A banana está novamente ameaçada por um fungo conhecido como Fusarium oxysporum cubense (Foc), causador da doença do Panamá. Infeta o solo e bloqueia os canais que transportam água e nutrientes para a planta, fazendo-a murchar e morrer. Não há cura conhecida. Uma das soluções passa pela utilização da tecnologia dos OGM.
Enquanto os humanos têm duas cópias de cada cromossoma (diplóides), algumas plantas podem ser poliplóides, com múltiplas cópias genéticas. A banana moderna é triploide – tem três cópias de cromossomas –, o que a torna estéril. No entanto, as bananas podem ser propagadas a partir de rebentos ou do rizoma da planta-mãe.
Num texto publicado no site do American Council on Science and Health, Charles Dinerstein, cirurgião vascular e ex-diretor desta organização de promoção da ciência , afirma que a natureza triploide da banana é simultaneamente uma vantagem e uma fraqueza. “Esta característica permitiu produzir uma fruta nutritiva e de sabor consistente, mas também a tornou vulnerável a doenças, já que todas as bananas são clones genéticos. Embora a clonagem facilite a produção em grande escala, também aumenta o risco de pandemias agrícolas, como aconteceu com a praga da videira francesa no século XIX.”
No mesmo texto, Charles Dinerstein escreve que a banana está novamente ameaçada por um fungo conhecido como Fusarium oxysporum cubense (Foc), causador da doença do Panamá. “Este fungo infeta o solo, bloqueando os canais que transportam água e nutrientes para a planta, fazendo-a murchar e morrer. Não há cura conhecida.” O Foc pode passar despercebido durante muito tempo, facilitando a sua disseminação. Plantas aparentemente saudáveis são replantadas, espalhando o fungo. Além disso, o Foc gera novas variantes.
Ainda segundo Charles Dinerstein, a variedade original de banana, Gros Michel, foi devastada por este fungo. A variedade Cavendish foi inicialmente resistente, mas uma nova variante, o TR4, está agora a afetá-la. O TR4 surgiu na Ásia nos anos 80 e já se espalhou pela Ásia, África Ocidental e Colômbia, onde foi declarado o estado de emergência.
As plantações de banana são altamente dependentes de pesticidas, sendo uma das culturas que mais utiliza químicos a nível global. A monocultura – a prática de cultivar apenas uma variedade genética – facilita a propagação de doenças como o TR4. Apesar das tentativas de controlo, como a quarentena e a gestão do solo, o fungo continua a espalhar-se. Algumas práticas agrícolas, como a rotação de culturas com alho-francês chinês, mostraram-se eficazes na redução da doença. No entanto, estas soluções ainda não são suficientes.
Uma potencial solução, acrescenta Charles Dinerstein, “é a utilização de organismos geneticamente modificados (OGM). A banana que consumimos é, de certa forma, um OGM natural devido à sua natureza triploide. No entanto, a única maneira de diversificar geneticamente as bananas é através da intervenção humana, seja por técnicas tradicionais ou avançadas. Genes resistentes ao TR4 foram identificados numa variedade selvagem de banana e inseridos na Cavendish, criando uma versão transgénica chamada QCAV-4.” Esta variedade, mais resistente ao TR4, foi aprovada para produção comercial na Austrália em 2023, tornando-se o primeiro país a autorizar esta banana geneticamente modificada.
Apesar disso, a Europa continua relutante em aceitar a tecnologia OGM, colocando em risco uma grande parte do mercado global de bananas. Esta resistência já afetou outras culturas, como a batata Innate, cuja produção foi boicotada por ativistas que ameaçaram as grandes empresas consumidoras.
A banana é um alimento essencial para a segurança alimentar de cerca de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. Desde a sua viagem da Nova Guiné até ao mercado global, a história da banana revela a vulnerabilidade dos sistemas agrícolas. “Para garantir a sobrevivência da banana, serão necessárias soluções como a modificação genética, práticas agrícolas sustentáveis e cooperação internacional”, defende o autor.
Fonte: CiB - Centro de Informação de Biotecnologia
No início de janeiro, foi identificado um foco de infeção pelo vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) numa exploração no concelho de Sintra, em Lisboa. Já esta segunda-feira, a Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) emitiu um alerta sobre um surto de gripe das aves na região de Lisboa.
Será que é seguro continuar a comer frango ou ovos, mesmo que o animal tenha sido infetado? Donald W. Schaffner, diretor do Department of Food Science, dos Estados Unidos, revelou à Forbes que não existe motivo de preocupação desde que tudo seja bem cozinhado.
"Estudos mostraram que seguir as melhores práticas atuais de cozinha irá tornar inativos os níveis altos desse organismo com uma grande margem de segurança", revela.
"Cozinhe a carne completamente, mas isso já deveria fazer de qualquer maneira. Siga as mesmas regras de manuseio de carne crua e para cozinhar como normalmente faria para prevenir doenças bacterianas, como a salmonella."
Já no caso dos ovos, que muitas vezes acabam por ser consumidos não totalmente cozinhados, será que é idêntico? Neste caso, o melhor é optar por cozinhá-los durante mais uns minutos.
