Dada a situação epidemiológica em Portugal resultante da circulação do vírus da Febre Catarral Ovina ou Língua Azul serotipo 3, divulgamos o Esclarecimento técnico n.º 12/DGAV/2024 para apoio dos médicos veterinários, proprietários ou detentores de bovinos/ovinos, distribuidores por grosso de medicamentos veterinários e técnicos executores dos planos de controlo oficiais, quanto às regras para a notificação de utilização, aquisição, posse, utilização e registo destes medicamentos veterinários.
Consulte aqui o Esclarecimento técnico n.º 12/DGAV/2024 de 4 de novembro.
Fonte: DGAV
Entre reatores e tubos de ensaio, uma nova agricultura desponta: é a era da produção de carne, peixe e outros alimentos em laboratório. Para uma equipa de empreendedores e cientistas apaixonados, a proposta não é apenas revolucionária; trata-se de uma transformação necessária para o futuro da alimentação humana. Nas suas palavras, esta é a «quarta revolução agrícola».
Mas recuemos no tempo. No Instituto Superior Técnico (IST), em Oeiras, um prato de filetes de robalo criados em laboratório representa um marco pioneiro na ciência alimentar mundial. Diana Marques, doutoranda em Bioengenharia, deu o pontapé inicial para este projeto em 2019, durante uma disciplina de Empreendedorismo, propondo a ideia de criar sushi em laboratório. Desde então, a iniciativa evoluiu rapidamente: de um projeto embrionário, passou a contar com uma equipa multidisciplinar de cerca de 15 investigadores que trabalham na criação de peixe e carne de laboratório, agora com bioimpressão 3D.
No laboratório, o ambiente é de entusiasmo e Diana, assim como Frederico Ferreira, professor do IST e líder deste projeto, acreditam que este processo é mais do que uma solução, é um diálogo: entre a ciência, a sustentabilidade e as preocupações crescentes com os impactos da pecuária tradicional. «Esta é uma solução alimentar, mas não a única, nem quer ser a única. Trata-se de abrir espaço para um novo tipo de diálogo na alimentação», explica a estudante. Para ela e o professor, a produção celular de alimentos representa mais do que simplesmente comer carne sem origem animal: é uma possibilidade inédita de repensar a relação da humanidade com a comida e com o planeta.
Uma peixaria no laboratório
O docente descreve o avanço da equipa nos últimos dois anos como «maravilhoso», com conquistas significativas, incluindo o financiamento de 215 mil euros pelo Good Food Institute para o projeto Algae2Fish. Os investigadores agora são capazes de produzir filetes de peixe de seis centímetros de espessura, manipulando a textura e o cheiro dos filetes com precisão para se assemelharem ao peixe convencional. De acordo com o professor, o laboratório muitas vezes já possui o odor característico de uma peixaria, o que tem sido motivo de comentários bem-humorados entre os colegas.
Com uma metodologia que permite o crescimento de células animais em condições controladas, a equipa consegue reproduzir carnes de diferentes animais sem o uso ou sacrifício dos mesmos. O processo ocorre em bioreatores que lembram fermentadores de cerveja ou iogurte e a semelhança é propositada: o cultivo de células vivas segue um método não tão diferente do utilizado na fermentação de alimentos há séculos. «As pessoas podem achar estranho pensar em carne feita num laboratório, mas não se deram conta de que outros alimentos que consumimos também já passam por processos controlados, similares», explica o professor e Diana assente.
Para esta equipa, o processo científico não é apenas empolgante, mas também promissor em termos de sustentabilidade. Referem-se ao atual modelo agrícola global como insustentável e consideram este novo método como uma resposta a desafios ambientais urgentes, como a diminuição das emissões de gases de efeito estufa e o uso de água e terras férteis. «A quarta revolução agrícola é histórica e é a primeira vez que temos a possibilidade de fazer algo verdadeiramente sustentável em termos ambientais, económicos e sociais. Em todas as revoluções anteriores, não houve esta preocupação com o meio ambiente», afirmam.
