Portuguese English French German Italian Spanish

  Acesso à base de dados   |   em@il: qualfood@idq.pt

A União Europeia tem cerca de 180 milhões de hectares de florestas e outras zonas arborizadas, que cobrem 45% da sua superfície total. De acordo com o Eurostat, entre 1990 e 2020, a superfície florestal da UE aumentou 10,2 milhões de hectares. Ainda assim, e apesar da área florestal da UE ter aumentado nos últimos 30 anos, em geral o estado das florestas europeias está a deteriorar-se. A conclusão é de uma auditoria do Tribunal de Contas Europeu.

Sessenta por cento das florestas da UE são detidas por entidades privadas e, em 2017, o produto bruto com origem na silvicultura, incluindo as atividades madeireiras, ascendeu a mais de 55 mil milhões de euros. O relatório especial do TCE faz um balanço da estratégia florestal da UE para o período de 2014-2020, e das principais políticas da União neste domínio, e conclui que as práticas de gestão sustentável são fundamentais para manter a biodiversidade e fazer face aos efeitos das alterações climáticas nas florestas.

Salienta ainda que, nas zonas em que a UE tem competência para agir, a Comissão Europeia poderia ter adotado medidas mais firmes para a proteção das florestas. Por exemplo: é possível desenvolver mais esforços para combater a exploração madeireira ilegal e direcionar mais as medidas florestais de desenvolvimento rural para a biodiversidade e as alterações climáticas.

Outra descoberta passa pelo facto de o financiamento das zonas florestadas pelo orçamento da UE ser muito inferior ao da agricultura, apesar de a superfície coberta por floresta e a superfície para uso agrícola serem quase idênticas.

O financiamento da silvicultura representa menos de 1% do orçamento da PAC, centrando-se no apoio a medidas de conservação e à plantação e recuperação de superfícies florestais. 90% dos fundos da UE afetados à silvicultura são canalizados através do Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural (FEADER).

“As florestas da UE são multifuncionais, contribuindo para objetivos ambientais, económicos e sociais. A definição de limites ecológicos, por exemplo na utilização das florestas para produção de energia, é um processo em curso”, afirmou Samo Jereb, Membro do Tribunal de Contas Europeu responsável pelo relatório.

“As florestas podem funcionar como importantes sumidouros de dióxido de carbono e ajudar-nos a atenuar os efeitos das alterações climáticas, tais como incêndios florestais, tempestades, secas ou a perda de biodiversidade, mas apenas se estiverem em bom estado. É responsabilidade da Comissão Europeia e dos Estados-Membros intensificar as medidas para garantir a resiliência das florestas”.

O TCE constatou que as principais políticas da UE dão resposta às questões da biodiversidade e das alterações climáticas nas florestas da União, mas têm pouco impacto. Por exemplo, apesar de o Regulamento da UE relativo à madeira proibir a colocação de madeira e produtos de madeira extraída ilegalmente no mercado da União, a exploração madeireira ilegal continua a ser uma realidade.

A UE adotou então várias estratégias para fazer face ao fraco estado das florestas da União em termos de biodiversidade e conservação. Contudo, o TCE concluiu que a qualidade das medidas de conservação para os habitats florestais continua a ser problemática. Apesar de 85% das avaliações de habitats protegidos indicarem um estado de conservação mau ou fraco, a maioria das medidas de conservação visa manter esse estado, e não restabelecê-lo.

Em alguns projetos de florestação, o TCE observou agregados de monocultura. pelo contrário, a mistura de espécies de árvores teria aumentado a biodiversidade e a resiliência a tempestades, secas e pragas.

O TCE conclui ainda que as medidas de desenvolvimento rural tiveram pouco impacto na biodiversidade florestal e na resiliência às alterações climáticas, em parte devido às parcas despesas com a florestas (na prática, 3% de todas as despesas de desenvolvimento rural) e às insuficiências na conceção das medidas. A simples existência de um plano de gestão florestal (uma das condições para receber financiamento do FEADER) oferece poucas garantias de que o financiamento seja direcionado para atividades ambientalmente sustentáveis. Além disso, o sistema comum de acompanhamento da UE não mede os efeitos das medidas florestais na biodiversidade e nas alterações climáticas.

