências da Vida e do Ambiente e do Instituto de Doenças Infeciosas de Sydney.
A equipa estudou a formiga-pote-de-mel (Camponotus inflatus), que se encontra em zonas desérticas, principalmente na Austrália Ocidental e no Território do Norte.
Nas suas colónias há uma classe de operárias sobrealimentadas que são preenchidas com néctar e substâncias açucaradas por outras formigas operárias, o que faz com que os seus abdómens se encham de "mel" e adquiram um aspeto translúcido e âmbar.
Estas formigas “tornam-se efetivamente máquinas de venda automática para a sua colónia, regurgitando "mel" quando as outras opções alimentares são escassas”.
Pode aliviar dores de garganta e servir de pomada para afastar infeções
“Usamo-lo para dores de garganta e, por vezes, como uma pomada tópica para ajudar a manter as infeções afastadas.”
“Para o nosso povo, as formigas melíferas são mais do que uma simples fonte de alimento. Escavar para as apanhar é um modo de vida muito agradável e uma forma de reunir a família”, acrescenta que “há milhares de anos que o nosso povo desfruta das formigas melíferas”.
Quanto ao seu uso medicinal, continua, “usamo-lo para dores de garganta e, por vezes, como uma pomada tópica para ajudar a manter as infeções afastadas.”
Os investigadores consideram que o seu estudo marca a primeira vez que o "mel" de formiga foi investigado pelas suas propriedades medicinais.
“Há muito tempo que sou fascinado pela formiga melífera e pela sua forma espantosa de produzir e armazenar "mel”, afirmou Andrew Dong, líder da investigação.
“Dada a utilização medicinal do "mel" pelos povos indígenas, perguntei-me se poderia ter características antimicrobianas únicas”, acrescentou.
Os cientistas confirmaram que o "mel" de formiga tem um mecanismo de ação bastante diferente do "mel" de Manuka, que está bem estabelecido como tratamento tópico para feridas e infeções cutâneas. “A nossa investigação mostra que o "mel" de formiga-doce possui um efeito distintivo que o diferencia de outros tipos de mel”, apontou Fernandes do Laboratório Carter da Universidade de Sydney.
“Mel" de formiga-doce tem características antimicrobianas únicas que validam a sua utilização terapêutica pelos povos indígenas”
“Esta descoberta significa que o "mel" de formiga-doce pode conter compostos com um poder antimicrobiano substancial; a sua identificação pode fornecer-nos pontos de partida para o desenvolvimento de novos e diferentes tipos de antibióticos”, revela.
Os investigadores descobriram que o "mel" de formiga é eficaz contra a Staphylococcus aureus, uma bactéria do género estafilococos que coloniza a pele e o nariz das pessoas, mas se entrar através de um corte, pode causar infeções como furúnculos e feridas ou, em casos graves, a morte.
Descobriram também que o "mel" de formiga é potente contra duas espécies de fungos, Aspergillus e Cryptococcus. Ambos os fungos podem ser encontrados no solo e esta capacidade de os inibir provavelmente evoluiu para evitar que as colónias de formigas fossem invadidas por fungos. Estes fungos podem também causar infeções graves em pessoas com sistemas imunitários debilitados.
Fonte: Greensavers
No dia 13 de novembro, celebra-se o Dia Mundial da Qualidade, uma data que convida organizações e profissionais de todo o mundo a refletirem sobre o papel da qualidade na construção de um futuro mais sustentável, inovador e centrado nas pessoas. Em 2025, o tema escolhido — “Qualidade: Pense Diferente!” — desafia-nos a romper com paradigmas e a reinventar a forma como encaramos a excelência.
Pensar diferente é pensar melhor
A proposta deste ano é clara: sair da zona de conforto. Em vez de seguir modelos tradicionais, somos convidados a explorar novas abordagens, integrar tecnologias emergentes, valorizar a criatividade e colocar o cliente no centro de todas as decisões. A qualidade deixa de ser apenas uma métrica — passa a ser uma cultura viva, adaptável e transformadora.
O que significa “pensar diferente” na qualidade?