E há ainda um desejo de preservar e respeitar a cultura alimentar local e mundial. «Não estamos aqui para acabar com as tradições, mas para criar alternativas. As pessoas ainda vão ter o seu bife, o seu peixe e nós vamos ajudá-las a fazer isso de forma sustentável», destaca Frederico Ferreira, sendo que a equipa que lidera espera que essa transição para alimentos celulares possa tornar-se um «novo normal», onde o prazer de comer se alinha com uma postura ética e ecológica.
A produção do peixe envolve várias etapas. Primeiro, as células, geralmente estaminais, são cultivadas e transformadas em músculo ou gordura, as principais componentes de carnes e peixes. Com o auxílio de uma bioimpressora 3D, criada pelo doutorando Afonso Gusmão, as células são organizadas em camadas para formar produtos complexos como filetes. As novas tecnologias permitem que a equipa crie texturas autênticas e apetitosas. Os filetes impressos, por exemplo, são submetidos a pequenas descargas elétricas, um processo que ajuda a criar fibras alinhadas, melhorando a experiência de mastigação e a autenticidade do produto.
Esta nova alternativa, contudo, ainda tem de vencer desafios regulatórios e de aceitação pública. Os processos de aprovação de novos alimentos na Europa são rigorosos e, enquanto noutras partes do mundo, como a Ásia e os Estados Unidos, o caminho para o mercado é menos complexo, na União Europeia a equipa enfrenta barreiras.
Um peixe à espera de regulamentação
«Aqui na Europa é complicado, as autorizações são extremamente rigorosas e não há previsões claras sobre quando essa regulamentação será flexibilizada», comenta Frederico Ferreira, apontando que, embora isso garanta a segurança dos consumidores, pode desacelerar o ritmo das inovações locais. «Já provámos protótipos base, mas sem células. São bastante planos, sem gosto residual. Já a fórmula com algas, também sem células, cheira a mar e sabe a peixe», partilha Frederico Ferreira.
Ainda que estejam na vanguarda de um dos setores mais empolgantes da ciência de alimentos, os investigadores reconhecem que a mudança não será fácil. Nas suas palavras, «é entusiasmante porque temos a oportunidade de fazer algo realmente positivo, algo que pode mesmo ajudar o planeta. Mas também é uma responsabilidade enorme, porque cabe-nos fazer com que essa mudança ocorra de maneira segura e acessível».
O próximo passo para a equipa é o teste sensorial, numa colaboração com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), que terá um painel de degustação para avaliar as características dos filetes de robalo cultivado. Contudo, para que esse peixe chegue ao mercado, a equipa ainda enfrenta os desafios mencionados. Tanto Frederico Ferreira como Diana Marques salientam que, em países como Singapura e os EUA, a legislação permite testes limitados em animais, mas a Europa ainda tem de avançar neste tema.
Apesar disto, mantêm-se otimistas, sendo que o projeto é fortalecido por uma crescente adesão de outros profissionais e um mercado curioso. «O que estamos a criar é uma oportunidade única, de fazer um novo sistema de alimentos. O objetivo principal é disponibilizar uma alternativa viável ao consumo de carne e peixe nos próximos anos», afirmam com brilho nos olhos. A sensação é a de estar a um passo de mudar o curso da alimentação para sempre: uma mistura de desafio e privilégio que todos os membros da equipa parecem partilhar.
Fonte: Jornal I
Cientistas da University of New South Wales (UNSW), na Austrália, desenvolveram uma aplicação para smartphones, chamada VibMilk, que deteta a deterioração do leite usando a função de vibração integrada no dispositivo.
“É possível sentir o cheiro ou o gosto se o leite estiver estragado, mas isso requer abrir a embalagem. Fazê-lo expõe-no a bactérias e acelera a deterioração. O VibMilk não é invasivo, o que significa que pode testar a qualidade do leite sem abrir a embalagem, explicou Wen Hu, do Departamento de Ciências da Computação e Engenharia.