Fonte: ECO

ASAE fiscaliza aparelhos a gás

  • Wednesday, 06 October 2021 10:24

Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) realizou, nas últimas semanas, uma operação de fiscalização, de norte a sul do País, tendo como principal objetivo a verificação do cumprimento dos requisitos essenciais de segurança por parte dos operadores económicos ao longo do circuito comercial dos aparelhos a gás, especialmente ao nível das placas de cozinha fixas e portáteis (fogões TREMPE ou fogareiros para usar em ar livre), de forma a garantir a proteção dos consumidores, bem como a legalidade do exercício da atividade.

Consideram-se aparelhos a gás aqueles que queimam combustíveis gasosos, utilizados, entre outros, para cozinhar, e que têm, quando aplicável, os queimadores com ventilador e os geradores de calor equipados com tais queimadores. Só podem ser colocados ou disponibilizados no mercado e em serviço, os aparelhos e equipamentos a gás que, além da especificidade própria, não comprometam, quando normalmente utilizados, a segurança das pessoas, dos animais domésticos e dos bens.

Como balanço da ação, assinala-se a fiscalização de 83 operadores económicos, tendo sido instaurados 9 processos de contraordenação, destacando-se como principais infrações a disponibilização no mercado e/ou a colocação em serviço de aparelhos a gás, que não cumprem os requisitos essenciais, o incumprimento dos deveres do distribuidor e a falta de tradução para língua portuguesa das informações que acompanham o equipamento.

Foram ainda apreendidos 19 aparelhos a gás, num valor aproximado de € 3.770,00.

A ASAE, enquanto órgão de polícia criminal e autoridade de fiscalização de mercado, executa diariamente operações para verificação do cumprimento da regulamentação vigente. No contexto atual, a incidência de fiscalização manter-se-á necessariamente intensificada nas matérias relacionadas com a situação inerente à pandemia de COVID-19, bem como todas as que se manifestam relevantes no âmbito da segurança alimentar e económica.

Fonte: ASAE

Hoje celebra-se o Dia Nacional da Água, uma efeméride assinalada desde 1983 em Portugal, no dia em que se inicia o ciclo hidrológico. A água é um recurso natural precioso, essencial à vida de todas as espécies e ao equilíbrio dos ecossistemas. Devemos por isso utilizá-la de forma consciente, no nosso dia a dia.

As alterações climáticas estão a ter um grande impacto nos recursos hídricos da Península Ibérica, e de acordo com a Associação Natureza Portugal (ANP/WWF) e a WWF Espanha, o cenário a longo prazo não tende a melhorar.

No relatório “Impactos das Alterações Climáticas na Península Ibérica”, desenvolvido em parceria pelas duas organizações, aponta-se que com o aumento de fenómenos como as secas, o aumento das temperaturas e a diminuição da precipitação, será cada vez mais complicado assegurar que os rios dispõem de água suficiente nos dois países.

Segundo a associação portuguesa, Portugal tem sofrido uma “séria escassez hídrica”, razão pela qual devemos sensibilizar e promover medidas de gestão hídrica mais eficientes. Esta situação que tem impacto não só nos ecossistemas e nas suas espécies, como nas “comunidades que dependem dos serviços dos ecossistemas providenciados por estes rios e afetam atividades como a pesca, a agricultura, turismo e abastecimento energético”.

“Da forma como estas alterações já estão a afetar a disponibilidade de água na nossa Península, temos de assumir de vez princípios de precaução, partilha e sustentabilidade, sob pena de num futuro próximo virmos a passar por situações graves de escassez e falta de água. E não é a sede que queremos partilhar com Espanha, mas sim ecossistemas saudáveis que sustentem a água de que todos precisamos”, alerta Afonso do Ó, especialista em Água da ANP|WWF.