“Certifique-se de que os ovos estejam totalmente cozidos para que as gemas não fiquem moles ou líquidas”, pode ler-se num comunicado do New Hampshire Department of Health and Human Services, dos Estados Unidos, em relação às boas práticas na cozinha relacionadas com a gripe aviária.
A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) já tinha deixado algumas considerações sobre este tema. "A maioria dos casos [de infeção] relatados parece ter tido origem no estreito contacto e manipulação de animais infectados, sendo fortes as evidências de que este vírus não se transmite aos humanos através da alimentação."
“Tendo por base o princípio da precaução e dado que há outras doenças das aves, como a salmonelose e a campilobacteriose, que se transmitem aos humanos através carnes pouco cozinhadas, recomenda-se que só se consuma carne de aves e de ovos que durante o seu processo de cozedura tenham atingido os 70ºC, temperatura que garante a destruição do vírus H5N1, assim como de salmonella, campylobacter jejuni e outras bactérias”, continuam.
Fonte: Notícias ao Minuto
A 3 de janeiro, foi confirmado um foco de infeção por vírus da Gripe Aviária de Alta Patogenicidade (GAAP) numa exploração de galinhas poedeiras, no concelho de Sintra, distrito de Lisboa.
As medidas de controlo e erradicação do foco foram de imediato implementadas pelos serviços da Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), conforme previsto no plano de contingência da gripe aviária. Estas ações incluem a inspeção ao local onde a doença foi detetada, a eliminação dos animais afetados, a limpeza e desinfeção das instalações, a restrição da movimentação e a vigilância das explorações com aves situadas nas zonas de restrição, num raio de até 10 km em redor do foco.
Os operadores são os primeiros responsáveis pelo estado sanitário dos seus animais e devem comunicar de imediato qualquer suspeita de doença à DGAV. A deteção precoce de focos é essencial para a implementação célere de medidas de controlo, evitando a disseminação da doença e minimizando perdas para o setor.
Perante a evidência de circulação do vírus da GAAP, a DGAV apela a todos os detentores de aves para que cumpram rigorosamente as medidas de biossegurança e as boas práticas de produção avícola. Estas incluem evitar contactos diretos ou indiretos entre aves domésticas e aves selvagens, reforçar os procedimentos de higiene de instalações, equipamentos e materiais, e aplicar um controlo rigoroso dos acessos aos estabelecimentos onde as aves são mantidas.
As informações sobre prevenção e biossegurança estão disponíveis na página dedicada à Gripe Aviária no portal da DGAV, onde pode encontrar um cartaz, folhetos informativos e um vídeo.
As medidas de controlo aplicadas nas zonas sujeitas a restrições sanitárias são determinadas pelo Edital n.º 26 da Gripe Aviária, disponível para consulta no portal da DGAV, em www.dgav.pt.
Fonte: DGAV
Se tem uma horta ou pomar, provavelmente já se deparou com a frustração da queda precoce de frutos. Ao perceber que a sua colheita foi reduzida de forma inesperada, a primeira reação é muitas vezes de preocupação. Afinal, o que pode estar a acontecer? Este fenómeno, que afeta tanto culturas hortícolas como frutícolas, pode ter diversas causas. Neste artigo, vamos explorar as razões mais comuns para a queda precoce de frutos e apresentar soluções práticas para que possa lidar com este problema de forma eficaz.
A queda precoce de frutos é o processo em que os frutos se soltam da planta antes de estarem completamente maduros. Pode ocorrer em diversas fases do ciclo de crescimento da planta, afetando tanto as flores como os frutos ainda em desenvolvimento. Para o agricultor iniciante, isto pode ser um problema sério, pois diminui o rendimento e a qualidade da colheita. Em alguns casos, pode até significar perdas significativas.
Este fenómeno pode afetar qualquer tipo de planta, desde as hortícolas (tomates, pepinos, curgetes) até árvores de fruto (macieiras, pereiras, citrinos). Mas por que isto acontece?
O clima desempenha um papel crucial na saúde das plantas. Temperaturas extremas, secas prolongadas ou chuvas excessivas podem causar stress nas plantas, afetando a sua capacidade de manter os frutos firmemente presos aos ramos.
Solução: Para mitigar os efeitos das condições climáticas, procure proteger as plantas com coberturas, estufas ou telas contra o vento. Manter o solo bem drenado e utilizar sistemas de rega eficientes durante os períodos secos pode também ajudar a reduzir o stress hídrico.
A falta de nutrientes essenciais pode ser uma das principais causas para a queda precoce de frutos. Plantas que não recebem quantidades suficientes de nutrientes como potássio, cálcio ou magnésio podem ser mais propensas à queda de frutos antes da colheita.
Solução: Realize análises de solo para determinar quais nutrientes estão em falta e faça a aplicação de fertilizantes adequados. A adubação orgânica com compostos ricos em cálcio e potássio pode ser uma opção natural eficaz.
