O Eurodeputado Paulo do Nascimento Cabral coorganizou, em Bruxelas, no âmbito do Intergrupo Aviação e Espaço, a Conferência “Maximizar a Utilização de Drones Civis”, durante a qual foram identificados os principais obstáculos regulamentares à utilização de drones no setor agrícola e apresentadas soluções tendo em vista a sua resolução.
Durante a sua intervenção inicial, Paulo do Nascimento Cabral sublinhou que “para além dos seus benefícios ambientais, desde logo por menores emissões de CO2, os drones oferecem também vantagens económicas significativas. Na agricultura, podem contribuir para fazer face à falta de mão-de-obra, mas também otimizar os processos de irrigação e fertilização, monitorizar culturas e animais, e ser utilizados no controlo de pragas, incluindo nas fases mais avançadas do crescimento das culturas, quando os métodos convencionais, como os tratores, já não podem ser utilizados pela destruição que causa”.
Para o Eurodeputado, “os drones não são meros dispositivos tecnológicos utilizados para lazer e fazer bons vídeos e fotos. São ferramentas estratégicas que contribuem para a redução das emissões de gases com efeito de estufa, apoiam a atividade agrícola, protegem infraestruturas críticas, e fortalecem os sistemas de gestão de riscos e catástrofe. A União Europeia tem ao seu dispor infraestruturas, competência em engenharia e ambição. Contudo, sem uma implementação regulatória acelerada, investimento coordenado e uma mudança de mentalidade corremos o risco de nos tornarmos meros espectadores da transição digital que está a ocorrer nos EUA e na China. Além disso, gostaria de sublinhar que apenas 47,5% das pessoas que vivem em zonas rurais possuem competências digitais básicas. Isto significa que é urgente paralelamente reforçar a literacia digital".
Entre as soluções propostas, Paulo do Nascimento Cabral destacou “a abertura de corredores a baixa altitude para voos além da linha de visão, permitindo operações além do alcance visual fora das zonas aeroportuárias, desde que os dispositivos transmitam constantemente a sua posição, e que os restantes utilizadores do espaço aéreo tenham conhecimento da sua localização. Passar de autorizações caso a caso para regras permanentes reduzirá drasticamente os prazos de autorização de meses para dias e melhorará a vida dos agricultores”.
"Simplificar os processos de aprovação de voos e de certificação de produtos. Alargar a lista de cenários-padrão da UE para que voos de baixo e médio risco possam ser realizados com base numa simples declaração. Permitir que drones de pequena série até à Classe C3 sejam certificados através de controlo interno de produção. Colocar novos modelos no mercado sem que estes tenham de enfrentar barreiras de aprovação desproporcionadas, são apenas alguns passos", foram outras das soluções apresentadas pelo Eurodeputado dos Açores.
Para Paulo do Nascimento Cabral, é igualmente necessário "rever a Diretiva 2009/128/CE para permitir a pulverização de precisão com drones. A proibição da pulverização aérea decidida em 2009 foi concebida para helicópteros e aviões pulverizadores. Os drones de baixa altitude aplicam pesticidas ou agentes de biocontrolo com uma precisão ao nível de centímetros, reduzem o volume de produtos químicos utilizados, diminuem o número de passagens de tratores e evitam a compactação do solo".
O debate intitulado “Drones como facilitadores tendo em vista uma agricultura sustentável e digital”, contou com a participação de Oliver Lichtenstein, Diretor Executivo da Beagle Systems e Vice-Presidente do Conselho Executivo da UAV DACH; Patrick Pagani, Secretário-Geral Adjunto da Copa-Cogeca; Munish Kuharana, Conselheiro Sénior para a Gestão de Tráfego Aéreo Não Tripulado na EUROCONTROL; e Tamme van der Wal, da Universidade de Wageningen, responsável pelo desenvolvimento de aplicações para drones.