A combinação de água, gorduras, proteínas e vitaminas do leite é o meio perfeito para o crescimento de uma variedade de bactérias, algumas das quais prejudiciais para os seres humanos.
Apesar de os tratamentos de pasteurização e temperatura ultra-alta (UHT) serem projetados para evitar esse crescimento, nem sempre são bem-sucedidos, causando doenças, desperdício e perdas financeiras associadas.
Aliás, um estudo de 2022 permitiu apurar que as famílias norte-americanas deitam fora 19% dos laticínios que compram. Muitos consumidores confiam nas datas de “validade” das embalagens para determinar se o produto é seguro para consumo, mas os cientistas alertam que são apenas estimativas aproximadas e podem ser imprecisas.
“A data de validade representa uma indicação e não uma expiração definitiva”, sublinhou Hu. “Quando os fabricantes definem as datas, fazem suposições sobre fatores como temperatura e duração do armazenamento com base nos piores cenários. Se o leite for mantido nas condições corretas, será seguro para consumo alguns dias após a data indicada no rótulo, mas se não for, pode nem estar bom antes dessa data.”
À medida que o leite se estraga, muda de um colóide – uma substância uniformemente dispersa noutra – para os seus componentes separados de coalhada, soro e água.
Esta degradação muda as propriedades físicas do líquido, produzindo diferentes sinais de vibração. Com essas mudanças, surge também uma mudança no pH, de 6,6 (fresco) para 4,4 (completamente estragado).
O VibMilk usa os sinais de vibração produzidos pelo motor de um smartphone e recolhidos pela sua unidade de medição inercial (IMU) para detetar o grau de vibração produzido. Aplicando algoritmos de machine learning aos dados, a app atribui um dos 23 níveis de pH.
Durante as experiências realizadas pela equipa, o VibMilk previu o pH do leite com uma precisão média de 98,35%.
Fonte: ZAP
Investigadores da Universidade do Nevada desenvolveram uma tecnologia inovadora — inspirada nas “coisas fixes da natureza” — que extrai eficazmente grandes quantidades de água do ar, mesmo em condições de humidade extremamente baixa.
Inspirada em processos naturais observados em rãs e plantas aéreas, esta tecnologia usa uma membrana de hidrogel e pode ser alimentada por energia solar, oferecendo uma fonte de água sustentável para regiões áridas.
Transformar o ar que nos rodeia em água potável há muito que parece uma maravilha, mais próxima da ficção científica do que da realidade – especialmente quando se trata de captar uma quantidade sustentável em ambientes secos e de baixa humidade.
No entanto, numa altura em que se assiste agravamento da enorme seca que afeta os abastecimentos de água em diversas regiões do planeta, uma equipa de investigadores da Universidade do Nevada (UNLV) criou uma tecnologia inovadora que permite extrair quantidades significativas de água — mesmo do ar árido.
As suas descobertas foram apresentadas num artigo publicado em 22 de outubro na Proceedings of the National Academy of Sciences.
A liderar o projeto está H. Jeremy Cho, professor de engenharia mecânica da UNLV, que, com a sua equipa, introduziu uma abordagem fundamentalmente nova à recolha de água atmosférica — transformando o vapor de água no ar.
Segundo o Sci Tech Daily, ao contrário das tecnologias existentes, que produzem baixos rendimentos e se debatem com uma humidade inferior a 30%, este novo método foi concebido para funcionar eficazmente mesmo em condições extremamente secas.
“Este trabalho demonstra que é possível captar água a um ritmo muito rápido”, afirmou Cho. “Podemos começar a prever o tamanho do sistema necessário para produzir uma determinada quantidade de água”.
“Se eu tiver um metro quadrado, que é cerca de um metro e meio por um metro e meio, podemos gerar cerca de 4 litros de água por dia no deserto do Nevada, e até três vezes mais em ambientes húmidos”.
Esta tecnologia e abordagem, que foi testada ao ar livre em Las Vegas e é eficaz até 10% de humidade, captura diretamente a água numa solução salina líquida que é adequada para posterior transformação em água potável ou produção de energia, permitindo novas capacidades para regiões áridas.
