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Botulismo

O nome da doença deriva do termo «botulus», que em latim significa salsicha, por ter sido o consumo de salsichas contaminadas com a toxina que originou um surto da doença no século XVIII, na Alemanha. Esta neurotoxina é produzida pela bactéria Clostridium botulinum, cujos esporos são termoresistentes.

 

Existem 7 tipos de toxina neurotóxica - A, B, C1, D, E, F e G - mas só os tipos A, B, E, F e G causam a intoxicação humana. O mecanismo de acção consiste na inibição da libertação de acetilcolina na membrana presináptica, como resultado da proteólise desta membrana.

 

Uma das principais vias de intoxicação no Botulismo é a alimentar, por consumo de enlatados de vegetais, de enchidos curados no domicílio ou de peixe e marisco (neste é mais frequente a toxina do tipo E). As manifestações aparecem cerca de 6 h a 60 h após ingestão e são as seguintes:

  • alterações autonómicas:
    • boca e garganta secas;
    • cãibras abdominais;
    • diarreia ou obstipação.
  • parésias bilaterais, que evoluem de forma descendente:
    • de músculos oculares, com diplopia, midríase e visão turva;
    • de pares cranianos bulbares, com dispneia, disfonia e disfagia.

Os bebés até aos 6 meses podem intoxicar-se, muitas vezes através do mel dos seus alimentos contaminado com toxina do tipo B. As manifestações desta intoxicação pediátrica (botulismo do lactente), que recuperam espontaneamente em semanas a meses, são as seguintes:

  • obstipação;
  • hipotonia;
  • oftalmoplegia;
  • dificuldades na alimentação.

 

Fonte: Almeida, Luís Bigotte de, “O Sortilégio de Pandora – O sistema nervoso e os tóxicos”; Lisboa; Gradiva – Publicações, Lda; 2004.

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