Embora o azoto seja essencial para o crescimento das plantas, o excesso de fertilização azotada pode ter efeitos negativos. O crescimento excessivo das folhas, em detrimento do desenvolvimento dos frutos, pode resultar na queda precoce dos mesmos.
Solução: Modere a quantidade de fertilizante azoto que aplica, especialmente durante a fase de floração e frutificação. Prefira fertilizantes equilibrados ou com maior teor de potássio e fósforo, que favorecem a formação e maturação dos frutos.
A polinização é um dos processos mais críticos na formação do fruto. Se a polinização não ocorrer corretamente, os frutos podem cair prematuramente. Fatores como a falta de polinizadores (abelhas, borboletas) ou condições climáticas desfavoráveis no período de floração podem afetar negativamente este processo.
Solução: Incentive a presença de polinizadores na sua horta ou pomar, plantando flores que atraem abelhas e outros insetos benéficos. Se estiver a cultivar plantas que dependem de polinização cruzada, pode ser útil plantar variedades compatíveis perto umas das outras.
Inimigos invisíveis, como pragas e doenças, também podem ser os culpados da queda precoce de frutos. Alguns insetos, como ácaros ou moscas da fruta, podem enfraquecer as plantas, causando a queda dos frutos. Doenças fúngicas, como o míldio ou a podridão das raízes, também podem ser fatores contributivos.
Solução: Realize inspeções regulares para detectar sinais de pragas ou doenças. Utilize tratamentos biológicos, como o óleo de neem, ou sprays de sabão potássico para controlar as pragas de forma natural. Manter a higiene no pomar ou na horta e a poda de ramos doentes também ajuda a evitar o espalhamento de doenças.
Quando as plantas não recebem água suficiente, entram em estado de stress hídrico. Durante a fase de frutificação, esse stress é particularmente prejudicial, pois a desidratação celular compromete a nutrição dos frutos. Sem a quantidade adequada de água, os frutos podem murchar, parar de crescer ou cair para preservar a energia da planta. Esse problema é mais comum em períodos de calor intenso ou seca prolongada, quando a evaporação supera a capacidade das raízes de absorver água suficiente do solo.
Além disso, a falta de água pode afetar processos vitais como a fotossíntese e o transporte de nutrientes dentro da planta. Sem água suficiente, as plantas têm dificuldade em manter a pressão de turgescência, que é essencial para manter as células firmes e os tecidos vegetais saudáveis. Isso resulta em folhas murchas, menor taxa de crescimento e queda acentuada na produção de frutos.
Durante a fase de frutificação, os frutos em desenvolvimento são particularmente vulneráveis, pois necessitam de um fornecimento constante de água para sustentar o seu crescimento.
A ausência de água adequada também pode causar problemas específicos, como o endurecimento ou rachaduras nos frutos devido à interrupção do equilíbrio osmótico nas células. Em culturas sensíveis, como tomateiros e citrinos, a seca pode levar à formação de frutos pequenos, com má qualidade ou que amadurecem de forma irregular, prejudicando o valor comercial e nutricional da colheita.
Outro impacto menos visível, mas igualmente significativo, é a diminuição da atividade microbiana benéfica no solo. Com níveis insuficientes de humidade, os microrganismos responsáveis por decompor a matéria orgânica e disponibilizar nutrientes para as plantas tornam-se inativos, agravando a carência nutricional da planta e contribuindo para a queda precoce dos frutos.
Tenha sempre em mente as previsões meteorológicas e prepare a sua horta ou pomar para eventuais alterações nas condições climáticas. Quando se espera uma onda de calor, por exemplo, pode cobrir as plantas com uma rede de sombreamento para reduzir o impacto. No inverno, proteja as plantas com coberturas de plástico ou outras formas de abrigo contra o frio excessivo.
A poda pode ajudar a manter a planta saudável e bem equilibrada, promovendo o crescimento adequado dos frutos. Corte as partes danificadas ou secas e remova o excesso de folhas que possa interferir com a formação dos frutos.
A compostagem é uma excelente forma de enriquecer o solo com nutrientes naturais. Além de ser benéfica para a saúde das plantas, ela melhora a estrutura do solo, evitando tanto a compactação como a drenagem excessiva.
Use fertilizantes orgânicos ou compostos específicos para a fase de frutificação. Evite excessos, pois a quantidade errada de nutrientes pode resultar em um crescimento desordenado e na queda prematura dos frutos.
Cada planta tem um ciclo de vida diferente. Fique atento aos períodos de frutificação e ajustamentos que possam ser necessários para evitar a queda precoce dos frutos. Por exemplo, se uma planta estiver a frutificar excessivamente, pode ser necessário realizar uma desbaste para dar mais energia aos frutos restantes.
Em estufas ou em ambientes fechados, o controle da humidade e temperatura pode ser feito de forma mais eficaz. Certifique-se de que esses fatores estão equilibrados para evitar tanto a desidratação como o abafamento das plantas.