Um ingrediente-chave no processo é uma membrana de hidrogel “pele”. A inspiração para este material vem da natureza — especificamente das rãs e das plantas aéreas, que utilizam uma técnica semelhante para transportar a água do ar ambiente para um líquido para armazenamento interno.
“Pegámos nessa ideia biológica e tentámos fazê-la à nossa maneira”, explica Cho. “Há tantas coisas fixes a acontecer na natureza – só temos de olhar à nossa volta, aprender e inspirar-nos.”
Além disso, a pesquisa demonstra que a recolha de água atmosférica pode ser alimentada por energia solar. Graças à luz solar frequente em locais como o Vale de Las Vegas, que tem uma média de 300 dias de sol por ano, a luz solar pode fornecer energia para reduzir o custo teórico e eventual da produção de água.
“Os nossos recursos hídricos estão a esgotar-se e o clima do nosso planeta está a mudar”, afirmou Cho. “Para alcançar a sustentabilidade, temos de mudar os nossos hábitos. Toda esta ideia parecia ficção científica, mas é possível e estamos mesmo a fazê-lo.”
Fonte: ZAP
A importância dos alimentos aquáticos na nutrição global e na segurança alimentar não pode ser subestimada. Valorizados pelos seus benefícios nutricionais e pela sua contribuição para os meios de subsistência, a produção e o consumo per capita de alimentos aquáticos registaram um crescimento significativo nas últimas décadas.
Prevê-se que esta tendência continue, realçando o papel crucial que estes alimentos desempenham na alimentação e nutrição globais. No entanto, com o aumento da produção e do consumo vêm os riscos associados. Compreender os perigos de segurança alimentar associados aos alimentos aquáticos é essencial para gerir estes riscos de forma eficaz.
Apesar da adoção de medidas de higiene a vários níveis, são necessárias mais orientações, particularmente na implementação de Boas Práticas de Higiene (BPH) e do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controlo (HACCP) na pesca e aquacultura. Para responder a esta necessidade, uma equipa de funcionários da FAO e do Codex Alimentarius, juntamente com especialistas em pesca, organizou um evento de formação virtual de 21 a 23 de outubro de 2024. O evento teve como objetivo compartilhar conhecimentos globais sobre GHP e HACCP, fornecendo orientações práticas para os setores de pesca e aquicultura.
Os 1400 participantes dos sectores público e privado, do meio académico e de organizações internacionais de todo o mundo receberam orientações completas sobre a aplicação prática da gestão da segurança alimentar nos sectores da pesca e da aquicultura.
Na abertura do evento. Catherine Bessy, Oficial Sénior de Segurança Alimentar da FAO, enfatizou a importância deste conhecimento para ir além dos testes de produtos finais para uma abordagem mais proactiva e preventiva da gestão da segurança alimentar. Esther Garrido Gamarro, responsável pelas pescas da FAO, deu início às sessões de formação técnica, descrevendo em pormenor os perigos associados aos produtos da pesca e da aquicultura.
A base de um sistema HACCP eficaz é um programa sólido de pré-requisitos (GHP). Este aspeto foi desenvolvido por Esther Garrido Gamarro e outros ao longo das sessões. Cornelia Boesch e Lingping Zhang do Secretariado do Codex apresentaram a caixa de ferramentas GHP e HACCP da FAO para a segurança alimentar e os textos e normas relevantes do Codex Alimentarius. O último dia contou com a participação de especialistas de renome, incluindo Kennedy Bomfeh, Ansen Ward e Margarida Correia, que discutiram a implementação do HACCP em técnicas tradicionais de processamento de peixe, embarcações e explorações piscícolas.
Este evento de formação virtual marca um passo significativo no reforço da gestão da segurança alimentar nos sectores das pescas e da aquacultura, garantindo que a crescente procura de alimentos aquáticos é satisfeita com os mais elevados padrões de segurança e qualidade.