No discurso de encerramento da Conferência, Paulo do Nascimento Cabral sublinhou que "ficou claramente demonstrado que os drones podem funcionar como um poderoso facilitador da agricultura de precisão, da sustentabilidade e da inovação. Seja através da otimização dos fatores de produção, da monitorização das culturas ou do acesso a zonas remotas e de difícil acesso, a tecnologia dos drones oferece soluções reais para os desafios concretos dos nossos agricultores. Mas, para que estas soluções sejam amplamente adotadas, é necessário colmatar as lacunas legislativas e de investimento existentes. Além disso, a utilização de drones deve estar associada à conectividade rural, à formação digital e ao apoio aos agricultores que correm o risco de ser deixados para trás na transição digital”.
A sessão encerrou com a assinatura de uma declaração conjunta, da coautoria do Eurodeputado, que sublinha a importância de se aproveitar o potencial dos drones nos diversos domínios estratégicos da União, que será formalmente remetida à Comissão Europeia, nomeadamente aos Comissários Apostolos Tzitzikostas (Transportes), Andrius Kubilius (Defesa e Espaço), Christophe Hansen (Agricultura e Alimentação), Olivér Várhelyi (Saúde e Bem-Estar Animal) e à Comissária Hadja Lahbib (Ajuda Humanitária e Gestão de Crises).
Fonte:Agronegócios
A Direção Geral de Alimentação e Veterinária procede à divulgação do Relatório de Vendas de Produtos Fitofarmacêuticos respeitante ao ano de 2023.
No final do ano de 2023, estavam titulados com autorização de venda em Portugal 1520 produtos fitofarmacêuticos, com base em 313 substâncias ativas. O quantitativo de vendas de produtos fitofarmacêuticos ocorrido durante esse ano teve um decréscimo de 12,9 % relativamente ao ano de 2022.
Consulte aqui o Relatório.
Fonte: DGAV
Em 2024, a União Europeia (UE) tinha 132 milhões de suínos, 72 milhões de bovinos, 57 milhões de ovinos e 10 milhões de caprinos. Em comparação com o ano anterior, todas as populações de gado diminuíram – a população suína diminuiu 0,5%, a bovina 2,8%, a ovina 1,7% e a caprina 1,6%.
Os recentes declínios nas populações de gado reforçaram a tendência de longo prazo na UE. Em comparação com 2014, a população de suínos em 2024 foi 8,1% menor, a de bovinos 8,7% menor, a de ovinos 9,4% menor e a de caprinos 16,3%.
Essas informações vêm de dados sobre a população pecuária da UE , publicados hoje pelo Eurostat.
Leia o relatório aqui.
Fonte: Agroportal
Um projeto europeu desenvolveu tecnologias de baixo custo que transformam água salgada em doce, melhoram a irrigação e purificam águas residuais para reutilizá-las na agricultura. De Portugal até ao Egito, o objetivo é tornar estas soluções disponíveis aos agricultores e comunidades.
Como resultado das alterações climáticas, a ONU avisa que a região do Mediterrâneo será cada vez mais afetada por incêndios, secas e ondas de calor. Para melhorar a irrigação dos solos e o abastecimento de água a pequenos agricultores nesta área, um projeto desenvolveu três tecnologias inovadoras a baixo custo.
O objetivo do projeto MED-WET era adaptar as soluções aos problemas de cada país, garantido que eram acessíveis financeiramente e simples de aplicar por qualquer agricultor.
Alemanha, Egito, Malta, Marrocos e Portugal constituíram o projeto MED-WET, apoiado pela instituição da União Europeia PRIMA e através da qual receberam o financiamento do programa Horizonte 2020. Desenvolveram a tecnologia SLECI que permite uma irrigação através de tubos de argila consoante a humidade do solo, o que permite uma considerável poupança de água, e também um sistema de construção de zonas húmidas para purificar águas residuais, possível de ser aplicado numa comunidade ou numa aldeia.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: Agroportal
A pectina está positivamente ancorada na percepção de consumidores e desenvolvedores de produtos como um ingrediente vegano natural, pois é feita principalmente de maçãs e frutas cítricas.
Pode ser usada em diversas aplicações que correspondem às tendências de saúde do mercado. Por exemplo, a exigência por confeitaria e pastas de frutas com teor reduzido ou sem açúcar está a aumentar, em linha com a consciencialização dos consumidores por uma nutrição consciente da saúde.