O Qualfood junta-se à celebração
No Qualfood, acreditamos que a qualidade é um compromisso diário. Este ano, celebramos o Dia Mundial da Qualidade com ações internas que promovem o pensamento criativo, a melhoria contínua e o envolvimento de todos os colaboradores. Porque pensar diferente é também agir diferente — e é assim que construímos um futuro mais eficiente, ético e sustentável.
Fonte: Qualfood
Supermercados da região de Darwin, na Austrália, poderão vir a ter cogumelos cultivados a partir de resíduos de algodão, graças a um projeto da Charles Darwin University (CDU) que pretende expandir a indústria agrícola do Território do Norte.
O projeto, liderado pelo candidato a doutoramento Waseem Ahmed, do Research Institute for Northern Agriculture (RINA) da CDU, tem como objetivo criar uma economia circular, utilizando resíduos da cultura do algodão – conhecidos como “cotton trash” – para o cultivo de cogumelos.
A produção de algodão no Território do Norte já ultrapassa as 10 mil hectares e estima-se que alcance 15 mil hectares nos próximos anos. Este processo de aproveitamento dos resíduos de algodão é pioneiro na Austrália, onde, até agora, os resíduos de cana-de-açúcar e de trigo eram os mais utilizados na produção de cogumelos.
A produção anual de cogumelos na Austrália ronda os 65 mil toneladas, às quais se juntam cerca de 5 mil toneladas importadas.
O projeto, iniciado por Ahmed em 2024, divide-se em três etapas: avaliar a viabilidade do uso de resíduos de algodão no cultivo de cogumelos, desenvolver receitas de crescimento eficazes utilizando resíduos de algodão e outros subprodutos, e realizar uma análise económica sobre o potencial da indústria. A segunda etapa, que inclui testes de crescimento e análise nutricional, deverá ser concluída até ao final do ano.
Ahmed conseguiu já cultivar cogumelos ostra utilizando resíduos de algodão, com os testes realizados nos laboratórios da Berrimah Farm, do Departamento de Agricultura e Pesca do NT.
“Propor-se que o algodão seja uma cultura central aqui no Território do Norte faz todo o sentido”, afirma Ahmed, citado em comunicado. “Temos excesso de resíduos de algodão. São ricos em nutrientes e podemos usá-los de forma eficiente para criar uma indústria sólida. Atualmente, o Território do Norte gera entre 2,5 e 3 mil toneladas de resíduos de algodão por ano, e quando complementados de forma adequada, podem produzir entre 600 e 700 quilogramas de cogumelos por tonelada. Isto não é uma indústria de 1 ou 2 milhões de dólares – é uma indústria potencial de 100 milhões de dólares. Temos todos os ingredientes necessários para uma produção de qualidade.”
Apesar do consumo estimado de cogumelos no NT ser de cerca de 250 toneladas, Ahmed sublinha o potencial de exportação do produto.
Proveniente de uma família agrícola, Ahmed acredita que o projeto pode ser escalado do laboratório para uma produção industrial com grandes benefícios económicos e ambientais para a região.
“Este método não só cria uma fonte de alimento saudável a partir de resíduos locais, como também contribui para diversificar e fortalecer a economia do Território. Uma economia circular protege o ambiente, gera mais empregos e permite reaproveitar os resíduos, reciclando-os de forma inovadora para benefício da sociedade e da economia”, explica Ahmed.
O projeto conta ainda com a colaboração do Departamento de Turismo e Comércio do NT e da Northern Territory Farmers Association como parceiros da indústria.
Fonte: Greensavers
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), através da Unidade Regional do Sul – Unidade Operacional de Évora, realizou, nas últimas semanas, uma operação de prevenção criminal com o objetivo de identificar práticas fraudulentas na cadeia de valor do mel, assegurando a conformidade dos produtos com os requisitos legais em vigor e a proteção dos consumidores.
A operação decorreu nos concelhos de Évora e Aljustrel após deteção de venda de mel embalado com número de controlo veterinário (NCV) falsificado, e com base nas diligências realizadas com base na rastreabilidade documental, a ASAE identificou o operador económico responsável pelo embalamento e colocação no mercado do produto.