Fonte: FAO
A procura crescente de produtos com clean label, ou seja, com indicações adicionais sobre ingredientes naturais, baixo teor de açúcar, ou reciclabilidade das embalagens, está a estimular os avanços e as inovações na região da Ásia-Pacífico (APAC), diz a GlobalData. As empresas reconhecem a necessidade de se adaptar às preferências em mudança dos consumidores, como revela o estudo GlobalData Q2 2024 Consumer Survey – Ásia & Australásia.
Esta procura não se limita apenas aos alimentos e bebidas; estende-se também aos produtos de higiene pessoal e domésticos. Um inquérito da GlobalData corrobora esta tendência. 49% dos inquiridos na Ásia e Australásia afirmaram que as suas decisões de compra de produtos de limpeza doméstica são sempre ou frequentemente influenciadas pelo grau de ética/ambientalismo/responsabilidade social do produto/serviço.
“Os produtos com rótulos limpos utilizam frequentemente ingredientes simples e naturais, não contêm aditivos nem químicos artificiais e apresentam também, normalmente, credenciais sustentáveis e éticas. As caraterísticas esperadas dos produtos ‘clean label’ podem variar consoante os sectores”, explica Mani Bhushan Shukla, analista de consumo da GlobalData. “Os atributos saudáveis, como ‘baixo teor de açúcar’ e ‘baixo teor de gordura’, são mais valorizados nos produtos alimentares e bebidas, enquanto os atributos ‘naturais’ e ‘isentos de’ são mais valorizados nos produtos de higiene pessoal. Os produtos de cuidado doméstico com clean label tendem a incluir ingredientes naturais em vez de ingredientes sintéticos ou químicos ‘agressivos’, bem como a exibir credenciais de sustentabilidade como embalagens recicláveis.”
"Os fabricantes estão a explorar métodos de abastecimento inovadores, soluções de embalagem sustentáveis e ingredientes alternativos que se alinham com a ética do rótulo limpo. À medida que as marcas se esforçam por satisfazer as expectativas dos consumidores, estão também a explorar novas estratégias de marketing que realçam o seu compromisso com a transparência e a sustentabilidade, conduzindo, em última análise, a uma gama mais vasta de opções de clean labels para os consumidores”, detalha Deepak Nautiyal, diretor comercial de consumo e retalho, Ásia-Pacífico e Médio Oriente, da GlobalData.
"As preocupações acrescidas com a saúde e o bem-estar estão a levar os consumidores a procurar formas de salvaguardar a saúde e o bem-estar e de aumentar a imunidade, ao passo que uma maior sensibilização para as questões de sustentabilidade, no contexto de uma frequência crescente de fenómenos meteorológicos extremos, resultou em esforços proactivos para reduzir a pegada de carbono. Muitos consumidores estão a mudar para produtos de clean label que apresentam listas de ingredientes simples e naturais para responder a essas preocupações, bem como produtos ecológicos ou eticamente sólidos”, prossegue Mani Bhushan Shukla.
"A integração de embalagens sustentáveis e de um rótulo ecológico influenciará significativamente as decisões de compra dos consumidores e promoverá a fidelidade à marca, tal como evidenciado num inquérito aos consumidores da GlobalData, em que 78% dos consumidores da APAC consideram essencial/agradável ter embalagens recicláveis. Esta dupla abordagem não só atrai os consumidores ecologicamente conscientes, como também promove uma ligação emocional mais profunda com a marca, levando a uma maior retenção e fidelização dos clientes” refere Deepak Nautiyal.
Por fim, Mani Bhushan Shukla conclui: "à medida que as preocupações ambientais aumentam na Ásia, as empresas que dão ênfase aos ingredientes ecológicos e às cadeias de abastecimento sustentáveis encontrarão novas oportunidades de crescimento. A procura de produtos seguros e benéficos para o ambiente irá impulsionar a inovação no mercado de rótulos limpos. Ao investirem em fontes inovadoras e cadeias de abastecimento transparentes, estas empresas podem melhorar as suas ofertas de rótulos limpos, atrair consumidores ecologicamente conscientes e criar fidelidade à marca para um sucesso a longo prazo."
