O que é o novo vírus da Gripe A(H1N1)v?
O novo vírus da gripe A(H1N1)v, inicialmente denominado por gripe suína ou gripe mexicana (devida à sua origem), apareceu recentemente como um novo subtipo de vírus que afecta os seres humanos. Trata-se de um vírus gripal do tipo A e consiste numa doença respiratória proveniente do porco altamente contagiosa. Este novo subtipo contém genes das variantes humana, aviária e suína do vírus da gripe e apresenta uma combinação nunca antes observada em todo o Mundo. Em contraste com o vírus típico da gripe suína, este novo vírus da Gripe A(H1N1)v é transmissível entre os seres humanos. Como as características do porco são próximas do homem, a transmissão entre os dois é facilitada. Esta doença trata-se de uma zoonose, uma vez que é transmissível de animais para homens e vice-versa.
Um estudo do CDC descobriu que aproximadamente dois terços das infecções pela gripe suína na América foram em pessoas com idades compreendidas entre os 5 e os 24 anos, enquanto apenas 1% dos casos infectados se regista em maiores de 65 anos (The Economist– Reino Unido, 30 de Maio de 2009).
De acordo com o CDC, os adultos mais velhos podem ter alguma imunidade pré-existente à gripe suína H1N1. Exames laboratoriais mostraram que alguns adultos, especialmente aqueles com mais de 60 anos, tinham anticorpos contra a nova estirpe - “Ainda não sabemos o que isso significará em termos de imunidade real ou de protecção clínica”. (ABC News, 21 de Maio de 2009).
Quais os sintomas da doença pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)v?
Os sintomas de infecção do vírus da Gripe A(H1N1)v nos seres humanos são normalmente semelhantes aos provocados pela clássica gripe sazonal:
- Febre (acima dos 39 ºC);
- Sintomas respiratórios (tosse seca, nariz entupido);
- Dor de garganta;
- Possibilidade de ocorrência de outros sintomas:
- Dores corporais ou musculares e de cabeça;
- Arrepios;
- Fadiga/cansaço;
- Vómitos ou diarreia (embora não sendo típicos na gripe sazonal), têm sido verificados em alguns dos casos recentes de infecção pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)v.
Em alguns casos, podem surgir complicações graves em pessoas saudáveis que tenham contraído a infecção.
O diagnóstico baseia-se em critérios clínicos, estadias em zonas afectadas e contacto com pessoas infectadas. Para diagnosticar qualquer tipo de vírus de gripe, o médico necessita de uma amostra de secreção do interior do seu nariz. A identificação do vírus da gripe suína requer análise especial de laboratório.
Como se infectam as pessoas com o novo vírus da Gripe A(H1N1)v?
- O modo de transmissão do novo vírus da Gripe A(H1N1)v é idêntico ao da gripe sazonal.
- O vírus transmite-se de pessoa para pessoa através de gotículas libertadas quando uma pessoa fala, tosse ou espirra.
- Os contactos mais próximos (a menos de 1 metro) com uma pessoa infectada podem representar, por isso, uma situação de risco.
- O contágio pode também verificar-se indirectamente quando há contacto com gotículas ou outras secreções do nariz e da garganta de uma pessoa infectada - por exemplo, através do contacto com maçanetas das portas, superfícies de utilização pública, etc.
- Os estudos demonstram que o vírus da gripe pode sobreviver durante várias horas nas superfícies e, por isso, é importante mantê-las limpas, utilizando os produtos domésticos habituais de limpeza e desinfecção.
Qual é o período de incubação da doença?
O período de incubação da Gripe A(H1N1)v, ou seja, o tempo que decorre entre o momento em que uma pessoa é infectada e o aparecimento dos primeiros sintomas, pode variar entre 1 e 7 dias.
Durante quanto tempo uma pessoa infectada pode transmitir o vírus a outras?
Os doentes podem infectar (contagiar) outras pessoas por um período até 7 dias, a que se chama período de transmissibilidade. É prudente, contudo, considerar que um doente mantém a capacidade de infectar outras pessoas durante todo o tempo em que manifestar sintomas.
A doença causada pelo novo vírus da Gripe A(H1N1)v pode ser tratada?
O novo vírus da gripe é sensível aos medicamentos antivirais oseltamivir e zanamivir.
Qual a melhor forma de evitar a disseminação do vírus, no caso de estar doente?
- Limite o contacto com outras pessoas, tanto quanto possível.
- Mantenha-se em casa durante sete dias, ou até que os sintomas desapareçam, caso estes perdurem.
- Cubra a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, usando um lenço de papel. Nunca com as mãos!
- Utilize lenços de papel uma única vez e coloque-os de imediato no lixo.
- Lave frequentemente as mãos com água e sabão, em especial após tossir ou espirrar.
- Pode usar toalhetes descartáveis com soluções alcoólicas.
Qual é a melhor técnica de lavagem das mãos?