Fonte: Greensavers

O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho, defendeu hoje melhor pagamento aos produtores de uvas, para nomeadamente promover a qualidade dos vinhos e espumantes portugueses.

É importante assegurar que “o preço que as empresas pagam aos produtores seja cada vez mais elevado, para permitir que os agricultores tenham melhores condições de vida e tenham maior motivação para tratar bem as suas vinhas, e produzir cada vez melhor produto”, disse o secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Rui Martinho, à margem da visita, hoje, à Estação Vitivinícola da Bairrada, em Anadia.

“Que nos permita melhorar a qualidade e com este processo, projetar a imagem dos vinhos portugueses e dos espumantes em geral”, sublinhou.

“Queremos posicionarmo-nos de forma a que, no mercado nacional” e “sobretudo no mercado internacional, possamos tirar partido dessas oportunidades que nos colocam e, com isso, criar valor para as regiões, para as empresas e para os agricultores”, explicou.

Rui Martinho referiu que Portugal, nos últimos anos, no que diz respeito aos vinhos portugueses, “tem melhorado extraordinariamente a sua imagem”, pois o País tem conseguido “exportar cada vez mais” tem “conseguido criar mais valor”.

“Não só exportamos mais” como “aquilo que exportamos é pago a um valor mais elevado, estamos a criar mais valor”, destacou.

O secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural adiantou que, no que diz respeito ao espumante, a “exportação não tem o peso que nós gostávamos que tivesse”.

Durante a manhã, o governante visitou a Adega Cooperativa de Távora Varosa e durante a tarde a Estação Vitivinícola da Bairrada, em Anadia, no distrito de Aveiro, de onde seguiu para a Adega Cooperativa de Cantanhede (também na região da Bairrada, no distrito de Coimbra).

Ainda de acordo com Rui Martinho, na região de Távora Varosa, cerca de 80% das massas vinícolas do vinho que é certificado, é dirigido ao espumante, por isso a exportação naquela região é “absolutamente decisiva”.

Relativamente aos espumantes, Rui Martinho indicou que este “segmento do vinho tem tido um crescimento enorme ao longo dos anos”, ou seja, aumentou o consumo de espumante.

O secretário de Estado lembrou a meta dos mil milhões de euros de exportações de vinho até 2023, preconizada pelo Governo, referindo que está “convencido” que será possível atingi-la.

Na visita à Estação Vitivinícola da Bairrada o governante considerou que a sua presença era um “sinal claro” de que será feita alguma coisa no sentido de promover o espumante em Portugal e uma “indicação clara” de que o projeto do centro de investigação de espumantes vai ser concretizado.

“Queremos de facto que seja uma infraestrutura que fique ao serviço do setor e da região e dar-lhe uma utilidade concreta, no sentido de potenciar esse desenvolvimento estratégico”, concluiu.

Fonte: Agroportal

A Mudatuga, startup de educação ambiental para promoção da compostagem doméstica e comunitária, foi distinguida na final Europeia do ClimateLaunchpad, a maior competição cleantech do mundo. O ClimateLaunchpad faz parte das ofertas de Empreendedorismo do EIT Climate-KIC, um órgão da União Europeia que trabalha para acelerar a transição para uma sociedade com carbono zero e resiliente ao clima.

O projeto português venceu o terceiro lugar da competição e foi o eleito vencedor na categoria Urban Solutions. Além disso, a Mudatuga conquistou as preferências da audiência ao receber o prémio do público. A Mudatuga é, assim, uma das 14 equipas europeias que vai à final internacional do ClimateLaunchpad, que decorre no dia 28 e 29 de outubro.

Mudatuga

A Mudatuga é uma startup que oferece soluções de compostagem doméstica e comunitária e serviços de sensibilização para a gestão de biorresíduos. No último ano, transformaram mais de 2 mil pessoas em ninjas de compostagem.