Fonte: iALIMENTAR
A CIP – Confederação Empresarial de Portugal manifestou o seu desagrado em relação ao novo despacho do Governo sobre as contrapartidas financeiras na recolha de resíduos de embalagens, apontando para consequências negativas para empresas e consumidores.
A CIP, que representa várias associações setoriais nacionais, criticou o aumento significativo das contrapartidas financeiras impostas aos embaladores, importadores e fornecedores de embalagens no âmbito do SIGRE (Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de Embalagens).
A atualização anunciada pelo Governo prevê um aumento de quase 100% nos valores das contrapartidas financeiras, uma medida que a CIP considera “incompreensível” e “inaceitável”. Segundo a Confederação, o custo com a retoma do SIGRE passará de 122 milhões de euros, em 2024, para 237 milhões de euros, em 2025. Para a CIP, o impacto mais imediato será sentido pelos consumidores, com uma subida acentuada nos preços e uma pressão adicional sobre a inflação, especialmente em setores diretamente ligados ao consumo.
A CIP salienta ainda que o SIGRE “tem sofrido de ineficiências operacionais” e que o processo de definição e cálculo dos Valores de Contrapartida (VC) deveria ter sido revisto para garantir maior transparência e um aumento gradual dos custos. A Confederação defende que o Governo deveria ter assegurado um processo mais claro e equilibrado, que permitisse aos agentes do setor uma adaptação adequada às novas condições.
Dada a situação, a CIP apela à reavaliação do Despacho, sobretudo na metodologia de fixação dos VC para 2025, com base em custos reais e critérios transparentes, evitando desequilíbrios e promovendo a estabilidade e responsabilidade entre todos os envolvidos no sistema de gestão de resíduos de embalagens.
Fonte: Executive Digest
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) realizou, através de Brigada Especializada das Indústrias da Unidade Regional do Norte – Unidade Operacional do Porto, uma operação de fiscalização direcionada dirigidas a dois estabelecimentos de recolha, embalamento e classificação de ovos, no âmbito das suas competências de fiscalização de segurança alimentar e económica, na Região Norte.
No decurso da ação, foi verificado que os operadores económicos não dispunham do necessário e obrigatório licenciamento da atividade, nomeadamente do Número de Controlo Veterinário, garantia do cumprimento dos normativos de segurança alimentar junto dos consumidores.
A ação de inspeção culminou com a instauração de 2 processos de contraordenação pelo exercício da atividade sem o respetivo licenciamento, tendo sido ainda determinada a suspensão da atividade.
Foram ainda apreendidos 114.660 ovos, bem como o equipamento de recolha e classificação de ovos, tudo no valor global de € 410.986,00.
De referir que a totalidade dos ovos apreendidos, após perícia realizada por médico veterinário, foram encaminhados a uma unidade de produção de ovoprodutos.
Fonte: ASAE
As doenças animais transmitidas por picadas de insetos, como a língua azul, com grande expansão no Alentejo, são cada vez mais frequentes em Portugal devido às alterações climáticas, afirmou um professor na Universidade de Évora (UÉ).
Ricardo Romão, docente do Departamento de Zootecnia e também médico veterinário, considerou que “as doenças vetoriais [só se transmitem através da picada do inseto] estão a aparecer com muito mais incidência”.
“Sabe-se que é por causa das alterações climáticas”, pois “os vírus que normalmente circulavam no norte de África têm subido a latitude e acompanhado o aumento das temperaturas, nomeadamente no final do verão e no outono”, referiu.
Ricardo Romão falava a propósito do novo serotipo 3 da febre catarral ovina, conhecida como doença da língua azul, que foi detetado, pela primeira vez, em meados de setembro, no distrito de Évora, tendo alastrado, desde então, a todo o Alentejo.
Assinalando que as atuais temperaturas são “propícias à transmissão de vírus”, o docente frisou que estão em circulação, pelo menos, três em espécies pecuárias, concretamente, além da língua azul, a doença hemorrágica epizoótica e o vírus do Nilo.
