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Antioxidantes

De acordo com muitos estudos científicos existe um consenso em torno da ideia que uma dieta rica em antioxidantes reduz o risco de se contrair um sem número de patologias crónicas. A acção dos antioxidantes é fundamental uma vez que inactivam compostos reactivos de oxigénio (com radicais livres), originados pela redução do oxigénio molecular (respiração celular).

Os referidos radicais livres actuam sobre os hidratos de carbono, proteínas, vitaminas, lípidos, presentes em conjunto ou em separado, na alimentação humana.

 

O que são radicais livres

Os radicais livres podem ser átomos ou moléculas, tendo todos em comum o facto de possuírem um ou mais electrões desemparelhados (singlete) ao contrário das moléculas estáveis, em que os electrões se encontram sempre aos pares. Por esta razão formam moléculas altamente instáveis desencadeando reacções que danificam outras moléculas. Para se tornarem estáveis, os radicais livres ou perdem ou recebem um electrão de um outro átomo ou molécula vizinha.

 

Exemplos de Radicais Livres

  • 1O2 oxigénio singlete
  • O2- radical superóxido
  • OHradical hidroxila
  • NOóxido nítrico
  • ONOOperoxinitrito

Todos os anos mais e mais antioxidantes são encontrados na Natureza. Alguns são considerados essenciais e outros não essenciais. Mas o seu contributo para o bem estar é cada vez mais observado e avaliado.

Antioxidantes essenciais

  • Vitaminas A, C e E e o percursor da vitamina Abeta-caroteno, são as principais vitaminas essenciais e com poder antioxidante;
  • Beta-caroteno, é encontrado nos vegetais vermelhos/laranjas/amarelos e frutos frescos, sendo que a acção do calor o destrói;
  • Vitamina E é encontrada nas nozes, avelãs, sementes, azeites de peixe, algas marinhas e seus óleos e na melancia;

Existem ainda as metalo-enzimas contendo zinco, selénio, cobre e manganês, que transferem um ião de metal para o singlete do radical livre. As algas marinhas são igualmente ricas em minerais antioxidantesAlguns exemplos de enzimas que actuam como antioxidantes são: superóxido dismutase, catalase, NADPH-quinona oxidoredutase, glutationa peroxidase e enzimas de reparo.

 

Antioxidantes não-essenciais

  • Antocianinas e proantocianinas - encontradas em frutas silvestres e uvas, são excelentes contra certos tipos de artrites;
  • Bioflavonóides - possuem um vasto papel de benefícios: são potentes antioxidantes, ligam-se a metais tóxicos e ajudam à sua libertação do organismo. Têm ainda efeito sinergético com a vitamina C, estabilizando-a no tecido humano, possuem efeito bacteriostático e/ou antibiótico e actividade anti-carcinogénica;
  • Bioflavonóides (rutina e hesperidina) - são encontrados particularmente em frutos cítricos, sendo que a rutina é extraída das favas da planta Dimorphandra mollis (Faveiro), apresentando-se sob a forma de um pó sem sabor e de cor amarelo-esverdeado;
    • Fonte: frutos cítricos, frutos silvestres, cereja, uva, papaia, melão, ameixa, e tomate;
  • Cumarinas e ácido clorogénico – estas substâncias previnem a formação de cancros causados pela acção das nitrosaminas, sendo encontrados em muitos frutos e vegetais;
    • Fonte: tomate, ananás e morango; 
  • Ácido Elágico - neutraliza substâncias carcinogénicas antes de estas actuarem ao nível do ADN; 
    • Fonte: morango, uva, framboesa, cereja, kiwi;
  • Fitoestrogénios - possuem um papel protector ligando-se ao excesso de estrogénios produzidos no organismo ou recebidos de outras fontes. Para além desta actividade, alguns possuem ainda propriedades anti-oxidantes. Existe por exemplo o caso das isoflavonas da soja que actuam similarmente aos estrogénios, uma vez que possuem uma estrutura química similar à destas hormonas, ocupando os seus receptores; 
    • Fonte: frutos cítricos, soja.

Doenças Relacionadas com a formação de radicais livres

v                 Artrite

v                 Disfunção cerebral

v                 Aterosclerose

v                 Cardiopatias

v                 Diabetes

v                 Enfisema

v                 Catarata

v                 Envelhecimento precoce

v                 Esclerose múltipla

v                 Tumores

v                 Inflamações crónicas

v                 Doenças do sistema imunitário

 

 

Fonte:

Vrolijk, M. F., Opperhuizen, A., Jansen, E. H., et al. (2015). The shifting perception on antioxidants: the case of vitamin E and β-carotene. Redox Biology, 4: 272-8.

Carlsen, M. H., Halvorsen, B. L., Holte, K. et al. (2010). The total antioxidant content of more than 3100 foods, beverages, spices, herbs and supplements used worldwide. Nutrition Journal, 9: 3.

Knasmuller, S., Nersesyan, A., Misik, M. et al. (2008). Use of conventional and -omics based methods for health claims of dietary antioxidants: a critical overview. British Journal of Nutrition, 99, E-Suppl.1, 3-53.

Dauchet, L., Peneau, S., Bertrais, S. et al. (2008). Relationships between different types of fruit and vegetable consumption and serum concentrations of antioxidant vitamins. British Journal of Nutrition, 100: 633–641.

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