Lidar com a queda precoce de frutos é um desafio comum para muitos agricultores iniciantes, mas com conhecimento e precauções, é possível minimizar o impacto desse problema. Identificar as causas da queda precoce e implementar soluções práticas pode ajudar a manter as plantas saudáveis e aumentar o rendimento das colheitas. Seja proativo, observe o comportamento das suas plantas e ajuste as suas práticas de cultivo de acordo com as necessidades específicas de cada cultura.
Lembre-se: a agricultura é um processo contínuo de aprendizagem, e cada desafio é uma oportunidade de crescer como agricultor. Com paciência, dedicação e as soluções certas, a sua horta ou pomar será mais produtivo e saudável a cada estação.
Fonte: Agricultura e Mar e A Cientista Agrícola
No Douro, apesar de terem ficado 237 parcelas e 117,4 hectares de vinha por vindimar, a produção aumentou 5% em 2024/2025. No Algarve e Beira Interior, o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) diz que a produção de vinho subiu 20%.
Em Portugal, os viticultores partiram muito céticos para as vindimas deste ano, cientes dos elevados stocks de vinho ainda por escoar de anos anteriores e a braços com elevados custos de produção, escassez de mão de obra e diminuição nas taxas médias de consumo em Portugal, na Europa e no mundo.
E os números confirmam este ceticismo. Excetuando algumas regiões mais bafejadas pela meteorologia, na campanha de 2024/2025 verificou-se uma quebra na produção de vinho nas principais regiões vitivinícolas do país.
Os resultados das declarações de colheita e produção (DCP) desta vindima revelados nesta primeira semana de janeiro de 2025 pelo Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) apontam para um total de 6,9 milhões de hectolitros. Tal representa um decréscimo de 8% face à campanha 2023/2024 e uma quebra de 0,1% em relação à média das cinco campanhas anteriores.
As previsões do IVV publicadas em julho de 2024 já apontavam para este cenário.
Numa nota divulgada a 30 de julho, o IVV estimava que a produção de vinho na campanha 2024/2025 atingiria “um volume de 6,9 milhões de hectolitros", o que se traduziria num "decréscimo de 8% face à campanha 2023/2024”.
O Instituto liderado por Bernardo Gouvêa sublinhava, em julho, que, a verificar-se essa previsão, a campanha deste ano registaria “um volume semelhante à média das últimas cinco campanhas” com a diminuição global da produção a ser “observada na maioria das regiões vitivinícolas, com destaque para as regiões de Lisboa (-15%) e do Alentejo (-10%)”.
Para as regiões da Beira Interior, Trás-os-Montes e Algarve, o IVV traçou previsões a apontar para “aumentos em relação à campanha anterior", enquanto para a região de Távora-Varosa "não se espera variação na produção”.
Volvidos cinco meses, os dados recolhidos através das Declarações de Colheita e Produção preenchidos pelos viticultores e entregues ao IVV confirmam as previsões. Eles atestam uma diminuição do volume de vinho produzido em Portugal que, este ano, atingiu um total de 6,9 milhões de hectolitros (hl).
Este volume de produção representa um decréscimo de 8% face à campanha 2023/2024, sendo que, em relação à média das cinco campanhas anteriores, representa uma redução de 0,1%.
Entre os fatores que contribuíram para este decréscimo na produção de vinho, em média, em Portugal, destaca-se “a instabilidade meteorológica durante o ciclo vegetativo da videira”, que, segundo o IVV, “favoreceu o surgimento de doenças, com especial incidência do míldio”.
Na generalidade, as produções por região registaram um decréscimo face à campanha anterior. Destacam-se as regiões dos Açores, da Bairrada, do Dão, da Península de Setúbal e de Lisboa, que apresentaram quebras superiores a 20%.
No entanto, nem todas as regiões vitivinícolas se comportaram da mesma forma. No Algarve e na Beira Interior, o IVV revela que se registaram “aumentos de produção superiores a 20%”, face à campanha de 2023/2024.
Também nas regiões vitivinícolas dos Vinhos Verdes e do Douro, contrariando as previsões de julho do IVV e a tendência de quebra global na produção, houve lugar a aumentos na produção de vinho. Eles foram de mais 10% nos Vinhos Verdes e de mais 5% no Douro, região esta (Douro) onde, paradoxalmente, nem todas as uvas foram colhidas este ano.
No início de dezembro, o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (IVDP) revelou que, dos 250 mil hectares que integram a Região Demarcada do Douro, houve 237 parcelas e 117,4 hectares de vinha (0,29%) não vindimados.
Isto, porque, antes da vindima, havia “120 milhões de litros de vinho a mais nas adegas cooperativas e privadas (quase um quinto da produção nacional)”, segundo o IVDP. Por essa razão, muitos viticultores optaram por não colher as uvas.
No cômputo geral da produção de vinho em Portugal, as produções declaradas como aptas a Denominação de Origem Protegida (DOP) e Indicação Geográfica Protegida (IGP) “continuam dominantes”, avança o IVV. Elas atingiram, nesta campanha, “91% da produção nacional”, de acordo com a mesma fonte.