Atualmente, estão a criar o próprio compostor Bokashi para democratizar o tratamento de biorresíduos, independentemente do espaço disponível. Para tal, vão contar com um período de incubação na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto para desenvolvimento do material e do protótipo.

Para Carolina Bianchi, estes prémios são “a validação do valor do projeto por um júri de especialistas. Em Portugal, a nossa solução ainda não é muito valorizada e isto mostra-nos que estamos no caminho certo: não existe nenhuma solução que lute contra as alterações climáticas que não envolva as pessoas”, reforça a cofundadora da startup da UPTEC.

Compostagem

Em 2021, a Mudatuga dinamizou a Escola a Compostar, uma iniciativa que promoveu sessões e conteúdos gratuitos sobre compostagem. Esta Escola, organizada em colaboração com a ZeroWasteLab e a Hortas Lx, reuniu – em Lisboa – mais de 1000 participantes. “O objetivo passa por, em 2022, levar o projeto até pelo menos mais cinco cidades portuguesas. Para isso, estamos a recolher fundos através de uma campanha de crowdfunding.”, salienta Carolina.

No futuro, a Mudatuga quer continuar a democratizar o tratamento de resíduos orgânicos. Para tal, vai continuar a apostar na realização de cursos online em Portugal e Espanha e num novo projeto na área da inovação social, que irá contribuir para a criação de postos de trabalho “verdes”.

ClimateLaunchpad

Em Portugal, o ClimateLaunchpad é organizado pela UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, LIPOR, Pacto Português para os Plásticos e Smart Waste Portugal. Em território nacional, já decorreram seis edições da competição que já apoiou 64 equipas e recebeu mais de 115 candidaturas.

Em 2018, o grande vencedor da final internacional foi o projeto português Eco2Blocks, em competição com mais de 1000 equipas.

Fonte: Grande Consumo

 

O plástico é um problema urgente de combater em todo o mundo, e além de procurar alternativas à produção deste material, é importante garantir que o que já existe é reciclado.

Um grupo de investigadores do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne (RMIT University), na Austrália, desenvolveu uma nova solução limpa e económica de reciclar o plástico usado, transformando-o em nanotubos de carbono e combustível líquido limpo (bio-óleo).

Como explicam no estudo, publicado no Journal of Environmental Management, os resíduos depolipropileno sofrem uma deposição química em vapor, com recurso a biochar, uma forma de carvão rica em carbono, proveniente de resíduos agrícolas e orgânicos, que é frequentemente usada para melhorar a qualidade dos solos. Durante o processo são eliminados os contaminantes tóxicos e os plásticos são convertidos em combustível líquido, e ao mesmo tempo, o carbono do plástico é convertido em nanotubos de carbono.

“Estes nanotubos podem ser esfoliados para utilização por várias indústrias ou o biochar nano-aprimorado pode ser usado diretamente para a remediação ambiental e fortalecimento de solos agrícolas”, explicam os investigadores.

A experiência teve como foco o polipropileno, no entanto, pode ser aplicado a todo o tipo de plásticos. Torna-se assim uma solução sustentável de gestão de resíduos plásticos, de baixo custo, e com contribuição para a economia circular.

“É uma solução inteligente para transformar resíduos plásticos e orgânicos usados ​​- sejam toneladas de biomassa de uma fazenda ou resíduos de alimentos e restos de jardim (…). Esperamos que esta tecnologia possa ser usada no futuro por conselhos locais e governos municipais para ajudar a transformar estes resíduos em fontes de receita genuínas”, afirma Kalpit Shah, autor principal do estudo.

Fonte: Greensavers

Hoje é o Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, uma data implementada em dezembro de 2019 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que tem como objetivo fundamental consciencializar para este problema e promover soluções para o mitigar.

De acordo com a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), são desperdiçadas anualmente, em todo o mundo, mais de 900 milhões de toneladas de comida. Em contraste, 811 milhões de pessoas passam fome no seu dia a dia e 132 milhões vive em risco de insegurança alimentar.