Com o resultado da inspeção, foi instaurado um processo-crime pela presumível prática dos crimes de falsificação de documentos e fraude sobre mercadorias, tendo sido igualmente identificado um ilícito de natureza contraordenacional por indução em erro dos consumidores quanto à origem do produto, já que a rotulagem indicava tratar-se de mel produzido pelo próprio operador, quando, na realidade, todo o produto encontrado nas instalações era adquirido a terceiros.
A operação culminou na apreensão de mais de cinco toneladas de mel embalado e a granel, abrangendo variedades monoflorais e poliflorais.
Verificou-se ainda que o operador económico em causa possui instalações registadas como Unidade de Produção Primária (UPP), estando autorizado apenas a extrair e embalar mel da sua própria exploração, embora se tenha verificado que todo o mel presente nas instalações tinha origem em outros produtores, sem qualquer quantidade da sua produção, sendo que as embalagens apreendidas ostentavam rotulagem com um número de controlo veterinário (NCV) falso, correspondente ao registo da UPP, e indicavam, de forma indevida, que o mel era produzido pelo próprio operador.
Este operador económico é reincidente na adoção de práticas fraudulentas, com embalamento de mel adquirido a terceiros como se fosse de produção própria e pela utilização indevida de números de controlo veterinário (NCV) pertencentes a outros operadores.
A ASAE continuará a desenvolver ações de fiscalização, no âmbito das suas atribuições e competências, em todo o território nacional, na salvaguarda da segurança alimentar e saúde pública dos consumidores.
Fonte: iAlimentar
Solos a morrer não nos alimentam. A agricultura regenerativa pode salvá-los?
Em duas propriedades que são referências na agricultura regenerativa em Portugal, a Vivid Farms, em Santarém, e a Terramay no Alandroal, luta-se para criar solo fértil onde havia argila e poeira.
Ana Carvalho baixa-se, pega em dois pedaços de terra, e estende as mãos para que possamos vê-los bem. A diferença é nítida: um é de um castanho muito escuro, o outro é castanho-claro, semelhante a barro. “O nosso solo era assim, dava para fazer pratos”, diz, com um sorriso. Paulo Carvalho, que é, com Ana, o fundador da Vivid Farms, onde nos encontramos, perto de Santarém, confirma: “É um solo muito argiloso, com muita pedra. Quando comprámos esta propriedade, há quatro anos, um engenheiro agrónomo disse-me ‘não queres ir fazer agricultura para outro lado?’.”
Eles não quiseram. Compraram os 20 hectares iniciais, aos quais acrescentaram agora mais 100 hectares, e estão a provar que as práticas da agricultura regenerativa conseguem transformar um solo pobre e desgastado num solo vivo e fértil. Mas não é fácil, avisam. O objectivo, optimista e ambicioso, é conseguir 0,5 % de aumento anual de matéria orgânica, e a boa notícia é que partiram de um solo inicial com apenas 1,5%, “um valor baixíssimo”, e em algumas partes do terreno já têm entre 3 e 4% de matéria orgânica.
Longe do Ribatejo, no Alentejo, perto do Alandroal e junto à fronteira com Espanha, outro casal, David e Anna de Brito, compraram uma primeira propriedade, a Granja, de 260 hectares e juntaram-lhe uma segunda, Santa Catarina, com mais 300, fundando o projecto Terramay.
“As pessoas falam em perfis de solo, em húmus e tudo o mais, e aquilo que nós encontrámos aqui, neste areal, é isto”, diz David, raspando com uma mão no chão e mostrando um punhado de terra branca, sequíssima. “Por mais que escavemos, o que vamos encontrar é pedra-mãe. E como o solo está constantemente exposto a temperaturas superiores a 35 graus Celsius, isto que vemos já não é solo, é pó, é poeira. Está morto.” Sobre a pedra deveriam existir várias camadas de solo, sendo a superior a mais rica em matéria orgânica e base para a produção de hortícolas, por exemplo.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Público
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