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A nova roda dos alimentos

A alimentação desempenha um papel muito importante na saúde humana e condiciona a qualidade de vida e a longevidade. A definição de uma alimentação saudável é complexa, uma vez que a oferta de alimentos é muito diversificada e cada um tem características próprias, com conteúdos muito variáveis de caso para caso. Adequar esta oferta às necessidades - e preferências - de cada indivíduo é a tarefa que a ciência da nutrição procura desempenhar.


Os alimentos são constituídos por substâncias muito variadas, os nutrientes, nutrimentos ou princípios nutritivos, que podem ser substâncias minerais, como a água e os sais minerais, ou compostos orgânicos, como os glícidos, as proteínas, os lípidos e as vitaminas.


A água constitui cerca de 65% do peso do ser humano e é de vital importância pelo seu papel em funções do organismo como a absorção de alimentos, a eliminação de substâncias residuais, a regulação da temperatura e da pressão sanguínea.


Outras substâncias minerais de vital importância são, por exemplo, o cálcio, o fósforo, o ferro, o iodo, o sódio e o potássio. Estas substâncias, assim como outros minerais aqui não especificados, devem existir no nosso corpo em quantidades bem definidas, e o excesso ou deficiência, quando mantidos por períodos prolongados, perturbam o funcionamento do organismo, provocando deficiências na formação de algumas estruturas do nosso corpo, como os ossos ou os músculos, ou irregularidades no funcionamento de órgãos importantes como a tiróide.


As proteínas são essenciais para a organização e a actividade das células que constituem o nosso corpo, sendo necessárias para a renovação e crescimento dos tecidos. Eventuais carências podem originar deficiências graves no crescimento e desenvolvimento intelectual da criança e reduzir a resistência do organismo às agressões externas.


Os glícidos, ou hidratos de carbono, fornecem uma parte importante da energia que utilizamos, pelo que a quantidade que ingerimos deve ser calculada em função da actividade física desenvolvida. Existe no entanto um glícido, a celulose, que tem um papel regulador importante e cuja ingestão regular tem efeitos benéficos na saúde.


Os lípidos, ou gorduras, têm por função principal fornecer energia, sendo alguns ácidos gordos constituintes essenciais de certas estruturas celulares. No entanto os alimentos ricos em lípidos devem ser consumidos com moderação, devido ao seu elevado conteúdo calórico.


As vitaminas, embora necessárias em quantidades diminutas, são essenciais à vida, dado que têm um papel regulador de reacções químicas vitais. Estes nutrientes não se substituem uns aos outros, pelo que o excesso de um não compensa a deficiência de outro. As carências de vitaminas (avitaminoses) ocasionam doenças com sintomas específicos, como, por exemplo, anemia perniciosa, xeroftalmia e raquitismo. No entanto, é importante salientar que se o defeito pode provocar doenças, o excesso destes nutrientes também é potencialmente nefasto, sobretudo quando se trata de um elemento que não é facilmente expulso pelo organismo.

Numa alimentação correcta deve atender-se ao valor calórico e ao tipo de nutrientes de cada alimento. Para evitar a necessidade de consultar uma tabela de composição de alimentos sempre que se pretende elaborar uma refeição completa e equilibrada, os nutricionistas desenvolveram e aperfeiçoaram um método aproximado, de utilização muito simples, para que cada indivíduo possa determinar, embora sem muito rigor, o que ingerir - a Roda dos Alimentos.

A Roda dos Alimentos, elaborada no final da década de 70 por portugueses e para a realidade alimentar de então, foi um instrumento inovador que viria mais tarde a ser seguido em diversos países. Passados praticamente 25 anos do seu lançamento, e depois de se ter tornado no material de educação alimentar mais utilizado em Portugal, surgiu a necessidade e a oportunidade de se actualizar este instrumento. Ao abrigo do Programa Saúde XXI, foi possível desenvolver este projecto através de um protocolo entre a Faculdade de Ciências da Nutrição da Universidade do Porto e o Instituto do Consumidor.

nova Roda dos Alimentos agora apresentada, sob a forma de cartaz acompanhado de folheto informativo, mantém o seu formato original, pois este é já facilmente identificado e associa-se ao prato, sinal da nossa cultura alimentar em torno da mesa. Por outro lado, e ao contrário das pirâmides alimentares, o círculo não hierarquiza os alimentos mas atribui-lhes igual importância.

Para além dos objectivos pedagógicos de índole nutricional foram ainda tidos em consideração nesta actualização a promoção de valores culturais e sociais relacionados com a sociedade portuguesa. Alimentos da nossa tradição, como o pão de qualidade, o azeite, o pescado, as leguminosas ou os hortícolas foram valorizados.

A subdivisão de alguns dos anteriores grupos e o estabelecimento de porções diárias equivalentes constituem as principais alterações implementadas neste novo guia. A nova Roda dos alimentos é composta por 7 grupos de alimentos de diferentes dimensões, os quais indicam a proporção de peso com que cada um deles deve estar presente na alimentação diária e cujas porções diárias recomendadas são as seguintes:


Cereais e derivados, tubérculos.....4 a 11 porções

Hortícolas...................................3 a 5 porções

Fruta.........................................3 a 5 porções

Lacticínios..................................2 a 3 porções

Carnes, pescado e ovos...............1,5 a 4,5 porções

Leguminosas..............................1 a 2 porções

Gorduras e óleos........................1 a 3 porções


água, está também representada no centro, pois faz parte da constituição de quase todos os alimentos, e sendo imprescindível à vida, é fundamental que se beba em abundância diariamente.

Cada um dos grupos apresenta funções e características nutricionais específicas, pelo que todos eles devem estar presentes na alimentação diária, não devendo ser substituídos entre si mas podendo e devendo os alimentos que deles fazem parte ser regularmente substituídos uns pelos outros de modo a assegurar a necessária variedade.

O número de porções recomendado depende das necessidades energéticas individuais. As crianças de 1 a 3 anos devem guiar-se pelos limites inferiores e os homens activos e os rapazes adolescentes pelos limites superiores; a restante população deve orientar-se pelos valores intermédios.

No folheto informativo que divulga este novo instrumento são também tomados em consideração os cuidados a ter com a ingestão de algumas bebidas, de açúcar e produtos açucarados bem como de sal e produtos salgados.


É ainda dado destaque à importância da manutenção de um peso saudável e à pratica de actividade física moderada e regular.

De uma forma simples são transmitidas as orientações para uma alimentação saudável ...

... completa - comer alimentos de cada grupo e beber água diariamente;

... equilibrada - comer maior quantidade de alimentos pertencentes aos grupos de maior dimensão e menor quantidade dos que se encontram nos grupos de menor dimensão, de forma a ingerir o número de porções recomendado;

... e variada - comer alimentos diferentes dentro de cada grupo variando diariamente, semanalmente e nas diferentes épocas do ano.

 

Fonte: Direcção-Geral da Saúde (DGS) 

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