Em linha com o verificado nos últimos anos, “é predominante a produção de vinhos tintos, representando 57% do total produzido”, diz ainda o IVV. Por sua vez, o volume dos vinhos brancos, que ficou “ligeiramente acima dos 2,5 milhões de hectolitros”, tem um peso de 36% na produção nacional. Os vinhos rosados representam 7% do total.
Fonte: Tempo.pt
O óleo de bagaço de azeitona é um alimento com uma composição muito semelhante à de outros óleos que também provêm dos olivais. Como explica Javier Sánchez Perona, cientista sénior do Instituto de la Grasa do CSIC, “o teor de ácidos gordos, que representa 98-99% da composição, é idêntico”. A diferença reside mais nos componentes menores, que se encontram em concentrações muito baixas, mas que são de grande interesse organolético e nutricional. O óleo de bagaço de azeitona é rico em esteróis, álcoois gordos e álcoois e ácidos triterpénicos. Os componentes com menor quantidade neste caso são os componentes fenólicos.
O óleo de bagaço de azeitona é, de acordo com um estudo publicado pelo grupo de investigação de Sánchez Perona, um dos cinco óleos mais saudáveis para consumir. O primeiro é o EVOO, seguido do óleo de linhaça, do azeite e do óleo de bagaço de azeitona. Isto deve-se não só ao facto de conter os elementos comuns a todos os azeites, como o ácido oleico, com uma concentração de 55% a 85%, mas também devido a estes componentes menores.
São eles os esteróis, tocoferóis, hidrocarbonetos, pigmentos, álcoois gordos, álcoois, ácidos triterpénicos e outros.
O sistema de extração do óleo de bagaço de azeitona, embora refinado, preserva os nutrientes menores numa concentração elevada.
Por outro lado, o grupo de investigação do Instituto de la Grasa do CSIC, a que pertence o cientista Javier Sánchez Perona, pensa que alguns dos seus componentes menores poderiam proteger as pessoas que sofrem de neuroinflamação em pessoas que sofrem de doenças neurodegenerativas.
María Dolores Álvarez e Susana Cofrades são cientistas seniores do ICTAN-CSIC, investigadoras e responsáveis pelo estudo “Utilização do óleo de bagaço de azeitona como substituto de gordura na produção de margarinas para massa folhada”. O objetivo do estudo é explorar o potencial deste tipo de óleo, tendo em conta a necessidade de fontes de gordura com um teor reduzido de ácidos gordos saturados e sem ácidos gordos trans. A ORIVA (Interprofesional del Aceite de Orujo de Oliva) manifestou o seu interesse em realizar investigações neste sentido.
Em primeiro lugar, o óleo de bagaço de azeitona tem um perfil lipídico mais adequado às recomendações sanitárias do que o de outros ingredientes gordos sólidos amplamente utilizados em produtos de panificação industrial. Para além dos seus benefícios nutricionais, a sua utilização em produtos de panificação aumentaria o valor acrescentado de ambos.
Neste caso, as massas folhadas são um produto ideal, pois são muito apreciadas no setor alimentar devido à sua versatilidade. Para além da massa folhada propriamente dita, são também utilizadas para croissants, palmiers, crodots, vol-au-vents...
Outro aspeto que não deve ser esquecido é o da sustentabilidade. Se o consumo de óleo de bagaço de azeitona aumenta, está a ser utilizado um produto feito a partir dos restos derivados da azeitona. Os recursos são aproveitados e, ao mesmo tempo, os consumidores ganham em saúde.
O setor olivícola, por seu lado, obteria um claro benefício económico, uma vez que este subproduto é pouco utilizado na indústria agroalimentar.
Fonte: iAlimentar
A ASAE — Autoridade de Segurança Alimentar e Económica realizou, nos últimos dias, uma operação de fiscalização âmbito nacional, com o propósito de “garantir a segurança alimentar e salvaguardar a confiança dos consumidores nos géneros alimentícios que integram as celebrações desta quadra festiva”.
A acção teve como principal objectivo fiscalizar o comércio de bens alimentares tradicionalmente mais procurados durante o Natal e Passagem de Ano, designadamente produtos cárneos, pescado e bacalhau, bivalves, confeitaria e vinhos, assegurando o cumprimento dos requisitos legais e específicos aplicáveis a cada sector bem como, identificar e combater eventuais práticas fraudulentas que possam comprometer a saúde pública ou induzir em erro os consumidores, avança um comunicado de imprensa da ASAE.
Como balanço da acção, foram fiscalizados 430 operadores económicos, designadamente retalhistas do sector alimentar, mercados, pastelarias com fabrico próprio, estabelecimentos de restauração e bebidas, entre outros, tendo resultado na instauração de 5 processos-crime por géneros alimentícios anormais avariados, fraude sobre mercadorias e por abate clandestino bem como, 58 processos de contra-ordenação, destacando-se entre as principais infracções identificadas, o incumprimento dos requisitos gerais e específicos de higiene, a inexistência de processo ou processos baseados nos princípios do HACCP, irregularidades relativas a rotulagem de géneros alimentícios, a falta de controlo metrológico e de rastreabilidade, entre outras.