Um estudo recente, realizado pela YouGov e encomendado pela Too Good To Go, revela que o desperdício alimentar é um tema conhecido pela maioria das pessoas, no entanto, seis em cada dez consumidores continua a desperdiçar comida. 55% dos inquiridos confessa que ainda desperdiça algum tipo de alimento, sendo os mais comuns a fruta, os vegetais e o pão. Os motivos que levam as pessoas a desperdiçar são principalmente, o facto de ser uma quantidade reduzida ao ponto de não valer a pena salvá-la, o produto alimentar já ter expirado o prazo e estarem a comer fora de casa e não terminarem a refeição.

Em Portugal, 41% dos inquiridos afirma não desperdiçar comida e 72% afirma estar ciente que a solução número um para combater as alterações climáticas é a redução do desperdício alimentar. As famílias portuguesas com crianças até aos 6 meses, representam o grupo que mais desperdiça alimentos – apenas 8% responderam que não desperdiçam.
Fonte: Greensavers

A Madeira registou uma quebra de mais de 824 toneladas na comercialização de banana, uma das produções tradicionais da região, nos primeiros oito meses deste ano, totalizando 12.808 toneladas, sendo que 84% foram exportadas, informou hoje a Direção Regional de Estatística.

De acordo com os dados divulgados, a comercialização diminuiu 6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, tendo sido “transversal a todas as categorias de banana”. O continente português foi o principal mercado da exportação deste produto.

Contudo, “apesar da quebra face ao mesmo mês do ano passado, julho foi o mês com maior volume de comercialização de banana (2.200,4 toneladas), em contraponto a fevereiro (885,4 toneladas), o mês com menor dinâmica na comercialização deste produto agrícola”, lê-se no resumo distribuído pela DREM.

Fonte: Agroportal

A exigência deriva da poderosa influência da publicidade alimentar na alimentação das crianças e da epidemia de obesidade infantojuvenil. "É tempo da União Europeia se organizar e agir rigorosamente."

DECO, juntamente com outras organizações europeias de consumidores, exigiu esta terça-feira aos decisores políticos europeus “regras vinculativas” que “rapidamente e eficazmente” parem o crescimento do marketing alimentar pouco saudável dirigido a crianças.

Em comunicado, baseado num inquérito realizado pela BEUC — organização europeia de consumidores e por 10 das suas organizações-membros, nomeadamente a DECO (Defesa do Consumidor) — sublinha que “as crianças são alvo preferencial de anúncios publicitários pouco saudáveis” e por isso exigem “a criação de regras vinculativas por parte da União Europeia (UE)”.

Estas entidades entendem que “o compromisso das empresas alimentares em comercializar responsavelmente os seus produtos não protege as crianças europeias de anúncios que promovem alimentos pouco saudáveis”.

“A DECO, em parceria com a BEUC e outras organizações europeias de consumidores, exige que, face à poderosa influência da publicidade alimentar na alimentação das crianças, juntamente com uma epidemia de obesidade infantojuvenil, os decisores políticos europeus avancem com regras vinculativas que, eficaz e rapidamente, parem o crescimento do marketing alimentar pouco saudável. É tempo da União Europeia se organizar e agir rigorosamente“, defendem.

O estudo da BEUC, que decorreu entre fevereiro e março de 2021, “recolheu exemplos de marketing alimentar pouco saudável”, tendo sido “selecionados os casos em que se considerou estar a infringir o compromisso das principais empresas de alimentos e bebidas da UE de comercializarem os seus produtos de forma responsável em relação às crianças — ‘Compromisso da UE'”.

Este estudo, inserido num projeto liderado pela professora Amandine Garde, da Universidade de Liverpool, conclui que “a obesidade e o excesso de peso afetam uma em cada três crianças na Europa“, salientando que “muitas instituições, incluindo a Organização Mundial de Saúde (OMS), reconhecem a forte influência que a promoção de alimentos pouco saudáveis exerce sobre os comportamentos alimentares das crianças“.