Ao mesmo tempo, a produção desses produtos às vezes é bastante desafiadora. Muitas vezes, o uso de pectinas específicas abre caminho para textura, sabor e estabilidade de armazenamento perfeitos.
Fonte: FoodNavigator Europe
Após a implementação das medidas de controlo e erradicação dos focos ocorridos em Portugal entre 3 de janeiro e 10 de fevereiro de 2025, Portugal recuperou o estatuto de país livre de gripe aviária de alta patogenicidade a 26 de março de 2025, de acordo com o disposto no capítulo 10.4 do Código Sanitário dos Animais Terrestres da Organização Mundial para a Saúde Animal (WOAH).
A validação oficial do estatuto de “país livre” para gripe aviária de alta patogenicidade pela WOAH pode ser consultada no portal da referida organização.
Fonte: DGAV
Uma nova ferramenta digital está disponível gratuitamente para todos os agricultores portugueses que pretendam otimizar a eficiência hídrica e energética das suas explorações. Através da plataforma https://rega.ena.com.pt/, os produtores podem calcular semanalmente as necessidades reais de rega das suas culturas, ajustando o uso da água e reduzindo os custos energéticos associados à bombagem.
A aplicação, simples de utilizar e disponível para qualquer utilizador, considera variáveis fundamentais como o tipo de solo, os dados climáticos, o estado fenológico das plantas e os coeficientes culturais, permitindo ajustar a rega às necessidades hídricas efetivas de cada cultura. A utilização desta plataforma contribui diretamente para uma agricultura mais eficiente e ambientalmente sustentável, promovendo boas práticas de gestão de recursos.
A ferramenta foi desenvolvida no âmbito do projeto “Regadio Eficiente”, promovido pela ENA – Agência de Energia e Ambiente da Arrábida, que teve como principal objetivo promover o uso racional da água e da energia na rega através da modernização dos sistemas de bombagem, recorrendo a soluções tecnológicas e fontes de energia renovável. Assim, vinte explorações agrícolas localizadas nos concelhos de Palmela, Setúbal e Montijo beneficiaram de um apoio a fundo perdido correspondente a 60% dos investimentos realizados.
Resultados expressivos ao nível da eficiência e poupança
A adesão ao projeto permitiu modernizar sistemas de rega gota-a-gota em áreas agrícolas que, no seu conjunto, ultrapassam os 560 hectares. A maioria destas explorações dedica-se ao cultivo de vinha e de produtos hortícolas.
Foram instalados oito sistemas solares fotovoltaicos destinados à produção de energia elétrica renovável, quinze variadores de velocidade em bombas hidráulicas e dois programadores automáticos de rega. Estas intervenções resultaram numa produção anual de energia solar de mais de 33,7 MW/ano, contribuindo significativamente para a redução do consumo energético nas explorações agrícolas. Os variadores de velocidade permitiram alcançar uma poupança de cerca de 21% no consumo de energia associado à bombagem de água, enquanto os programadores de rega possibilitaram uma poupança estimada em 28%, ao otimizar a quantidade de água aplicada conforme as reais necessidades das culturas.
Estima-se que o consumo de energia total nestas explorações tenha sido reduzido em 128 MWh/ano, traduzindo-se numa poupança anual superior a 19 200 euros em custos com energia elétrica. Graças ao apoio financeiro concedido, o retorno do investimento (payback) foi alcançado em apenas um ano e quatro meses.
Um projeto em parceria
O projeto “Regadio Eficiente” foi financiado no âmbito do Plano de Promoção da Eficiência no Consumo de Energia (PPEC), aprovado pela ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. A medida foi desenvolvida em parceria entre diversas entidades com experiência e intervenção nos setores da energia e da agricultura. Para além da ENA, participaram a S.ENERGIA – Agência Regional de Energia de Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete, a RNAE – Associação das Agências de Energia e Ambiente (Rede Nacional), e a AVIPE – Associação de Viticultores do Concelho de Palmela.
Veja aqui o vídeo sobre o projeto.