Adicionalmente, foram ainda apreendidas cerca de 1,1 toneladas de géneros alimentícios, com destaque para produtos cárneos, bacalhau, azeite e hortofrutícolas, bem como cinco instrumentos de pesagem (balanças), num valor total estimado em 10.720 euros, e determinada a suspensão da actividade de 4 operadores económicos devido à ausência de condições de higiene e técnico-funcionais adequadas, acrescenta o mesmo comunicado.
A ASAE garante que “continuará a desenvolver acções no âmbito das suas competências, em todo o território nacional em prol de uma sã e leal concorrência entre operadores económicos, assegurando que os produtos alimentares disponibilizados aos consumidores cumprem os mais elevados padrões de Segurança Alimentar, contribuindo para celebrações tranquilas e confiáveis nesta quadra festiva”.
Fonte: Agricultura e Mar
Governo vai alterar em 2025 a classificação do caroço de azeitona de resíduo para subproduto. Para já, em Portugal, os caroços servem só para estranhos campeonatos para ver quem os cospe mais longe.
Quando se olha para a imensidão de olivais modernos no Alentejo, só se pensa no azeite que podem produzir, cerca de 80% da produção nacional. Mas nem só de “ouro líquido” vive a produção olivícola. Da azeitona, depois de moída, centrifugada ou prensada, extrai-se, para além do azeite, água e um resíduo final composto de alguma polpa e casca (que são transformadas nas fábricas de bagaço de azeitona) e caroço. Muito caroço, centenas de milhares de toneladas. O que fazer com estes despojos que têm mercado e valor noutros países? Graça Carvalho, ministra do Ambiente, adiantou ao PÚBLICO que, no início de 2025, Portugal vai alterar a classificação do caroço de azeitona, passando de resíduo a subproduto, à “semelhança do que já acontece em Espanha”.
O resíduo de caroço de azeitona “representa 13% da sua massa total”, explicou ao PÚBLICO Susana Sassetti, directora executiva na Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal (Olivum). E avança uma estimativa da produção na campanha em curso: se for alcançada, como se espera, uma recolha de 1,2 milhões de toneladas de azeitonas a nível nacional, “será obtida uma produção de 170 mil toneladas de azeite, e um volume de caroços que ficará pelas 156 mil toneladas”. Só nos concelhos da região Alentejo, com maior incidência em Beja, Ferreira do Alentejo e Serpa, concentram-se 60 lagares, onde estão acumuladas muitas dezenas de milhares de toneladas de caroços de azeitona.
Na deslocação que fez a um dos maiores lagares da região instalado nos arredores de Beja, no final de Novembro, a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, deparou-se com uma imagem que a surpreendeu: “Fui confrontada com enormes montes de caroços de azeitona que pareciam dunas de areia.”
José Manuel Gonçalves, proprietário do lagar, comenta, em declarações ao PÚBLICO, a observação da ministra. “Temos muito caroço de azeitona em stock, mas não o conseguimos colocar no mercado porque é difícil vender o que é considerado um resíduo”, observa.
Este condicionalismo leva os interessados a adquiri-los em Espanha, onde o caroço de azeitona é considerado um subproduto. “Ninguém arrisca queimar um resíduo pelas consequências que daí podem advir” como infracção ambiental, salienta o empresário, realçando o seu elevado poder térmico. “É como queimar azinho”, compara.
Também Bruno Cantinho, director executivo na Olivogestão, empresa que lidera um lagar em Serpa, reconheceu ao PÚBLICO a existência de “grandes complicações em colocar no mercado o caroço de azeitona, que é excelente” para ser utilizado como biomassa, frisando que tanto em Espanha como em Itália é considerado um subproduto.
Na 11.ª edição das Olivum Talks, realizadas em Beja a 3 de Outubro, Sílvia Ricardo, directora do Departamento de Resíduos da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), admitiu que este organismo “não tinha forma de excluir o caroço de azeitona da condição de resíduo”, argumentando que “Portugal tem uma visão mais restritiva sobre o tema” e que a Comissão Europeia “fora omissa” nas respostas que deu sobre a classificação a dar.
Graça Carvalho reagiu à indefinição referida por Sílvia Ricardo e, “em linha com a directiva europeia das energias renováveis”, adianta que Portugal vai alterar a classificação do caroço de azeitona, passando de resíduo a subproduto, à “semelhança do que já acontece em Espanha”, garantiu ao PÚBLICO a ministra do Ambiente e Energia.
A reclassificação assenta “numa lógica de promoção da economia circular e de promover ainda uma maior utilização de energias renováveis, nomeadamente da biomassa”, justifica a ministra. “Não o considerar como subproduto significa uma perda de competitividade para o nosso país e, principalmente, para a região do Baixo Alentejo”, acrescenta.
A classificação do caroço de azeitona derivado da extracção de azeite foi reivindicada pela Olivum, alegando que o seu "estatuto" de resíduo “acarreta grandes dificuldades na valorização comercial e impossibilita a sua exportação, quando existe uma procura mundial crescente pela sua capacidade calorífica”.