Ao defenderem regras vinculativas, estas organizações lembram que “atualmente apenas vigora o designado Compromisso da UE, uma iniciativa voluntária das grandes empresas alimentares para restringir a sua comercialização” e apontam “falhas a este compromisso”.

As organizações argumentam que “os critérios nutricionais estipulados são demasiado permissivos”, pois “os produtos dirigidos a crianças considerados aceitáveis para serem comercializados apresentam valores nutricionais superiores aos recomendados pelas autoridades de saúde pública independentes”.

Por outro lado, os programas de televisão com grande audiência, transmitidos em horário nobre, têm um vasto público infantil, que, “estando fora da programação especialmente a si dirigida, fica livremente sujeito à publicidade a produtos alimentares com pouco interesse nutricional”.

Expõem ainda que “as regras subestimam a exposição significativa deste público-alvo” e destacam “as poderosas táticas de marketing utilizadas tanto no mundo digital como no físico”.

As empresas não sofrem as devidas consequências ao violarem as suas próprias regras, isto é, o processo de reclamação do Compromisso da UE é demasiado lento, obscuro, inconsistente e brando”, concluem.

Perto de 400 mil crianças de 21 países europeus estarão com obesidade severa, segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde de 2019, que relaciona a obesidade mais grave nas crianças também com um menor nível de escolaridade das mães.

Segundo o mesmo estudo, noticiado pela TSF, Portugal surge como o quinto país com maior prevalência de excesso de peso em crianças no período analisado, mas em relação à obesidade severa surge em sétimo lugar.

Segundo os dados, 3,4% das crianças analisadas em Portugal apresentam obesidade severa, 10,5% apresentam obesidade e 21% têm excesso de peso.

O valor mais baixo na obesidade severa regista-se na Suécia e na Moldávia, com 1% de prevalência, enquanto os valores mais elevados se encontram em Malta e Grécia, com uma prevalência de 5,5% e 4,8%.

Fonte: Observador

A redução da perda e desperdício de alimentos é uma parte importante do contributo que nos envolve a todos, no cumprimento da agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, e é uma das metas fundamentais a cumprir para a concretização do “Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 12” – Produção e Consumo responsável, visando a redução para metade, até 2030, do desperdício de alimentos per capita a nível mundial, do retalho e do consumidor, e reduzir as perdas de alimentos ao longo das cadeias de produção e abastecimento, incluindo as que ocorrem pós-colheita.

É neste contexto, que a FAO tem vindo a desenvolver uma série de iniciativas no sentido de conter o problema da perda e desperdício de alimentos, nos seus vários segmentos. Acresce referir que a Assembleia Geral da ONU, seguindo os pedidos da Conferência da FAO de 19.12.2019, adotou o dia 29 de setembro de 2020 como o 1º Dia Internacional de Consciencialização sobre Perda e Desperdício de Alimentos.

Tendo presente o papel que a prevenção e a educação têm para uma mudança de atitude do consumidor, de que as crianças e os jovens serão os intervenientes no futuro, a FAO publicou em setembro de 2018, quatro manuais escolares dirigidos à população juvenil em faixas etárias distintas. O objetivo é o da sua consciencialização para as consequências da perda e desperdício de alimentos e sobre as ações que podem realizar para o seu combate.

Os manuais abrangem as seguintes faixas etárias:

  • Manual 1 | dos 5 aos 7 anos (abrir pdf)
  • Manual 2 | dos 8 aos 9 anos (abrir pdf)
  • Manual 3 | dos 10 aos 13 anos (abrir pdf)
  • Manual 4 | + 14 anos (abrir pdf)

Sob iniciativa da Ministra da Agricultura, em parceria com a eurodeputada Isabel Carvalhais que promoveu a tradução portuguesa, o Gabinete de Planeamento, Políticas e Administração Geral (GPP) concretizou a edição dos quatro manuais escolares, para sua divulgação junto da população juvenil.

Fonte: Agroportal