Lavar as mãos frequentemente ajuda a evitar o contágio por vírus da gripe e por outros germes. Recomenda-se que use sabão e água, pelo menos durante 20 segundos. Quando tal não for possível, podem ser usados toalhetes descartáveis, soluções e gel de base alcoólica, que se adquirem nas farmácias e nos supermercados. Se utilizar um gel, esfregue as mãos até secarem e não use água.
Procedimento de fricção anti-séptica das mãos (clique aqui)
Existe alguma vacina contra o vírus da Gripe A(H1N1)v?
- De momento, não existe vacina que proteja as pessoas contra o novo vírus da Gripe A(H1N1)v.
- Segundo os investigadores americanos não há evidência científica, até ao momento, de que a vacina contra a gripe sazonal confira protecção contra a Gripe A(H1N1)v.
É seguro comer carne de porco?
O vírus da Gripe A(H1N1)v não é transmissível a pessoas pela ingestão de carne de porco ou outros derivados de porco convenientemente manipulada e preparada. O vírus não resiste a temperaturas de cozedura acima dos 70º, temperatura aconselhada para a preparação de carnes.
Esta nova estirpe não foi, até à data, observada em animais e não há indícios de que o vírus tenha entrado na cadeia de produção.
A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar e o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças desconhecem qualquer evidência científica que sugira a possibilidade de transmissão do vírus por consumo de carne de porco e derivados.
Que devo fazer para me proteger se tiver de viajar para áreas onde foram identificados casos de Gripe A(H1N1)v?
Os viajantes devem seguir as precauções gerais de higiene relativamente a infecções respiratórias se viajarem para áreas onde foram detectados casos de infecção pelo novo vírus da gripe:
- Lave frequentemente as mãos com água e sabão;
- Evite o contacto próximo com pessoas doentes;
- Se estiver doente:
- Mantenha a distância de pelo menos 1 metro em relação aos outros, para evitar a propagação do vírus;
- Permaneça em casa, sempre que possível;
- Evite multidões ou grandes aglomerados de pessoas (ex. recintos desportivos, concertos etc.);
- Cobrir a boca e nariz quando espirrar ou tossir, usando lenço de papel de utilização única ou use o antebraço e não as mãos;
- Para se assoar, use lenços de papel de utilização única e coloque-os, de imediato, no lixo, de preferência num saco de plástico fechado;
- Lave as mãos com frequência;
- Limpar superfícies sujeitas a contacto manual (como maçanetas das portas, corrimões, etc.) com um produto de limpeza comum.
Que precauções devo tomar se estiver a regressar de uma área onde foram identificados casos de Gripe A(H1N1)v?
Viajantes que regressem de uma área onde foram detectados casos de infecção pelo novo vírus da Gripe devem estar particularmente atentos ao seu estado de saúde e, se experimentarem algum dos seguintes sintomas, devem contactar de imediato a Linha Saúde 24 (808 24 24 24), durante os 7 dias seguintes ao regresso:
- Calafrios;
- Febre;
- Dores musculares;
- Dor de cabeça forte;
- Tosse;
- Em alguns casos, náusea, vómito e diarreia.
Estamos perante uma nova pandemia de gripe?
Uma pandemia de gripe é uma epidemia à escala mundial, provocada por um novo vírus da gripe que infecta uma grande parte da população. No século XX, houve três pandemias deste tipo: em 1918, 1957 e 1968. Em Portugal e nos outros países da Europa foram desenvolvidos, nos anos mais recentes, esforços consideráveis de preparação para uma pandemia, sendo que todos os Estados Membros da União Europeia têm planos de contingência nacionais.
Em 11 de Junho de 2009, a Organização Mundial de Saúde elevou para 6 o nível de alerta de pandemia. Esta alteração da Fase 5 para Fase 6 não está relacionada com o aumento da gravidade clínica da doença, mas sim com o crescimento do número de casos de doença e com a sua dispersão a nível mundial.
Quais os riscos de pandemia?
É possível que a maioria das pessoas que não tem contacto com suínos não tenha imunidade contra o vírus da gripe suína para evitar uma infecção. Se houver uma perfeita transmissão humana do vírus poderá provocar uma pandemia da gripe. Difícil é prever os efeitos de uma pandemia causada pelo vírus, depende da virulência do vírus, a existência de imunidade, anticorpos produzidos em alturas de gripe sazonal, bem como outros factores relacionados com o hospedeiro.
Inovar em tempo de crise
A preparação para fazer face a uma pandemia de gripe requer a adopção de novos procedimentos e abordagens – melhorar processos de comunicação, introduzir novas modalidades de teletrabalho, encontrar novas formas de servir os clientes habituais e investir na aprendizagem à distância. Esta é também uma oportunidade para a inovação.
Qual é a situação da doença na Europa e no resto do Mundo?
A situação a nível mundial está em constante evolução. Para informações mais recentes, consulte o Microsite da Gripe do sítio da Direcção-Geral da Saúde.
Fonte: World Health Organization (WHO) e Direcção-Geral da Saúde (DGS)