A ministra do Ambiente já accionou o processo para alterar esta classificação. “Trata-se de um processo rápido, devendo o mesmo estar concluído durante os primeiros meses de 2025." Assim, milhares de toneladas de caroço de azeitona que se têm acumulado junto aos lagares na região alentejana deixarão de ser uma dor de cabeça e poderão ser rentabilizadas como biomassa para a produção de energia térmica.
O estudo A Actividade Internacional de Extracção de Caroço de Azeitona como Energia Limpa. Oferta, procura e efeitos económicos, sociais e ambientais. O caso particular de Espanha, da autoria da empresa de consultoria agrícola Juan Vilar Consultores Estratégicos, destaca a importância comercial deste subproduto.
Em Espanha, com mais de 2,7 milhões de hectares de cultivo de azeitona, são produzidos 6,2 milhões de toneladas de azeitona por campanha, que fornecem 450 mil toneladas de caroços, das quais 323,5 mil toneladas são comercializadas, enquanto o restante é consumido em lagares e fábricas de bagaço de azeitona como fonte de calor para processos de extracção, respectivamente, de azeite ou óleo.
O caroço da azeitona gera energia para abastecer mais de 100.000 lares espanhóis e a sua comercialização como biocombustível já dinamiza um negócio que supera os 50 milhões de euros por ano.
Este subproduto da azeitona não está a ser utilizado apenas na produção de energia. Serve para quase tudo. Para além da sua elevada capacidade calorífica pelas gorduras que lhe estão associadas, a empresa Charcolive de Córdoba enche travesseiros com caroços de azeitona pela melhor adaptação que possibilitam ao contorno da cabeça e pescoço.
É também aplicado na construção de edifícios. A utilização deste material permite não só reduzir a densidade dos materiais de construção, tornando-os mais leves, mas também melhorar o isolamento térmico e acústico. Em 2020, na cidade de Guichen, em França, foi inaugurado um campo de futebol feito com caroços de azeitona. A sua aplicação em pavimentos sintéticos não apresenta qualquer risco para a saúde e o ambiente, e não emite emissões tóxicas em caso de chuva ou fricção na pele do jogador.
O que fazer com milhares de toneladas de caroços de azeitona em Portugal? O destino muda em 2025
Investigadores da Universidade de La Rioja em Logroño, Espanha, já fabricam tijolos com caroços de azeitona para reduzir a pegada de carbono dos edifícios e o impacto ambiental da construção. E cientistas da Universidade de Granada concluíram que podem absorver metais pesados dissolvidos na água, ficando em condições de utilização como biocombustível sem afectar o ambiente com emanações tóxicas.
Fonte: Público
A União Europeia perde todos os anos cerca de mil milhões de toneladas de solo devido à erosão. O último relatório "O estado dos solos na Europa" revela que pelo menos 61% do solo europeu apresenta sinais preocupantes de degradação.
Os solos são o principal suporte e fonte de água e de nutrientes para as plantas e as árvores, condicionando o crescimento e produtividade agrícola e florestal em todo o planeta.
Na União Europeia (UE), a perda de carbono orgânico do solo afeta 48% dos solos, de acordo com o último relatório "O estado dos solos na Europa", desenvolvido em parceria pelo Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia e a Agência Europeia do Ambiente.
O documento, publicado em finais de outubro, emite vários sinais de alerta. O mais preocupante é que, pelo menos 61% do solo europeu apresenta sinais de degradação. E, mais grave, a qualidade dos solos está a perder-se a um ritmo mais elevado do que aquele que a natureza consegue repor.
A perda potencial de biodiversidade dos solos na Europa está calculada em 37,5%, devido a múltiplos fatores de degradação, como a erosão, poluição, impermeabilização, perda de nutrientes ou a compactação e salinização.
Só a erosão, causada pela água em terras agrícolas, está quantificada em 32%, sendo uma das formas mais prevalentes de degradação do solo europeu.
Pese embora a informação já conhecida, os responsáveis do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia e a Agência Europeia do Ambiente, que são os autores do relatório "O estado dos solos na Europa”, queixam-se da falta de dados para conhecer melhor a saúde dos solos, com vista a travar ou a reverter as pressões e agressões a que estão expostos.
Para a elaboração deste documento, os seus autores avaliaram 18 processos de degradação de solo, agrupados em nove temas: erosão, poluição, impermeabilização, perda de biodiversidade do solo, nutrientes, perda de solos orgânicos, perda de carbono orgânico no solo, compactação e salinização do solo.
Com base nestes dados, o Observatório do Solo da União Europeia elaborou o mapa das áreas suscetíveis de estarem afetadas por um ou mais processos de degradação do solo.
Estima-se que a União Europeia perca anualmente cerca de mil milhões de toneladas de solo devido à erosão, o que é considerado um valor insustentável e que excede a taxa natural de formação do solo, que pode levar séculos ou milénios.