“São todas doenças transmitidas por vetores, insetos, mosquitos, que não conhecem fronteiras e são muito difíceis de controlar apenas pela movimentação animal, porque não impede que os mosquitos progridam”, realçou.
O também médico veterinário disse esperar que “o vírus [da língua azul] vá desaparecendo com o frio”, que vai aumentar com o aproximar do inverno, porque o inseto que o transmite não suporta baixas temperaturas, mas previu que ainda vai continuar a circular devido às atuais condições amenas.
Segundo este professor da UÉ, a língua azul apareceu em Portugal pela primeira vez em 2004, pelo que a doença “não é nenhuma novidade” e o que é novo é o serotipo 3, que já tinha aparecido este ano na Bélgica e em França.
“É uma doença que afeta animais que estejam em situação imunitária mais degradada ou em fase metabólica mais complicada, como ovelhas em pré-parto ou mais magras e mais velhas e também borregos já com alguns meses”, salientou.
Quanto aos sintomas, Ricardo Romão descreveu que os animais com a doença ficam com “lesões nas mucosas, nomeadamente na boca, a inflamação típica da cabeça e deixam de se alimentar e, com isso, também ficam mais fracos”, além de ficarem menos ativos.
“A doença aparece quase despercebida”, já que os animais “ficam com febre e, depois, vão acabar por desenvolver a doença passado dois ou três dias e, muitas vezes, o quadro começa a agravar-se a partir daí”, relatou.
Aludindo a relatos de criadores e ao que tem visto em explorações, o docente adiantou que, quando a língua azul atinge um rebanho, muitos dos animais ficam infetados, admitindo cerca de 70%, acabando por morrer 10% a 20%.
“Só conseguimos controlar isto através da vacinação e das medidas de desinsetização que já são preconizadas há muitos anos”, vincou, apontando como um dos problemas o desconhecimento sobre se um rebanho a vacinar já tem a doença em desenvolvimento.
De acordo com o médico veterinário, a vacina contra o vírus “é preventiva e não curativa” e deve ser aplicada apenas a animais que não estão infetados, porque não vai ser eficaz em animais que já tenham a doença.
A língua azul, que não é transmissível a humanos, é de declaração obrigatória e as explorações onde seja confirmada a doença ficam impedidas de movimentar animais durante 60 dias.
A ‘ganhar terreno’ no Alentejo, a doença da língua azul está a dizimar rebanhos e já matou milhares de animais, provocando prejuízos aos criadores, que se queixam de falta de apoios.
A Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) já reclamou a intervenção urgente do Governo, enquanto a Confederação Nacional da Agricultura (CNA) pediu uma campanha de vacinação gratuita dos animais e um apoio extraordinário aos produtores.
Fonte: Agro Portal
O estudo TGI da Marktest quantifica, na vaga global de 2023, em 4 milhões e 779 mil o número de portugueses que consumiram açúcar e/ou adoçante nos últimos 12 meses, o que representa 64,1% dos residentes no continente com idades entre os 15 e os 74 anos.
Embora subindo face ao ano anterior, ano em que se registou o valor mais baixo desde que acompanhamos este indicador, o consumo de açúcar ou adoçante tem mostrado uma tendência geral de decréscimo, estando agora 26% abaixo do registado há 10 anos, quando se situava em 86.2%.
No perfil dos consumidores de açúcar, observamos as taxas mais elevadas junto dos indivíduos entre 55 e 64 anos, os residentes no Sul e os pertencentes às classes sociais mais baixas.
Os dados e análises apresentadas fazem parte do estudo TGI, o qual se caracteriza por ser um estudo único que num mesmo momento recolhe informação para 17 grandes sectores de mercado, 280 categorias de produtos e serviços e mais de 3000 marcas proporcionando assim um conhecimento aprofundado sobre os portugueses e face aos seus consumos, marcas, hobbies, lifestyle e consumo de meios.
Fonte: Grande Consumo
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