Fonte: ENA - Agência de Energia e Ambiente da Arrábida
Um novo estudo revelou que a instalação de painéis solares em terrenos áridos pode melhorar a humidade do solo, reduzir o stress hídrico das plantas e até aumentar a produtividade vegetal em anos de seca.
Publicado na revista Environmental Research Letters, a investigação das universidades do Estado do Colorado e de Cornell, nos EUA, mostrou que, longe de prejudicar os ecossistemas, os painéis solares podem ter um efeito positivo na vegetação, sobretudo em condições de aridez.
Com base em quatro anos de dados recolhidos numa instalação agrovoltaica no Colorado, os investigadores verificaram que, em anos secos, o crescimento das plantas na zona a leste dos painéis foi até 90% superior ao de áreas sem sombra. O fenómeno deve-se à sombra parcial e à água adicional acumulada nos painéis, que favorecem a sobrevivência das plantas durante os meses mais quentes.
Apesar de os sistemas solares reduzirem a luz direta disponível para as plantas, o estudo mostrou que, em zonas áridas, o benefício da proteção solar e da retenção de água supera esse impacto.
Saiba mais aqui.
Fonte: Vida Rural
O Painel de Materiais em Contato com Alimentos (FCM) da EFSA avaliou a segurança do processo de reciclagem KREYENBORG IR Clean+.
A entrada são flocos de poli(tereftalato de etileno) (PET) lavados e secos a quente, originários principalmente de recipientes de PET pós-consumo recolhidos, com no máximo 5% de PET proveniente de aplicações de consumo não alimentício. Os flocos são aquecidos num, secador infravermelho (IR) contínuo (etapa 2) antes de serem processados em um reator finalizador (etapa 3). Após examinar o teste de desafio fornecido, o Painel concluiu que ambas as etapas são críticas para determinar a eficiência de descontaminação do processo.
Os parâmetros operacionais para controlar a eficiência dessas etapas críticas são temperatura, relação ar/PET e tempo de residência. Foi demonstrado que este processo de reciclagem garante que o nível de migração de potenciais contaminantes desconhecidos para os alimentos esteja abaixo da migração modelada conservadoramente de 0,0481 ou 0,0962 μg/kg de alimento, dependendo da massa molar de uma substância contaminante.
Deste modo, o Painel concluiu que o PET reciclado obtido a partir deste processo não representa um problema de segurança, quando utilizado em até 100% para a fabricação de materiais e artigos para contato com todos os tipos de alimentos, incluindo água potável, para armazenamento de longo prazo à temperatura ambiente ou inferior, com ou sem enchimento a quente. Artigos feitos deste PET reciclado não se destinam ao uso em fornos de micro-ondas e convencionais, e tais usos não são abrangidos por esta avaliação.
Leia o artigo completo aqui.
Fonte: EFSA
Os representantes dos estados-membros no Comité Especial de Agricultura aprovaram um mandato de negociação do Conselho da União Europeia acerca de um pacote de medidas para melhorar a competitividade e resiliência do setor do vinho na União.
As medidas incluem restrição ao excesso de oferta, melhoria da resiliência climática, simplificação da rotulagem, aumento da flexibilidade da plantação, e incentivo às economias rurais através do turismo vinícola. As novas medidas têm o objetivo de manter o setor adaptado a alterações nos padrões de consumo, gerir o potencial de produção e aproveitar novas oportunidades de mercado. Além disso, as regras pretendem assegurar que o setor continua a constituir um apoio às áreas rurais através da criação de oportunidades de emprego.
Para prevenir o excesso de produção, os estados-membros poderão autorizar ações como a remoção de vinhas indesejadas ou em excesso e a remoção de uvas não amadurecidas antes da colheita para ajudar a estabilizar o mercado. Os produtores terão flexibilidade adicional ao abrigo do esquema de replantações, que será estendido por oito anos. Também será concedido apoio para investimentos em mitigação e adaptação às alterações climáticas e haverá uma abordagem mais harmonizada para a rotulagem, que irá reduzir custos e simplificar trocas comerciais no espaço da União.
Na vertente turística, os grupos de produtores que gerem áreas vinícolas protegidas irão receber assistência para o desenvolvimento de turismo relacionado com o tema.
Fonte: TecnoAlimentar
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