A erosão hídrica é um dos fenómenos mais perniciosos para a saúde dos solos. No entanto, aproximadamente um quarto do solo europeu é afetado pela erosão causada pelas águas, com maior incidência (32%) nos solos agrícolas. E as projeções publicadas no relatório "O estado dos solos na Europa” não são animadoras. Estas indicam que, em 2050, este fenómeno poderá ter aumentado entre 13 e 25%.
À erosão hídrica soma-se a erosão causada pelo vento, assim como por várias atividades humanas no setor primário, como as lavouras e colheitas. Estas, além de contribuírem para a perda de solo, são igualmente uma causa direta do aumento da sua compactação, principalmente em solos sujeitos a práticas intensivas.
O documento chama ainda à atenção para a degradação das turfeiras, que são ecossistemas vitais típicos de zonas encharcadas. Estas zonas húmidas funcionam, por um lado, como sumidouros de gases de efeito de estufa (GEE), mas, por outro, a conversão e utilização destes solos para outras finalidades transforma-os em emissores destes gases para a atmosfera.
A drenagem de turfeiras tem sido uma prática comum, principalmente na Europa Central, e as turfeiras drenadas na União Europeia são responsáveis por cerca de 5% do total de GEE que a UE emite para a atmosfera, de acordo com o relatório agora publicado. A principal causa é a secagem destas áreas para instalação de campos agrícolas, onde, em muitos casos, a recuperação das zonas húmidas já não é viável.
O Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia e a Agência Europeia do Ambiente advertem ainda que, além da perda direta de solo, somam-se inúmeros sintomas que indicam o declínio da sua saúde na Europa. E, se não forem travados e revertidos, põem em risco o alcance das metas europeias em várias áreas, relacionadas com a sustentabilidade do espaço europeu, desde a produção de alimento à biodiversidade e neutralidade carbónica.
Recorde-se que a Comissão Europeia estabeleceu metas no sentido de, até 2030, 75% dos solos da UE serem saudáveis, tendo em conta o seu papel essencial na alimentação, biodiversidade, água e clima.
“Os solos saudáveis estão no coração do Pacto Ecológico Europeu" ("Green Deal", na designação em inglês), lê-se no documento da Missão "Soil Health and Food", publicado pela Comissão Europeia.
No relatório "O estado dos solos na Europa” agora publicado é apontado o exemplo do carbono orgânico do solo, que continua em declínio. Entre 2009 e 2018, perderam-se cerca de 70 milhões de toneladas de carbono orgânico dos solos minerais em terras aráveis na União Europeia e no Reino Unido, refere o documento.
A salinização é outra das fontes de degradação dos solos na Europa, sendo particularmente problemática nas regiões mais áridas e mediterrânicas.
Nesta vertente, é mais preocupante a chamada salinização secundária, que decorre da acumulação excessiva de sais solúveis na camada superior do solo, em parte devido às práticas de irrigação desadequadas, refere este estudo, da autoria do Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia e a Agência Europeia do Ambiente.
O relatório analisa ainda vária informação sobre os solos, oriunda de vários países fora do espaço comunitário. Além do Reino Unido, ex-Estado-membro, foram analisados dados referentes à Islândia, Noruega, Suíça, Turquia, Ucrânia e vários países balcânicos.
De todos estes países não comunitários, o documento refere-se em particular à “destruição severa do solo ucraniano”, na sequência do ataque russo. A estimativa é que “mais de 10 milhões de hectares de terras agrícolas” estejam atualmente degradadas, devido ao conflito militar que se arrasta sobretudo desde 24 de fevereiro de 2022.
Fonte: Tempo.pt
O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA), através do seu Departamento de Alimentação e Nutrição, e em colaboração com o Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM – Universidade de Aveiro), promove, nos dias 25 e 26 de setembro de 2025, no Funchal, a 6ª edição da Conferência Internacional sobre Contaminantes Alimentares (ICFC 2025). O evento será subordinado ao tema “Desafios dos contaminantes emergentes (CEs) e saúde planetária”.
À semelhança de edições anteriores, a ICFC 2025 tem como objetivo debater os desafios futuros na área da segurança alimentar e saúde humana. A conferência tem como destinatários profissionais da saúde, ambiente e alimentação, investigadores, academia, autoridades reguladoras, instituições governamentais e privadas, representantes da indústria e estudantes envolvidos na área da segurança alimentar e saúde humana.
A Conferência Internacional em Contaminantes Alimentares é um evento multidisciplinar onde investigadores de todo o mundo, independentemente da sua experiência e notoriedade, podem partilhar ideias e conhecimento sobre a saúde humana e os contaminantes alimentares. Sobre a edição de 2025, será divulgada, oportunamente, informação mais detalhada, incluindo as datas limite para a submissão de comunicações.
A principal via de exposição a contaminantes químicos é a via alimentar, pelo que a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA) estabeleceu como obrigatória a análise dos riscos (Risk Analysis) associados à cadeia alimentar. A avaliação do risco pretende estudar os efeitos adversos para a saúde, que resultam da exposição do homem a perigos com origem nos alimentos.
Fonte: INSA - Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge
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